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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

PUTIN E AS RAZÕES DO LOBO - Percival Puggina

Enquanto escrevo estas linhas, representantes ucranianos e russos estão reunidos em Belarus para um papo entre lobo e cordeiro. Nas últimas 48 horas, cerca de 350 mil civis cruzaram a fronteira com a Polônia, abandonando o país. Desde os tempos de Lênin, a Ucrânia tem sido o cordeiro da fábula em suas relações com a Rússia. A história é sempre a mesma, a Ucrânia tem razão e perde; a Rússia está errada e ganha.

Não surpreende, então, que os ucranianos queiram ficar no agasalho do artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte, espécie de todos por um e um por todos em caso de agressão externa. Putin considera isso inaceitável em suas fronteiras. Aliás, o tirano russo considera inaceitável tudo que o desagrada. Convenhamos, a propósito: aqui no Brasil tem gente exatamente assim, sentada em cadeira de espaldar alto e caneta de ouro na mão.

Assisti, há bem poucos dias, uma entrevista em que Putin se conduz como o lobo da fábula. Na perspectiva dele, a Ucrânia  está servindo às estratégias da OTAN. Esta, através da Ucrânia, está sujando a água do lobo. A Rússia, no caso ele, seu tirano há duas décadas, não pode permitir armamento da OTAN em suas fronteiras.

Essa eu acho que posso ensinar para o Putin. Quem é natural de uma fronteira, como eu sou, tendo nascido em Santana do Livramento (fronteira com o Uruguai), entende de fronteira. Fronteira tem dois lados, Putin. Não existe zona neutra, terra de ninguém, numa fronteira. Ao invadir a Ucrânia, Putin empurra a própria fronteira e instalará nela bases militares. Com esse avanço, a Rússia passará a fazer fronteira com Polônia, Romênia, Hungria  Eslováquia e Moldávia.

Ademais, Belarus, ou Bielorrússia, é nação amiga da Rússia. Em plebiscito encomendado, aprovou a presença de armas nucleares em seu território. Pouco se fala  nisso, mas com tais relações e a Rússia estende suas fronteiras militares até a Polônia e a Lituânia, avançando ainda mais na direção do leste europeu. E da OTAN, obviamente. [um comentário, talvez uma pergunta, defina melhor: a Otan a pretexto de evitar um hipotético avanço da Rússia rumo as suas fronteiras, impõe à Ucrânia uma associação à NATO, levando sua influência/presença militar até as fronteira da Rússia?] 

Vale a pena conferir: PUTIN É O “LOBO DO HOMEM” - Sérgio Alves de Oliveira

O fato de o presidente da Ucrânia ser um Danilo Gentili globalista, com cabecinha de Felipe Neto, apoiado pela esquerda do Ocidente, não altera a natureza do perigo que está se formando na Ásia com a tirania de Putin e o totalitarismo do Partido Comunista Chinês. 

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


POR QUE O NÚMERO DE HOMICÍDIOS VEM CAINDO? - Roberto Motta

Desde 2018 o número de homicídios vem caindo no Brasil (a exceção foi 2020). A explicação para a queda, segundo os “especialistas” da TV, é a “profissionalização” dos traficantes.

Antes de rir dessa "explicação", saiba disso: as estatísticas criminais brasileiras são produzidas e interpretadas por ONGs de esquerda.

São as mesmas ONGs que defendem ideias como liberação das drogas, "desencarceramento", "desarmamento", "desmilitarização" da polícia, suspensão das operações policiais nas favelas do Rio (ADPF 635) e "garantismo penal".

"Garantismo" é a doutrina que afirma que só os direitos dos criminosos é que importam.

Os absurdos que essas ONGs dizem sobre as estatísticas criminais se tornam a versão oficial divulgada pela mídia, aceita pelo Estado e ensinada nas escolas e universidades.

Mas a verdade é essa:

É impossível dizer com certeza qual é a razão da queda dos homicídios, porque nenhum pesquisador independente e sério tem acesso aos dados. Eles só estão disponíveis para as ONGs de esquerda.[cujo compromisso com a verdade e com tudo tenha algum valor é menor que ZERO.]

Alguns homicídios são resultado do tráfico, outros são resultado de assaltos, outros resultam de disputas domésticas. [não pode ser esquecido que se a vítima for afrodescendente a motivação do homicídio passa automaticamente a ser racismo - apesar de em alguns homicídios vitimando pessoas negras e classificados de imediato pela mídia militante como racismo, nenhum dos indiciamentos foi por racismo. Vale o mesmo se a vítima for alguém do grupo "LGBT ... 'sopa de letras'".] Sem analisar o detalhe dos dados, pouco se pode dizer.

Mas, se os "especialistas" da TV podem dar o palpite deles, eu também vou dar o meu. Os homicídios estão em queda desde 2018 porque, finalmente, estão se levantando vozes relevantes que dizem que o criminoso deve ser reprimido, e não estimulado, pelo Estado.

Uma dessas vozes foi a do presidente Jair Bolsonaro. Isso faz uma diferença gigantesca, porque tudo começa com as ideias certas.

Quando essas vozes começarem a provocar mudanças estruturais - nas leis penais, na polícia e nos presídios - a queda da criminalidade será gigantesca e permanente.  
E seremos novamente - como já fomos até muito pouco tempo - um país normal e seguro para se viver.

Muita gente pergunta “por que a Direita não tem ONGs que tratam de segurança pública” ?

Resposta: As ONGs de esquerda recebem MILHÕES em doações todos os anos.

Abra uma ONG que não seja de esquerda e tente conseguir um real sequer de doação. [sendo o Brasil o país das cotas,sugerimos que seja estipulado por lei que um percentual sobre as doações às ONGs de esquerda seja transferido compulsoriamente para ONGs de direita. Esperamos que as cotas favorecendo ONGs de direita, não sejam declaradas inconstitucionais, em face do mandamento constitucional de "que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza ...". ]

Roberto Motta - Publicado originalmente na página do autor no Facebook


O Brasil e a crise entre Rússia e Ucrânia

Análise Política

A cautela do governo Jair Bolsonaro e da principal corrente de oposição (PT) é reflexo da complexidade dos impactos da crise russo-ucraniana sobre o Brasil.

O Brasil é parte do hemisfério ocidental, tem um alinhamento quase estrutural com os Estados Unidos e a Europa devido a fatores geográficos, históricos e políticos 
Mas é também um membro dos Brics com ambição global, o que impõe não apenas cuidados comerciais, mas também geopolíticos. Um exemplo na recente visita de Bolsonaro à Rússia foi o apoio à pretensão de o Brasil se tornar membro permanente do Conselho de Segurança.

Após um período marcado pela introdução de fortes elementos ideológicos na política exterior brasileira, a atitude até o momento do Itamaraty diante da crise no leste europeu retoma a linha desenvolvida desde pelo menos meados da década de 1970, ainda nos governos militares: equilibrar-se entre um pró-americanismo estrutural e os novos interesses de um grande país, o Brasil, desejoso de manter certa independência nos assuntos mundiais.

O “até o momento” se deve às crescentes pressões pelo alinhamento pró-ocidental.[pressões que o Brasil por sua condição de NAÇÃO SOBERANA deve ignorar. 
Não pode ser esquecido que os autores de tais pressões, até o presente momento,  se limitam a declarar aplicação de sanções econômicas - de efeitos duvidosos e pior de tudo, especialmente para a Ucrânia, demorados e um alegado de algumas centenas, se muito milhares de armas, que talvez por falta de quem as manuseie, com conhecimento, podem cair em mãos russas.] 

