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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

A ARAPUCA - Percival Puggina


O que pretendo aqui é alertar para uma armadilha retórica que a esquerda usa como pedacinhos de pão para atrair inocentes e incautas pombinhas à sua gaiola. Se há um talento nessas facções ele está em sua capacidade de extrair dos males do mundo o combustível necessário à sedução e mobilização de ativistas. Nesse sentido, a canhota ideológica funciona como uma refinaria projetada para transformar insatisfações sociais em energia pura.


Nick Cohen, em What’s Left (2007), já mostrava que a esquerda, no mundo todo, aliava-se a movimentos e governos totalitários e fascistas. Com efeito, comunismo, nazismo e fascismo são trigêmeos univitelinos. Quando Porto Alegre acolhia a fogosa militância dos Fóruns Sociais Mundiais (2001 a 2005), a cidade era adornada com pichações que davam vivas a Saddam e ao terrorista Arafat. Alegorias de mão louvando os ícones dos totalitarismos do século passado dominavam a paisagem nas ruidosas passeatas que promoviam. E não há silêncio maior do que o da esquerda em relação aos crimes dos irmãos Castro, a construção totalitária de Hugo Chávez e sua amplificação sob Nicolás Maduro. Nada que façam extrai sequer um murmúrio de protesto. [ao contrário - além do apoio incondicional prestado ao Chávez  pelo perda total e a corja que forma sua maioria, a atual presidente do perda total = pt, continua apoiando o tirano Maduro.]

O que leva jovens idealistas a entrarem numa canoa com tantos furos no casco, tão incompatível com ideais elevados? 
Resposta: a arapuca. Ela consiste em:
1. apontar os problemas constatáveis em sociedades de livre iniciativa, de economia de empresa, de capitalismo, enfim;
2. apresentar como resposta a esses problemas os mais consensuais e nobres anseios da humanidade; e
3. denominar esses anseios de socialismo ou comunismo.


É a ternura em estado puro, não endurecida. Nessa retórica, passa sem qualquer menção o fato de suas experiências, malgrado terem mantido bilhões de pessoas em sucessivas gerações sob servidão totalitária, não produziram uma única democracia, uma economia que se sustentasse e um estadista de respeito. 
Após um século de insucessos, os seus modelos acumulam cem milhões de cadáveres e disputam com a peste do século XIV o troféu universal da letalidade. É a dureza sem ternura.

A arapuca, portanto, consiste em comparar coisas desiguais, ou seja, a experiência real e muito mais bem sucedida das sociedades livres, nas quais obviamente persistem problemas, com a fantasia do paraíso descrito no falatório esquerdista. Em regra, quem arma essa arapuca é um manipulador que confia na ingenuidade alheia. No entanto, só se pode comparar coisas de fato confrontáveis, ou seja, cada doutrina com sua prática, ou doutrina com doutrina e resultado com resultado. E aí não tem nem graça.


Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

  

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Lula manda, o PT obedece - O Globo

Bernardo Mello Franco
A RECONDUÇÃO DE GLEISI

Quando Lula manda, o PT obedece.

[definitivamente a maioria dos petistas não são seres normais; 

só não cito o nome da doença para não ofender vitimas inocentes que também são portadoras da mesma patologia.]

Na terça-feira, o ex-presidente completou 500 dias na cadeia. 

Na mesma data, ele garantiu a permanência de Gleisi Hoffmann no comando do partido.  A deputada enfrentava a oposição de parlamentares e governadores petistas. O ex-presidenciável Fernando Haddad, cotado para concorrer ao Planalto de novo, também queria vê-la pelas costas.  De Curitiba, Lula determinou o cessar-fogo. Ele ordenou o fim das disputas internas e a recondução da aliada à presidência do PT. Gleisi continuará no cargo pelos próximos quatro anos, o que incluirá as eleições de 2020 e 2022.

A decisão foi anunciada em Brasília, no gabinete de um deputado do Piauí. Um vídeo divulgado nas redes denuncia o clima de constrangimento na reunião. Alguns presentes exibiriam mais entusiasmo se estivessem na sala de espera do dentista.
“Ficamos sem saída. Quando o Lula estava solto, já era difícil dizer não para ele. Depois da prisão, ficou impossível”, resume um ex-ministro. Ao virar porta-voz da campanha “Lula Livre”, Gleisi conquistou a confiança irrestrita do ex-presidente. Ela não fez o mesmo sucesso com os cardeais de partido, que a consideram radical e sectária.

No início do ano, Haddad chegou a reclamar publicamente da deputada. Sem consultar ninguém, ela desembarcou em Caracas para prestigiar a posse de Nicolás Maduro. Para os petistas moderados, a associação com a Venezuela equivale a um suicídio eleitoral. Gleisi também provocou discórdia na disputa pela presidência da Câmara. Ela torpedeou uma aliança com o favorito Rodrigo Maia, do DEM, e declarou apoio ao azarão Marcelo Freixo, do PSOL. Maia se reelegeu e deixou o PT fora da Mesa Diretora.

Até pouco tempo atrás, os petistas se orgulhavam de escolher seus dirigentes em eleições diretas. Em 2013, mais de 800 mil filiados participaram da votação interna. Seis anos depois, o futuro do partido foi decidido por uma só cabeça, confinada numa cela de 15 metros quadrados. [que Deus dê vida longa ao Lula e saúde;
assim ele terá mais tempo para destruir o PT e cumprir, sentindo cada dia, as penas de prisão das novas condenações que cairão sobre ele - uma a uma e ele consciente para sentir cada dia, cada minuto.]

Bernardo Mello Franco, jornalista - O Globo

 

domingo, 26 de maio de 2019

Manifestação errada em hora inadequada

Mobilização de bolsonaristas amanhã em nada ajuda o governo nos desafios políticos

O presidente Jair Bolsonaro diz que não irá às manifestações de amanhã, alegadamente para defendê-lo e a seu governo de um suposto avanço da esquerda, demonstrado pelas passeatas em defesa da Educação. As derrapagens do governo no MEC criaram mesmo um chamativo pretexto. Mas não havia apenas a cor vermelha nas passeatas.

