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sábado, 17 de julho de 2021

PIRATARIA LEGISLATIVA - Percival Puggina

É inacreditável que um parlamento promova rapinagem de recursos públicos no montante de quase seis bilhões de reais sem que se possa identificar nominalmente a múltipla autoria.  
É como se o ato que garfou o orçamento da União tivesse sido praticado por um plenário em que todos usassem luvas e máscaras, para não serem reconhecidos e suas impressões digitais não ficassem registradas em painéis de votação. Na prática, manobras regimentais.

Há muito tempo, a moral entrou em recesso no Congresso Nacional. Na Câmara, a conduta de muitos deputados, de diferentes bancadas, leva aquela Casa do Povo a agir como um varejão dos negócios da política; no Senado, opera o atacado dos grandes affaires comerciais.

Varejo e atacado compõem o meu sentir sobre as duas Casas do parlamento brasileiro.

A decisão que quase triplicou, para 2022, o valor distribuído às campanhas de 2018 é consequência natural, sabe-se, da moral dominante naqueles plenários. E quanto pior o candidato, mais dinheiro ele precisa. Muito escrevi contra a artimanha do financiamento público nos anos que precederam a decisão de 2015 com que o STF declarou inconstitucional o financiamento privado. Era uma antiga tese petista, apresentada quatro anos antes pela OAB, com pressão de toda a poderosa máquina esquerdista nacional, incluídas a CNBB, CUT, UNE, MST, Contag e muitas outras organizações
Quando aprovada finalmente por sete votos contra três, com apoio unânime da bancada petista no Supremo, eu escrevi esta obviedade em artigo tratando do assunto: “Vão usar o dinheiro dos impostos que você paga para financiar as campanhas eleitorais de partidos e candidatos nos quais você jamais votaria!”.
A rapinagem praticada ontem teve agravantes de culpa, como se observou em 2018.  
Sente-se para ler isto, leitor: deputados federais e senadores são os caciques dos partidos e cabe a eles a distribuição desse butim que o STF franqueou à pirataria legislativa. 
Adivinhe, agora, quem são os principais beneficiados dela. Pois é, acertou. Mateus e os seus. Não é a regra da competência, nem a partilha fraterna que tanto encanta a postulante CNBB, apoiadora de primeira hora dessa insensatez. É a regra do compadrio, da obediência, da utilidade e da proteção ao partido, seus líderes e seus corruptos.

Dinheiro nosso para obter resultados eleitorais que não desejamos, para reeleger parlamentares que durante quatro anos votaram em favor do interesse próprio e contra o interesse público. Preserve os bons, como o deputado Marcel e mais uns poucos que se empenharam por votação nominal. Mas está aí um horrendo exemplo do que acontece quando a astúcia de uns se encontra com a ingenuidade de muitos e a sandice de tantos.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

quarta-feira, 10 de março de 2021

"Decisão de Fachin carece de muitas explicações" - Alexandre Garcia

"Fico imaginando o que pensa o cidadão comum sobre Justiça, quando a decisão de um juiz do Supremo se junta ao auge de uma pandemia que tira vidas, emprego e renda"

De repente, um único juiz decide que estão anulados processos por corrupção do ex-presidente Lula, porque estariam na vara errada. Vale dizer, anuladas as condenações que haviam passado pelo tribunal revisor, o da 4ª Região, em Porto Alegre, e por uma 3ª instância no STJ. 

 Ao mesmo tempo, se lança a versão de que seria para isentar Sergio Moro de suspeição. Se assim fosse, bastaria anular o do tríplex, pois a condenação do caso de Atibaia é da juíza Gabriela Hardt. [em miúdos: a decisão do triplex foi de Moro, acusado de suspeição - só que a do sítio foi da juíza Gabriel Hardt que Fachin, (talvez baseado na onisciência, que supõe possuir)  declarou suspeita, em que pese nenhuma suspeição pese contra a magistrada.]

 [inserido por Blog Prontidão Total]

A decisão de Fachin ainda carece de muitas explicações, sobre como julgou. Fico me perguntando: - se a 13ª Vara não era a apropriada, por que tudo continuou, por cinco anos? [oportuno ressaltar que a decisão em comento do ministro Fachin, somada a uma atitude que adotou em fevereiro passado -  críticas sobre fatos ocorridos em 2018 e sobre os quais silenciou - fortalece o entendimento que seu senso de oportunidade sobre quando se manifestar  privilegia ocasiões em que o potencial  provocativo, explosivo, é maior, mais danoso.]
A Lava-Jato, símbolo da reação do país contra uma gigantesca corrupção institucionalizada, foi sendo desmontada quando o Supremo decidiu separar a Petrobras de outros casos.

Fachin criou uma hora da verdade para Lula. Ele deixa de ser o impedido, o condenado, a vítima, para ser o beneficiado por um ministro escolhido por Dilma, ex-advogado do MST, próximo à CUT; suscita mais debate sobre o uso da Petrobras, já que o assunto se atualizou, mas, além de tudo, terá de enfrentar Bolsonaro, que já ocupou o lugar que era dele, Lula — o de ser uma espécie de esperança do povo, e que o povo chama de mito. Lula parece não ter como recusar o desafio que Fachin lhe joga no colo.

O PT já não precisa repetir o candidato que chamavam de poste. Agora, o próprio Lula deixou de ser inelegível e pode disputar a eleição presidencial do ano que vem, se ele quiser. A esquerda pode continuar fracionada, com Ciro e Boulos, ou se juntar a Lula, criando uma frente para evitar a reeleição de Bolsonaro. Outros personagens da corrida presidencial devem estar desolados, como Sergio Moro e João Doria. Mas, sobretudo, fico imaginando o que pensa o cidadão comum sobre Justiça, quando a decisão de um juiz do Supremo se junta ao auge de uma pandemia que tira vidas, emprego e renda.  [e o autor de tão explosiva decisão, nada explica, nada responde e não há a quem questionar. 
Ficam sempre as questões:
 1 -  é prejudicial à  democracia questionar os motivos de que decisões de um integrante do Supremo não possam ser questionadas? 
2 - ou o que prejudica à democracia é proferir decisões e ignorar eventuais questionamentos? 
Citamos democracia, por ser o pretexto de defesa da mesma sempre invocado, até para justificar atos contra a decantada democracia.]
 
Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense

terça-feira, 9 de março de 2021

Informação privilegiada - Senador soube antes da decisão que “limpou” a ficha de Lula?

Gazeta do Povo - Alexandre Garcia

Ex-presidente Lula poderá disputar as eleições de 2022, já que deixou de ser ficha suja por decisão de Edson Fachin, do STF.

Em uma decisão monocrática, o ministro do STF e relator da Lava Jato Edson Fachin causou surpresa e espanto ao determinar a anulação das condenações do ex-presidente Lula proferidas pela Lava Jato de Curitiba. A justificativa é que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar os casos de Lula porque não havia relação com a Petrobras. Isso porque uma decisão anterior do STF determinou que casos não ligados à Petrobras não estão na alçada da Justiça Federal de Curitiba e sim na do Distrito Federal.
 
O estranho desse caso é que o ministro Fachin, enquanto relator da operação, acompanhou o julgamento do ex-presidente desde o início e só manifestou esse entendimento agora, cinco anos depois. É tudo muito estranho. [tudo indica ser um hábito do ministro só dar o alarme de algumas posições que adota, quando o impacto é grande, rende holofotes e tumultua.
Lembram do caso dos twitter de alerta do general Villas Bôas?  - o ministro só expressou seu protesto, quase três anos após o fato = época de tensão latente e que quase gera uma crise entre o STF e a Câmara dos Deputados.
Agora atraiu atenção de milhões de brasileiros, derrubou a Bolsa e elevou o dólar - provavelmente satisfez o seu ego ao exibir o 'eu posso'.]
 
No domingo (7) à noite, o senador Humberto Costa (PT-PE), que é muito amigo de Lula, compartilhou no twitter um vídeo do ex-presidente malhando com a música “tô voltando” de Chico Buarque. Isso é estranho, porque foi na véspera da decisão de Fachin. Talvez o ministro não tenha se contido, já que ele sempre foi ligado à CUT e ao MST, fez campanha para Dilma Rousseff e foi indicado à cadeira no STF pela ex-presidente.
É bom lembrar que a condenação de Lula não foi decidida somente pela 13ª Vara Federal.  
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, também confirmou a sentença. Outras instâncias também. A impressão que passa com isso é que é uma anulação da Lava Jato.
 
Obstáculo para reeleição de Bolsonaro
Os partidos políticos também estão perplexos com a decisão. Principalmente a esquerda, que acreditava ser possível emplacar uma candidatura com Ciro Gomes (PDT) ou Guilherme Boulos (Psol). Além deles, isso também atrapalha as possíveis candidaturas de Sergio Moro e João Doria.
 
Mas agora com a anulação, Lula deixa de ser inelegível e provavelmente irá concorrer à Presidência em 2022, o que muda o cenário político para o ano que vem. Isso acaba com as chances de Fernando Haddad. Pelo menos isso deu mais cor ao pleito de 2022, porque antes era visível que Jair Bolsonaro iria ganhar. Agora ele terá um obstáculo, porque Lula ainda tem o voto popular. Será que Bolsonaro já ocupou o lugar que Lula tinha entre o povão? [certamente que sim e com o fim da pandemia, teremos doze meses de bonança para Bolsonaro começar a governar e mostrar que precisa de mais quatro anos - sem pandemia.]
 
Será que era o momento para anunciar isso? 
Bem no Dia Internacional da Mulher. 
O anúncio deixou tanta mulher triste, logo no dia em que elas tinham que festejar. Na verdade, anunciar isso durante uma pandemia não é legal, já há muito sofrimento com as mortes e o desemprego. Agora há mais uma notícia infeliz.
Bem na hora que o brasileiro achou que a Justiça iria voltar a funcionar, a impunidade iria terminar e os corruptos iriam para a cadeia. Agora está feita a soltura geral.
 

MATÉRIA COMPLETA - Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo

 

sábado, 14 de março de 2020

A mamata acabou: a nova realidade dos sindicatos sem o imposto obrigatório - Veja

Há no Brasil 10 892 sindicatos, vinculados a 551 federações, 48 confederações e seis centrais. Durante décadas, essa estrutura teve uma fonte de receita garantida graças ao imposto sindical, que obrigava cada empregado com carteira assinada a doar à sua respectiva entidade, todo ano, um valor equivalente a um dia de trabalho. Os recursos eram repassados mesmo que o sindicato não atuasse em prol de seus filiados. Diz o petista Chico Vigilante, ex-deputado federal e fundador da CUT: “O imposto sindical era um vício. Os caras não precisavam fazer nada e tinham aquele dinheiro sagrado ali”. Só em 2017, no último ano de vigência desse tributo, foram arrecadados 3,6 bilhões de reais. Em tese, a contribuição obrigatória deveria ser revertida em ações em defesa dos interesses dos sindicalizados. Na prática, enriqueceu dirigentes e patrocinou o inchaço da estrutura sindical, sem que houvesse necessariamente ganhos para a base. A desconhecida Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) chegou a arrecadar 5 milhões de reais em 2017. No ano passado, foram 300 000 reais. Resultado: demitiu 29 de seus 32 funcionários.