O elemento novo dessa guinada: os componentes mais ideológicos do governo e da sua base de sustentação parecem seguir a atitude, também até o momento, de Jair Bolsonaro, voltada a não confrontar a Rússia. Há dois componentes circunstanciais aí:

1) o fato de o governo Joe Biden não ser visto aqui nos círculos do poder como um aliado firme e,

2) as boas relações estabelecidas entre Bolsonaro e o presidente russo, Vladimir Putin.

Relações que se consolidam quanto mais Bolsonaro se convence de que Putin não é propriamente de esquerda, mas um nacionalista russo que se apoia no tradicionalismo e no conservadorismo para consolidar seu projeto e seu poder. [Mais uma vez o presidente Bolsonaro, assume a posição correta. Esqueçamos o comunismo - Putin não é comunista, pode, até ser ateu, mas um ateu que não cria obstáculos às outras religiões. Além do mais, a Rússia desejada por Putin e apoiada no 
conservadorismo, nacionalismo e tradicionalismo, que ele cultua, não combina com um comunismo que abomina e busca eliminar valores tais como: BONS COSTUMES, FAMÍLIA, MORAL, PROPRIEDADE, RELIGIÃO, TRADIÇÃO, LIBERDADE, PATRIOTISMO. O comunismo, colado ao esquerdismo progressista, tem como como objetivo maior implantar, estando algumas  em fase adiantada de imposição,  'invenções' tais como: ateísmo obrigatório, ideologia de gênero, linguagem neutra, ditadura das minorais, cotas para tudo e outras coisas piores e que resultarão no que mais o comunismo sabe fazer e tem tido êxito em várias nações, ou seja: "... uma fantasia que até hoje só produziu fome, miséria, escassez e escravidão no mundo ... ".]  E o detalhe curioso:  até outro dia, se o referencial político era Donald Trump, o ideológico era a Ucrânia pós-Maidan. Basta lembrar das faixas pela “ucranização” nas manifestações da base pró-Bolsonaro.

Há também um componente, não desprezível, de política regional. Não conviria ao Brasil uma consolidação da cooperação militar entre Rússia e Venezuela, o que introduziria um componente de instabilização na fronteira norte. Por implicar um fortalecimento relativo das capacidades militares de Nicolas Maduro em relação a nós, e também por ter, como consequência, um aumento da pressão americana sobre nossa fronteira amazônica.

Ainda sobre as relações com os Estados Unidos e a Europa, não é preciso gastar muito raciocínio para concluir que americanos e europeus apoiariam sem nenhum sofrimento uma alternativa “não-trumpista” a Jair Bolsonaro na sucessão. O PT já identificou bem esse potencial, e hoje busca repaginar-se como um partido social-democrata nos moldes europeus. Os ajustes em sua linha de política exterior falam por si.

Ainda em relação ao PT, a crise russo-ucraniana é um complicador no cenário em que o partido persegue não apenas alianças políticas ao chamado centro, mas também apresentar- se programaticamente mais distante de um perfil que poder ser descrito pelos adversários como “radical”.

Em tese, a velha tática da equidistância, do equilíbrio e do apelo a princípios gerais poderia servir de boia contra a enxurrada de pressões para um alinhamento antirusso. Mas apenas em tese, pois o equilíbrio e a equidistância hoje correm o risco real de serem caracterizados como alinhamento pró-Moscou. O esforço dos aparatos de construção da opinião pública por estes dias chega a ser inédito. Uma observação: os mesmos que criticavam as tendências antichinesas da fase anterior de nossa política externa, e pediam pragmatismo, hoje exigem o sacrifício das relações do Brasil com a Rússia.

O que não deve espantar, pois é apenas política. Será necessário observar agora os desdobramentos das múltiplas pressões sobre a posição brasileira. Cinco pontos de atenção:

O desfecho da crise russo-ucraniana será puramente militar ou em algum momento haverá um cessar-fogo, com as partes entrando em negociações? Há movimentos do governo ucraniano em favor de aceitar a neutralidade militar exigida pela Rússia, mas no momento o presidente Vladimir Zelensky não parece ter apoio interno suficiente para fazer esse movimento sem risco.

As eventuais pressões internas desencadeadas pelas duríssimas sanções vão minar a posição de Vladimir Putin?

• Qual será o impacto imediato sobre a economia brasileira?   
Até que ponto as sanções à Rússia terão consequência sobre os negócios desta com o Brasil?
 
• Qual será o comportamento do maior parceiro comercial do Brasil, a China, diante das sanções à Rússia? 
Que impacto isso terá sobre os negócios com o Brasil?

• Como reagirá o mercado global de energia, do qual a Rússia é um jogador-chave?

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político


domingo, 27 de fevereiro de 2022

Como a economia mundial sente os efeitos do ataque de Putin à Ucrânia - Ucrânia aceita negociar cessar-fogo com a Rússia

VEJA

Invasão causa destruição e pânico, e Biden e aliados reagem com sanções. Além das lamentáveis mortes, ação traz desdobramentos econômicos pelo planeta

Às 5h40 da manhã da quinta-feira 24, o presidente russo Vladimir Putin apareceu na TV, sentado em seu gabinete com uma bateria de telefones ao lado e bandeiras da Rússia atrás, e calmamente anunciou: “Decidi pôr em marcha uma operação militar especial”.  
Seu discurso nem tinha acabado e várias cidades da Ucrânia, inclusive a capital, Kiev, amanheciam sacudidas por fortes explosões. Eram mísseis russos dando partida à invasão repetidamente prenunciada pelos Estados Unidos, intimamente desacreditada por muitos líderes e reiteradamente negada pelo próprio Putin — essa última, uma fala oca, de um indivíduo que há semanas mente para todo o planeta. 
Assim a Europa, pela primeira vez desde o fim da II Guerra, há quase oitenta anos, se defronta com um aberto conflito bélico entre dois países. O ataque, por si só deplorável, sobe na escala dos atos inaceitáveis pela franca imoralidade de uma nação poderosa avançar sobre outra infinitamente mais fraca sem pretexto nem justificativa, a não ser a intenção de vê-la ajoelhada sob seu jugo.

Como se previa, Putin invadiu usando a desculpa de defender da suposta fúria militar e governista ucraniana os moradores de Donetsk e Luhansk, duas regiões no leste da Ucrânia controladas por grupos separatistas financiados pelos russos que há poucos dias, convenientemente, declararam sua independência — um ato que só a Rússia reconhece. “Nosso objetivo é proteger pessoas submetidas a perseguição e genocídio. Lutamos pela desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”, pontificou, ameaçando quem interferir com “conse­quências jamais experimentadas na história”. Aos ataques de mísseis se seguiram tanques e tropas avançando através da fronteira com Belarus, mais ao norte — onde forças russas se concentravam havia semanas — e escaramuças no bolsão separatista, onde mercenários russos vinham se infiltrando fazia dias. Confirmada a invasão, em Kiev e outras cidades a população apavorada tentava fugir de carro, de ônibus e mesmo a pé, provocando enormes congestionamentos. As primeiras notícias falavam de dezenas de mortos, entre eles civis.