O estranho é fazer manifestação como se estivéssemos em período eleitoral. Diante da evidência de que o movimento foi criado a partir das redes sociais, por onde transitam frações da extrema direita e suas propostas radicais, inconstitucionais, o presidente, que teria chegado a admitir comparecer, recuou. Seria uma sandice ir. Ele mesmo, em viagem ao Paraná na quinta-feira, criticou quem planeja levar às ruas pedidos de fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Em café da manhã, também quinta, com jornalistas, para o qual O GLOBO não foi convidado, o presidente afirmou que quem defender essas palavras de ordem no domingo “estará na manifestação errada”. Fechar instituições republicanas é “golpe”, o que também era defendido pelo lulopetismo quando pregava a convocação de uma ilegal “Constituinte exclusiva”, para alterar a Carta sem quorum qualificado, ao seu bel-prazer. [a constituição 'cidadã', atrapalha em muito a governabilidade, desce a detalhes que em vez de esclarecer abrem espaços para mais questionamentos - salvo engano é a segunda ou terceira maior constituição do planeta - tem um artigo que precisa ser reduzido ou até mesmo excluído (claro, por uma Constituinte com poderes para legais para tanto) o famoso artigo 5º que só concede DIREITOS sem a contrapartida dos DEVERES.


Do começo ao fim aquele artigo permite praticamente tudo e o que não está permitido pode passar a ser, bastando uma interpretação ampla do termo 'direito individual'.

Talvez esteja sendo exagerado neste exemplo, mas se um individuo decidir defecar (por exibicionismo, protesto, ou mesmo alguma desordem mental) em plena praça pública - tipo na Praça dos Três Poderes em Brasilia, ou em frente ao Monumento dos Pracinhas no Rio ou em outros locais - e por acaso seja preso, alegando ofensiva ao pudor (apesar daquele grotesco episódio no carnaval de rua deste ano, a golden shower, que foi visto como normal e até aplaudido nas redes sociais) há risco da matéria ir parar no Supremo e lá decidirem que defecar é um direito individual e pode ser exercido sem restrições e quem reclamar será preso pela prática de crime inafiançável, imprescritível, etc, etc.
Sempre oportuno lembrar que estamos no Brasil, onde a Suprema Corte é chamada a se manifestar até sobre o uso de banheiros unissex, públicos,  por crianças adultos.].

Mas, mesmo com todos esses inconvenientes é a CONSTITUIÇÃO vigente e tem que ser cumprida.]

O presidente comparou este tipo de manifestação com as que têm sido arregimentadas pelo ditador venezuelano Nicolás Maduro, isolado no poder, até agora sob a proteção da cúpula militar. E aplaudido por claques de beneficiados pelo assistencialismo estatal, enquanto o país dissolve.  Em vez de gastar tempo e energia num ato extemporâneo, os bolsonaristas devem procurar entender que o jogo político é travado no Parlamento, onde são negociados projetos. Quem costuma ir às ruas é a oposição, que se mobiliza em momentos críticos, de impasse. Não é o que acontece.

Transita pelo Congresso um projeto de reforma da Previdência, crucial para a economia enfim se livrar de travas fiscais. É uma tarefa de que a classe política se esquiva há pelo menos 25 anos, desde que Fernando Henrique Cardoso foi eleito presidente, com propostas reformistas. Uma delas, a previdenciária. Não teve condições de aprová-las como gostaria. Depois, vieram Lula e Dilma, ideologicamente contrários ao ajuste das contas públicas, por acharem que ele seria feito contra os “pobres”, grave engano. Mesmo assim foram forçados a avançar alguns passos em mudanças na previdência dos servidores públicos. A hora, portanto, é de o governo e aliados atuarem no Congresso para viabilizar mudanças que se tenta fazer há um quarto de século.

A própria bancada do PSL, partido do presidente, precisa entender o que se passa. A foto publicada pelo GLOBO, de deputados pesselistas gravando “lives” no plenário da Câmara, simboliza a dessintonia entre bolsonaristas e a realidade. Redes sociais podem ter ajudado na campanha. Mas não auxiliam a governar.


 Editorial - O Globo



sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Lula condenado, PT mais isolado

Depois da derrota para Bolsonaro, o PT se distanciou de aliados e perdeu influência no Congresso. Agora fica ainda mais longe de ver seu líder fora da cadeia


A segunda condenação de Lula tende a agravar o isolamento do PT. O partido não conseguiu unir a oposição e perdeu influência no Congresso. Agora fica ainda mais longe de ver seu líder fora da cadeia. Em 2018, o PT foi varrido pelo furacão Bolsonaro. Só elegeu quatro governadores, todos no Nordeste. Em 2019, as perspectivas não parecem melhores. O ano mal começou e a sigla já sofreu derrotas significativas na Câmara e no Senado. Pela primeira vez em 17 anos, foi excluído das duas mesas diretoras.
Na Câmara, os petistas foram esnobados por Rodrigo Maia, que preferiu se aliar ao PSL. Fecharam um acordo de última hora com Marcelo Freixo, mas não conseguiram entregar nem 40 dos 54 votos da bancada. Agora correm o risco de não comandar nenhuma comissão importante. No Senado, o PT escolheu abraçar Renan Calheiros. Foi uma decisão desastrada. O emedebista retirou a candidatura e deixou os parceiros ao relento. O governista Davi Alcolumbre virou presidente e deixou claro que não dará vida fácil a quem apoiou o rival.

Um ex-ministro petista afirma que o partido está sem rumo e “caminhando para o gueto”. Ele diz que a legenda adotou um discurso sectário e ficou imobilizada com a campanha “Lula Livre”. Na sua avaliação, o ex-presidente não sairá da cadeia tão cedo. Aos 73 anos, terá que esperar um habeas corpus humanitário. Outro ex-ministro descreve a situação do PT como um “profundo isolamento”. Ele defende um esforço de reaproximação de aliados históricos como PDT e PCdoB. O problema é que as duas siglas ainda reclamam do tratamento que receberam na eleição. Preferiram apoiar Maia e sabotaram a formação de um bloco de esquerda na Câmara.
O PT recebeu 47 milhões de votos na corrida presidencial, mas não sabe o que fazer com eles. Fernando Haddad voltou às salas de aula e resiste a assumir o comando do partido. Só tem sido visto no Twitter, onde faz críticas pontuais a Bolsonaro. A presidência da sigla continua nas mãos de Gleisi Hoffmann, rebaixada de senadora a deputada. Ela é cada vez mais contestada pelos colegas. Tem dado motivos para isso. Sua última trapalhada foi baixar na Venezuela para a posse de Nicolás Maduro.
 