“O fim do imposto sindical foi devastador, um verdadeiro massacre”, reclama o presidente da CSPB, João Domingos, que acumulou patrimônio expressivo à frente da entidade, conforme reportagem publicada por VEJA em 2012. Até aqui, é certo que o efeito foi devastador apenas para os líderes, os principais beneficiários da boa vida propiciada pelo antigo tributo, e para seus subalternos. Entre 2017 e 2018, foram demitidos 7 097 funcionários de organizações sindicais. As grandes manifestações das centrais, muitas delas com objetivo meramente político, também perderam força. Não há, no entanto, nada que indique prejuízo para os filiados. “A tendência é que sobrevivam aqueles sindicatos criativos, que consigam prestar serviços à base”, diz Antônio Augusto Queiroz, coordenador do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Ele estima que haja no Congresso cerca de quarenta parlamentares de origem sindical, o que representa uma redução significativa, já que essa bancada superou no passado uma centena e elegeu até um presidente da Câmara, o petista Marco Maia.
AJUSTE - Para reduzir despesas, a CUT demitiu funcionários e fechou uma de suas representações em Brasília  - Cristiano Mariz/.
Mesmo com a extinção da contribuição obrigatória, há exemplos de entidades que continuam atuantes. Um dos braços mais fortes da própria CUT, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) realizou uma greve de vinte dias em fevereiro e conseguiu reabrir negociações com a Petrobras em torno de demissões e de turnos de trabalho. A federação manteve sua força porque convenceu seus filiados a colaborar espontaneamente para a continuidade de suas atividades. “Com o fim do imposto sindical, o trabalhador não perde nada. Na realidade, ele deixa de descontar um dia de seu trabalho”, lembra José Maria Rangel, coordenador nacional da FUP. Mas um alerta: o desmame das organizações não ocorre sem reação. Nos bastidores do Congresso, há um lobby permanente pela recriação do tributo. Dois argumentos são usados. O primeiro, que beira a insanidade, é a possibilidade de cooptação dos sindicatos em dificuldades financeiras pelo crime organizado. O segundo: o risco de os trabalhadores se enfraquecerem nas negociações. Para darem força a essa alegação, parlamentares ligados ao sindicalismo costumam afirmar que o ritmo de reajustes salariais diminuiu nos últimos anos. Eles só se esquecem de dizer que até hoje o país luta para se recuperar da recessão econômica, o que explica em boa parte os resultados das negociações.

Relator de uma proposta de emenda constitucional que trata de reforma sindical, o deputado Fábio Trad (MDB-­MS) enfrenta o lobby pela recriação do tributo, mas afirma que 95% dos parlamentares são contrários à medida e que os sindicatos que viviam à custa do Estado serão dizimados. Diz o presidente da CUT, Sérgio Nobre: “O impacto do fim do imposto sindical foi muito forte. O que temos de fazer numa situação dessas é cortar custos e buscar receitas novas. Estamos ampliando a sindicalização. Temos de trabalhar para recuperar nossa capacidade de financiamento”. Perfeito. Os outros brasileiros é que não podem pagar essa conta.

Veja - Brasil


Publicado em VEJA,  edição nº 2678, de 18 de março de 2020





quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Sindicato só serve para extorquir dinheiro - Gazeta do Povo


J.R Guzzo

Faça as contas: sindicato só servia para extorquir o seu dinheiro


Nada como um pouco de aritmética, dessa mais simples, para melhorar o entendimento de uma porção de coisas na vida, especialmente no Brasil. É uma pena, realmente, que o hábito de fazer conta seja tão impopular neste país – isso ainda vai acabar com a gente, porque você pode escapar da saúva, que afinal das contas não acabou com o Brasil, mas não escapa da tabuada.

Jornalista não gosta de aritmética. Economista não gosta de aritmética. Político, então, tem horror de aritmética, o que explica, em boa parte, porque estão sempre fazendo leis para distribuir as riquezas nacionais, mas jamais se lembram de pensar se essas riquezas existem ou não. Quem se importa se existem ou não? Se não existirem, não é problema nosso: é problema do “governo”, que vai tirar dos impostos tudo aquilo que nós decidimos dar de presente.

O fato é que o Brasil fala, fala, fala – e não conta. Se contasse um pouco mais, veria a diferença para o país que algumas somas simples, ensinadas no curso primário, acabam fazendo. Muitas vezes elas explicam com perfeição, mais que cinco anos de discurso no Congresso Nacional, como o Brasil pode melhorar dramaticamente quando certos cálculos são alterados. Você tem ouvido falar, ultimamente, de CUT, Força Sindical, UGT e outras organizações de parasitas chamadas de “centrais sindicais? Não? Claro que não – e essa é uma das notícias mais animadoras que a população poderia ter. Não há mais a chantagem de sindicatos que ameaçam greves, nem a “mobilização” para extorquir isso ou aquilo da sociedade. Não há diretores sindicais vivendo sem trabalhar. Não há nada disso porque as “centrais sindicais estão acabando. E as centrais estão acabando porque, muito simplesmente, ficaram sem dinheiro.

Todas elas, como se sabe, viviam de uma infâmia chamada “imposto sindical”, que todo trabalhador brasileiro (e as empresas) tinham de pagar uma vez por ano – fossem ou não sindicalizados, quisessem ou não ser representados pela CUT ou pela “Força”. O governo Michel Temer, no que talvez tenha sido o seu melhor momento, conseguiu aprovar a abolição desse imposto – e as centrais, junto com os sindicatos, começaram a valer apenas o que valem, ou seja, a ter a força que deveriam ter por causa da fidelidade financeira dos associados. Mas, como se vê, não havia fidelidade nenhuma. Assim que o trabalhador ganhou o direito de não pagar, a maioria dos sindicatos não viu mais um tostão furado. Viraram o que são agora.

O portal eletrônico “Poder 360” divulgou há pouco alguns números bem simples. Em 2017, durante a vigência do imposto, a CUT, por exemplo, recebeu pouco mais de R$ 62 milhões extorquidos dos trabalhadores. Em 2019 recebeu um pouquinho acima de R$ 440 mil, ou 140 vezes menos – uma verdadeira miséria. A Força Sindical, que falava tão grosso na política brasileira, levou R$ 51 milhões em 2017 – e em 2019 ficou com menos de R$ 1 milhão. A UGT despencou de R$ 46 milhões para também R$ 1 milhão. Fim da linha.

Quantos tratados de ciência política é preciso ler para descobrir porque a CUT existia e porque não existe mais – não como alguma coisa que tenha um mínimo de relevância? Em vez disso, é muito mais eficaz fazer as contas acima.

J.R. GUZZO, jornalista - Vozes/Gazeta do Povo

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Caminhoneiros ameaçam paralisação pelo País - movimento está divido

Uma nova paralisação de caminhoneiros pode ter início nesta segunda-feira, 16, em várias regiões do País. 

A mobilização, que começou a circular em grupos de Whatsapp nas últimas semanas, é apoiada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logísticas (CNTTL), instituição ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

[presidente Bolsonaro, ministro Tarcísio Freitas, a paralisação é assunto de SEGURANÇA NACIONAL e a CUT deve ser punida, inclusive por estar tentando voltar a ter projeção, apoiando um movimento que não lhe diz respeito - os caminhoneiros são autônomos. 

