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segunda-feira, 5 de junho de 2023

Até a “próspera” Albânia: as inspirações estrangeiras dos comunistas brasileiros - Rafael Azevedo

Ideias - Gazeta do Povo

Lula abanando a bandeira cubana ao lado de Raúl Castro.| Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

Nos Estados Unidos existe uma expressão comum, que veio do jargão do beisebol: “three strikes and you’re out”. 
O rebatedor que sofrer três strikes numa jogada está automaticamente fora do jogo. 
A expressão passou usada para uma série de situações do dia a dia. 
Nós, brasileiros, que adoramos uma série de coisas vindas de lá, muitas delas não tão boas, bem que poderíamos importar a expressão. 
Quem poderia ter aprendido muito com isso seriam os comunistas brasileiros, a despeito da ironia de se tentar ensinar um ditado americano para antiamericanistas empedernidos.

A história do comunismo no Brasil se iniciou formalmente em 1922, quando nove representantes de 50 membros fundaram, em Niterói, uma seção da Internacional Comunista com o nome de Partido Comunista do Brasil (na época, ainda tendo como sigla PCB). O modelo, à época, era a recém-criada União Soviética, cuja experiência desastrosa com o socialismo ainda não tinha surtido os efeitos com os quais nos acostumamos e que inspirou tantos modelos malfadados pelo mundo.

Ainda naquele ano, o partido foi posto na ilegalidade, voltando a ser aceito novamente no cenário político brasileiro depois de uma série de reviravoltas ocorridas nos anos seguintes, muitas delas capitaneadas por Luís Carlos Prestes, um ex-militar que contou com grande apoio, financeiro e ideológico, da intelligentsia soviética, depois de passar uma temporada por lá no começo dos anos 1930. 
O partido viria a cair novamente na ilegalidade e perseguido por Getúlio Vargas.
 
À época, o mundo já sabia dos terrores impostos por Lênin e Stalin sobre seu povo e dos fracassos do comunismo na administração do país, mas uma espécie de venda cobria os olhos de muitos no Ocidente, que viam no regime soviético uma utopia de alguma maneira capaz de sanar os defeitos que viam em suas próprias sociedades
Esse foi o caso, por exemplo, do dramaturgo irlandês George Bernard Shaw, que, depois de visitar Moscou, em 1931, onde foi recebido por multidões e fanfarras militares, com direito a um banquete em comemoração ao seu 75º aniversário e uma reunião de duas horas com Stalin – que, segundo ele, estava num “bom-humor encantador” – voltou cantando os louvores do paraíso de prosperidade que tinha visto.

A ideia de um ditador benevolente, capaz de, com um passe de mágica, consertar todos os defeitos que as sociedades ocidentais não tinham paciência nem capacidade de esperar serem consertados, parecia atraente demais para determinados setores da sociedade da época. Nosso glorioso Jorge Amado, por exemplo, descreveu a URSS em 1951 como “pátria dos trabalhadores do mundo, pátria da ciência, da arte, da cultura, da beleza e da liberdade. Pátria da justiça humana, sonho dos poetas que os operários e os camponeses fizeram realidade magnífica”.

O primeiro “strike”
Claro que uma hora os próprios soviéticos caíram na real, embora tenha sido preciso que Stalin morresse para que isso acontecesse. Três anos depois de sua morte, em 1956, durante o XX Congresso do Partido Comunista Soviético, Nikita Khrushchev, o primeiro-secretário que o substituiu, fez um discurso bombástico e inesperado, no qual denunciou os excessos e crimes cometidos por Stálin no poder, bem como o perverso culto à sua personalidade que havia se instaurado no país.

Descrito como “o Segundo Funeral de Stálin”, o discurso de Khrushchev caiu como uma bomba mais letal que qualquer uma jogada pelos Estados Unidos sobre os países comunistas da época. A ele seguiram-se revoltas em diversos países que estavam por trás da “cortina de ferro” imposta pela União Soviética sobre a Europa do Leste, como Polônia e Hungria. Até mesmo na terra natal de Stalin, a Geórgia, protestos maciços forçaram a intervenção de Moscou. O próprio Khrushchev se viu diante de ameaças a seu cargo por parte de ex-aliados de Stalin que temiam ser expostos no processo de “desestalinização” que estava sendo posto em prática.

O ditador da Albânia, Enver Hoxha, denunciou, revoltado, as atitudes de Khrushchev como “antimarxistas” e “revisionistas”, e prontamente rompeu as relações entre os dois países. Já na China, o todo-poderoso Mao Tsé-Tung declarou-se horrorizado com o que ele via como um distanciamento irreversível por parte da URSS dos ideais do “marxismo ortodoxo”. O fato de os soviéticos apoiarem um movimento insurgente no Tibete e tomarem o lado da Índia numa disputa de fronteira entre os dois gigantes asiáticos não serviu para melhorar as relações entre os dois líderes.

A crise explodiu de vez quando, logo depois de ter se recusado a oferecer ajuda à China para produzir armas nucleares, Khrushchev resolveu intervir pela libertação de seis americanos condenados por espionagem pelo governo chinês. Durante o Congresso do Partido Comunista Romeno, em 1960, os dois líderes trocaram publicamente insultos.

Foi aí o primeiro “strike” dos comunistas brasileiros. Quando as notícias do discurso de Khrushchev chegaram ao país, muitos a princípio se recusaram a acreditar na veracidade dos relatos publicados pela imprensa brasileira, dizendo serem uma invenção da CIA. Logo ocorreu um racha dentro do partido, e a posição majoritária foi a de seguir o caminho de um “purismo” ideológico, alinhando-se não mais à URSS, mas à China.

O segundo “strike”
Veio então a ditadura militar brasileira, e, com ela, o retorno do Partido Comunista à clandestinidade. A ideologia maoísta, que defendia uma estratégia mais agressiva e mantinha sua defesa da luta armada como única forma de se atingir o “socialismo real”, passou a pautar o ideário dos militantes. Enquanto Mao implantava em seu país medidas desastrosas, como o assassinato de pardais e de intelectuais, causando inadvertidamente (ou não) a morte de milhões de pessoas, os bravos guerreiros brasileiros organizavam guerrilhas no meio da selva, assaltavam bancos, e sequestravam embaixadores estrangeiros.

Com a morte de Mao, viria o segundo “strike”. Os comunistas brasileiros, que já vinham demonstrando certa inquietação com os rumos tomados por Mao – especialmente depois da visita de Nixon ao país em 1972 se viram totalmente perdidos. O novo governo prendeu a chamada “Camarilha dos Quatro”, radicais considerados como os principais ideólogos por trás da Revolução Cultural, pondo efetivamente um fim a qualquer resquício do maoísmo no país e preparando-o aos poucos para a abertura econômica que viria nos anos a seguir. O Partido Comunista do Brasil nessa época já PCdoB – acusou os chineses de caminharem para o capitalismo e romperam com os chineses, declarando a os líderes albaneses como seus novos luminares.

Sim, a Albânia. Aquele exemplo de desenvolvimento, um verdadeiro farol guiando a Europa durante um período tão turbulento quanto os anos 1970, foi escolhido como eles para ser o novo modelo. Hoxha, o ditador albanês, enviou uma carta furiosa ao governo chinês, declarando-se contra a prisão dos quatro e a crescente aproximação da China com o Ocidente, dizendo-se “leal aos interesses da revolução, do socialismo, e dos povos, (...) contra a burguesia revisionista e capitalista e a favor de sua derrocada”.

O discurso incendiou nossos revolucionários. O jornalista Jaime Sautchuk, à época, visitou a Meca esquerdista do Leste Europeu e publicou o livro “O Socialismo na Albânia”, no qual disse não ter visto qualquer repressão num país onde o povo não precisava de gás de cozinha, pois havia sempre lenha ou carvão, e onde crianças cultuavam desde a mais tenra idade o “titio Enver”, sem que fosse preciso qualquer tipo de incentivo do governo.