Bernardo Mello Franco - O Globo
 

domingo, 6 de janeiro de 2019

Parlamento da Venezuela, controlado pela oposição, rejeita segundo mandato de Maduro e Juiz do Supremo Tribunal foge para evitar posse de Maduro

Presidente venezuelano toma posse em uma semana, mas Congresso, que assumiu as funções neste sábado, afirma que cadeira está sendo 'usurpada'

O Parlamento da Venezuela, controlado pela oposição, declarou neste sábado, 5, que o novo mandato de Nicolás Maduro é ilegítimo, e classificou o presidente de "usurpador". A decisão é simbólica, porque o chavismo considera a Assembleia Constituinte, governista e formada após eleições realizadas em 2017, um órgão hierarquicamente superior ao Parlamento, eleito em 2016.  

O novo governo terá início na próxima quinta-feira. Segundo o Parlamento, a partir deste dia a presidência será usurpada. "Reafirmamos a ilegitimidade de Nicolás Maduro (...). A partir de 10 de janeiro estará usurpando a Presidência e, consequentemente, esta Assembleia Nacional é a única representação legítima do povo", disse o novo presidente do Legislativo, Juan Guaidó, após tomar posse do cargo.

O líder parlamentar também considerou a "cadeia de comando quebrada ou usurpada" nas Forças Armadas, a principal força de sustentação de Maduro e a qual, no entanto, ele pediu para apoiar os esforços para "restaurar a democracia" no país. Diante da ampla bancada da oposição e de representantes do corpo diplomático, Guaidó também se comprometeu a "gerar as condições para um governo de transição e convocar eleições livres". "A presidência não está desocupada, está sendo usurpada (...), estamos na ditadura", afirmou o deputado do Voluntad Popular, partido de Leopoldo López, em prisão domiciliar. 

A Assembleia Nacional decidiu rotular Maduro de "usurpador" um dia depois de o Grupo de Lima, apoiado pelos Estados Unidos, ter pedido ao presidente que não tome posse e ceda poder ao Legislativo até que eleições livres sejam realizadas. "Estamos diante de um homem que roubou uma eleição (...) teremos um usurpador. Não podemos reconhecer Maduro como presidente", disse à AFP a deputada Delsa Solorzano.

Maduro, de 56 anos, foi reeleito no dia 20 de maio em eleições antecipadas convocadas pela Assembleia Constituinte, órgão oficial de poder absoluto que na prática substituiu o Legislativo, única entidade controlada pela oposição. Denunciando uma "fraude" para perpetuar o governante socialista, os principais partidos da oposição boicotaram as eleições, embora suas principais figuras já estivessem inabilitadas ou presas.

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui



quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Alerta sobre Matias Spektor - Ernesto Araújo enfrenta primeiro teste em Lima

Ernesto Araújo enfrenta primeiro teste em Lima -

Resultado da jornada do novo chanceler terá três impactos fundamentais

[O cidadão  - Matias  Spektor, é aquele que 'criou  memorandos' internos na CIA, tentando atribuir ao presidente Geisel e auxiliares, que os mesmos sabiam das supostas 'matanças' de terroristas.

Leiam a matéria do mesmo, adiante transcrita - o direito do leitor se informar é algo do qual ele não deve abrir mão - mas, saibam mais sobre Matias  Spektor, clicando aqui, ou aqui.]

Está marcada para amanhã a estreia do chanceler Ernesto Araújo, quando ele participa da reunião do Grupo de Lima, o clube de países interessados em coordenar uma resposta à ditadura venezuelanaTrata-se de encontro importante porque Nicolás Maduro está prestes a assumir um novo mandato presidencial e, pela primeira vez em muito tempo, devido à crise econômica galopante, dissidentes e opositores conseguem oferecer uma perspectiva de mudança. Em Lima todos os holofotes estarão sobre o chanceler brasileiro. Bolsonaro alimentou a expectativa de que o Brasil jogará seu peso contra o chavismo, e a pergunta que todos farão é se Araújo consegue liderar a costura de um consenso regional ou se ele tropeçará nos obstáculos que, há tempos, inviabilizam um front comum.
Ao pousar em Lima, o ministro terá somente apoio líquido e certo da Colômbia. O México lhe fará oposição. Argentina, Chile e Peru terão alguma simpatia, mas precisarão ser convencidos.
O resultado da jornada terá três impactos fundamentais.
O primeiro é sobre a Venezuela. Se houver consenso em Lima, os opositores do regime em Caracas e no exílio farão novos movimentos. Se a região ficar dividida, tudo fica como está.
O segundo impacto é sobre Bolsonaro. O presidente terá sua primeira vitória diplomática se o grupo publicar uma declaração com medidas duras, tais como a negação de vistos a representantes do regime venezuelano, a imposição de sanções, uma denúncia ao Tribunal Penal Internacional ou uma crítica à China e à Rússia, as duas potências que ainda ajudam a manter o chavismo no poder.
Ao contrário, Bolsonaro terá amargado um fracasso se a declaração de Lima for murcha, com decisões inócuas, tais como uma mera retirada de embaixadores de Caracas ou um palavreado vazio sobre o não-reconhecimento da legitimidade de Maduro.

O terceiro impacto da reunião de Lima será sobre a posição do próprio Ernesto Araújo no governo. Devido às escolhas que fez para alcançar o cargo, ele ainda tem muito chão pela frente antes de consolidar seu nome na Esplanada dos Ministérios.
Enquanto sua força for derivada do deputado Eduardo Bolsonaro, sua permanência no cargo estará sempre por um fio. Para sobreviver no lugar que ocupa, reassegurar quem duvida dele e isolar opositores, ele precisa selar o apoio inconteste do presidente.

Uma vitória em Lima faria isso. Não só devido à Venezuela, cujo desfecho é incerto. Mais pelo efeito de entregar uma região unida contra o chavismo: a garantia de que Bolsonaro encontrará portas abertas por toda a Washington, muito além da Casa Branca.

Folha de S. Paulo
 


terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Rompimento já?