Enquanto Putin estava na TV, o Conselho de Segurança da ONU se reunia em sessão noturna justamente para tentar retomar negociações. Pegos de surpresa, os presentes partiram para o bate-boca. “Isso é invasão”, bradou o representante ucraniano. “Não, é uma operação especial”, rebateu o russo. Em Washington, Joe Biden condenou a “guerra premeditada, que resultará em catastrófica perda de vidas e sofrimento humano”. “Os Estados Unidos e seus parceiros e aliados vão responder de modo unido e decisivo”, disse — o tipo de ameaça que até agora não teve efeito algum sobre Putin. O presidente francês Emmanuel Macron foi um dos que, sentado na ponta de uma mesa de 6 metros (distância obrigatória porque se recusou a fazer teste de Covid em Moscou, para não ceder amostra de seu DNA), tentaram argumentar com Putin na outra ponta. Saiu falando que alinhavara um diálogo e foi prontamente desmentido. 

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Indo mais longe, a Alemanha cancelou a entrada em operação do gasoduto Nord Stream 2, obra de 11 bilhões de dólares com a qual Berlim sonhava garantir de vez seu suprimento de gás natural. A Gazprom, estatal russa de gás que financia a obra, entrou no rol de parceira comercial indesejável dos Estados Unidos. Do arsenal de punições, que estaria sendo preparado há meses, as mais radicais são a remoção da Rússia do sistema internacional de transações financeiras, o SWIFT, imprescindível para comprar, vender e emprestar dinheiro, e a proibição de negócios, principalmente na área de tecnologia, com empresas russas, o que afetaria a produção de computadores, veículos e uma vasta gama de itens. São medidas duras, é verdade, mas que têm uma contrapartida: trarão prejuízos para os dois lados.

Conviver com um ambiente de negócios hostil não é novidade para Putin. Em 2014, com a mesma desfaçatez e muito menos oposição, ele invadiu a Crimeia, província na ponta sul da Ucrânia, para “proteger” a população de maioria russa e, “a pedidos”, a anexou à Rússia. Na época, chegou-se a pensar que ele iria em frente com a campanha, instalaria suas tropas também na região dos separatistas e, no golpe final, derrubaria o governo — o primeiro pró-Ocidente eleito no país. A anexação da Crimeia também produziu sanções econômicas capazes de isolar a Rússia financeiramente e causar queda de 1,9% no PIB. Mas Moscou aprendeu a viver com elas e até a tirar partido da situação: a dívida externa caiu de 668,5 bilhões de dólares em 2013 para 478 bilhões no ano passado, cabendo apenas 5% ao governo, que no período acumulou uma confortável reserva monetária de 600 bilhões de dólares. Não me lembro de um único dia em que nosso país não enfrentasse restrições do mundo ocidental”, lembrou, em tom de desdém, o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov. “Aprendemos a trabalhar nessas condições. Não só a sobreviver, mas a nos desenvolver.”

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Sob ataque, a Ucrânia decretou lei marcial, dispôs-se a distribuir armas aos civis e orientou a população a procurar abrigo seguro. Os Estados Unidos disseram que vão continuar abrindo ao público seus relatórios de inteligência — um dos poucos lances eficientes do lado de Biden, que à parte um confronto militar direto já descartado, não tem muito que fazer para peitar o czar todo-poderoso. A Otan informou que está enviando armas, helicópteros e equipamentos para reforçar a defesa dos países-membros próximos à zona de conflito. “Há batalhas em todo o sudeste e no centro”, informou o Ministério de Assuntos Interiores, reportando 392 bombardeios e seis pontes cortadas. Analistas acreditam que elas só vão parar quando conseguirem derrubar Zelensky e substituí-lo por dois aliados certos: o deposto oligarca Viktor Medvechuk, em prisão domiciliar e cotado para a Presidência, e o deputado Yevgeny Murayev como primeiro-­ministro. Com a casa arrumada a seu gosto, Putin encerraria a guerra do forte contra o fraco — uma ação destrambelhada que voltou a banhar de sangue o solo europeu e pode causar graves prejuízos a economia global.

Publicado em VEJA,  edição nº 2778, de 2 de março de 2022, 

MUNDO - VEJA - MATÉRIA COMPLETA

Ucrânia aceita negociar cessar-fogo com a Rússia

Encontro deve ocorrer na segunda em Belarus, país que é aliado de Vladimir Putin

O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky concordou em sentar para negociar um possível cessar-fogo com a Rússia no território da vizinha Belarus.

Segundo o gabinete do presidente ucraniano, as autoridades do país toparam se reunir com uma delegação russa para discutir um possível fim das hostilidades. Os políticos concordaram que a delegação ucraniana se reunirá com a delegação russa sem pré-condições na fronteira ucraniana-bielorrussa, perto do rio Pripyat”, disse seu gabinete.

Segundo os ucranianos, o presidente de Belarus, Aleksander Lukashenko, aliado de Vladimir Putin e da Rússia, teria dado garantias de que aviões, helicópteros e mísseis russos instalados em seu território permanecerão no chão durante a reunião com a delegação da Ucrânia. Zelensky havia dito que não teria interesse em discutir um cessar-fogo no território de Belarus. Pesados bombardeios no final de semana próximos à capital Kiev e a invasão, neste domingo pelos russos, da segunda maior cidade do país, contudo, pressionaram o presidente ucraniano a ceder.

A possibilidade de abertura das negociações foi confirmada poucas horas depois que Putin ameaçou usar armas nucleares caso os aliados da Ucrânia na Otan decidissem enviar tropas para o conflito. Putin ordenou que seus militares preparassem o arsenal nuclear do país para o pronto emprego.

'Os políticos concordaram que a delegação ucraniana se reunirá com a delegação russa sem pré-condições na fronteira ucraniana-bielorrussa, perto do rio Pripyat', disse o gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Genya Savilov/AFP 

No sábado, a comunidade europeia e os Estados Unidos anunciaram sanções econômicas contra a Rússia. Entre elas, a retirada dos bancos russos do sistema financeiro internacional. Neste domingo, a União Europeia anunciou também o fechamento do espaço aéreo para aeronaves pilotadas por russos e o banimento na região da agência oficial de notícias do governo da Rússia. [Um único comentário: Infelizmente, o presidente do território da Ucrânia, precisou do  caminho mais doloroso para aceitar , que, em uma guerra o que conta efetivamente é o que há disponível para o combate e os danos causados até o momento da decisão - as promessas dos 'aliados' a anúncios de sanções não impedem que mais edifícios sejam destruídos e mortes ocorram - e FELIZMENTE optou por negociar. ]

 Mundo - VEJA


Os limites da ingenuidade - Revista Oeste

O que vamos decidir em outubro é se valorizamos de fato nossa liberdade ou se aceitamos ser escravizados por uma ideologia que só produz igualdade na miséria

Em 13 anos, eles devastaram a economia, a política e a ética. Agora, querem voltar, e seu patético pré-candidato à Presidência sempre rodeado por um séquito de pajens vem revelando o que pretende fazer caso retorne ao poder. 
Se você ainda não prestou atenção em seu lero-lero, é bom ficar esperto, porque são declarações de intenções — recorrentes e explícitas — de que, em nome de sua democracia popular de mão única, completará o serviço sujo que foi interrompido em 2016 e lançará o Brasil em uma aventura socialista. Tratam o país apenas como mais um membro da “Pátria Grande” que povoa seus anseios utópicos, uma fantasia que até hoje só produziu fome, miséria, escassez e escravidão no mundo, mas que mesmo assim insistem em replicar, a exemplo do que alguns países vizinhos vêm fazendo.