O terceiro “strike”
Simultaneamente, o terceiro e derradeiro “strike” do comunismo brasileiro estava sendo preparado: Cuba. 
Já na década de 1970, a intelectualidade do país se derretia em elogios por um regime que não fazia a menor questão de esconder sua falta de apreço por valores básicos como democracia e liberdade de expressão. 
Já em seu livro “A Ilha”, o jornalista Fernando Morais, um fervoroso defensor da ditadura cubana, perguntou a Fidel Castro sobre quantos presos políticos existiam no país, e recebeu a resposta “deve haver uns 2 mil ou 3 mil”. Questionado acerca de liberdade de imprensa, Castro respondeu gargalhando: “Liberdade de imprensa é apenas um eufemismo burguês”.
 
A década de 1980 trouxe a anistia e, com ela, a perda de protagonismo do PCdoB no cenário da esquerda brasileira. 
Militantes e políticos de esquerda se dispersaram e se dividiram em diversos outros partidos, num processo que culminou com o fortalecimento do Partido dos Trabalhadores e o surgimento de Lula como seu novo líder. Ao mesmo tempo, a Albânia começou a implodir, assim como todos os países que orbitavam em torno da União Soviética. 
Depois de décadas de fome, repressão e falta de liberdade, a queda do Muro de Berlim, em 1989, foi o empurrão que faltava para que a população daqueles países decidisse se libertar de vez do jugo de tiranos que por décadas exploraram tudo o que tinham.

Em 1991, o governo comunista da Albânia não resistiu à onda de revoltas populares que tomou conta da Europa do Leste e, no ano seguinte, as primeiras eleições parlamentares da história do país foram realizadas. O que era até então designado pelos militantes brasileiros como “bastião do comunismo mundial” forçaram uma revisão de suas convicções.

No ano seguinte, foi realizado o VIII Congresso do PCdoB, onde um novo caminho foi traçado: um abandono da Albânia como modelo de referência, a oposição ao “neoliberalismo”, iniciado pelos governos de Fernando Collor de Mello e Itamar Franco e posteriormente continuados por Fernando Henrique Cardoso, e a continuidade da “globalização capitalista” e ao “imperialismo americano”. O documento oficial dizia: “Hoje, nós acreditamos que a luta pela construção do socialismo deve seguir as particularidades de cada país”.

Leia também:  Delírios de um ditador: como a morte de pardais levou ao canibalismo na China

O que a história do primeiro presidente negro do Brasil tem a ver com os dias atuais

Como os soviéticos resistiram à violenta campanha antirreligiosa comunista

O imaginário do comunista brasileiro, no entanto, seguiu povoado por Fidel, Che, e a imagem de uma Cuba próspera, farol que guia a América Latina, onde educação e saúde de qualidade são gratuitos e “nenhuma criança dorme nas ruas”.

[Albânia, o país que os comunistas brasileiros consideravam exemplo de sucesso, progresso,  modernidade sempre representou o atraso, agora defendido pelo ex-presidiário presidente que tem um único objetivo: destruir tudo que represente progresso e desenvolvimento no país em que a maioria fez o L - e agora começam a chorar de arrependimento.]

Curiosamente, a foto de Stalin não estava presente neste encontro do partido. E nunca mais esteve em qualquer outro depois.

Rafael Azevedo, colunista - Gazeta do Povo - Ideias


quarta-feira, 31 de maio de 2023

Amigos dos índios ou inimigos do direito de propriedade? - Percival Puggina

 

         Assim como a teologia da libertação serve ao comunismo, a política indigenista em curso no Brasil faz a mesma coisa. 
A primeira, a desastrosa TL, em ato de prestidigitação, coisa de mágico de aniversário infantil, transforma o “pobre” das sagradas escrituras em “excluído” e pronto!  
Lá está o mesmo sujeito do amor de Deus e do amor ao próximo, desfigurado em agente da luta de classes. 
Sim, porque se alguém é excluído é porque alguém o quer do lado de fora e isso causa revolta. No entanto, estamos descrevendo malandragem pura porque ninguém, a não ser a própria esquerda, precisa de uma sociedade miserável, formada por “excluídos”.

Por outro lado, a política indigenista, ao ver o povoamento do Brasil como invasão de propriedade alheia, numa aulinha de “história” de 45 minutos, deslegitima todos os títulos de propriedade existentes no Brasil porque, em tese, qualquer terra “pode ter sido ocupada” por habitantes pré-cabralinos.

Está em curso no STF, novamente à margem do Congresso Nacional, uma nova deliberação sobre se o que está escrito a respeito desse tema na Constituição é constitucional ou não.  
Já ouviu falar nisso, não? Pois é. Eu também. As coisas mudaram por aqui.

A Constituição de 1988 determinou que seriam indígenas as áreas tradicionalmente ocupadas na data de sua promulgação. Em excelente arrazoado do que me enviou cópia, o Secretário de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, Dr. Fábio Prieto de Souza, lembra que o mais recente julgamento da mesma questão, com término previsto para o dia 7 de junho, já tem dois votos um dispensando o marco temporal da CF de 1988 (ministro Edson Fachin) e outro, não (ministro Nunes Marques).

Em dado momento, o Doutor Fábio, que já foi desembargador federal no TRF-3, e já se defrontou com a mesma pauta afirma o seguinte:

Talvez parte substancial da sociedade brasileira não tenha conhecimento de que o julgamento poderá afetar todo o território nacional, inclusive, ou principalmente, a propriedade urbana privada, no Estado de São Paulo e em todo o País.

Ele registra que só na área de jurisdição daquele Tribunal, milhares de pedidos de usucapião foram apresentados, tendo ele julgado grande número desses casos propostos pela União. E acrescenta:

É oportuno lembrar que, hoje, as comunidades indígenas não são, segundo a Constituição, proprietárias das terras que tradicionalmente ocupam. Se as comunidades indígenas têm a posse de imóvel, a propriedade é da União, satisfeitas certas formalidades da ordem jurídica. A partir desta sistemática constitucional, a União alegava que as comunidades indígenas tinham a posse imemorial dos bens, embora já não mais os ocupassem de fato, e, assim, exigia o reconhecimento da propriedade, em detrimento do interesse de milhares de cidadãos residentes nesta metrópole.

No Tribunal Regional Federal da 3ª Região, prevaleceu a tese de que a ausência de posse, há séculos, pelas comunidades indígenas, nos aldeamentos extintos, não poderia impedir a discussão sobre a alegada propriedade de terceiros, prejudicada a alegação da União. O caso foi levado ao Plenário do Supremo Tribunal Federal, que chancelou a orientação da Corte Federal e editou a Súmula 650: “Os incisos I e XI do art. 20 da CF não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto”.

Mais adiante:

A propósito deste julgamento no Supremo Tribunal Federal, não raro tudo tem sido reduzido à disputa entre supostos produtores rurais mal-intencionados e as comunidades indígenas.

Na comunidade nacional, penso que o mais perigoso não é a inexatidão desta avaliação. Mas o fato certo e incontestável de que a eventual mudança de orientação jurisprudencial causará a ruptura do conceito de território nacional, tal qual o País o conhece e reverencia nos últimos quinhentos anos.

Nenhuma terra – urbana ou rural – estará a salvo da alegação de que, um dia, há séculos, terá sido ocupada por comunidades indígenas e, portanto, a propriedade não será mais dos brasileiros, mas da União que deve servi-los.

O Brasil continental será o laboratório universal e pioneiro da mais singular tese de invalidação de um dos elementos do conceito de nação, a integridade do território.

Governadores, prefeitos, congressistas, assistem questões com imensa repercussão na vida dos cidadãos, em estado de absoluta insegurança jurídica, como se as instituições tivessem surtado por ação ou omissão, por ideologia ou política. Já não mais podemos dizer, sequer, que o futuro a Deus pertence porque o futuro de mais de 200 milhões de brasileiros está nas mãos de umas poucas pessoas e de sua peculiar visão de mundo. Na democracia, as coisas não são e não podem ser assim. Por isso, é importante a aprovação urgente, contra a vontade da esquerda, do PL 490 que pretende convalidar o que está na Constituição...