Última vez que Brasil rompeu relações diplomáticas foi em 1964, justamente com Cuba

Depois de acertar com Michel Temer a extradição do italiano Cesare Battisti e de abandonar o Pacto Global de Migração exatamente enquanto estava sendo assinado pelo Brasil e outros 160 países, o futuro governo poderá ser ainda mais audacioso na política externa, com uma dupla canelada: o rompimento de relações tanto com a Venezuela quanto com Cuba. [ao tempo que parabenizamos a ilustre colunista pelo oportuno título da matéria, pedimos vênia para sugerir uma pequena correção: a substituição do (?) por  (.).
A manutenção de relações diplomáticas só se justifica quando há benefícios para os dois países - manter relações diplomáticas com Cuba, Venezuela e  mais uma dezena de países é jogar dinheiro fora.]
 
Isso não é nada trivial, mas o primeiro passo já foi dado com o cancelamento do convite aos presidentes dos dois países, Nicolás Maduro e Miguel Díaz-Canel, para a posse de Jair Bolsonaro em primeiro de janeiro. A última vez que o Brasil rompeu relações com um país foi em 1964, justamente com Cuba. De 1964 e 1967, as relações com a Venezuela foram suspensas, mas por iniciativa de Caracas. A decisão de desconvidar os dois presidentes não foi consensual no núcleo duro do futuro governo, mas Bolsonaro e seu chanceler, o diplomata Ernesto Araújo, foram inflexíveis. Nada de Maduro e de Díaz-Canel na posse.

O Itamaraty havia seguido o protocolo, ao emitir os convites para todos os países com quem o Brasil mantém relações, independentemente de ideologia ou outro fator político. Depois, se limitou a enviar uma nova mensagem, curta, grossa e sem nenhuma explicação: “Favor desconsiderar o telegrama anterior”. Equivale a rasgar o convite para a posse, uma deselegância. No núcleo duro bolsonarista, todo ele igualmente contra os regimes de Cuba e Venezuela, a discussão foi quanto ao que seria melhor para o Brasil. O lado perdedor, que queria manter o convite, preferia que o protocolo fosse mantido e a “desfeita” fosse de Maduro e Díaz-Canel, pois eles certamente não viriam de qualquer forma. Essa desfeita deixaria o Brasil na posição de vítima e daria um bom pretexto para o rompimento de relações após a posse.

Na discussão, que incluiu civis e militares, esse lado ponderou que a política externa “não pode ser ideológica”. Se era para desconvidar Cuba e Venezuela, por que não a Bolívia, alguns países da África ou a própria China, que é o maior parceiro comercial, mas mantém um regime de esquerda? [reiterando o que afirmamos: quando há benefícios mútuos a manutenção de relações comerciais é conveniente - em que pese a posição política da China justifica a conveniência de manter plenas relações.
Já a Bolívia se enquadra entre os que formam a dezena de países.] 
 
Bolsonaro, porém, não deu ouvidos a essa ponderação e foi na linha de Ernesto Araújo, que tem pressa no afastamento dos dois regimes para mostrar, logo de cara, a guinada da política externa brasileira. O próximo passo será formalizar o rompimento o quanto antes. Essa é uma ação diplomática absolutamente fora de padrão, mas as relações do Brasil com Cuba vão de mal a pior desde o impeachment de Dilma Rousseff, quando Havana retirou a embaixadora de Brasília e nunca mais a substituiu, além de jamais ter respondido ao pedido de agréement para um embaixador brasileiro em Havana. [a falta de firmeza do Temer é que impediu o rompimento com Cuba, situação que esperamos seja sanada nos primeiros dias de janeiro próximo.
A falta de firmeza do Temer, que agora passou a elogiar a 'escarrada' Dilma o que equivale, a proferir uma autocondenação contra ele mesmo.]
 
Se já eram ruins com Michel Temer, as relações se deterioraram de vez com a eleição de Jair Bolsonaro e a retirada dos médicos cubanos. Foi uma decisão de Havana, mas não tão unilateral assim, já que Bolsonaro já vinha criticando o formato do programa e formação dos profissionais da Ilha. Quanto à Venezuela, foi um dos primeiros, senão o primeiro país a rechaçar o impeachment de Dilma e a posse de Temer, ao que o novo chanceler na época, José Serra, respondeu num tom muito mais duro e político do que cuidadoso e diplomático. Diante da posse de Bolsonaro, qualquer chance de reaproximação implodiu de vez. Pergunta-se agora o que acontece com a dinheirama que o BNDES da era Lula e Dilma despejou em Cuba e na Venezuela (aliás, para financiar projetos da Odebrecht). Vai micar? Essa é uma ótima pergunta.

Morte
Depois do “bastam um soldado e um cabo para fechar o Supremo”, Eduardo Bolsonaro defende a pena de morte. Quem vai mandar o “garoto” calar a boca?
 

 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Brasil convidou e desconvidou Cuba e Venezuela para posse

Bolsonaro: “Ele (Maduro) com certeza não vai receber (um convite para a posse)”.


Maduro não foi convidado para posse de Bolsonaro, diz futuro chanceler

O governo brasileiro convidou e desconvidou Cuba e Venezuela para a posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).  

 Em nota, o Itamaraty afirmou que recebeu a recomendação para convidar todos os chefes de Estado e de Governo dos países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas. Em um segundo momento, foi recebida a recomendação de que Cuba e Venezuela não deveriam mais constar da lista, o que exigiu uma nova comunicação a esses dois governos. 
"Em respeito ao povo venezuelano, não convidamos Nicolás Maduro para a posse do presidente Bolsonaro. Não há lugar para Maduro numa celebração da democracia", escreveu, pelo Twitter, Ernesto Araújo

Sem considerar o imbróglio, Bolsonaro afirmou no domingo (16) que não os convidaria.
"Ele (Maduro) com certeza não vai receber (um convite para a posse). Nem ele, nem o ditador que substitui Fidel Castro... Fidel Castro não, Raúl Castro."
Segundo o presidente eleito, a razão é a ditadura. "Não podemos admitir ditadura. O povo lá não tem liberdade."



O futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou hoje (16), em sua conta no Twitter, que o presidente venezuelano Nicolás Maduro não foi convidado para a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, no dia 1º de janeiro. São esperados chefes de Estado e de governo para a posse.
“Em respeito ao povo venezuelano, não convidamos Nicolás Maduro para a posse do PR Bolsonaro. Não há lugar para Maduro numa celebração da democracia e do triunfo da vontade popular brasileira. Todos os países do mundo devem deixar de apoiá-lo e unir-se para libertar a Venezuela, escreveu em um post na rede social.
Bolsonaro e Araújo já criticaram o regime do presidente Maduro em outras ocasiões, mas disseram que o Brasil vai continuar a acolher os venezuelanos que entrarem no país.

Horas após a fala de Bolsonaro, o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, publicou no Twitter as imagens do convite e afirmou que o presidente Nicolás Maduro nunca considerou participar da posse "de um presidente que é a expressão da intolerância, do fascismo e da entrega a interesses contrários à integração da América Latina e Caribe".

O Itamaraty, entretanto, destaca que a organização da posse é feita em coordenação com o governo eleito. "Os atos são formalizados pelo governo atual (até primeiro de janeiro de 2019, como previsto na Constituição), após consulta à equipe que assumirá na ocasião", diz trecho da nota.  

O Estado de S. Paulo


sábado, 22 de setembro de 2018

Um país na margem de erro

"Brasileiro confia tanto em pesquisa que nem dá para entender por que ainda tem eleição. Votar pra quê? Chega de intermediários."

Há mais de ano o Brasil sabe que Lula está no segundo turno. Como ele sabe? As pesquisas disseram. E não disseram uma vez, nem duas. Gritaram, reiteraram, vaticinaram sempre que o noticiário policial dava uma trégua ao ex-presidente. O segundo turno de Lula hoje é o do carcereiro que toma conta dele à noite, mas não tem problema. Ele envia um representante, com procuração e tudo, para tomar conta do que é dele. O triplex do Guarujá, o sítio de Atibaia, a cobertura de São Bernardo e a fortuna incomensurável para pagar advogados milionários por anos a fio não são de Lula. O que é dele, e ninguém tasca, é o lugar cativo no pódio dos institutos de pesquisa.

A estratégia de trazer o comandante do maior assalto da história para o centro da eleição que deveria ser o seu funeral político não é um incidente. Como já escrito – mas não custa repetir ao eleitorado distraído é uma estratégia. E uma estratégia tosca.  O Brasil viu – mas para variar não enxergou – a construção dessa lenda surrealista: Lula, o PT e sua quadrilha representam, na sucessão de 2018, “a salvação progressista contra o autoritarismo”. Contando ninguém acredita.

Uma imensa maioria de formadores de opinião e personagens influentes da elite branca (aquela mesma do refrão petista) vive de lamber esse herói bandido, fingindo defender o povo – esse mesmo povo roubado até as calças pelo meliante idolatrado por eles. Ou melhor: idolatrado de mentira, porque a única idolatria dessa elite afetada e gulosa é por grana, poder e aquele verniz revolucionário que rende até umas almas carentes em mesa de bar.  Então, aí está: a estratégia funcionou e os cafetões da ética imaginária conseguiram – milagre – chegar às portas da eleição defendendo sem um pingo de inibição o PT, exatamente o maior estuprador da ética que a história já conheceu.

Pode ser doloroso, mas é preciso constatar: a possível presença do PT no segundo turno será a canalhice brasileira saindo do armário. Sem meios tons.  Se o Brasil estivesse levando uma vida saudável, estaria agora dando continuidade à exumação da Era PT e tomando as devidas providências para jamais errar de novo tão gravemente. Mas a margem de erro por aqui é um latifúndio – o país mora no erro, e eventualmente passa férias fora dele, como um marginal.  Tradução: o insistente culto ao fantasma petista fermentou as assombrações antipetistas – e o Brasil deixou de se olhar no espelho para ficar perseguindo morto-vivo com crucifixo na mão.

Fora desse fetiche mórbido, dessa tara masturbatória pelo falso dilema esquerda x direita, a reconstrução do Brasil parou. A saída quase heroica da recessão, com redução dos juros e da inflação, reforma trabalhista e recuperação da Petrobras – nada disso existe no planeta eleitoral de 2018.  Quem vai tocar isso adiante? Quem vai segurar o leme da economia com a perícia de Ilan Goldfajn, o presidente do Banco Central que nos salvou do populismo monetário de Dilma e seus aloprados?

A resposta contém o disparate: um desses aloprados (que tinha o leme nas mãos na hora do naufrágio), o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa foi expulso da campanha de Haddad, o gato (ligação clandestina no poste) – banido por outro náufrago ainda mais aloprado que ele, o economista Marcio Pochmann. Ou seja: a possível reencarnação petista no Planalto está nas mãos dessa militância pré-histórica que se fantasia de autoridade acadêmica para perpetrar panfletos que fariam Nicolás Maduro dizer “menos, companheiro”. Adivinhe se esse tema aparece na campanha presidencial?

Adivinhou, seu danado. O Brasil está lá, boiando na margem de erro, lendo pesquisa e brincando de jogar pôquer com o 7 de outubro. Nem sabe quem é o economista do Haddad. Ou melhor: nem sabe quem é o Haddadporque aquele ministro da Educação tricampeão de fraudes no Enem, que não sabia nem aplicar uma prova e mandava escrever “nós pega o peixe”, sumiu de cena. Não existe mais também o prefeito escorraçado ainda no primeiro turno por inépcia.

Esse Haddad aí é outro:
é o super-homem das pesquisas, que voa por cima de todo mundo com a criptonita do Lula e faz a imprensa companheira lutar por uma foto dele com a camisa aberta e a grife do presidiário explodindo no peitoral. Vai nessa, Brasil. As pesquisas colecionam erros clamorosos em todas as eleições, mas dessa vez talvez até acertem, porque num país exilado na margem de erro qualquer chute é gol – mesmo no campeonato dos detentos."


Gazeta do Povo - Guilherme Fiuza


quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Defesa de Lula planeja recorrer ao Tribunal Penal Internacional, em Haia

[já que a defesa do presidiário Lula quer palhaçada, quer um circo, vamos dar algumas dicas.

Coisa séria mesmo.