Para quem sabe ler e ouvir, as intenções que vêm anunciando são claríssimas — fora as que ainda vão divulgar, ou que simplesmente podem vir — e configuram rejeição de qualquer respeito às liberdades individuais. Se o leitor desconfiar de exagero nessa afirmativa, basta consultar rapidamente a página do partido na internet para certificar-se de que não há dúvida.

Assemelham-se a um bando de aracangas (nome, em tupi-guarani, dado às araras-vermelhas-grandes), aquelas aves barulhentas que emitem grasnados que lembram vagamente gritos humanos; em especial, seu chefe resgatado da gaiola por estranhas manobras políticas travestidas de jurídicas possui um aparelho fonador que reproduz jorros sucessivos de mentiras e ameaças.

Até recentemente, as aves encarnadas vinham despejando suas ideias bizarras uma a uma, assim como quem não quer nada. Entretanto, sob o efeito estimulante das eleições, as criaturas deixaram de lado a vergonha e passaram a exibir sua meta: implantar aqui o socialismo do século 21. Recentemente, divulgaram um documento interno, ainda não oficial, um monstrengo ao mesmo tempo ridículo e assustador, intitulado “plano de quarentena fiscal”, elaborado pela cúpula e pelos economistas do partido, a maioria deles oriunda da Unicamp.

Eis um resumo das intenções declaradas no tal plano:  
(1) revogação “temporária” do teto de gastos; 
(2) decretação de “estado de emergência”, para liberar orçamentos da exigência de licitações; 
(3) recuperação da “capacidade de investimento” do BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e de empresas estatais; 
(4) criação de um “imposto emergencial sobre grandes fortunas, lucros e dividendos”; 
(5) ampliação do programa Bolsa Família; 
(6) retomada imediata do programa “mais médicos”, 
(7) novos concursos públicos para “recompor” o quadro de servidores federais.
 
Além dessas ameaças, há outras: 
revogação da reforma trabalhista e da autonomia do Banco Central; reestatização de empresas privatizadas; 
extinção do programa de desestatização;
censura da internet e da mídia em geral; 
tentativa de cooptação das Forças Armadas, a exemplo do que foi feito na Venezuela; e, 
 retorno à política externa de alianças com ditaduras de esquerda na América Latina e no resto do mundo. Haja estômago.

Chega a ser espantoso que certos ditos liberais sinalizem a possibilidade de apoiar o candidato das aracangas

Como se todo esse retrocesso fosse pouco, para comemorar os 42 anos de sua fundação, o partido anunciou a criação de 5 mil “comitês populares de luta”. É incrível, mas é isso mesmo: a velha conversa fiada de toda a laia de ditadores
Trata-se de um longo cortejo de bizarrices, em que desfilam ignorância, arrogância, petulância e negação dos mais de cem anos de história de fome, miséria, escassez, assassinatos e apropriação das liberdades individuais, sempre em nome de “interesses populares”.
 
Pelo que vêm apregoando, é plausível supor que, caso voltem ao poder, vão acelerar sua conhecida agenda
entabocar a ideologia de gênero goela abaixo da população; 
acirrar o racismo fantasiado de “resgate histórico”
intensificar o feminismo radical; 
abolir a história e as tradições da nossa nação; 
radicalizar o politicamente correto; 
impor o uso da linguagem neutra; e,
abolir a economia de mercado; e,
ressuscitar as práticas sindicalistas de um passado.
 
A esta altura do campeonato, chega a ser espantoso que certos ditos liberais e conservadores sinalizem a possibilidade de apoiar o candidato das aracangas. Não é difícil detectar os dois principais motivos dessa estranha condescendência:  
o ódio irracional ao presidente Bolsonaro, que os leva a procurar uma “terceira via” tão improvável quanto retrógrada, e a necessidade de recuperar algumas “boquinhas” perdidas com a política econômica liberal do governo.

Por quais motivos, senhores, a carta mensal de uma gestora de fundos de investimento faria uma comparação completamente estapafúrdia em que afirma não haver distinção quanto aos resultados da política econômica dos governos de Bolsonaro e o de Dilma Rousseff? E por quais razões o relatório de um banco suíço asseguraria que existe um “consenso” de que, se Lula for eleito, ele aprovará as reformas, avançará no processo de consolidação fiscal e não governará com medidas populistas?

Como a ingenuidade tem limites, a única explicação possível remete à baixa política. É evidente que todos têm o direito de não gostar do presidente e de buscar outros nomes, porém, devem assumir o dever de respeitar a verdade factual. Equiparar o governo atual aos do PT é como chamar Confúcio de Pafúncio.

Politicamente, o governo atual — que as línguas mal-intencionadas acusam de pretender dar um “golpe” é diametralmente oposto aos anteriores, aqueles sim amantes de várias ditaduras espalhadas pelo mundo. Resumindo, temos um governo de direita, conservador e que defende o livre mercado, a equipe econômica é a mais liberal e, provavelmente, a mais bem preparada tecnicamente da nossa história e propôs todas as reformas estruturais necessárias.

Por fim, do ponto de vista ético, é uma enorme agressão à inteligência alheia fazer qualquer comparação com o governo atual, que até hoje não teve atestado um caso sequer de corrupção. Além disso, são absolutamente diferentes as pautas sobre costumes, família, religião, cultura, comportamento e muitas outras.

Por tudo isso, é necessário enfatizar que, no final deste ano, a escolha não será só entre dois candidatos, um de “direita” e outro de “esquerda”, um “conservador” e outro “progressista”, o buraco é muito mais embaixo. O que vamos decidir em outubro deste ano é se valorizamos de fato nossa liberdade ou se aceitamos ser escravizados por uma ideologia que só produz igualdade na miséria.


Ubiratan Jorge Iorio é economista, professor e escritor. Instagram: @ubiratanjorgeiorio

Leia também “O PT quer censurar a imprensa”

Revista Oeste 

 


Putin já foi o motorista Vladimir - Elio Gaspari




Outro dia, antes do início da guerra na Ucrânia, o jornalista americano Thomas Friedman escreveu que o melhor lugar para se acompanhar a crise é tentando entrar “na cabeça de Vladimir Putin”. 
Diversas pessoas já tentaram mapear essa cabeça, da alemã Angela Merkel à ex-secretária de Estado americana Madeleine Albright. O presidente russo é frio como cobra.

Em dezembro de 1989 ele estava na sede da KGB, em Dresden, na falecida Alemanha Oriental, quando uma multidão se aproximou da casa. Ele foi para o portão, disse que era um intérprete e recomendou que fossem embora, do contrário seus compatriotas atirariam. Deu certo, mas não havia atiradores.

Dois anos depois a Alemanha Oriental se acabara, a União Soviética derretera e a Rússia perdera cerca da metade de seu Produto Interno. Putin havia voltado para São Petersburgo e trabalhava com o prefeito da cidade. Para fechar o orçamento familiar, fazia bicos como motorista. Lembrando essa época numa entrevista, foi breve: “É desagradável falar sobre isso, mas infelizmente foi o caso”. 

 
Folha de S.Paulo - 
O Globo

Putin é frio como uma cobra 

Esse anônimo burocrata, que viu o fim do império soviético e a exaustão do Estado russo, governa o país há 22 anos com mão de ferro.