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 5 de maio de 2023

O colosso maranhense - Augusto Nunes

Revista Oeste

Só no País do Carnaval alguém pode ser ao mesmo tempo comunista, ministro de Estado e Rei Momo


Ministro da Justiça, Flávio Dino (7/3/2023) | Foto: Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Em 1968, em companhia de outros quatro calouros da Faculdade Nacional de Direito, fiz no Rio de Janeiro um curso intensivo de comunismo. Durante seis meses, na tarde de domingo, os alunos trocaram cortejos de biquínis no Leblon ou algum jogaço no Maracanã por quatro horas numa saleta com pouca luz. 
A monitora sobriamente trajada descobria logo no começo da aula que, de novo, nenhum de nós passara da página 30 do livro receitado uma semana antes
E o que deveria ser uma troca de ideias sobre os ensinamentos de Marx, Engels e Lenin virava um desfile de insultos à burguesia exploradora, ao capitalismo selvagem e ao imperialismo ianque. Um companheiro abandonou o curso — “Ele optou por prazeres pequeno-burgueses”, diagnosticou a professora. Eu e mais três conseguimos o diploma simbólico sem que tivéssemos lido sequer a orelha de O Capital.

Mas nenhum de nós foi liberado para gabar-se da façanha ou partir sem demora para a conversão dos inocentes úteis. “Não contem pra ninguém que vocês são comunistas”, ordenou a monitora no mesmo dia da formatura. Como assim?, estranhei. Se havíamos acabado de descobrir o paraíso aqui na Terra, por que sonegar aos demais viventes, até mesmo a pais e irmãos, o caminho que leva à Verdade e à Luz? “É cedo”, encerrou o assunto a professora. “A imensa maioria dos brasileiros não está preparada para entender o comunismo.” E ainda não ficou pronta, informa a leitura do programa do Partido Comunista do Brasil. É um buquê de vigarices, sofismas e tapeações. Fantasia? Flávio Dino, escolhido para o Ministério da Justiça | Foto: Reprodução

Na cachoeira de palavras despejadas pelos chefões do PCdoB, “comunismo” não dá as caras uma única vez. O que aparece é “comunista” — mas só no nome do partido. Não há lugar para “liberdade”, e “democracia” só é vista escoltada por “socialista”. (Democracia socialista — eis aí uma dupla perigosa. A China e a Coreia do Norte, por exemplo, têm cara de ditadura, jeito de ditadura, modos de ditadura e são ditaduras. Mas exigem o tratamento de “democracia socialista”. Democracia adulta dispensa acompanhantes.)  
Para um genuíno comunista, paraíso é o regime de partido único, sem imprensa livre e com descontentes na cadeia. Até que o povo saiba disso, a sensatez recomenda a fantasia de socialista. Foi por isso que Flávio Dino de Castro e Costa se transferiu, em 2021, do PCdoB para o PSB.

Como pode um ex-juiz apoiar com tamanha animação o projeto de lei que, a pretexto de regulamentar a internet, introduz a censura no mundo das redes sociais?

Nascido em abril de 1968, o atual ministro da Justiça e da Segurança Pública decerto foi nos anos 80 o melhor aluno de um curso semelhante ao que descrevi parágrafos acima. 
Meu noivado com a extrema esquerda durou pouco também por ter constatado que comunista mente demais. 
Flávio Dino casou-se com o PCdoB porque mente mais que respira. Transformado em devoto irrevogável da seita, serviu-a como juiz federal e deputado. 
Em 2014, sem esconder o caso de amor com o PCdoB, venceu Roseana Sarney na disputa pelo governo do Maranhão. Reeleito, provou ao longo de oito anos que o maranhense é antes e depois de tudo um forte: suporta com o mesmo entusiasmo conformado o reinado da família de um coronel de jaquetão quanto o peso do mais avantajado comunista do Brasil.

Em 2021, enfim desconfiou que o Brasil não é um Maranhão tamanho família. Caiu fora da canoa do PCdoB, embarcou na caravela do Partido Socialista do Brasil, aportou em Brasília na nau dos senadores e, como um bom comunista jura saber até a segunda parte do Credo e do Salve-Rainha, tratou de rezar para que a Divina Providência o infiltrasse no primeiro escalão do governo Lula. 

Deus é bom, tem o dever de recitar o agora ministro da Justiça e da Segurança Pública. Instalado na Esplanada dos Ministérios, resolveu substituir o senador Randolfe Rodrigues no posto de Primeiro Capinha de Alexandre de Moraes, o Supremo. Com o acúmulo de atribuições, passou a contabilizar mentiras por minuto.

Em São Luiz, o governador candidato à reeleição jurava não ter feito promessas que, como atestara o vídeo exibido segundos antes, berrara no primeiro discurso de posse. 
Nesta semana, em Brasília, garantiu que só o Telegram não respondera a perguntas que misturavam redes sociais e ataques a escolas. 
 A seu lado, o secretário de Defesa do Consumidor, Wadih Damous, concordava balançando o queixo. A dupla foi surpreendida pelo esclarecimento do Telegram: as respostas haviam sido encaminhadas ao ministério um dia útil depois de recebido o questionário
Quem deve esclarecimentos ao país é Flávio Dino. Ele vem gingando o corpanzil para driblar a verdade em depoimentos em comissões do Congresso. Tem tudo para pisar na bola confrontado com a marcação homem a homem prometida por integrantes da comissão de inquérito instaurada para apurar o que efetivamente aconteceu no Oito de Janeiro.

Pela jurisprudência e pelas decisões do ministro Alexandre de Moraes, as mentiras de Flávio Dino podem ser enquadradas em "flagrante perpétuo".

ASSINE A REVISTA OESTE. Acompanhe o nosso canal no YouTube pic.twitter.com/Y7oTEx7RuL— Revista Oeste (@revistaoeste) May 4, 2023

Por exemplo: se foi advertido por órgãos de informação para o risco de distúrbios em Brasília, por que manteve as dez arrobas em descanso na sede do Ministério da Justiça? 
O que fora fazer no local do emprego num domingo? 
O que ficou fazendo depois de desencadeada a onda de violências? 
Como pode um ex-juiz apoiar com tamanha animação o projeto de lei que, a pretexto de regulamentar a internet, introduz a censura no mundo das redes sociais? 
Em que critério se baseou para aplicar ao Google a astronômica multa de R$ 1 milhão por hora? 
Frustrado com a derrota na Câmara, que barrou a ofensiva liberticida, Dino excitou-se com as truculências produzidas por Alexandre de Moraes para castigar as big techs. 
O ministro do STF fizera o que os defensores do projeto rejeitado pretendiam fazer, alegou. Com isso, admitiu que Moraes protagonizara mais uma invasão do território do Legislativo pelo Judiciário. 
E confirmou que o ataque togado não se amparava em lei alguma.

Passados menos de cinco meses, Dino fez o suficiente para forçar a atualização da frase famosa de Tom Jobim. O país que nunca foi para principiantes agora anda assombrando os mais tarimbados profissionais. Só no País do Carnaval alguém pode ser ao mesmo tempo comunista, ministro da Justiça, gerente-geral da Segurança Pública e Rei Momo.

Leia também “O Cara nunca existiu”

 

Augusto Nunes,   colunista -  Revista Oeste


quinta-feira, 13 de abril de 2023

Lula e o dólar - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

“Toda noite me pergunto por que todos os países estão obrigados a fazer o seu comércio lastreado no dólar. Por que não podemos fazer nosso comércio lastreado na nossa moeda? Por que não temos o compromisso de inovar? Quem é que decidiu que era o dólar a moeda, depois que desapareceu o ouro como paridade”, questionou o presidente Lula na cerimônia de posse de Dilma Rousseff para comandar o Novo Banco de Desenvolvimento, também chamado de Banco dos Brics – sigla formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Mais tarde, Lula ouviu que o presidente da China Communications Construction Company (CCCC), Wang Tog, estaria disposto a criar mecanismos de troca direta entre o yuan, a moeda chinesa, e o real. 
O acordo seria uma forma de facilitar transações financeiras entre os dois países. No Brasil, a CCCC investe em obras de infraestrutura, como a construção da ponte Salvador-Itaparica. 
Lula foi acompanhado na reunião por ministros, incluindo o da Fazenda, Fernando Haddad, e cinco governadores, entre eles o da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
 
Que a China tenta substituir o dólar como moeda básica do comércio mundial não é novidade alguma
Mas agora a ditadura comunista conta com o apoio aberto do Brasil, graças a um presidente alinhado com o comunismo chinês. 
A esquerda radical brasileira sempre alimentou um antiamericanismo patológico e infantil, e nessa Guerra Fria 2.0, nem pisca antes de escolher o lado do regime tirânico oriental.
 