Primeiro que o Tribunal Penal Internacional  cuida de Crimes Contra a Humanidade - que podem incluir prisões ilegais;

mas, qualquer idiota, jovem ou senil, sabe que a prisão de Lula não foi, não é e nunca será ilegal, correu tudo dentro do ordenamento legal brasileiro, com o criminoso tendo o mais amplo direito de defesa - quase cem habeas corpus analisados pelas mais diversas instâncias, inclusive o Plenário do Superior Tribunal Federal;

tal fato põe por terra alegar crimes contra a humanidade usando o argumento de suposta prisão ilegal - o Tribunal rejeitaria e o país que efetuasse a denúncia ficaria mal com o Brasil e com o mundo; 

qualquer outro argumento não prosperaria, haja vista a impossibilidade de prosperar qualquer alegação  de qualquer violação de direitos do criminoso condenado Lula;  

além do mais o tempo exíguo conspira contra o presidiário.

Uma alternativa que nos parece válida, divertida e propiciará ao Lula e seus rábulas uma chance de aparecer é que a NETFLIX apresenta uma série sobre o Tribunal Penal Internacional que narra a prisão de criminosos famosos - todos ex-presidentes ou ex-ditadores - que são presos e levados a julgamento por aquela Corte.

O inconveniente é que Lula pode ficar preso de verdade.

Mas, será além de candidato fantasia um prisioneiro de fato.

o link para maiores informações é:

 https://www.netflix.com ]

Uma vitória favorável à liberdade ou à candidatura de Lula na Corte de Haia obrigatoriamente teria de ser seguida pelas autoridades brasileiras. Estratégia, porém, depende do apoio de algum país e tem como entrave o curto tempo até as eleições

Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva darão uma última cartada para tentar livrá-lo da cadeia. De acordo com fontes ouvidas pelo Correio, incluindo pessoas ligadas ao PT e juristas próximos ao advogado Cristiano Zanin, um dos defensores do petista, a estratégia é levar o caso ao Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, nos Países Baixos.

Não se trata de um procedimento simples, e os advogados sabem disso. Para que uma ação passe a tramitar na Corte de Haia, é necessário que ocorra denúncia feita por um Estado, ou seja, apenas nações podem protocolar o pedido. Atualmente, 122 nações são Estados-Parte do Tribunal, incluindo países latino-americanos cujos governos atuais são simpáticos à causa de Lula. O planto, então, passaria por convencer as autoridades de alguma dessas nações.

Um dos governos cogitados é a Venezuela, cujo presidente, Nicolás Maduro, deu diversas declarações em apoio ao ex-presidente. O entrave, nesse caso, seria a imagem negativa de Maduro no cenário internacional. A Bolívia, governada pelo presidente de esquerda Evo Morales, no poder há mais de uma década, também está no radar dos advogados. Outras possibilidades analisadas seriam a Colômbia, a Costa Rica e o México.
 
Nesta quinta-feira (23/8), Lula recebe a visita do ex-presidente da Colômbia, Ernesto Samper. Embora não esteja mais no poder, Samper foi secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e mantém influência entre os governos de esquerda da América Latina. Ao chegar ao Brasil, a primeira declaração de Samper foi em defesa de Lula, fazendo referência à recomendação do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) para que o petista seja autorizado a concorrer à Presidência e faça campanha até que os recursos na Justiça se esgotem. "Quando o Brasil decidirá se segue em democracia ou regressa à época obscura da ditadura?", questionou o colombiano. 
 
Estatuto de Roma
Para tentar emplacar o caso Lula na Corte de Haia, a estratégia é afirmar que o caso se enquadra no Artigo 5º do Estatuto de Roma, que prevê, entre os delitos puníveis pelo código, os Crimes Contra a Humanidade. Nesta modalidade, está prevista a possibilidade de prisões ilegais. Desde 2002, o Brasil é signatário do Estatuto, por força do Decreto nº 4.388, que tem força de lei no Brasil e obrigatoriamente deve ser seguido pelas autoridades nacionais. Todos os artigos do código devem ser cumpridos pelas Cortes brasileiras. Uma vitória em Haia, portanto, teria um peso legal, diferentemente a decisão no Comitê de Direitos Humanos da ONU, que não se configura como ordem judicial.

A defesa do ex-presidente alega que Lula está preso arbitrariamente, por conta da prisão antecipada, antes do fim do processo e por ser alvo "da parcialidade e da perseguição" por parte dos juízes brasileiros e do Ministério Público. A polêmica envolvendo o habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que quase resultou na soltura, é um dos argumentos. Procurado pelo Correio, Cristiano Martins Zanin afirmou que não se pronunciará sobre as estratégias a serem adotadas na defesa de Lula. 
 
Obstáculos
Para a jurista Maristela Basso, professora de direito internacional da Universidade de São Paulo (USP), a estratégia enfrentaria alguns obstáculos. "À Corte Internacional, só podem ir Estados soberanos. Algum país teria de denunciar o caso. Eu vejo uma empreitada dessa como juridicamente prejudicada, pois não acredito que eles se manifestariam sobre o processo legal no Brasil", avalia.

O tempo é outro entrave para as pretensões de Lula. Dificilmente o Tribunal Penal Internacional avaliaria o caso antes das eleições ou mesmo da posse do próximo presidente, em 1º de janeiro. A situação, porém, geraria desconforto e se tornaria mais um fato a repercutir na corrida eleitoral.

Correio Braziliense


terça-feira, 22 de maio de 2018

A crise venezuelana


Engana-se quem pensa que o regime bolivariano cairá num passe de mágica. Não há a menor chance disso acontecer enquanto os militares venezuelanos apoiarem Maduro


Integrante do Grupo de Lima, formado por 14 países das Américas, o Brasil anunciou ontem que não reconhece a legitimidade das eleições presidenciais na Venezuela, em que Nicolás Maduro foi reeleito presidente. Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia também condenaram a reeleição
Cuba, Bolívia e Rússia;  a China foi pelo mesmo caminho, enquanto os Estados Unidos anunciaram a adoção de duras sanções econômicas.  As eleições venezuelanas foram marcadas por dois tipos de oposição: o não comparecimento às urnas de 54% do eleitorado (8,6 milhões de eleitores) e uma das mais baixas votações do chavismo, 5,8 milhões, ou seja, 67% dos votos. Também emergiu das urnas uma dissidência do chavismo, que reiterou aquilo que a oposição já antevia ao boicotar o pleito: houve uma fraude escandalosa nas urnas. Os candidatos derrotados, Henri Falcón, que obteve 21% dos votos, e Javier Bertucci, com 11%, ambos chavistas, não reconhecem o resultado e pedem novas eleições.