Vendo-se a figura de Putin nos salões da Rússia imperial, vale a pena lembrar que Vladimir já teve que trabalhar como chofer para fechar as contas.

Mourão e 1938
A referência do vice-presidente Hamilton Mourão ao xadrez diplomático de 1938, quando o primeiro-ministro inglês Neville Chamberlain e muita gente do andar de cima inglês defendiam uma política de “apaziguamento” com Hitler, ecoa um livro que saiu em 2019 nos Estados Unidos. Chama-se “Appeasement” (“Apaziguamento”), do historiador inglês Tim Bouverie. Magnificamente pesquisado, ele mostra friamente como e porque Chamberlain construiu a política que o levou a Munique, onde entregou parte da Tchecoslováquia aos alemães. Tinha o apoio da cúpula militar e dos principais jornais ingleses.

Faltava-lhe a simpatia de um leão: Winston Churchill. Ele assumiria o cargo de primeiro-ministro em 1940. [De Churchill sobre o apaziguamento:
Diante da política de “apaziguamento” com os nazistas, Churchill profetizou: “Entre a desonra e a guerra, eles escolheram a desonra, e terão a guerra”. Churchill sabia que um apaziguador é alguém que alimenta um crocodilo esperando ser o último a ser devorado”. Essa percepção se aplica perfeitamente ao caso atual envolvendo a Ucrânia.]

Com o tempo, a conta do apaziguamento foi toda para Chamberlain. Bouverie mostra que não foi bem assim. Em julho de 1938, Lord Halifax, ilustre conservador e ministro das Relações Exteriores, disse a um ajudante de ordens de Hitler que gostaria de ver o Führer em Londres, sendo aplaudido ao lado do rei George VI. Em setembro, Chamberlain foi a Munique e acertou-se com Hitler.

Dias depois a tropa alemã ocupou parte da Tchecoslováquia e em março de 1939 tomou o resto.

Problemas para amanhã
Na melhor das hipóteses, a invasão da Ucrânia criou dois problemas para amanhã. Cada um para um lado da questão:

Putin deverá lidar com o movimento de resistência dos nacionalistas ucranianos.
Os países europeus deverão lidar com centenas de milhares, senão milhões, de refugiados em busca de fronteiras que estiverem abertas para recebê-los.

(...)
 
Elio Gaspari, colunista - Folha de S.Paulo  e o Jornal O Globo 

Contra as democracias - Carlos Alberto Sardenberg

Nikolai Patrushev é o chefe do Conselho de Segurança Nacional da Rússia e o principal ideólogo da “turma” de Vladimir Putin, um grupo de ex-membros da KGB que comanda o governo. Sua visão básica: o Ocidente pretende esmagar a Rússia, impondo-lhe “agressivamente os valores neoliberais que contradizem nossa visão de mundo – conforme citado em The Economist, edição de 19/25 de fevereiro.

Qual visão de mundo? Não é a volta do comunismo,  inclusive por razões pessoais. E  dinheiro. Esses ex-agentes da KGB, como o próprio Putin, acumularam fortunas quando o caiu o regime soviético e foram introduzidas reformas capitalistas. E acumularam não por sua capacidade como investidores. Foi roubo.

Primeiro, nas privatizações das grandes estatais. Aqueles funcionários tiveram acesso privilegiado a informações e a “moedas de privatização”, como títulos da dívida pública, vendidos a preço de banana e aceitos a preço de ouro na compra das estatais.

Depois, seguiram ganhando concessões “informais” de negócios nas áreas de energia, infraestrutura e bancos, principalmente.

Em resumo, um caso de capitalismo de amigos, levado ao limite.

Ao mesmo tempo, porém, foram de fato introduzidas reformas capitalistas, como o amplo direito à propriedade privada de bens e serviços, a proteção do lucro e abertura de negócios para o exterior. Há uma política econômica baseada em metas de inflação, controle das contas públicas e taxa de câmbio mais ou menos flutuante. Com empresas privadas e seus acionistas, a bolsa de valores de Moscou passou a ser um alvo de investidores ocidentais.

Nesse quadro, surgiram magnatas não oriundos do regime soviético, mas investidores e negociantes que souberam aproveitar oportunidades na Rússia e, depois, em toda a Europa ocidental. A formação de uma classe média cosmopolita foi a consequência direta – classe que se sente europeia.

Por que, então, o ideólogo de Putin tem tamanha bronca dos “valores neoliberais”? Ele está se referindo  aos direitos e liberdades individuais. Na visão de mundo de Putin e sua turma, a democracia à ocidental é ineficiente, incapaz de gerir a economia e a sociedade. Dito de maneira direta: oposição só cria caso e atrapalha o governo; imprensa livre ?[que tal substituir o livre por militante? ] só serve para inventar fake news; as minorias são um estorvo; liberdade partidária divide o povo. [infelizmente, com exceção do último item, o Brasil já é vitima das três primeiras mazelas.]

Essa é também a visão de mundo da China. Quando as democracias ocidentais enfrentavam dificuldades para lidar com crises financeiras e com a pandemia, o presidente Xi Jin Ping decretou o fim desse “modelo” e o sucesso do modo chinês de administrar um capitalismo de Estado.

De certo modo, Putin cometeu um erro ao acreditar demasiado nessa versão.  Para ele, as democracias ocidentais – com suas liberdades dentro e fora dos países – jamais conseguiriam se unir para enfrentar seu expansionismo. E foi o contrário, pelo que se vê até agora. Entre as principais democracias, foi praticamente unânime a  condenação da Rússia e o acordo para a imposição de pesadas sanções econômicas ao governo, às empresas e às pessoas.[o problema é que como bem lembrou o presidente do território da Ucrânia, uma guerra se faz com "munição", armas e soldados = comícios e ofertas de meios para fuga não resolvem guerras.]

Sim, o Ocidente também pagará um preço pelo bloqueio aos negócios russos, que estão mergulhados principalmente na economia europeia. Mas a ideia é provocar uma reação das elites empresariais russas e das classes médias. Até agora, as elites, em privado, manifestavam desagrado com o regime. Mas como estavam ganhando dinheiro e em expansão, bom deixa pra lá. Declaravam-se neutras e não se metiam em política.

Mas se a economia russa for levada a uma forte recessão e perda de riqueza, muita gente por lá vai cogitar: tudo isso para anexar a Ucrânia? Tudo isso para alimentar as ambições sanguinárias de Putin? Não existe a possibilidade de uma invasão na Rússia para derrubar o governo Putin. Seria iniciar uma guerra mundial nuclear. Mas é real a possibilidade de os próprios russos perceberem os danos causados pela turma do Putin.

Também é real a possibilidade de Putin endurecer ainda mais o regime ao se sentir pressionado internamente. Mas esse é um problema que os russos terão de resolver.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista 


PUTIN É O “LOBO DO HOMEM” - Sérgio Alves de Oliveira

Atribui-se a Platus, dramaturgo romano, a origem da frase “O Homem é o Lobo do Homem” (Homo Homini Lupus), que foi mais difundida através do filósofo inglês Thommas Hobbes, em “Leviatã”, publicado em 1651. Trocando em miúdos,essa frase quer dizer que o homem é o maior inimigo do próprio homem.