Vamos responder a pergunta feita por Lula: quem escolheu o dólar como moeda internacional depois do ouro? Simples: o mercado, ou seja, os próprios indivíduos livremente. 
Se o trabalhador brasileiro, argentino, venezuelano ou indiano puder escolher se quer seu salário definido em dólares, reais, bolívares ou yuans, ele muito provavelmente escolherá a moeda americana. Se ele tiver algum conhecimento econômico, ele certamente fará isso.
 
Lula sempre coloca a carroça na frente dos bois, confunde causalidade, acha que tudo é uma questão de "vontade política"
É a mesma mentalidade que clama pela redução artificial na taxa de juros. Ele não compreende que tais índices são consequência, são efeitos de medidas econômicas. 
O dólar é considerado mais seguro pois os Estados Unidos, apesar de seu endividamento crescente e preocupante, ainda são o país mais livre e sólido.

O mundo prefere uma moeda que tem lastro numa sociedade próspera, com império das leis, propriedade privada garantida, liberdade. Tais valores já foram mais robustos na América, é verdade, mas não há a menor dúvida de que a China e o Brasil não são substitutos decentes.

Uso meu exemplo para ilustrar isso: no Brasil do arbítrio supremo, minhas contas bancárias foram congeladas do nada
Meus reais ganhos honestamente com meu trabalho estão retidos nos bancos. 
Se eu recebesse tudo nos bancos americanos em dólares, certamente estaria mais tranquilo. 
É por isso, Lula, que o mundo todo prefere dólar a real lulista!

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Então o Papa fez o L. E agora? - Gazeta do Povo

Vozes - Paulo Polzonoff Jr.


"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.

Comunista? [Aqui no Blog Prontidão Total, um Blog político, temos a norma de envidar todos os esforços quando algum tema busca criar confusão sobre a Igreja Católica Apostólica Romana. O comunismo é incompatível com o Catolicismo, sendo calúnia mais que ofensiva, desprezível, a mais leve insinuação do tipo. Mais abaixo nos estenderemos sobre o assunto.] O Papa Francisco não é um oráculo das coisas mundanas.

De acordo com o Google Trends, os assuntos do fim de semana foram o Dia do Autismo, os jogos do Ajax e da Lazio, o pai de não-sei-quem falando sobre o bissexualismo do filho, a corrida de stock car e, last but not least, a presença de Jack Black na estreia do filme Super Mario Bros.  
Ao meu redor, porém, o assunto mais discutido foi outro: as declarações do Papa Francisco sobre Lula e Dilma.

Você já sabe, mas que fique registrado para a posteridade: antes de ser internado por problemas respiratórios, o Papa Francisco, 266º homem a assumir o Trono de São Pedro, deu uma entrevista na qual declarou que Lula foi condenado sem provas e que Dilma Rousseff tem “as mãos limpas”. Não sei a quantas anda a higiene da ex-presidente, mas sobre a primeira afirmação agradeço ao Papa pela oportunidade de poder repetir que Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. E hoje está lá, todo pimpão, presidindo o Brasil.

Diante das palavras do Sumo Pontífice para uma rede de TV argentina, a reação variou entre “o Papa é comunista” e “o Papa é muito comunista”. Sendo o comunismo incompatível com a Doutrina Católica, é um tanto quanto surpreendente que tantas pessoas, como o filho de Noé, tenham corrido para acusar a nudez do pai. Isto é, que tenham se apressado em pregar nas costas do Papa o martelo e a foice escarlates.

Outros foram além e de suas mentes soberbamente criativas pulularam teorias segundo as quais o Papa é, no mínimo, o anticristo. No máximo, um infiltrado de George Soros cuja missão é nada mais nada menos do que destruir a Igreja por dentro. A necessidade de estar vivendo um momento histórico, definidor e de consequências imponderáveis é uma constante em nosso tempo. E olha eu aqui dando uma de filho de Noé apontando a nudez do pai.

Até onde consegui entender, a revolta e a ira nada santa se originam num equívoco: a de que a opinião do Papa sobre a prisão de Lula e a honestidade de Dilma Rousseff é de ouro. É a verdade inquestionável. 
É, com efeito, um veredito maior do que o dado por Sergio Moro, TRF4 e STJ. 
É uma opinião que representa não só a absolvição dos petistas; é praticamente uma concordância com os métodos dessa política corrupta que nós, infelizmente, conhecemos bem.
 
Mas me esclarecem os mais versados nesses assuntos eclesiásticos que não é nada disso. A infalibilidade do Papa se aplica apenas a questões de fé e moral. [Qualquer apreciação sobre um pronunciamento de Sua Santidade, o Papa Francisco, impõe que se diferencie, - como bem expõe, ainda que em apertada síntese, o nosso ilustre Polzonoff Jr., autor deste excelente Post - quando Sua Santidade se manifesta em situação de  INFALIBILIDADE PAPAL,em manifestações "Ex-Cathedra"quando o Papa fala definitivamente como Pastor Supremo da Igreja. 
A INFALIBILIDADE PAPAL ocorre: "A infalibilidade se exerce quando o Romano Pontífice, em virtude da sua autoridade de supremo Pastor da Igreja, ou o Colégio Episcopal em comunhão com o Papa, sobretudo reunido num Concílio Ecumênico, proclamam com ato definitivo uma doutrina referente à fé ou à moral, e também quando o Papa e os bispos, em seu Magistério ordinário concordam em propor uma doutrina como definida. A esses ensinamentos todo fiel deve aderir com o obséquio da fé" (cf. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº. 185). 
Quando o Papa se manifesta de forma privada,  ele tem uma opinião pessoal - certamente foi o caso da opinião pessoal  em que criticou as punições impostas ao "ex-presidiário" e à "presidente escarrada."

 No que diz respeito a assuntos mundanos – e nada mais mundano do que a política o Papa Francisco é um homem comum, dado a conclusões equivocadas. Só não convém presumir má-fé. É a ignorância a que todos estamos sujeitos, dependendo da nossa fonte de informação.
 
Para além da contrariedade ideológica sem maiores consequências que não o prazer de se indignar, outra preocupação que notei nos interlocutores foi o efeito das palavras do Papa Francisco sobre os fieis. Claro que aqueles que meu amigo Marcio Campos chama de “coroinhas do Lula” usarão a opinião do Papa como argumento irrefutável da inocência dele; visão que tentarão impor aos demais. 
Já os que hesitam na fé encontrarão nas palavras à toa, essas ou quaisquer outras de que discordem, uma justificativa para o afastamento.
 
Mas, como bem lembrou minha amiga Denise Dreschel, me preocupam mais aqueles que, perdidos num mundo marcado pela corrupção e violência de todos os tipos (sintomas do salve-se quem puder em que se transformaram as democracias liberais), buscam no Papa uma espécie de oráculo capaz de se imiscuir nas questões mundanas, ditando como os fieis devem se comportar em questões políticas e econômicas. 
Não por acaso, esses me parecem os mais revoltados com as palavras do Papa Francisco.

Quanto a mim, sei que alguns leitores exigirão do cronista uma conclusão acachapante, de preferência com aforismo ou trocadilho dignos da imortalidade fugaz dos memes. E o mais rápido possível! Não quero, porém, ceder à tentação de atiçar humores indignados em troca de aplausos fáceis. Me restam, portanto, o registro(✓), a observação (✓) e a impressão de que vivo num mundo perigoso e hostil, ávido por reduzir o outro (até o Papa!) à sua porção ideológica e por transformar todas as relações numa guerra na qual são permitidos apenas os papéis de aliado ou de inimigo. Medo.

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 28 de março de 2023

Elos cabulosos - Rodrigo Constantino

Revista Oeste

Falar de possíveis ligações entre o partido do atual presidente e o crime organizado não é ser teórico da conspiração, mas simplesmente ser capaz de fazer perguntas pertinentes 

Senador Sergio Moro | Foto: Marcelo Chello/Shutterstock

Senador Sergio Moro | Foto: Marcelo Chello/Shutterstock

Em 2019, a TV Record divulgou trecho de áudio interceptado pela Polícia Federal (PF) que apresentava o tesoureiro” do PCC xingando Sergio Moro, reclamando do então novo governo Bolsonaro e lamentando a perda do “diálogo cabuloso” que a organização criminosa mantinha com o PT. Em delação premiada, segundo a revista Veja, Marcos Valério disse que o ex-prefeito Celso Daniel teria um dossiê com detalhes de financiamento ilegal de petistas, e que havia uma relação do PT com o PCC.

Nada disso é exatamente novidade para quem acompanha a esquerda radical latino-americana com mais atenção. Mas tudo fica mais bizarro pela cronologia dos acontecimentos. Num dia, veio à tona que Lula afirmou que “só vai ficar bem quando foder Moro”, e que seu desejo constante na prisão era se vingar do juiz da Lava Jato. 
No dia seguinte foi desbaratado pela PF um plano do PCC para matar Moro e outras autoridades. Coincidência?

O risco de países latino-americanos virarem narcoestados é bastante real, e não podemos deixar a mídia levantar cortinas de fumaça para proteger o PT

A mídia está desde então num esforço frenético de cortar qualquer elo possível entre o PT e o PCC. 
Cabe aqui o resgate sobre as FARC, entidade criminosa que sequestrava e praticava tráfico de drogas em nome do comunismo, e sempre foi defendida pelo Foro de SP.  
É importante tal resgate, pois a Colômbia virou um campo de guerra por conta do narcotráfico em nome da causa esquerdista, e, sem Alvaro Uribe e nas mãos de um comuna, o país flerta novamente com o caos.
grupos armados
Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC): 
organização paramilitar de inspiração comunista - 
 Foto: Reprodução/Redes sociais

O risco de países latino-americanos virarem narcoestados é bastante real, e não podemos deixar a mídia levantar cortinas de fumaça para proteger o PT. FARC é a sigla de Fuerzas Amadas Revolucionárias de Colombia. Trata-se de um grupo guerrilheiro de esquerda atuando há mais de 50 anos na Colômbia. É o mais antigo do mundo. Escondidos na selva, antigamente faziam atentados em Bogotá e chegaram mesmo a metralhar o Palácio da Justiça.

Durante muito tempo, eles se mantiveram afastados dos cartéis de Cali e de Medellín, mas acabaram se aliando aos traficantes de drogas, de tal modo que hoje formam o que foi chamado de narcoguerrilha, que continuou atuando mesmo após a morte de Pablo Escobar, o chefão do tráfico. 
Na falta do Ouro de Moscou repassado a Havana, as FARC ficaram sem capital para financiar sua guerrilha revolucionária. 
E, sem capital, não há capitalismo nem revolução comunista.
 
Com Hugo Chávez na Venezuela, as FARC ganharam um novo aliado. Chávez era alinhado com os governos do PT no plano internacional para o “socialismo do século 21”. 
O apoio ao golpista Manuel Zelaya em Honduras, a Daniel Ortega na Nicarágua e aos tirânicos governos fundamentalistas islâmicos no Irã, além da proximidade com os irmãos Castro em Cuba são claras evidências dessa ligação internacional. Vários desses regimes operam hubs de tráfico internacional de drogas.
O PT, que sempre apoiou Chávez e depois Maduro, não considera as FARC um grupo guerrilheiro, mas, sim, um “movimento social”. 
 Deve ser por isto que representantes das FARC têm participado das reuniões do Foro de SP. Foi com o esforço do Foro de SP que um acordo de “paz” foi selado entre o governo colombiano, já depois de Alvaro Uribe, e as FARC, para que esta “abandonasse” as armas e virasse um partido político.
 
Juan Manuel Santos, o esquerdista que substituiu Uribe, fez um plebiscito a respeito de um acordo em que as FARC abandonariam a guerrilha e em troca podiam fundar um partido político e lançar candidaturas ao Congresso, tendo ainda dez vagas garantidas, independentemente dos votos recebidos! Reserva de mercado eleitoral? Cotas guerrilheiras? Democracia cucaracha? [bom lembrar que aqui no Brasil é seguido o injusto sistema de cotas - em detrimento do mérito e/ou da necessidade; em novembro/22, estava previsto em lei o reexame da lei da cotas estudantis',que poderiam até ser extintas,só que o tema caiu no esquecimento.] deveria ser feito uma consulta para acabar.
Não custa lembrar que Lula já disse haver “excesso de democracia” na Venezuela chavista.

O tráfico de armas e drogas “eram” fontes de receita para as FARC, e estimam que a narcoguerrilha seja responsável por cerca de 30% do mercado de distribuição e exportação de cocaína na Colômbia. Entre 1997 e 2004, quase 5 mil pessoas passaram pelos cativeiros mantidos pelas FARC em seus acampamentos. Um dos sequestros famosos foi o da escritora e então senadora Ingrid Betancourt, que foi candidata à Presidência nas eleições de 2002.

Diante desse quadro assustador, cabem algumas perguntas. 
Por que o PT fundou, em 1990, o Foro de São Paulo, ao lado de ditadores, como Fidel Castro, que sempre simpatizaram com a luta das FARC? 
Por que as reuniões desse Foro acontecem até hoje, muitas vezes com a participação do presidente Lula, legitimando assim a luta das FARC? 
Um dos mentores dessa aliança nefasta foi Marco Aurélio Garcia, o ministro “top top” que era bastante próximo de Lula.  
Dirceu, por sua vez, foi treinado em Cuba para ser um guerrilheiro. 
 
Por que as FARC saudaram a vitória de Lula para presidente em 2002, sendo que o próprio preferiu o silêncio, ao invés de repudiar tal demonstração de afeto vindo de terroristas? 
Por que o governo Lula se recusou a reconhecer as FARC pelo que são, ou seja, um grupo terrorista? 
Por que, durante o governo de Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul, o representante das FARC, Hernan Rodriguez, foi recebido no Palácio Piratini pelo próprio governador? 
Fora isso, não podemos esquecer a denúncia de dentro da própria Abin relatando o apoio financeiro de US$ 5 milhões das FARC para candidatos petistas.
 
O PT insiste muito na questão sobre quem mandou matar Marielle Franco, a vereadora do Psol assassinada. 
Mas, curiosamente, o mesmo PT não tem a menor curiosidade de saber quem mandou matar Jair Bolsonaro, quando um esquerdista ex-filiado ao mesmo Psol deu uma facada quase fatal no então candidato de direita
O PT quer combater somente alguns crimes, enquanto outros ele parece ignorar — ou até defender, como os invasores do MST ou os sequestradores das FARC.

A América Latina viu vários países caírem nas garras do narcotráfico, e o Foro de SP, idealizado e criado pelo PT, ao lado do ditador comunista Fidel Castro, acaba endossando esse caminho. Falar de possíveis ligações entre o partido do atual presidente e o crime organizado não é ser teórico da conspiração, mas simplesmente ser capaz de traçar elos evidentes e fazer perguntas pertinentes. Perguntas que nossa velha imprensa prefere não fazer, pois sempre preferiu tratar o Foro de SP como uma maluquice de Olavo de Carvalho, enquanto finge que Lula veio “salvar a democracia”.

Os nossos militantes disfarçados de jornalistas reagem como se tais questionamentos fossem já absurdos e coisa suja da “extrema direita”, mas cabe fazer um exercício hipotético: e se houvesse um vídeo de Bolsonaro dizendo que desejava acabar com Marielle Franco? Qual seria a reação da imprensa?

Leia também “A crise bancária norte-americana”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste


quarta-feira, 22 de março de 2023

Frases de Margareth Thatcher que a esquerda gostaria de proibir.


Ninguém se lembraria do Bom Samaritano se ele só tivesse boas intenções. Ele possuía também dinheiro.

O problema com o comunismo é que um dia o dinheiro dos outros acaba.

Qualquer mulher que entenda os problemas de cuidar de uma casa está muito perto de entender os de cuidar de um país.

Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é.

Os socialistas gritam ‘Poder ao Povo' e erguem o punho cerrado enquanto o dizem. Todos nós sabemos que o que realmente querem dizer éPoder sobre as pessoas, Poder ao Estado.

Deixe-me dizer em que acredito
- no direito do homem de trabalhar como quiser, de gastar o que ganha, de ser dono de suas propriedades e de ter o Estado para lhe servir e não como seu dono. 
Essa é a essência de um país livre, e dessas liberdades dependem todas as outras.