Em reação ao pleito, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proibiu o envolvimento de cidadãos norte-americanos em negociações de títulos da dívida da Venezuela e de outros ativos. Segunda a Casa Branca, o objetivo é impedir que oficiais venezuelanos corruptos façam negócios e lavem dinheiro de propina. Desde maio, 62 pessoas e 15 entidades venezuelanas estão com bens congelados e proibidos de fazer negócios nos Estados Unidos, que consomem um terço do petróleo da Venezuela. As petroleiras americanas não podem mais negociar dívidas públicas do país ou comprar petros, a criptomoeda criada por Caracas.

Entretanto, a China ainda aposta alto no regime de Maduro. Recentemente rebateu as acusações do Tesouro dos Estados Unidos de que estaria ajudando o governo venezuelano com investimentos suspeitos envolvendo empréstimos em troca de petróleo. Em Pequim, o porta-voz da chancelaria chinesa, Geng Shuang, destacou que o país auxiliou a construção de mais de 10 mil casas de baixo custo, a geração de eletricidade e o gasto com eletrodomésticos para três milhões de lares venezuelanos de baixa renda.

A Venezuela vive uma crise humanitária, com mais de um milhão de venezuelanos em fuga pelas fronteiras com a Colômbia e o Brasil. A situação tende a se agravar com as novas sanções. Mas se engana quem pensa que o regime bolivariano cairá num passe de mágica. Não há a menor chance disso acontecer enquanto os militares venezuelanos apoiarem Maduro. A única tentativa de rebelião militar, no Forte Paramacay, no ano passado, foi um fracasso. A probabilidade maior é o regime endurecer ainda mais, expurgando a oposição interna, que passará a ser tratada como a antiga oposição liberal e social-democrata. Do ponto de vista das relações internacionais, Maduro ainda tem aliados poderosos, tanto do ponto de vista econômico quanto militar.

Armas
Militarmente, a Venezuela aparece em 45º lugar no mundo. Na América Latina, ocupa o sexto, atrás da Colômbia (40º), Peru (39º), Argentina (35º), México (34º) e o Brasil, que ocupa a 17ª posição do GFP (Global Firepower, compilado pelos Estados Unidos). Não existe nenhum risco de crise militar entre os países da região que possa resultar numa guerra com a Venezuela a curto prazo; na verdade, a tensão externa serve como biombo e pretexto para o endurecimento do regime, que já pode ser caracterizado como uma ditadura disfarçada.

O regime de Maduro não seria o que é hoje sem a passagem do coronel Hugo Chávez pela Presidência. Ele operou com destreza o alinhamento do alto-comando militar das Forças Armadas com seu projeto político, dando aos militares grande poder na economia, seja na gestão das empresas, seja no direcionamento dos negócios, principalmente petrolíferos. Além disso, modernizou o equipamento militar, com a aquisição de aviões, tanques e mísseis russos. Também formou uma milícia com 500 mil voluntários em todo o país, nos moldes cubanos, que pode ser mobilizada e prontamente armada pelo Exército.

Maior do que o risco de guerra com um país vizinho, que a Venezuela hoje não pode bancar sem entrar em completo colapso, a não ser que receba ajuda direta e maciça de Cuba, da Rússia ou da China, o que impensável sem uma escalada de tensões com os Estados Unidos, é a possibilidade de desestruturação progressiva de suas forças armadas, que já não têm condições de atender necessidades elementares. São cada vez mais frequentes os casos de militares venezuelanos doentes ou feridos que buscam socorro médico atravessando, sem se identificarem como tal, a fronteira com o Brasil. O maior problema são armas de mão e mísseis que podem ser transportados e lançados por um só homem, armamentos que podem ser vendidos ou contrabandeados por oficiais corruptos ou soldados em dificuldades financeiras para manter as respectivas famílias.

Nas entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB


 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Um membro do próprio “TSE” da Venezuela se nega a reconhecer o resultado; as evidências de fraude são muitas até para um pleito ilegítim

Que fique claro! A eleição venezuelana não é fraudulenta apenas porque a verdadeira oposição está proibida de participar. A eleição venezuelana não é um engodo só porque mais da metade do eleitorado não se dispôs a sair de casa para votar. Faltou ao processo até a dignidade aparente das farsas. Desde sempre, saibam, os adversários de Nicolás Maduro estão proibidos de falar no rádio e na televisão. O governo, por sua vez, é onipresente.

As evidências de fraude são de tal ordem que Luis Emilio Rondón, o único dos cinco juízes do Conselho Nacional Eleitoral não-chavista, negou-se a reconhecer o resultado anunciado por Tibisay Lucena, uma bolivariana alucinada. Mais uma vez, as milícias armadas estavam nas ruas para intimidar os eleitores. Aliás, a extrema-direita brasileira que defende que a população se arme deveria eleger a Venezuela como sua pátria-modelo. Entre outras delicadezas, os chavistas ofereceram transporte gratuito para quem se dispusesse a votar.

Não só. Os venezuelanos atendidos por programas assistencialistas do regime dispõem de uma identificação chamada “Carteira da Pátria”. O governo criou próximo aos postos eleitorais os chamados “Pontos Vermelhos”. Os eleitores eram instados a comparecer a esses lugares e apresentar o documento — vale dizer: tratava-se de um controle paralelo do eleitorado. E ainda recebiam 10 milhões de bolívares, meros US$ 12, que correspondem, no entanto, a quatro salários mínimos. No país que tem uma inflação anual de 14 mil por cento, a moeda é uma ficção.

 Tibisay Lucena, mero esbirro de Nicolás Maduro, anuncia resultado da farsa

A Venezuela já chegou a ser o segundo destino das exportações brasileiras na região e o oitavo no mundo. Entre janeiro e maio de 2012, no melhor momento, exportamos US$ 1,9 bilhão para o país, Hoje, o regime bolivariano não figura nem entre os 50 primeiros destinos dos nossos produtos. No ano passado, na comparação com 2012, a queda já tinha sido de 91%.