UM ALERTA, desnecessário, por óbvio, mas, para fins de registro:
- reajustar frete, para compensar aumento do óleo diesel, aumentar preços para compensar aumentos pontuais, isto SIGNIFICA = VOLTA DA INFLAÇÃO - logo, tudo estará sendo reajusto para compensar outros reajustes e novos aumentos surgirão.
Uma lição que não pode ser esquecida - reajustar preços hoje, para compensar  reajuste de ontem, é produzir o reajuste de amanhã.

Aliás, em uma tentativa - que fracassará - de voltar a ter projeção, a central vinculada ao perda total = pt =,  mudou a denominação de caminhoneiros para "trabalhadores em transportes e logísticas" eufemismo que abre às portas para uma tentativa de legalizar 'lockout'.

A curto prazo, aproveitando que a demanda por transportes nessa época é menor, jogar duro com os caminhoneiros e outros que quiserem se aproveitar. A médio prazo, medidas punitivas, inclusive usando o Código Brasileiro de Trânsito e a longo prazo - um pouco complicado por ser demorado e demandar altos investimentos - voltar a privilegiar o TRANSPORTE FERROVIÁRIO.]

O movimento dos caminhoneiros, porém, está completamente dividido em relação a uma nova greve. O caminhoneiro Wallace Landim, o “Chorão”, que tem representado os pleitos dos caminhoneiros na interlocução com o governo, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a classe está sendo alvo de interesses políticos e que os principais pedidos dos trabalhadores já estão com data para que sejam atendidos.
“Temos uma pauta importante, que já está na mesa e que tem data para ser atendida. Temos de ter muita seriedade em relação ao que está sendo feito. O que estão querendo é usar o transportador como massa de manobra para um movimento político”, disse.

Na próxima terça-feira, 17, segundo Chorão, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) se comprometeu em publicar o novo Código Identificador da Operação de Transportes (Ciot), ferramenta que vai ajudar a fiscalizar a punir empresas que tem contratado caminhoneiros com preços abaixo do mínimo estabelecido na tabela do frete. 

Outra reivindicação é o reajuste do piso mínimo do frete, o que, segundo Chorão, já tem o compromisso do governo de ser feito em 20 de janeiro do ano que vem. Sua expectativa da classe é que esse aumento fique entre 14% e 18%. Outras negociações estão em andamento ainda para tratar do preço do diesel.
“Concordo que estamos no limite de nossa situação, mas é preciso enxergar que as coisas estão em andamento. Nossa maior crítica hoje é o atravessador, a empresa que está entre o produtor e o caminhoneiro. É preciso eliminar esse atravessador e facilitar a contratação direta do caminhoneiro, seja cooperado ou autônomo”, comentou.

Nas redes sociais, representantes da CUT têm divulgado vídeos nos quais negam motivações políticas. “Estão tentando desvirtuar o movimento dos caminhoneiros, com essa história de que se trata de um movimento político. Quem faz isso tenta desmobilizar a classe, é covarde”, afirmou Sandro Cesar, presidente da CUT no Rio de Janeiro, em vídeo distribuído entre os trabalhadores. “Quero saber se tem alguém, em algum lugar desse Brasil, que está feliz com o preço da gasolina, do gás, do óleo diesel. Se tem alguém feliz com isso, deve ter outros interesses.” [reajustar preços para compensar aumentos havidos é trazer a inflação de volta.
INFLAÇÃO é PÉSSIMO para todos, mas, PIOR para os menos favorecidos.]

Nesta época do ano, quando o volume de transporte de grãos cai, é comum haver uma oferta maior de caminhões no mercado. Como todos querem trabalhar, algumas empresas acabam praticando preços muito inferiores aos previstos na tabela do frete, que foi adotada durante a primeira paralisação de grande porte do setor, ocorrida durante a gestão do ex-presidente Michel Temer.

Para aplacar a greve, o governo cedeu e instituiu uma tabela mínima de preços para o transporte. A indústria, no entanto, critica até hoje o mecanismo e diz que este tem prejudicado os negócios“Se não tivermos nossos pedidos atendidos, serei o primeiro a ir para a rua e puxar as mobilizações. Mas não estamos nesse momento. É preciso olhar as coisas com seriedade e não entrar em movimentos que nunca representaram os caminhoneiros”, disse Chorão.

IstoÉ - Estadão Conteúdo




sábado, 1 de junho de 2019

A quem interessa a polarização?

O momento crítico que o Brasil vive demanda sobretudo serenidade e disposição para o diálogo. O País não pode se perder em disputas estéreis.

Do mesmo modo como as manifestações da semana passada em favor da reforma da Previdência e de outras propostas do governo não podem ser confundidas com o golpismo explícito de uma minoria estridente, os protestos da quinta-feira passada contra os cortes na Educação [não ocorreram cortes e sim um contingenciamento, procedimento adotado por todos os governos, desde meados do século passado,  aguardando  aumento das receitas.] não podem ser vistos como um movimento capitaneado pelos petistas que ali estiveram. Em ambos os casos, pessoas comuns, sem vinculação partidária ou sindical, exerceram seu legítimo direito de manifestação, sem incidentes e vandalismo, sintoma de uma democracia saudável.

Contudo, os irresponsáveis não se dão por vencidos. Na passeata dos estudantes contra o governo, havia carros de som da Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT, além da presença dos conhecidos oportunistas dos movimentos de sem-terra e de sem-teto. Em Brasília, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, subiu num carro de som, prometeu mobilização permanente nas ruas e desafiou o presidente Jair Bolsonaro: “Nós não temos medo de você”.  Já o líder petista Rui Falcão celebrou a manifestação dos estudantes dizendo que “hoje é dia de Lula”, sem explicar exatamente o que os cortes na área de Educação têm a ver com o presidiário petista. Por fim, mas não menos significativo, o PT pegou carona nos protestos para lançar suas palavras de ordem contra a reforma da Previdência, numa descarada tentativa de sequestrar, para seus propósitos deletérios, o legítimo movimento dos estudantes e professores.