Em sentido metafórico, a frase criada por Platus, e difundida por Hobbes, indica que o homem é capaz de grandes atrocidades contra a sua própria espécie. Em “Leviatã”, Hobbes argumenta que a paz e a união social só podem ser alcançadas mediante estabelecimento de um “contrato social”,com um poder central com autoridade absoluta para proteger a sociedade, na busca de paz e uma sociedade civilizada,ordenada e desenvolvida.

O lobo-homem muitas vezes se materializa sob o sentimento que os “fins justificam os meios”, possuindo um grande potencial tanto para o bem, quanto para o mal.

Divergindo do filósofo francês Jean Jacques Rousseau, em “Contrato Social”, segundo o qual “l’homme nait bom,c’est la société que le corrompt” ( o homem nasce bom,é a sociedade que o corrompe),Hobbes considerava que o individualismo em estado natural do ser humano o compele a viver em guerra uns com os outros,e que a tendência é exploração do mais fracos pelos mais fortes,significando que o principal predador do homem é o próprio homem.

Com base nessa “introdução”, não é nada difícil concluir que o ditador russo Vladimir Putin encarna melhor que ninguém o “monstro” que muitas vezes se apossa da alma humana, o “Leviatã”,desde o momento em que,  ”covardemente”, invadiu a Ucrânia por terra, ar, e mar, possuindo um aparato bélico no mínimo dez vezes superior ao do “inimigo”. É o “leviatã” do mais forte agredindo o mais fraco.

Tanto quanto a Rússia, a Ucrânia é membro das Nações Unidas.Mas a Rússia integra o Conselho Permanente de Segurança da ONU, juntamente com outras quatro nações,a saber, Estados Unidos,o Reino Unido, França e a República Popular da China. Enquanto isso,o Conselho de Segurança da ONU tem mais 10 (dez) países-membros, rotativos.

Sem dúvida a invasão da Rússia à Ucrânia, procedida na madrugada de 22 de fevereiro de 2022, fere a Carta das Nações Unidas, da primeira à última letra. Especialmente no que tange à invasão de uma soberania de Estado integrante da ONU, por “outra” soberania também filiada à ONU.

Convocado às pressas o Conselho de Segurança da ONU,a invasão russa à Ucrânia foi repelida pelos votos de 11 (onze)membros (Estados Unidos, Reino Unido,França,Brasil,Albânia,Gabão,Ghana,Irlanda,Quênia,México e Noruega), 3 (três) abstenções (República Popular da China,Emirados Árabes e Índia),e um voto contrário,”vencido”,”coincidentemente”, o da própria Rússia, determinando-se ao “invasor” o encerramento das hostilidades e a imediata desocupação da Ucrânia.

E foi com base no direito de “veto” que tem qualquer um dos 5 (cinco) membros do Conselho Permanente de Segurança da ONU, contra decisão do próprio Conselho, ou decisão do órgão superior da ONU, a Assembleia Geral, que a Rússia se opôs e “vetou” resolução do Conselho de Segurança, negando-se terminantemente a abandonar o território invadido da Ucrânia.

Mas parece que passou despercebido pela sua assessoria jurídica pelos próprios órgãos estatutários da ONU a total invalidade do veto russo à desocupação da Ucrânia. É como dizem, ”muitas vezes o diabo mora no detalhe”. E o “detalhe” é que o veto da Rússia à desocupação da Ucrânia não poderia ter sido considerado pelo Conselho de Segurança, pela simples razão dela ser parte “diretamente interessada”,”envolvida”, no assunto. [vamos por partes: com base na nossa notória e incontestável ignorância jurídica - agora palpitando no 'direito internacional' - entendemos que qualquer membro permanente do Conselho de Segurança da ONU pode exercer ser direito ao veto - cuide a matéria debatida de interesse do próprio membro ou cuide de assunto que interesse a um país, ou povo, não membro permanente do CS/ONU = o veto dos Estados Unidos a ações contra Israel quando o Estado hebreu decide testar suas armas, incluindo caças de última geração, contra civis inocentes e indefesos. 
Entendemos que o caminho para convocação de uma Assembleia geral da ONU é repleto de 'saídas' interpretativas. , - que podem impedir uma efetiva convocação. 
Quanto aos lobos, entendemos que são dois, um deles o presidente da Ucrânia - que levou seu país a uma guerra,  por confiar que os seus aliados brigariam pela Ucrânia - e o outro, Joe Biden, que tenta recuperar o antigo prestígio da nação que preside, e com isso favorecer o que mais deseja: a supremacia do esquerdismo progressista.                                                                                           Será que é do interesse dos que interpretam a carta das Nações Unidas, uma ação que dificulte o direito de veto???] 

Nos parece que o  caminho é convocar uma Assembleia Geral da ONU - na qual os membros permanentes do Conselho de Segurança do Conselho Permanente não votam

O inciso (3) do artigo 27 da Carta das Nações Unidas é bem explícito no sentido de que “aquele que for PARTE numa controvérsia se absterá de votar”!!! E o direito de “veto”,é “voto” !!! Deu para compreender?

Sérgio Alves de Oliveira  - Advogado e Sociólogo


sábado, 26 de fevereiro de 2022

A fraqueza ocidental - Revista Oeste

 Rodrigo Constantino

Quando o xerife do mundo livre se mostra pusilânime, os inimigos da liberdade ficam mais ousados

Joe Biden, ao lado de Boris Jonhson, na Conferência do G7 (10/06/2021) | Foto: Wikimedia Commons
Joe Biden, ao lado de Boris Johnson, na Conferência do G7 (10/06/2021) | Foto: Wikimedia Commons

A Rússia invadiu a Ucrânia nesta quinta-feira. Putin avaliou que toda a retórica dos líderes ocidentais não passava disso: pura retórica. O autocrata russo decidiu, então, avançar com seus planos imperialistas, para resgatar parte da configuração territorial que a então União Soviética tinha lembrando que Putin, um ex-agente da KGB, considerou a queda da URSS uma “catástrofe geopolítica”.

Largado à própria sorte pelo Ocidente “progressista”, resta ao povo ucraniano “ucranizar”, como fez contra seu próprio governo e ficou documentado no filme Winter on Fire, e demonstrar algum heroísmo na resistência ao imperialismo russo de Putin. Mas todos sabem que, na prática, os ucranianos, sem uma ajuda concreta ocidental, não possuem nenhuma chance de vitória.

Existem várias causas para essa guerra, mas não podemos descartar como um dos fatores que desencadearam esses eventos a fragilidade cada vez maior do Ocidente. Quando o xerife do mundo livre se mostra pusilânime, os inimigos da liberdade ficam mais ousados. O Ocidente precisa urgentemente de um novo Churchill, que conhecia a natureza humana e estava disposto ao sacrifício para defender a civilização ocidental.

Diante da política de “apaziguamento” com os nazistas, Churchill profetizou: “Entre a desonra e a guerra, eles escolheram a desonra, e terão a guerra”. Churchill sabia que “um apaziguador é alguém que alimenta um crocodilo esperando ser o último a ser devorado”. Essa percepção se aplica perfeitamente ao caso atual envolvendo a Ucrânia.