Eu entrei no governo com um objetivo: transformar o país, de uma sociedade dependente em uma sociedade autoconfiante, de uma nação dê-para-mim em uma nação faça-você-mesmo.

Não existe dinheiro público. Existe apenas dinheiro do pagador de impostos.

Não pode haver liberdade sem liberdade econômica.

Um estado deve ser um servo. E não um mestre!

Eu não devo nada ao movimento de libertação das mulheres... o feminismo é puro veneno.

 

domingo, 19 de março de 2023

O desfecho da trilogia sobre o ‘império do mal’ - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

Desde que Lenin derrubou a nascente democracia parlamentar da Rússia para estabelecer uma ditadura brutal, muitas outras nações caíram nas iscas travestidas de “igualdade para todos” 

O selo com Stalin e Mao Zedong | Foto: Baka Sobaka/Shutterstock

  O selo com Stalin e Mao Zedong | Foto: Baka Sobaka/Shutterstock 

 E chegamos à parte final de nossa trilogia sobre o comunismo. É claro que um assunto tão complexo, tão enraizado em detalhes e ações contadas em diferentes eventos históricos não poderia ser explorado na sua totalidade em apenas três artigos. Mas precisamos de um (re)começo — precisamos levantar esse tapete da barbárie e expor aos nossos herdeiros que o atual fascínio pelo “novo” socialismo/comunismo é nocivo, enganoso, vil e perigoso. Lembro que, em novembro do ano passado, em virtude do aniversário da queda do Muro de Berlim, postei algumas fotos sem legenda da queda do muro, em 1989, em meu Instagram. Para a minha grande surpresa, fiquei espantada com a quantidade de mensagens de jovens que não faziam a menor ideia do que eram aquelas imagens. Não conhecer a história é perigoso demais.
Há muitas razões além da história para refletirmos sobre o legado do comunismo. Desde que Vladimir Lenin derrubou a nascente democracia parlamentar da Rússia, em 1917, para estabelecer uma ditadura brutal, muitas outras nações caíram nas iscas travestidas de “igualdade para todos” chamadas de comunismo — muitas vezes, dissimuladas e maquiavelicamente empacotadas de apenas “socialismo”.
 
O comunismo promete igualdade, mas oferece escassez para todos, exceto para as elites em seu aparato
Ele lança a justiça social e oferece escravização em massa, miséria generalizada, desconfiança social e punição severa para todos os que discordam do sistema. 
Vimos esses fenômenos acontecerem em todo o mundo, na China, na Coreia do Norte, no Sudeste Asiático, na Europa Oriental pós-Segunda Guerra Mundial, Cuba, América Central e, talvez mais notavelmente visível para nós, brasileiros, hoje com a fome e o caos da Venezuela.
A queda do Muro de Berlim, 1989 | Foto: Wikimedia Commons
O comunismo toma conta da China e além
Antes de a China se tornar um país comunista, houve um período de 37 anos, começando em 1912, com um governo provisório, depois a Primeira República da China, a Segunda República Nacionalista da China e depois a República Constitucional da China. Antes desse período, a China era governada por dinastias imperiais.

Em julho de 1921, o Partido Comunista da China é formado pelos revolucionários Chen Duxiu e Li Dazhao, que se tornaram marxistas após a vitória bolchevique na Revolução Russa. Em 1927, o PCC fica sob o controle de Mao Zedong, e, em 1947, Mao lidera uma revolução para que, em 1º de outubro de 1949, seja declarado o estabelecimento da República Popular da China, sob o regime do Partido Comunista.

Na divisão sino-soviética da década de 1950, Mao rompeu com o marxismo-leninismo tradicional e desenvolveu o maoismo, a interpretação chinesa do comunismo. Os maoistas iniciaram uma forte tradição comunista, instituindo o Grande Salto Adiante e a Revolução Cultural.  
Em 1958, o Grande Salto é colocado em prática, com o objetivo de desviar a economia da China da agricultura para a indústria — em apenas cinco anos. O resultado foi uma das maiores barbáries contra a vida humana da história
Pelo menos 30 milhões de pessoas morreram de fome em apenas quatro anos. 
Além disso, as reformas agrárias de Mao levaram milhões à morte em execuções públicas em campos de trabalho. Na revolução cultural, Mao derrubou seus inimigos, perseguiu quase 300 mil intelectuais e dissidentes do comunismo na Campanha Antidireitista, e milhões de pessoas foram mortas ou perseguidas por apenas discordarem do regime.

Em apenas alguns anos, o Grande Salto também causou enormes danos ambientais na China. O plano de produção de aço resultou em florestas inteiras sendo derrubadas e queimadas para abastecer as fundições, o que deixou a terra aberta à erosão. O cultivo denso e a lavoura profunda despojaram as terras agrícolas de nutrientes e também deixaram o solo agrícola vulnerável à erosão. Líderes comunitários ansiosos exageraram em suas colheitas, na esperança de agradar à liderança comunista, mas este plano saiu pela culatra de forma trágica. Como resultado da superprodução, os funcionários do partido levaram a maior parte da colheita para as cidades, deixando os fazendeiros sem nada para comer. As pessoas no campo começaram a passar fome.

Em 1960, uma seca generalizada aumentou a miséria do país, e as pessoas no campo não conseguiam mais plantar sequer para sobreviver. No final, por meio de uma combinação de políticas econômicas desastrosas e condições climáticas adversas, cerca de 20 a 48 milhões de pessoas morreram na China. A maioria das vítimas morreu de fome no campo. O número oficial de mortos do Grande Salto é de 14 milhões, mas a maioria dos estudiosos concorda que esta é uma subestimação substancial, já que todos os dados vindos dos comunistas não são confiáveis.

(...)

Umas das páginas mais sangrentas da comunista China foi escrita recentemente, em 1989: o Massacre de Tiananmen Square. Protestos liderados por estudantes que pediam democracia, liberdade de expressão e liberdade de imprensa tomaram as ruas de algumas cidades da China.

Quando a presença inicial dos militares não conseguiu conter os protestos, as autoridades chinesas decidiram aumentar sua agressão, e os protestos foram interrompidos em uma repressão mortal.  
Em 4 de junho, soldados e policiais chineses invadiram a Praça da Paz Celestial, disparando balas reais contra a multidão. 
Repórteres e diplomatas ocidentais em Pequim naquele dia estimaram que milhares de manifestantes foram mortos no Massacre da Praça da Paz Celestial e até 10 mil pessoas foram presas. 
 
 Mais de três décadas depois que as tropas usaram força assassina para expulsar os manifestantes da Praça da Paz Celestial e do centro de Pequim, encobrir esse crime tornou-se uma tarefa árdua. 
Mesmo assim, a máquina de segurança da China está pronta para censurar e prender aqueles que falam abertamente sobre os eventos de 1989. Todos os rastros de imagens desse trágico dia foram excluídos dos cachês da vida cibernética chinesa. A história foi simplesmente apagada.
Tanques chineses em Pequim, julho de 1989 - 
 Foto: Wikimedia Commons

Isto é apenas uma pontinha do iceberg de terror de um país que é regido por quem respira o comunismo, por quem usa a foice e o martelo como símbolos de orgulho. A mesma foice e martelo usados pelo atual ministro da Justiça no Brasil, Flávio Dino, e que recentemente declarou que “era comunista, sim, graças a Deus”.

(...) CLIQUE E LEIA MATÉRIA COMPLETA

Recomendações de alguns livros, filmes e séries sobre o comunismo:

Livros: Fome na Ucrânia (Gareth Jones); Lenin, um Retrato Íntimo (Victor Sebestyen); A Grande Fome de Mao (Frank Dikotter); Fome Vermelha, a Guerra de Stalin na Ucrânia (Anne Applebaum); Stalin, a Biografia de um Ditador (Oleg V. Khlevniuk); O Livro Negro do Comunismo, Em Busca de Sentido (Viktor Frankl)

Filmes: A Sombra de Stalin; Colheita Amarga; Goobdye Lenin

Séries: Trostky; Como se Tornar um Tirano; Chernobyl

Documentários: The Killing Fields; Segunda Guerra em Cores; O Colapso da União Soviética

Leia também “O nascimento do ‘império do mal'”

Revista Oeste 

 

quinta-feira, 9 de março de 2023

O nascimento do “império do mal” (Primeira parte) - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

Sob a nova economia estatal, tanto a produção industrial quanto a agrícola despencaram. Estima-se que 5 milhões de russos morreram de fome em 1921 

 Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Lenin e Josef Stalin | Foto: Domínio Público

 Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Lenin e Josef Stalin | Foto: Domínio Público
 
Na edição da semana passada de Oeste, resolvi trazer para a nossa resenha o descalabro da apologia ao comunismo que testemunhamos no Carnaval no Brasil
Escolas de samba homenageando a nefasta ideologia, que matou mais de 110 milhões de pessoas no mundo, e figuras como Flávio Dino, atual ministro da Justiça, usando roupas e acessórios que brindam ditadores que sustentaram regimes totalitários através do comunismo. 
A pergunta que fazemos hoje é o que não estão ensinando nas escolas para que nossos filhos não questionem esse grotesco enaltecimento de homens abomináveis que assassinaram milhões de homens, mulheres e crianças?
escola de samba comunismo
Escola de samba faz apologia do comunismo, 
durante desfile de Carnaval em Florianópolis – 19/2/2023 - 
 Foto: Reprodução
Em 1987, em um discurso numa convenção dedicada a melhorar a vida de crianças pelo mundo, o então presidente norte-americano, Ronald Reagan, um dos homens que bravamente lutaram contra o comunismo durante toda a sua vida, disse:  
“A liberdade nunca está a mais de uma geração da extinção. Nós não passamos a liberdade para nossos filhos na corrente sanguínea. Devemos lutar por ela, protegê-la e entregá-la para que façam o mesmo”. 
Ou seja, a liberdade não será protegida se não protegermos a história daqueles que tentarão reescrever as páginas da humanidade manchadas pela maldade e pelo sangue de milhões de mortos. 
Como também disse Reagan, você difere um comunista de um anticomunista entre alguém que lê Marx e Lenin e alguém que entende Marx e Lenin.
 
Não podemos mais esperar as escolas. Temos de tomar as rédeas do que está ficando de fora de currículos e dos debates escolares. Já a Escola de Frankfurt fez o seu trabalho como planejado, infiltrou brilhantemente a revolução marxista e o pós-modernismo onde as sementes são germinadas. 
O meio acadêmico — dos pequenos aos grandes — está infestado de professores doutrinadores que empurram sem pestanejar o “manual da bondade” de Marx e seus discípulos. 
Nossos alunos não apenas sofrem com uma verdadeira lavagem cerebral, mas são privados do conhecimento dos fatos. Faça um teste: pergunte a um jovem o que aconteceu com o Muro de Berlim. Não se surpreenda se ele apenas responder que o “muro caiu, como um celeiro velho”, sem mencionar que, na verdade, ele foi derrubado.

Então, mãos à obra. Farei a minha parte aqui na companhia de vocês. É claro que seria impossível em poucos textos mostrar todas as nuances da covarde história do comunismo no mundo. Mas também não economizarei palavras e parágrafos neste artigo — e no que será publicado na próxima semana. Aqui em Oeste, jamais deixaremos que adoradores do regime mais bárbaro da humanidade apaguem o que fizeram. Honraremos o legado de líderes como Ronald Reagan, João Paulo II e Margaret Thatcher, que lutaram bravamente contra o “império do mal”, como o presidente norte-americano certa vez definiu a ideologia.

Ronald Reagan segurando a camiseta Stop Communism 
Central America, em South Lawn, 7/3/1986 - 
Foto: Wikimedia Commons

O comunismo se espalhou durante o século 20 e foi uma parte fundamental da Guerra Fria. Mas, exatamente, o que é comunismo? Embora o significado exato possa variar de acordo com o contexto, o comunismo é uma ideologia política e econômica que geralmente busca a criação de uma sociedade “sem classes”, por meio da intervenção do Estado e do controle sobre a economia e a sociedade. Os políticos comunistas procuram assim eliminar as hierarquias tradicionais e criar uma sociedade “livre da desigualdade de classes” e da “exploração dos trabalhadores”.

(...)

Sob o comunismo de guerra, Lenin rapidamente nacionalizou toda a manufatura e a indústria em toda a Rússia soviética, até confiscando grãos excedentes de camponeses para alimentar seu Exército Vermelho

Desde seu início, há mais de um século, o comunismo, que diz clamar por uma sociedade sem classes, na qual tudo seja compartilhado igualmente, passou por uma série de mudanças nos métodos revolucionários para que os objetivos fossem alcançados, mesmo em 2023. 
O que começou em 1917, na Rússia, se tornou uma revolução global sinistra, criando raízes em países tão distantes quanto a China e a Coreia, o Quênia e o Sudão, Cuba e Nicarágua. 
Lançado a partir da Revolução de Outubro, de Lenin, a ideologia se espalhou para a China, com a ascensão de Mao Zedong ao poder, e para Cuba, com a chegada de Fidel Castro. O comunismo foi a ideologia por trás de um lado da Guerra Fria e teve um declínio simbólico com a queda do Muro de Berlim, embora atualmente ele venha ganhando adeptos e defensores exatamente pela falta de conhecimento histórico.

Karl Marx e a semente do comunismo

A linha do tempo do comunismo começa a ser delineada em 21 de fevereiro de 1848, quando o filósofo alemão Karl Marx e Friedrich Engels publicaram O Manifesto Comunista, convocando uma revolta da classe trabalhadora contra o capitalismo. 
Seu lema, “Trabalhadores do mundo, uni-vos!”, rapidamente se tornou um grito de guerra popular. Marx e Engels pensavam no proletariado como os indivíduos com força de trabalho, e na burguesia como aqueles que possuem os meios de produção numa sociedade capitalista. O Estado sonhado por Marx e Engels passaria por uma fase, muitas vezes considerada como um socialismo, para, finalmente, estabelecer-se em uma sociedade comunista pura.

Capa da primeira publicação do Manifesto Comunista, 
em fevereiro de 1848, em Londres | Foto: Wikimedia Commons

Clique Aqui, para matéria completa - Liberada Revista Oeste

Leia também “Uma festa sem máscaras e sem vergonha”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


sábado, 11 de fevereiro de 2023

Comunismo, fascismo e nazismo - Percival Puggina

O fascismo nasceu em 1919 e assumiu o poder na Itália em 1922. Desde então, por ser uma ideologia anticomunista, os comunistas passaram a chamar os não comunistas de fascistas. Esse xingamento, então, já rola há um século e está incorporado e automatizado no linguajar da esquerda.

As palavras, na expressão oral de gente séria, têm o significado que lhes é próprio. Principalmente se o vocábulo incorpora uma definição. Não posso chamar um piano de tecladinho nem um tecladinho de piano. Por outro lado, para gente confiável, afirmações feitas com palavras expressam ideias em relação às quais, quem fala, assegura consistência suficiente para não voltar atrás antes de sólida refutação. Essas pessoas não fazem como Lula que tem um discurso em cada ambiente, nem imputam aos outros infâmias que não lhes correspondem.

Ter consciência disso é importante para que cada um de nós, no íntimo, estabeleça padrões de credibilidade a quem emerja na liderança da sociedade. Não se trata de buscar o discurso mais empolgante, mas de certificar-se da consistência e da perseverança em relação ao que seja dito.

Recentemente, alguém escreveu que Putin não está apenas defendendo seu país, mas enfrentando uma guerra contra os fascistas. Pronto! Podemos discutir por meses a fio as razões de lado a lado. O que não é aceitável é chamar “fascista” os principais países da OTAN que não concedem a Putin razões suficientes para destruir a Ucrânia.

O pior dessa história é que se a Rússia de Putin entrar em guerra contra a China de Xi Jinping, essas mesmas pessoas estarão chamando Putin de fascista porque o líder chinês é bem mais comunista do que o russo. Passo seguinte, se, um dia, China e Coreia do Norte se desentenderem, como nada é mais comunista que Kim Jong-un, a China será o lado fascista para esse dicionário boquirroto.