Enquanto isso, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, exercia aquela que parece ser sua principal habilidade — provocar protestos contra sua pasta e contra o governo. Depois de ter sido o responsável direto pelas expressivas manifestações do dia 15 passado, por ter dito que cortaria verbas de universidades que, em sua opinião, se dedicavam à “balbúrdia”, Weintraub advertiu os estudantes e professores que o Ministério da Educação (MEC) está atento àqueles que, segundo ele, estavam “coagindo os alunos” a participarem dos protestos contra o governo. E o titular da Educação foi além: em nota oficial, mandou dizer queprofessores, servidores, funcionários, alunos, pais e responsáveis não são autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar” e que essa atitude deve ser denunciada ao MEC. Ou seja, o ministro da Educação acha que pode exigir que até mesmo os pais de alunos sejam proibidos de externar suas opiniões políticas, sob o argumento de que atrapalham a aula.

É óbvio que tal atitude provocará novas manifestações — tão óbvio que é natural presumir que seja exatamente isso o que o ministro Weintraub pretende. Nesse ponto, portanto, os extremos se tocam e se alimentam reciprocamente. Para o PT, quanto mais o governo chamar para a briga, melhor, pois recoloca o partido em evidência depois das sovas eleitorais que sofreu em razão do profundo descrédito em que caiu, por ter sido o grande protagonista da crise política, econômica e moral que abalou o País; para o governo, ao que parece, quanto mais os petistas se assanharem, melhor, pois isso mantém vivo o inimigo criado para eleger o presidente Jair Bolsonaro, um político inexpressivo cuja única promessa concreta na campanha era encarnar com todas as suas forças o ódio contra o PT; ao mesmo tempo, e talvez isso seja o mais importante, o entrevero com os petistas ajuda a desviar a atenção da espantosa falta de talento de Bolsonaro para governar.

É evidente que ninguém ganha com isso, exceto os extremistas. O momento crítico que o Brasil vive demanda sobretudo serenidade e disposição para o diálogo. O País não pode se perder em disputas estéreis, estimuladas com o único propósito de causar confusão — habitat natural dos demagogos em geral. É perda de tempo esperar que o PT se emende, pois esta é sua natureza; já do presidente da República e de seus ministros, se realmente estiverem interessados em um “pacto” republicano, espera-se que deixem de fomentar atritos inúteis, pois estes só se prestam a alimentar a polarização que tanto mal está fazendo ao País.


Editorial - O Estado de S. Paulo
 


quinta-feira, 16 de maio de 2019

O buraco fica mais embaixo

Tudo isso que a extrema imprensa classifica de lutas intestinas do governo Bolsonaro envolvendo generais de um lado e os palavrões do Olavo de Carvalho, de outro, não passa de discussão de bar do cuspe grosso. O que importa não são as bobagens e palavrões ditos por Olavo nas redes sociais, nem os ataques gratuitos contra alguns militares, mas o que ele deixou de ensinamento em seus livros, cursos e palestras. Sua trilogia (O Imbecil Coletivo, O Jardim das Aflições e O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota) [detalhe: escrito por um idiota.] explica o que aconteceu no Brasil nos últimos 60 anos, ou seja, o domínio do marxismo cultural, que começou com a displicência dos governos dos generais-presidentes com relação às universidades e à  cultura - Golbery "O Bruxinho que era bom" do Couto e Silva, à frente, deixadas nas mãos dos vermelhinhos.

Da mesma forma, não se pode acusar o general Santos Cruz de ser um quinta-coluna, um cavalo-de-troia dentro do governo Bolsonaro, pelo fato de ele ter sido comandante de tropas da ONU no Haiti e no Congo durante o governo do PT. Nem as catilinárias porventura ditas pelo general contra Olavo, tentando desqualificá-lo intelectualmente. Chamar Santos Cruz de petista é o mesmo que dar essa qualificação ao general Villas Boas, que foi comandante do Exército durante o (des)governo do PT.

Esse tipo de fofoca só interessa aos inimigos do governo Bolsonaro, que fazem o diabo para destruí-lo de qualquer jeito. Entre esses inimigos do governo  - também inimigos da nação, porque não dão apoio às necessárias reformas em andamento - estão todos os partidos políticos de esquerda, o Congresso Nacional - com destaque para o famigerado Centrão, o STF, a OAB, a CNBB, a CUT, o MST, a UNE e toda a mídia, mais militante que nunca na História do Brasil.
(...) 

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

sexta-feira, 5 de abril de 2019

O envelhecido discurso do PT contra a reforma

O tempo passou, e o chavão da ‘defesa do pobre’ foi desmascarado; daí os ataques pessoais ao ministro

As mais de seis horas da sabatina do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, sobre a reforma da Previdência, serviram para mostrar a falta que faz uma base parlamentar efetiva do governo para defender no Legislativo suas causas. Por isso, Paulo Guedes ficou exposto a um pelotão de fuzilamento de oposicionistas, PT e PSOL à frente, sem uma defesa à altura.  Mais importante que isso, porém, foi a demonstração dada por parlamentares da oposição de que seu discurso envelheceu. Continuam usando os mesmo chavões nos ataques ao que chamam de um projeto “contra o povo”, um repeteco do discurso do período do governo de FH (1994-2002), em que lulopetistas se opuseram também a mudanças necessárias na Previdência.

Depois, PT e aliados estiveram no Planalto por 13 anos, quando foram forçados a realizar algumas adaptações na Previdência, no caso, do funcionalismo público. Também se envolveram em pesadas falcatruas, junto a grandes empresas e bancos, que antes demonizavam. Empresários foram beneficiados com farto dinheiro público no BNDES subsidiado pelo contribuinte, e bancos jamais reclamaram das altas rentabilidades amealhadas no ciclo lulopetista de governos. É com espanto que se ouve agora, no primeiro embate em torno do projeto da reforma da Previdência, petistas e aparentados repetindo a discurseira de antes de 2003, de que a reforma é feita para os “banqueiros” e patrões em geral. É o que se chama de memória seletiva: nada aprendem, lembram-se apenas do que convém.