Se o Brasil não reconhecer o resultado das eleições, uma eventual retaliação venezuelana será irrelevante. Mas não é nesse ponto que ancoro a minha defesa, não. Ainda que as relações bilaterais fossem vigorosas, a maior democracia da América Latina não pode condescender com uma ditadura homicida que, ademais, tem provocado danos objetivos ao nossos país, como sabe o Estado de Roraima. Não! Eu não defendo que o Brasil vire as costas aos refugiados. Defendo, isto sim, que vire as costas a um tirano de chanchada, sanguinolento e asqueroso.

Blog do Reinaldo Azevedo


 
 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Nenhuma estupidez é tão imodesta no Senado como a de Randolfe, amigo de Maduro. Ele é o rei da “fake opinion”

O ambiente do Senado é sempre um pouco mais circunspecto do que o Câmara. Nem poderia ser diferente. Tem pouco mais de um sexto —  81 membros — do total da outra Casa: 513. E, por isso mesmo, os atos ridículos se tornam mais visíveis. As argumentações canhestras se mostram mais salientes. São tantos os deputados que as intervenções bisonhas acabam se diluindo no excesso. Já na chamada “Câmara Alta”, a coisa é um pouco diferente.

O PT se revezou na tribuna no esforço de demonstrar, ora vejam , ou que o presidente Michel Temer estava tomando uma decisão eleitoreira — e a acusação embute a premissa óbvia de que a ação do governo no Rio conta com o apoio da esmagadora maioria da população ou, o que é mais espantoso, que a intervenção era desnecessária. Lindbergh Farias chegou até a dar uma receita que poderia substituir a ação federal: depreende-se de seu discurso que, caso se resolvam todos os problemas sociais, econômicos, urbanísticos, educacionais e administrativos do Rio,  a intervenção se faz desnecessária. Acho que concordo com ele. Afinal, convenham: com aquela paisagem e com todos os problemas resolvidos, o próprio Deus mudaria a sede do Céu e mandaria Cristo, o Redentor, descer do morro e dar lugar para quem verdadeiramente manda. Patético!

Ninguém, no entanto, elevou o ridículo à categoria do quase sublime, dada a quantidade de asneiras que falou, como Randolfe Rodrigues. Mais uma vez, o falso senador da Rede do Amapá — na verdade, ele continua a ser do PSOL se esmerou na estupidez, a exemplo do que fez durante o impeachment de Dilma. Não se esqueçam de que foi ele o mais bravo lutador em favor da permanência da então presidente do cargo. Ninguém foi tão virulento no ataque àqueles que queriam o impeachment. [mas se o senador, líder absoluto dele mesmo só tem a estupidez a ofertar, como podemos pleitear receber outra coisa?
O ilustre líder é tão bisonho que durante todo o seu mandato não logrou aprovar um único projeto a favor do povo do estado que o elegeu ou mesmo do Brasil.
A única coisa que ele consegue fazer, mesmo assim de forma errada, é mover ações contra qualquer coisa que o governo pretenda fazer.
Ele não ..., nem desocupa a moita.

Causa surpresa que ele ainda não tenha ingressado com uma ação solicitando a suspensão da intervenção - por enquanto,  meia-sola; o por enquanto é que nada impede que o general interventor decida considere que é também comandante do Comando MIlitar do Leste e usando da autoridade que dispõe, adote medidas necessárias à execução da intervenção, ignorando os que querem só atrapalhar.
O que tem de palpiteiro querendo combater bandidos com democracia e tudo amparado no artigo 5º da Constituição Federal, torna extremamente válida a lição do general Augusto Heleno: "é essencial, por exemplo, conferir aos militares poder de polícia, e livrá-los de amarras e injunções que só servem para favorecer criminosos." e “Os narcotraficantes precisam saber que, se reagirem, serão eliminados”.

Demonstrando uma ignorância solar da Constituição, procurem o discurso, o amigo de Nicolás Maduro afirmou que os artigos 34 e 35 da Constituição impediriam a intervenção. Sabe-se lá de onde tirou ao argumento. O 34 prevê justamente a intervenção federal nos estados para “pôr termo a grave comprometimento da ordem pública”. E o 35 trata na intervenção dos Estados nos municípios.

Ignorante agudo, também na voz, e convicto, aí no caso das ideias, o doutor resolveu emitir uma outra “fake opinion”, que é a opinião falsa expressa pelos ignorantes ou pelos de má-fé porque ancorada numa mentira: sugeriu que a Constituição só prevê a intervenção com o afastamento do governador.
A mentira é escandalosa. A mentira é grosseira. A mentira é boçal.

É o contrário do que ele diz. O Parágrafo 1º do Artigo 34 é explícito a mais não poder: “§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.”
Como resta claro, a dita-cuja pode ser parcial — como a ocorrida no Rio, limitando-se à área de segurança pública —, e o “interventor” que substitui o governador será nomeado “se couber”. Logo, ele emite uma “fake opinion” ao atribuir à Constituição o que nela não vai.

Ao atingir o estado da arte da delinquência intelectual, o senador afirmou alguém denunciado por “integrar organização criminosa” referia-se à acusação não menos delinquente que Rodrigo Janot fez contra o presidente Temer — não teria autoridade moral para assinar o decreto de intervenção. Tivesse um mínimo de vergonha já nem digo na cara, mas no mandato, não evocaria uma acusação que, a esta altura, resta claro, nasceu de uma tramoia.

No Senado, Randolfe merece o galardão de o parlamentar que soma com mais determinação esquerdismo chulo e virulento, ignorância de causa, arrogância e populismo barato.  Caso Marina Silva venha a ser presidente da República, ele certamente será ministro. E então veremos o Estado de direito com um pote de clorofila em uma das mãos e a foice na outra.

Maduro
Por que falei de Maduro? Vejam esta foto:

Vejam ali o senador, sorridente, com ar servil, ao lado de um assassino. Não venha dar aula de moral e cívica quem tem a desfaçatez de harmonizar a sua gravata com a de um brucutu fascistoide que mata e prende opositores, que lidera um regime de terror, que condena gerações à miséria e ao atraso.

A foto que se vê acima é de 2013. Foi tirada no auditório Darcy Ribeiro, da Universidade de Brasília. Os psolentos foram lamber as botas sujas de sangue do tirano. Estavam comemorando o ingresso da Venezuela no Mercosul.

 Blog do Reinaldo Azevedo

 LEIA TAMBÉM: Mensagem de Miller a advogada evidencia concertação para incriminar Temer e Aécio. Era flagrante armado. Acertei outra vez!