Resguarde-se desse tipo de gente. Desconfie de todo discurso que tenha mais adjetivos do que substantivos. E saiba: comunismo, fascismo e nazismo são tão danosos que as diferenças entre eles chegam a ser sutis diante de seus colossais malefícios, mesmo no plano meramente ideológico. Na prática, o nazismo acabou, o fascismo acabou, mas o comunismo, desastradamente, persiste.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Parabéns, Ronald Reagan! - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo = VOZES

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Ronald Wilson Reagan foi um ator e político norte-americano, o 40.º presidente dos Estados Unidos. Ele nasceu no dia 6 de fevereiro de 1911, em Tampico, Illinois. 
Deixou como legado coisas incríveis, como a recuperação da economia americana e a derrocada do império soviético e da Alemanha comunista.

Tratado como um cowboy beligerante, um ator idiota e um sem noção, Reagan foi capaz de resgatar o orgulho patriótico dos americanos, sempre com sua visão otimista e seu alto astral. Até mesmo para denunciar os absurdos comunistas e destacar as diferenças do regime soviético para o americano, Reagan lançava mão de piadas divertidas e tornava o embate bem mais leve.

Ronald Reagan tinha muitas falhas, sem dúvida, e errou em alguns pontos durante seu governo. Mas o resultado líquido é altamente positivo, especialmente no que concerne à recuperação tanto da economia como da moral do povo. 
Não custa lembrar que ele assumiu a presidência após os catastróficos anos de Jimmy Carter, numa era de estagflação por conta dos excessivos gastos do governo, prejudicada ainda mais pela crise do petróleo.

De família pobre e com pai alcoólatra, Reagan teve uma infância difícil. Mas ainda assim aprendeu valores básicos, como a crença nos direitos individuais, a desconfiança da autoridade estabelecida, a capacidade de manter uma postura positiva mesmo diante de más notícias e uma autoconfiança derivada da noção de que o conhecimento mais importante está em distinguir o certo e o errado. Ele não usou sua infância difícil como justificativa para posar de vítima, e sim para aprender lições e superar os obstáculos na vida.

Um traço importante de sua personalidade que veio a ser muito útil depois era não se importar muito com quem fica com os créditos de uma boa ação, e sim com a ação em si. A potencialidade humana tende ao infinito quando não nos importamos com os créditos de nossos atos corretos, quando estamos mais focados em fazer o certo do que receber aplausos da platéia. Reagan era assim, e tinha uma frase com essa mensagem em seu escritório durante seu mandato.

Um dos grandes méritos de Reagan, que havia sido ator, era a simplicidade de sua linguagem, a forma direta e objetiva com a qual expressava suas idéias. Não por acaso os “intelectuais” detestavam Reagan, considerado um idiota por boa parte da elite americana. Em 1981, por exemplo, falando para estudantes, ele foi categórico ao afirmar que o ocidente iria dispensar o comunismo como um capítulo bizarro da história humana, cujas últimas páginas estariam naquele momento sendo escritas. Isso foi dito numa época em que muitos desses “intelectuais” ainda defendiam o regime comunista.

Reagan era um sujeito objetivo e sincero, e tachou de “império maligno” a União Soviética, o que mais tarde ficou evidente ser o caso. Ele era capaz de separar com clareza o certo do errado, algo que muitos relativistas ainda hoje condenam. Sua convicção moral o afastou muitas vezes do pragmatismo presente no mundo da política. Ele não costumava contemporizar muito com o lado podre, ainda que se visse forçado a escolher o ruim para evitar o péssimo de vez em quando. Ele pode ser considerado uma espécie de visionário, focando no futuro enquanto todos pensavam no imediato.

Apesar de divorciado, Reagan sempre enfatizou muito a importância dos valores familiares. Para Dinesh D'Souza, ele conquistou a afeição do povo americano por parecer um sujeito comum, e o povo se identificava com ele. Por oito anos consecutivos, a pesquisa da Gallup mostrou Reagan como o homem mais admirado no país, e quando ele deixou o cargo de presidente, sua taxa de aprovação estava em 70%, a mais alta de qualquer presidente americano moderno. Sua característica de grande comunicador, somada ao sucesso econômico, explicam boa parte dessa popularidade também.

Sua política econômica ficou conhecida como “Reaganomics”, e consistia basicamente em redução de impostos, desregulamentação e maiores gastos com defesa.  
Quando assumiu o poder, a inflação estava em dois dígitos, próxima dos 12% ao ano. 
A firme atuação de Paul Volcker no Federal Reserve, apoiada por Reagan, foi fundamental para conter a espiral inflacionária. 
Houve uma fase necessária de ajuste, como a ressaca inevitável de um bêbado, mas logo depois o país entrou num período de sete anos de crescimento ininterrupto. A retomada do crescimento econômico gerou quase 20 milhões de novos postos de emprego, e Reagan dizia que não há melhor programa social que o emprego.

O propósito de um programa de governo deveria ser justamente eliminar a necessidade de sua própria existência, o oposto do que ocorre no assistencialismo do welfare state. O objetivo de seu governo era criar um ambiente estimulante para a energia criativa dos empreendedores. Uma de suas primeiras medidas foi acabar com o controle de preços da gasolina, vigente por uma década. Isso contribuiu muito para o fim da crise de energia.

Ele condenava o protecionismo, considerando a abertura comercial uma grande força americana, enquanto muitos temiam a “invasão” dos produtos importados. O grande erro econômico de Reagan foi não ter cortado os gastos públicos. Na verdade, a dívida pública triplicou durante seu mandato. Este foi, sem dúvida, seu grande pecado como presidente, ainda que seja muito mais fácil criticar do que fazer, principalmente levando-se em conta o contexto da Guerra Fria.

Quando seu plano estratégico de defesa na guerra foi anunciado, seus críticos logo o apelidaram de “Guerra nas Estrelas”, por causa do famoso filme de mesmo nome. 
No entanto, o tempo mostrou que o plano fazia sentido, e os soviéticos ficaram pressionados por não terem a menor condição de acompanhar a escalada de investimentos militares. 
Isso fez com que Thatcher concluísse que Reagan venceu a guerra fria sem disparar um único tiro. 
Quem credita Gorbachev em vez de Reagan pelo colapso comunista o faz ou por má-fé ou por ignorância. 
O líder soviético, apoiado pelo Politburo, objetivava, na verdade, salvar o regime falido.  
Foi Reagan que, com seu programa militar, colocou de vez um ponto final na guerra fria, levando à queda do muro de Berlim em 1989, assim como à democratização de várias ditaduras, principalmente na América Latina. Reagan deu o empurrão final no regime que vinha desmoronando por suas próprias falhas intrínsecas.

O grande tema abordado frequentemente por Reagan era a intromissão e incompetência do governo, além de sua completa inabilidade para resolver os problemas das pessoas. Para ele, o approach do governo na economia poderia ser resumido assim: “Se algo se move, taxe-o; se ele continua se movendo, regule-o; e se ele parar de se mexer, subsidie-o”. Um governo central grande era visto por ele como um grande obstáculo para a liberdade, e um instrumento ruim para garantir a justiça.

A lição que ele extraía da era moderna é que colocar poder demais nas mãos do Estado coercitivo era muito perigoso. Ele se opunha ao coletivismo comum de seu tempo. Não é possível controlar a economia sem controlar as pessoas, e Reagan entendia isso. Os elevados impostos e a burocracia incompetente foram seus grandes inimigos internos, enquanto o comunismo era seu alvo externo.

Reagan fazia analogias simples, mas que passavam bem sua mensagem. 
 Certa vez ele comparou o governo a um bebê, com um canal de alimentação com apetite enorme de um lado e nenhum senso de responsabilidade do outro.  
Em sua gestão, tentando melhorar a eficiência do governo, tentou colocar as melhores pessoas no comando e delegar autoridade. 
Sua equipe era formada por pessoas que muitas vezes nem mesmo compartilhavam de suas visões gerais, e para Reagan, era importante que o funcionário tivesse que ser persuadido a ir para o governo, em vez de ser alguém em busca de um cargo público. 
Era um homem de ação, e por tudo isso somado, foi sem dúvida um grande líder.

Não obstante seus defeitos como pessoa e seus erros enquanto presidente, Ronald Reagan merece respeito e admiração por todos aqueles que defendem a liberdade individual. Recordar de suas principais mensagens e aprender as lições básicas que ele tentou passar é a melhor homenagem que pode ser feita a Reagan nessa data.

Rodrigo Constantino,  colunista - Gazeta do Povo - VOZES