Rússia, Estados Unidos e Grã-Bretanha assinaram, em 5 de dezembro de 1994 com a Ucrânia, um acordo segundo o qual os três países garantem a unidade territorial desta ex-república soviética, em troca de que a mesma renuncie às armas nucleares. No documento, Rússia, Grã-Bretanha e Estados Unidos elogiam a adesão da Ucrânia ao tratado de não proliferação de armas nucleares e preveem que aquele país destrua todas as armas que ainda possuir, em troca da garantia de sua integridade territorial. Pelo visto, a política desarmamentista não funcionou muito bem para os ucranianos…

Ben Shapiro foi direto ao ponto: “Os britânicos entregaram o controle de Hong Kong à China em 1997 com a promessa de que a China manteria a autonomia da área. A China mentiu. A Ucrânia entregou suas armas nucleares em 1994, com apoio americano, em troca da promessa da Rússia de não invadir. A Rússia mentiu”. A moral da história é bem simples: “não confie nas promessas de ditadores. E as nações ocidentais que facilitam concessões em troca de promessas de ditadores também não são confiáveis ​​a longo prazo”.

É como achar que cantar Imagine e soltar bolas de sabão em favelas levará a paz ao local

Para Shapiro, “o que a Rússia e a China estão demonstrando é que desafiar uma hegemonia global não exige que você seja particularmente forte. Requer apenas que a hegemonia seja fraca, inchada e obcecada por si mesma”. O que estamos vendo tem relação com mudanças nas placas tectônicas da geopolítica, mas não necessariamente pelo fortalecimento de Rússia e China, e sim pelo enfraquecimento ocidental.

No momento, após a invasão russa, as prefeituras de Berlim e Paris iluminaram monumentos com as cores da Ucrânia. Talvez não exista símbolo melhor para ilustrar a fraqueza ocidental. É como achar que cantar Imagine e soltar bolas de sabão em favelas levará a paz ao local. Essa gente vive no eterno jardim de infância, com uma visão estética e romântica da vida, desconectada da realidade como ela é. Deveriam assistir O Deus da Carnificina”, de Polanski, para entender melhor que o mundo não é o Central Park de Nova Iorque.

Podemos até imaginar a nota que a Otan gostaria de soltar numa hora dessas: “Nosses soldades estão prontes e com moral elevade para ajudar a Ucrânia”. Enquanto isso, Putin sorri aquele sorriso de Mona Lisa, de quem sabe mais. Será que as feministas ucranianas já sentem falta da “masculinidade tóxica” ou ainda esperam que homens como o imitador de focas e Justin Trudeau ofereçam proteção contra os russos? A emasculação no Ocidente vem cobrar seu preço.

Isso sem falar das estranhas prioridades. Podemos vislumbrar a reação das lideranças ocidentais diante de Putin: “Mas que absurdo! O Exército russo tem pouca minoria, nenhum trans, negro ou mulher, sua artilharia não é ecologicamente correta e, pasmem, há soldados não vacinados e sem máscaras nos pelotões. Onde já se viu isso?!”. A ironia aqui serve como válvula de escape para o desespero de quem enxerga essa tendência faz tempo, mas se sente impotente diante dela.

Olavo de Carvalho, em fevereiro de 2021, escreveu: O Putin parece ser o último governante que ainda conhece a realidade: Quem manda é quem tem as armas, não quem tem o computador. Quero ver algum desses fresquinhos do Silicon Valley se meter a besta com ele. Na Hora H, o único poder real que existe não é o poder de mentir. É o poder de matar. O velho Stalin perguntaria: Quantas divisões armadas tem Bill Gates?Olavo tem razão.

Enquanto isso, vejamos a “análise” do correspondente internacional do jornal O Globo, Guga Chacra, quando Joe Biden venceu as eleições suspeitas contra Trump: “O mundo ficará mais suave sem Trump. Acabou o pesadelo da era Trump. Pode-se criticar Biden (e tenham certeza de que criticarei muito quando for necessário). Mas é uma pessoa normal. Trump era mau”. O “adulto na sala” versus o malvadão: eis a “análise” do jornalista. Logo depois veio aquela saída atabalhoada do Afeganistão, que entregou de bandeja o poder aos terroristas do Talibã.

Minha colega de revista Ana Paula Henkel alfinetou essa mídia militante assim que Putin declarou guerra à Ucrânia: “Quando Trump saiu da Casa Branca, um apresentador da CNN norte-americana chorou no ar e disse que o mundo agora viveria tempos de paz. Outro da GloboNews escreveu que ‘o mundo ficará mais suave sem Trump’. Abandonem a imprensa de pompom na mão. Eles não fazem mais análise. E há muito tempo”.

O choro ocidental não vai parar as pretensões imperialistas da Rússia e da China. Homens “fofos” e cada vez mais afeminados não vão enfrentar soldados forjados na Sibéria ou na China rural.  
Se o preço da liberdade é a eterna vigilância, o preço da paz é o poder e a determinação de defendê-la. 
É preciso estar preparado para o pior, ainda que possamos esperar o melhor. Diplomacia sem a sombra da espada não tem força. E cá entre nós: diante dessa fraqueza toda do Ocidente, se sou morador de Taiwan, começo a fazer as malas hoje mesmo…

Leia também “Os limites democráticos”


Rodrigo Constantino,  colunista - Revista Oeste

 


ONDE CONDENADOS SÃO INOCENTES E OS INOCENTES SÃO OBJETO DE TODAS AS SUSPEITAS - Percival Puggina

O modo como os grandes grupos de comunicação noticiaram a transferência da presidência do TSE para o ministro Edson Fachin só se explica pela decadência de seu jornalismo. O antagonismo do ministro ao presidente da República e o emprego de chavões de nítida matriz ideológica já disponibilizariam vasto repertório a todo jornalismo ciente de sua missão.

Muito mais, contudo, foi servido e jogado às redes sociais como restolho desprezível. Enquanto o ato em si criava um clima de guerra aos que, em seu delírio, os ministros imaginam ser a síntese dos eleitores de Bolsonaro, o novo presidente da Corte eleitoral lascou: "Paz e segurança nas eleições com o máximo de eficiência e o mínimo ruído, é o que desejamos".

Sobre isso, Mara Montezuma Assaf escreveu:

“E quando foi que nas campanhas não tivemos paz e segurança? Somos um povo ordeiro, ministro, com exceção de uns bandos que tomam as avenidas para quebrar portas de vidro de bancos ou de lojas... mas essas manifestações passam por democráticas aos olhos da lei, não é? O senhor fala como se o período  das campanhas eleitorais fosse o caos no Brasil. Não, ministro, nunca foi. Mas o que o senhor deseja mesmo com  o "mínimo ruído possível", é nos amordaçar durante a campanha para que as redes sociais não bombem o nome de Bolsonaro ou  as críticas justas aos outros candidatos”.

Boiada ainda maior passou acriticamente pela mesma porteira, sob  olhos e ouvidos da mass media subalterna. Disse Fachin:

“Senhoras e senhores, em breve iniciaremos nossa gestão. E há robusto conjunto de desafios que encontraremos. Segurança cibernética, por exemplo, é um item essencial. Há riscos de ataques de diversas formas e origens. Tem sido dito e publicado, por exemplo, que a Rússia é um exemplo dessas procedências. O alerta quanto a isso é máximo e vem num crescendo. A guerra contra a segurança no cyber espaço da Justiça Eleitoral foi declarada faz algum tempo. Deixemos dito de modo a não pairar dúvida: violar a estrutura de segurança do Tribunal Superior Eleitoral abre uma porta para a ruina da democracia. Aqueles que patrocinam esse caos sabem o que estão fazendo para solapar o Estado de Direito”.

Deixo ao leitor a conclusão sobre o quanto essas palavras contradizem as arrogantes certezas do ministro Barroso.