Parece que não existe a Lava-Jato, em cujos processos está relatado, com detalhes, como a cúpula do PT e de partidos aliados articulou, ao lado de grandes empresas de engenharia, um assalto bilionário à Petrobras e a outras empresas públicas. O ex-presidente Lula não está preso por acaso. O tempo passou, a crise da Previdência tornou-se mais grave, e o debate que transcorre há anos sobre o tema produziu, e continua a produzir, enorme quantidade de dados sobre a condenação à quebra financeira do sistema de seguridade. Lastreado no regime de repartição (a contribuição dos mais jovens ao INSS é que paga os benefícios aos mais velhos), o sistema tende de forma inexorável à falência, impulsionado pelo fenômeno demográfico do envelhecimento da população.

É impossível a oposição reunir argumentos substantivos contra a reforma. Resta, então, o discurso de chavões político-ideológicos. Sempre foi assim. Inaceitáveis são os termos com que o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) — filho do ex-ministro José Dirceu, mensaleiro condenado e preso por corrupção — se dirigiu ao ministro Paulo Guedes. Ferem o decoro nos debates no Legislativo, mas servem para comprovar a impossibilidade de a oposição ser convincente nos ataques à reforma.

Ficou sem resposta a afirmação de Guedes de que, enquanto se gastam R$ 700 bilhões em aposentadorias, destinam-se apenas R$ 70 bilhões para a educação. Descuida-se das novas gerações. Há muitos dados,também, para mostrar que o pobre já se aposenta ao 65 anos, a fim de receber um salário mínimo. Enquanto castas do funcionalismo — como as do Legislativo — ganham R$ 28 mil mensais, como disse o ministro. Este é o debate a ser travado com sindicatos de servidores que se tornaram braços petistas, por meio da CUT. As reações à reforma indicam quem está defendendo privilégios.


Editorial - O Globo
 

sexta-feira, 1 de março de 2019

Debate rasteiro

Enquanto isso, as verdadeiras questões que têm de ser resolvidas ficam voando no espaço sideral

Publicado na edição impressa da EXAME

O Brasil dos nossos dias realmente elevou ao estado de arte, como se diz, a capacidade que as classes superiores desenvolveram nesses últimos tempos para transformar questões de desimportância ilimitada em motivo para discussões de altíssima tensão, nas quais se debate, desesperadamente, o destino final de tudo o que pode existir de essencial na existência humana. A mulher do empresário Nizan Guanaes, por exemplo, cometeu ou não crime de racismo ao utilizar os serviços profissionais de negras vestidas com o traje clássico de baianas, em sua recente festa de aniversário em Salvador? Quais os segredos de vida e morte que o ex-ministro Gustavo Bebianno, do qual nenhum cidadão comum jamais tinha ouvido falar até hoje, vai enfim “contar para todo mundo” ─ e provocar com isso a autodestruição imediata do governo? O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, já está marcando reuniões secretas com a CUT, a Conferência Nacional dos Bispos e o ex-presidente Fernando Henrique para acertar os detalhes finais do golpe de Estado que vai derrubar, a qualquer horinha dessas, o presidente Jair Bolsonaro? Viram o que saiu publicado na coluna do colunista A? E o que saiu publicado na coluna do colunista Z? Com a crise cada vez mais grave, quantos meses ainda pode durar este governo? E por aí se vai.

Nenhum desses portentos tem a mais remota possibilidade de resultar em qualquer tipo de coisa relevante, é claro, mas cada um deles faz um barulho danado até evaporar do noticiário, para dar lugar a outros vendavais da mesma qualidade. Aguarde a qualquer momento, portanto, mais uma crise fatal em Brasília ─ ou melhor, mais um “desdobramento” da crise que se instalou no governo desde o dia 1º de janeiro deste ano e até agora não foi embora. Já ouvimos, entre outras desgraças garantidas, que o presidente jamais conseguiria montar o seu ministério sem entregar a alma e o erário aos “políticos”. Anular o convite para o ditador da Venezuela vir à cerimônia de posse de Bolsonaro foi uma atitude “de altíssimo risco” do novo governo ─ o Brasil, com essa decisão tresloucada, estava se isolando do resto do mundo. Renan Calheiros iria ser eleito para a presidência do Senado e, a partir dali, formaria um vigoroso polo de “poder alternativo” ao governo; a “Resistência” encontraria nele o seu novo comandante. Outros terremotos, além desses? É só escolher no Google.

Fica a impressão, no meio de toda essa calamidade permanente, que a vida política brasileira está tentando, em pleno século XXI, operar num sistema de moto-contínuo os fatos, aí, se criariam através da reutilização infinita da energia gerada pelo movimento desses próprios fatos. É a fantasia da máquina que funciona sozinha. O moto-contínuo, como se ensinava na escola, é um fenômeno cientificamente impossível, por violar as leis da termodinâmica. Mas isso aqui é o Brasil, e no Brasil todo mundo sabe que há uma porção de leis que não pegam ─ talvez seja o caso, justamente, da “crise política” que é apresentada todos os dias ao público. Um acontecimento ganha vida, prospera, desaparece e se reproduz num outro, o tempo todo; o mesmo processo se repete com esse outro acontecimento, e assim a coisa não para nunca. Não tem a menor importância a força real dos fatos apresentados à população, nem a constatação de que nunca resultam em nada de prático; eles existem porque são anunciados, e pronto.

A próxima catástrofe é a reforma da previdência que o governo acaba de apresentar à Câmara dos Deputados. Tanto faz o que vai realmente acontecer. Mesmo que as mudanças sejam aprovadas, você ouvirá que o governo sofreu mais uma derrota ─ ou porque tal ou qual item não passou, ou porque “o custo foi alto demais”, ou porque o ministro Zé falou uma coisa e o ministro Mané falou outra, e assim por diante. As verdadeiras questões que têm de ser resolvidas, enquanto isso, ficam voando no espaço sideral, inalcançáveis por um debate neurastênico, rasteiro e sem lógica.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Planalto dá o tom da reação à era Bolsonaro

[no trato com as 'centrais' o governo Bolsonaro acerta todas (área na qual os filhos não dão palpites). CUT,  demais centrais, movimentos sociais e partidos de esquerda, devem ser ignorados,  desconsiderados de forma ostensiva e, na sequência, 'neutralizados' por auto desmoralização.]

No dia 14 de novembro de 2018 o presidente da CUT, Vagner Freitas, participou de ato de apoio a Luiz Inácio Lula da Silva, em Curitiba, em frente à carceragem da Polícia Federal onde o ex-presidente está preso há dez meses. De camisa de manga comprida rosa claro com um jacaré bordado no bolso, o dirigente sindical iniciou um jogral, recurso comum em manifestações de improviso, em que as frases são amplificadas ao serem repetidas pelo grupo mais próximo de pessoas.
No jogral, com a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffman, ao seu lado, Freitas declarou: "O Brasil inteiro sabe que houve uma fraude eleitoral. Bolsonaro foi eleito com 30% do povo brasileiro. Mancomunado com Moro e com a mídia, mudaram o resultado da eleição. Todo mundo sabe que Lula seria eleito no primeiro turno. Por isso está preso. Logo, fique claro que não reconhecemos Bolsonaro como presidente da República". Funcionário do Bradesco, Vagner foi, aos 46 anos, o primeiro bancário a ser escolhido para comandar, em 2012, a central que nasceu metalúrgica junto com o PT e hoje depende cada vez mais de suas bases no funcionalismo público.


No dia da posse do novo governo, o nome do presidente da CUT encabeçaria a lista de signatários da carta dirigida pelas seis centrais sindicais ao presidente Jair Bolsonaro. Na carta, os dirigentes apresentavam suas credenciais: "Faz parte do jogo democrático investir num amplo processo de negociação política, que envolva o governo federal, o parlamento, a sociedade civil e os segmentos organizados, como a via civilizada para construção de consensos políticos, econômicos e sociais fundamentais ao êxito de qualquer administração e do desenvolvimento do Brasil". O texto dirigia-se, ao final, com um protocolo cortês ao presidente empossado: "Receba nossas saudações classistas e sindicais".

Um mês depois, o presidente da CUT, o secretário-geral da entidade, Sérgio Nobre, e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, Wagner Santana, seriam recebidos por Hamilton Mourão. A audiência estava marcada para 11h40 e, no horário rigorosamente marcado, o presidente em exercício abriu as portas do seu gabinete, no anexo do Palácio do Planalto, para receber a comitiva. Os demais signatários da carta foram surpreendidos, especialmente porque a CUT havia participado, três dias antes, de reunião com todas as centrais para o lançamento de iniciativa conjunta de seus sindicatos de metalúrgicos para enfrentar a pauta das empresas do setor de adesão às novas regras trabalhistas. "Fomos tratados de maneira agressiva na campanha e declarei, sim, que não o reconhecia, mas não é mais o que penso. Cinquenta e sete milhões decidiram que Bolsonaro é o presidente e temos que buscar interlocução. Até com a ditadura a CUT conversava".

A aproximação entre os dirigentes da CUT e o vice-presidente da República foi feita por assessores parlamentares das Forças Armadas no Congresso antes mesmo da interinidade de Mourão. O presidente da CUT diz ter encontrado um "chefe de Estado" no exercício da Presidência. A pauta dos sindicalistas foi da ameaça de Ford e General Motors deixarem o país à reforma da Previdência. Mourão reconheceu o imbróglio das montadoras, mas aconselhou os sindicalistas a se aclimatarem aos rumos da capitalização na Previdência. Não manifestou concordância com nenhum ponto da pauta, mas valeu-se do encontro para exibir sua diferença com o titular do cargo no respeito à interlocução com os sindicatos. Na semana seguinte, ao reconhecer a memória do seringalista Chico Mendes, ignorado pelo ministro do Meio-Ambiente, Ricardo Salles, o vice-presidente prosseguiria na toada.

O encontro com os sindicalistas da CUT havia sido marcado para o segundo dia da interinidade de Mourão como presidente em exercício, mas a morte de Genival Inácio da Silva, o irmão do ex-presidente, conhecido por Vavá, adiou em uma semana a agenda. Representantes da central não eram vistos no Palácio do Planalto desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A exemplo do que viria a fazer com Bolsonaro, a CUT tampouco reconhecera o ex-presidente Michel Temer, o que não evitou que seu governo aprovasse a reforma trabalhista, que estraçalhou o financiamento sindical e gerou 15% (298 mil) dos empregos formais prometidos. A presença da entidade no gabinete de Mourão tampouco evitou que a GM fosse bem-sucedida no intuito de reduzir benefícios trabalhistas em troca da promessa de voltar a investir na fábrica.

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui 
 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Presidente da CUT pede arrego no 1º dia do novo governo

[Veja o vídeo de 15 de novembro e as imbecilidades nele veiculadas com a situação de agora.]

CUT não reconhece governo Bolsonaro!!! FALA de seu PRESIDENTE em 15 nov. de 2018 #InfoDigit-PC

 No entanto, com a CUT passando necessidades,  e Vagner Freitas - consciente de que seus latidos de 15 nov 2018, são idênticos aos que emitiu quando prometeu pegar em armas para manter a 'escarrada' Dilma Rousseff no Planalto, promessa não realizada. e outros cinco dirigentes sindicais enviaram ontem, dia 1º, uma carta ao presidente Bolsonaro,  pedindo diálogo.

Parece natural, que agora o presidente da República não reconheça o pelego da CUT como representante da classe trabalhadora.

Tem que jogar duro com essa turma. [ignorar e, se necessário, neutralizar.]

Cidade Online 

 

 

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Um exército comandado por Vagner Freitas só consegue matar de rir

O Tiro de Guerra de Taquaritinga bastará para curar o pelego falastrão da crise de abstinência provocada pelo fim da mesada federal



Dilma Rousseff já se conformara com a perda do emprego quando Vagner Freitas, presidente da CUT, apareceu num palanque para berrar a grave ameaça. Se o impeachment fosse consumado, ele colocaria nas ruas “o povo armado”.  O despejo chegou, ninguém pegou em trabucos ou espingardas e Vagner deve ter sossegado o furor beligerante em alguma pescaria. Há poucos dias, ele tornou a vestir a farda de general da banda podre para avisar que comandará mais uma rebelião se Jair Bolsonaro assumir a Presidência.
Bolsonaro foi eleito por menos de 30% dos brasileiros”, calculou o sabujo de presidiário

Para chegar a essa porcentagem, deve ter considerado aptos a votar todos os habitantes do país, incluídos os bebês de colo, os índios das tribos isoladas, os presos encerrados em solitárias e os doidos de pedra.
“Fique muito claro que não reconhecemos o Sr. Bolsonaro como presidente da República”, avisou o Sr. Freitas. De novo, informou que a disputa eleitoral foi fraudada para impedir que Lula voltasse ao poder. De novo, prometeu voltar às ruas com as tropas da CUT. 

De novo, afirmo que um exército comandado por Vagner Freitas só consegue matar de rir. Se insistir em perturbar a ordem pública, o Tiro de Guerra de Taquaritinga estará pronto para entrar em ação

A mera aparição dos meus braços conterrâneos bastará para curar o pelego falastrão da crise de abstinência provocada pelo fim da mesada federal.









domingo, 15 de julho de 2018

Fim dos Sindicatos - sem a mamata do imposto sindical, sindicatos entram em processo de desmonte, se transformam em ruínas

O desmonte dos Sindicatos

Para tentar sobreviver à crise financeira gerada pela perda do imposto sindical, entidades impõem o que sempre criticaram: um ajuste fiscal que inclui venda de patrimônio, contratação de PJs e demissões de empregados

Detentoras de verdadeiras fortunas em dinheiro, conquistadas à custa do suor do trabalhador, que abria mão de um salário por ano para ver seus direitos defendidos, as entidades representativas de classe agora vivem uma nova era, sem o imposto sindical. Para tentar sobreviver à asfixia financeira gerada pela perda de sua principal fonte de renda, que teve a obrigatoriedade cancelada pela Reforma Trabalhista, aprovada no ano passado, algumas diminuíram radicalmente os gastos. Entre as medidas encontradas, a mais comum foi o enxugamento da folha salarial. Mas, quando isso não basta para sobreviver, o jeito é tomar medidas mais drásticas, como liquidar o patrimônio. Foi o que fez a Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, prestes a concluir a venda de sua sede, na região do Brás, para a Igreja de Deus, do pastor Valdemiro Santiago. 


O valor do moderno imóvel de sete andares estaria avaliado em R$ 40 milhões. Oficialmente, a direção nacional da CUT não confirma os valores. Mas o presidente da CUT no Distrito Federal, Rodrigo Britto, reconhece que o negócio deve ser mesmo fechado nesses termos. Rodrigo conta que, devido à pindaíba, a entidade encontra dificuldades para promover até ações de mobilização. “Isso é uma interferência do Estado no Sindicato”, alega. Não é a primeira vez que a dominação religiosa comandada pelo pastor Valdemiro tenta adquirir o prédio da central sindical. A Igreja de Deus já contabiliza três imóveis na região onde se situa em São Paulo a sede da CUT. Há dois anos, a igreja do pastor Valdemiro Santiago ensaiou arrematar o prédio, mas, à época, a situação era diametralmente oposta. Com o PT instalado no Planalto, os sindicatos nadavam em dinheiro. Só em 2015 a CUT recebeu repasses do governo federal que somavam R$ 477 milhões referentes ao imposto sindical. Uma média de R$ 39 milhões por mês.

Queda brusca
Nos cinco primeiros meses deste ano, no entanto, a arrecadação despencou vertiginosamente. Para se ter uma noção do baque, todas as centrais sindicais receberam juntas nesse período um total de R$ 21 milhões. Não é pouco, mas em comparação com o passado recente, a queda é brusca. Com parcos recursos, as entidades de classe iniciam uma nova fase que não encontra precedentes na história: a era pela sobrevivência. Para reequilibrar as finanças, a CUT instituiu em suas unidades pelo País afora uma espécie de Plano de Demissão Voluntária (PDV). Deflagrou ainda a contratação de pessoas jurídicas (PJs), em substituição a CLTs, prática que sempre foi torpedeada pela própria CUT. O objetivo é enxugar, ao fim e ao cabo, 60% da folha de pagamento. O processo segue em curso. Em Brasília, a CUT de São Paulo possuía um quadro modesto de 178 trabalhadores. Devem restar agora somente 71.

A CUT foi fundada em agosto de 1983 em São Bernardo do Campo. Alcançou o seu ápice após a chegada de Lula ao poder. No período dele e de sua sucessora, Dilma Rousseff, os sindicatos foram empoderados. Com a irrigação das contas dos sindicatos, o PT transformou as entidades em seus exércitos. Só as centrais sindicais recebiam 10% de tudo o que os sindicatos e outras entidades abaixo delas arrecadavam. A conta era assim: a fatia maior cabia aos sindicatos, que tinham direito a 60%. Abaixo, vinham as federações e confederações, com 15% e 5%, respectivamente. Até o governo tinha o seu quinhão, de 10%. Com a chegada de Michel Temer ao poder, a história mudou. Em 2017, Temer conseguiu aprovar no mesmo texto da Reforma Trabalhista a suspensão definitiva da contribuição com a promulgação da Lei 13.467. Com ela, os trabalhadores não são mais obrigados a destinar um salário por ano para os sindicatos.

O objetivo da CUT é enxugar 60% da folha de pagamento. Em Brasília, havia 178 trabalhadores. Restam somente 71
[se um dia todos os funcionários da CUT decidissem comparecer ao trabalho, mais da metade não teria sequer onde sentar.]


A conta não fecha
Além da CUT, outras entidades também começaram a implementar a política de corte de gastos. O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), por exemplo, decidiu cortar os serviços de uma empresa terceirizada que fazia a comunicação. É provável que outras áreas sofram contingenciamento. Há um mês, para conseguir honrar suas contas, o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, um dos maiores do país, teve de vender um prédio comercial de oito andares na região central de São Paulo. Recebeu R$ 10,3 milhões pelo negócio.

Apesar de receberem a mensalidade dos sindicalizados, essas entidades admitem que a situação chegou ao fundo do poço. Mesmo com uma carteira de 250 mil trabalhadores sindicalizados, a CUT-DF passa por dificuldade. Segundo Rodrigo Britto, a conta não fecha mais. “Os gastos são altos, com caminhão, assessoria jurídica”, enumerou o presidente licenciado, que irá concorrer a uma vaga de deputado distrital em Brasília. Sem o dinheiro fácil do imposto sindical, [grana da qual não prestavam contas, sendo uma verdadeira caixa preta destinada a favorecer a diretoria pelega das entidades sindicais.]  os sindicatos terão que se reinventar se quiserem sobreviver.