De minha parte, como cidadão, preocupa-me ver o Tribunal enfrentando crescentes dificuldades geradas pelos seus próprios fantasmas e pela forma autoritária e politicamente alinhada como tem pretendido lidar com eles. É uma perspectiva em que os condenados são inocentes e os inocentes se tornam objeto de todas as suspeitas.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


O que o Ocidente não entende sobre a Rússia - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Há um grave erro de percepção, em minha opinião, do Ocidente sobre a Rússia. A civilização ocidental, que já foi calcada em valores judaicos-cristãos que enalteciam virtudes como honra, sacrifício e fins mais elevados, tornou-se cada vez mais hedonista e materialista com o tempo - e a prosperidade. E seu grande pecado é a arrogância de acreditar que todos desejam as mesmas coisas.

A visão de que tudo se resume ao aspecto econômico está clara em todas as narrativas e medidas ocidentais, em especial por parte da esquerda "progressista". Suas lideranças acham que os problemas sociais são derivados sempre da pobreza ou da desigualdade, que o estado de bem-estar social cura tudo, e que a meta da humanidade toda é simplesmente melhorar a condição de vida, nada mais.

É por isso que vemos as sanções econômicas como reação automática sempre que um estado agressor joga fora das regras do jogo internacional. É por isso que democratas acreditam que podem comprar a paz no Irã. É por isso que esses ocidentais materialistas ficam perplexos quando enfrentam fanáticos dispostos a morrer por uma causa. O Ocidente não compreende mais a força de um propósito maior do que sobreviver e comer bem, não apreende o poder da ideologia.

O PIB da Rússia é similar ao do estado da Flórida, ou seja, do ponto de vista econômico, os russos não são expressivos no âmbito global. Não obstante, eles já fizeram parte de um império que ameaçava e assustava os Estados Unidos e o mundo. Putin já declarou inúmeras vezes que seu objetivo é justamente resgatar essa "grandeza da Mãe Rússia", retomar a influência do império soviético.

Putin é um autocrata, não liga para sensibilidades democráticas, não respeita ONGs de direitos humanos, não dá a mínima para pautas climáticas - ao contrário, explora a histeria ocidental nessa área para conquistar ainda mais influência e gerar dependência na Europa de seu gás. Putin é um ex-espião da KGB extremamente frio e focado, disposto a impor enormes sacrifícios econômicos ao povo russo se isso significar avanços nos anseios nacionalistas.

Nem todos funcionam sob a mesma lógica econômica e materialista dos hedonistas ocidentais. O russo em geral não quer apenas uma "dacha" maior, ou uma BMW nova. Muitos pensam dessa forma, claro, mas longe de ser a imensa maioria. Por isso Putin tem apoio popular em seu esforço de reconstruir o império soviético. É o coletivismo nacionalista que fala mais alto, a ideologia que traz uma sensação de propósito mais elevado aos seus adeptos.

Enquanto os líderes ocidentais acharem que todos são como eles, que a Rússia só quer mais prosperidade econômica, que a China só pensa em trocar de iPhone todo ano, que o Irã pode ser comprado com malas de dinheiro, os inimigos da civilização ocidental seguirão seu curso, enfraquecendo ainda mais o Ocidente.

É preciso tentar pensar como o adversário, não projetar nossos "valores" neles. Para um "progressista" ocidental, talvez uma casa maior seja tudo na vida; para um russo que apoia Putin, nada poderia ser menos relevante do que isso. Ele quer o respeito, ainda que pelo medo, ao que ele faz parte: uma nação poderosa, que intimide a maior potência mundial.

Passatempo para o fim do mundo - Revista Oeste

Guilherme Fiuza

Segue uma lista de perguntas para você responder enquanto o mundo (não) acabaJoe Biden, João Doria, Vladimir Putin, Bill Gates e Justin Trudeau | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Joe Biden, João Doria, Vladimir Putin, Bill Gates e Justin Trudeau -  Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Já que essa conjunção de nerds bilionários, burocratas sorridentes e ditadores enrustidos resolveu acabar com o mundo, vamos tentar pelo menos trazer um pouco de leveza ao processo. Segue uma lista de perguntas para você responder enquanto o mundo (não) acaba. Bom Carnaval.

 

  1. A guerra do Putin é de direita ou de esquerda?
  2. A direita é a da caneta e a esquerda é a do relógio, ou ninguém mais usa caneta e relógio e estão todos no centrão do iPhone?
  3. Quem usa o termo “geopolítica” para explicar as coisas está georreferenciado em quais georreferências?
  4. A nova pandemia prometida pelo Bill Gates vai esperar a outra acabar, ou os aplicativos modernos já permitem a aplicação concomitante de duas pandemias?
  5. Se as investigações no Senado dos EUA concluírem que os parças do Bill (Dr. Fauci e cia) financiaram manipulação de coronavírus em Wuhan e que a pandemia surgiu mesmo de um vazamento de laboratório naquela cidade chinesa, o processo poderá ser patenteado ou vai continuar tudo no terreno da pirataria?
  6. Já que o Bill Gates tem tanto feeling para pandemias, será que ele podia adiantar algumas características do próximo vírus, de forma que os jornalistas do consórcio já possam saber quais remédios baratos serão censurados, depois do de piolho e do de verme, para não perderem tempo e não deixarem faltar mordaça?
  7. O STF vai investigar se o Bolsonaro mandou o Putin invadir a Ucrânia?
  8. O STF vai investigar se o Bolsonaro mandou o Putin não invadir a Ucrânia e ele invadiu assim mesmo, provando que o Bolsonaro não manda nada?
  9. Se o blindado do Fachin não afasta a preocupação com tiros, não seria o caso de colocar, por segurança, duas máscaras nas urnas eletrônicas?
  10. Não é meio fora de moda falar em tanques na era da guerra biológica?
  11. Não seria o caso de a Rede pedir ao STF que determine a substituição das metáforas bélicas pelas metáforas farmacêuticas?
  12. Por que o Putin não encomendou ao Bill um plano mais moderno e barato para subjugar os ucranianos?
  13. Quem foi o gênio que inventou a tirania de boa aparência?
  14. Com quantos Trudeaus se faz um Xi Jinping?
  15. Quem tem lockdown, passaporte vacinal e imprensa venal precisa de exército?
  16. Se vários países já suspenderam o passaporte vacinal e o Sambódromo do Rio de Janeiro foi fechado para o Carnaval sem a suspensão do passaporte vacinal na cidade, o prefeito Eduardo Paes está:
  17. Em outro planeta;
  18. Em outra pandemia;
  19. Confiante na vacina e mais confiante ainda no vírus;
  20. Convicto de que vacina é uma coisa e imunização é outra;
  21. Perguntando ao seu comitê científico até quando esse papo vai colar.
  22. Se João Doria desistir mesmo de ser candidato a presidente, o que será feito daquele belo jardim montado cuidadosamente para o seu marketing pandêmico?
  23. Se depois que começou a vacinação de covid tantos jovens passaram a sofrer mal súbito devido às mudanças climáticas, não seria o caso de desenvolver uma vacina contra o aquecimento global?
  24. Se a Rússia trouxer o apocalipse nuclear antes da próxima pandemia, isso poderá ser considerado uma traição de Vladimir Putin a Bill Gates?
  25. Se o mundo acabar mesmo, como ficará a geopolítica?

Leia também “Lula & Alckmin na intimidade”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste