Servidor do Ministério da Saúde prestou informações no inquérito aberto para apurar suspeita de prevaricação do presidente no caso da Covaxin
Brasil - O Globo
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Brasil - O Globo
Se a convocação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, for confirmada pela CPI da Covid, novos atritos podem surgir entre o Congresso Nacional e as Forças Armadas. É essa a avaliação feita por membros da cúpula militar à coluna, depois que o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), defendeu a convocação do general.
Para integrantes do alto comando das Forças Armadas, tudo vai depender de como Braga Netto será “tratado” pelos senadores e se “associações genéricas” serão feitas entre as Forças e denúncias de corrupção. Caso isso aconteça, o alto comando militar pretende reagir da mesma forma como fez na semana passada. [após o Aziz, que ainda preside a Covidão, ser enquadrado pelos militares é pouco provável que os inimigos do Brasil, homiziados na CPI e representados pelo trio que comanda a CPI, trio cujos integrantes - Aziz, Calheiros e Rodrigues - se consideram 'donos' da CPI = 'circo parlamentar de inquérito' = ousem ofender um oficial-general.
"Constituição Federal:
Capítulo II
Das Forças Armadas
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;"
Membros das Forças Armadas voltaram a dizer que não são contra investigações de seus quadros, mas afirmam que o tema não pode ser abordado como se envolvesse a instituição como um todo. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), deixou claro que na sua fala da semana passada sobre corrupção não se referiu a todos os membros das Forças. [esclarecimento prestado pelo senador Aziz, após ter sido admoestado em Nota Oficial do ministro da Defesa e dos comandantes das Forças singulares.]
Na sessão de terça-feira, Renan Calheiros disse que o depoimento de Braga Netto é “fundamental” para os trabalhos da CPI. O relator citou a nota do Ministério da Defesa que mirou Omar Aziz e que dizia que "as Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro". [obviamente que a declaração do relator Calheiros inclui, sem limitar, os ataques levianos praticados por membros do Congresso Nacional e que tenham como alvo as próprias FF AA - tenha isso em conta ilustre relator.]
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) [esse petista está querendo achar uma encrenca e corre o risco de encontrar..... quem procura acha...... deixa claro ter a pretensão de realizar uma devassa na vida do general Braga Netto.] apoiou a convocação do ministro e destacou a necessidade de a comissão acessar todas as comunicações de Braga Netto com a pasta da Saúde, no período em que foi chefe da Casa Civil. Os parlamentares querem saber qual foi sua atuação diante das negociações suspeitas com vacinas, como a Covaxin. Os requerimentos de convocação do general só serão votados no mês que vem, após o recesso.
Ontem, o ministro da Defesa foi convidado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para explicar nota das Forças Armadas tornada pública contra Aziz. Ele deve [sic] comparecer no dia 10 de agosto. [essa Comissão está entrando em tema que não lhe diz respeito - ou pretende defender o senador Aziz = tarefa que o Senado Federal, que tem entre seus integrantes o ainda presidente da Covidão, não julgou merecer atenção especial.]
Bela Megale, colunista - O Globo
O presidente Jair Bolsonaro anunciou, ontem, que indicará o advogado-geral da União, André Mendonça, para a vaga do ministro Marco Aurélio Mello, que se aposentará em 12 de julho, no Supremo Tribunal Federal STF). Pastor presbiteriano, a escolha de Mendonça, por isso mesmo, efetiva a promessa de Bolsonaro de que indicaria um nome “terrivelmente evangélico” para o cargo. O anúncio de Bolsonaro esvazia as pressões crescentes em favor de outros candidatos à vaga de ministro do Supremo.
Um deles é o ministro do Tribunal Superior de Justiça (STJ) Humberto Martins, candidato apoiado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). Nos bastidores do Congresso, comenta-se que Lira teria estimulado o deputado Luis Miranda (DEM-DF) a fazer a denúncia da compra irregular da Covaxin para pressionar Bolsonaro a aceitar sua indicação, e não apenas por causa da disputa por verbas do Orçamento da União entre o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e a secretária de governo, ministra Flávia Arruda (PL-DF), aliada do presidente da Câmara. A aprovação de Mendonça, porém, não depende dos deputados, mas do Senado, onde será sabatinado, antes de seu nome ser homologado ou não pelos senadores.
Aos 48 anos, André Mendonça faz uma carreira meteórica. Santista, formado pela Faculdade de Direito de Bauru, no interior de São Paulo, é doutor em Estado de direito e governança global e mestre em estratégias anticorrupção e políticas de integridade pela Universidade de Salamanca, na Espanha. Na Advocacia-Geral da União (AGU) desde 2000, exerceu os cargos de corregedor-geral e de diretor de Patrimônio e Probidade. Em 2019, com a chegada de Bolsonaro à presidência, assumiu o comando da AGU.
Presbítero
Mendonça também é pastor presbiteriano da Igreja Presbiteriana Esperança, localizada em Brasília. Por isso, foi qualificado como “terrivelmente evangélico” pelo presidente Jair Bolsonaro, em solenidade na Câmara dos Deputados, em 2019. Seu nome é apoiado pela Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure).
Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense - Continue lendo
Em meio a uma série de denúncias de possíveis ilegalidades envolvendo contratos para compra de vacinas contra covid-19, tem crescido a pressão pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro, com sucessivos protestos contra seu governo em todas as regiões do país. Mas, apesar do aumento do desgaste de Bolsonaro e da recente apresentação por partidos de oposição do que vem sendo chamado de "superpedido de impeachment", seguem presentes fatores que dificultam a abertura de um processo para cassar o presidente no Congresso.
(...)
Somam-se a isso fatores adicionais como a falta de provas que confirmem cabalmente as denúncias de pedidos de propina dentro do Ministério da Saúde, a proximidade cada vez maior das eleições de 2022, e o fato de o vice-presidente, general Hamilton Mourão, não ser visto no Congresso como uma opção interessante para presidir o país.
Entenda melhor esses seis obstáculos que hoje protegem o mandato presidencial, apesar de já terem sido apresentados 125 pedidos de impeachment. Nessas dezenas de solicitações, os denunciantes acusam o presidente de cometer crimes de responsabilidade na condução da pandemia de coronavírus (ao promover aglomerações e demorar a comprar vacinas, por exemplo), assim como por ter participado em 2020 de atos que pediam o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), ou ao supostamente interferir em instituições de investigação, como a Polícia Federal (PF).
1) Mais povo nas ruasPesquisas de avaliação da popularidade do presidente também mostram que ele mantém apoio maior do que tinha a petista quando foi iniciado o processo de impeachment. Segundo recente pesquisa Ipec (instituto fundado por executivos que eram do Ibope), o governo Bolsonaro contava no final de junho com 24% de avaliação bom ou ótimo. Já em dezembro de 2015, a avaliação de positiva de Dilma era de apenas 9%, segundo pesquisa Ibope.
(.......)
A expectativa dos grupos que já estão nas ruas pelo
impeachment é que o gradual aumento do desgaste que vem sendo provocado
pelas sucessivas suspeitas sobre contratos de vacinas e a atuação da CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid atraia cada vez mais
pessoas aos atos.[paciência pessoal! a CPI do Covidão é o exemplo perfeito, acabado e crescente do quanto uma CPI natimorta pode ser desmoralizada com o comando e liderança que possui.Vejam: - relator Calheiros indiciado por corrupção e respondendo vários processos por crimes contra o erário, (+) o presidente Omar enrolado em tentativas de fingir que sua esposa e três irmãos não foram presos acusados de corrupção em recursos da Saúde, (+) aquele senador do Acre , o 'encrenqueiro', que sempre perde, e (+) mais aquele senador do ES que ainda não conseguiu firmar uma posição (+) aquele senador petista, um que foi ministro da Saúde do condenado Lula, cujo codinome é 'drácula' exatamente por envolvimento no desvio de sangue em bancos de sangue.]
A CPI estava prevista originalmente para durar até o início de agosto, mas já há apoio suficiente de senadores para que seja prorrogada por mais 90 dias. Nesta semana, estão programados depoimentos de servidores do Ministério da Saúde para dar explicações sobre as suspeitas de ilegalidade no contrato firmado em fevereiro para compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin e sobre denúncias de pedidos de propina.
(.............)Hoje, o apoio na Câmara está distante desse patamar, o que deixa o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, em situação confortável para não dar andamento a pedidos de impeachment.
Na quarta-feira (30/6), partidos e parlamentares de oposição, juntos com movimentos da sociedade civil, protocolaram um "superpedido" de impeachment. No entanto, contabilizando os deputados das siglas que assinaram o pedido (PT, PCdoB, PSB, PDT, PSOL, Cidadania, Rede, PCO, UP, PSTU e PC) mais os deputados que apoiaram a iniciativa individualmente, como Joice Hasselmann (PSL-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP), esse grupo soma pouco menos de 140 congressistas na Câmara. [se conseguirem aumentar em 150%, talvez consigam pelo menos abrir a sessão da Câmara; aproveitamos para informar que a grafia em tipos menores, é um recurso que usamos para mostrar a pouca importância das coisas e pessoas grafadas assim.]
(..............)
"Os principais fatores que impedem o impeachment são a inexistência de manifestações de rua de grandes proporções, tal como se deu no impeachment de Dilma, e falta de apoio suficiente no Congresso. A maioria parlamentar que o presidente construiu a partir de junho do ano passado não se desestruturou ainda", afirma o cientista político Antonio Lavareda.
3) A agenda própria de LiraSe Lira decidisse abrir o processo de impeachment, na prática isso significaria frear essa intensa agenda de votações para que os deputados focassem na análise das denúncias contra o presidente. " Arthur Lira está tocando sua agenda e essa situação, até agora, pareceu confortável para ele", nota Lavareda.
Na semana passada, o próprio presidente da Câmara enfatizou o foco na aprovação de "reformas". "Aqui seguimos a pauta do Brasil, das reformas e dos avanços. Respeito a manifestação democrática da minoria. Mas um processo de impedimento exige mais que palavras. Exige materialidade", afirmou ao portal G1 o presidente da Câmara, após a entrega do "superpedido" de impeachment.
4) Necessidade de provas que comprovem as denúnciasO líder do MDB na Câmara, deputado Isnaldo Bulhões Júnior (AL), disse à BBC News Brasil que as denúncias são graves, mas considera necessário aguardar a conclusão da investigação da CPI para avaliar se há provas de ilegalidades. Prevista para durar até o início de agosto, a comissão deve ser prorrogada por mais 90 dias.
"Não é o momento ainda de discutir isso (impeachment). Tem que ter um ambiente político, de (manifestações contra Bolsonaro nas) ruas principalmente. E o ponto principal é a comprovação de crime. Mas, pelo que me consta até agora, está em fase de denúncia, não é uma conclusão de investigação", ressaltou.
5) Governo Mourão "não enche os olhos" do CongressoNo caso da petista, seu vice era Michel Temer, um homem da política, que presidia até então o maior partido do país (MDB) e havia comandado a Câmara três vezes quando era deputado federal. Ou seja, era uma pessoa que sabia negociar com os parlamentares e atuou ativamente para articular o impeachment da presidente. Já o vice-presidente de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, "não é uma pessoa ligada ao Congresso Nacional", resumiu Maia.
6) Eleição de 2022 cada vez mais próxima
O correr do tempo também joga a favor de Bolsonaro. Quanto mais o país se aproxima da eleição de 2022, menos atraente fica a
ideia de iniciar um processo para alguns parlamentares, acredita
Paulinho da Força. Na sua visão, o melhor é uma frente ampla derrotar
Bolsonaro nas urnas, para evitar também que ele possa assumir um
discurso de "vítima de golpe", caso ocorra um impeachment.
"Acho que no momento não há clima nem voto para aprovar impeachment no Congresso. Estamos há um ano e três meses das eleições e impeachment não é um processo simples. Não é uma coisa que você instala hoje e caça o cara amanhã. Então, isso levaria a votação do impeachment lá para a véspera da eleição", argumenta.
O partido de Paulinho da Força ainda não decidiu quem apoiará em 2022, mas tende a se aliar ao PT, que deve lançar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos bastidores de Brasília, alguns questionam o real apoio do petista ao impeachment de Bolsonaro, pois consideram que Lula estaria mais interessado em manter a disputa de 2022 polarizada entre ele e o atual presidente. As pesquisas hoje mostram o petista com boas chances de vitória na próxima eleição presidencial. O ex-presidente, porém, tem se colocado oficialmente a favor do impeachment. "Parabenizo as forças de oposição ao Bolsonaro e os movimentos sociais que conseguiram unificar os mais de 120 pedidos de impeachment pra pressionar o Lira. Espero que as manifestações de rua convençam o presidente da Câmara a colocar em votação", disse Lula em sua conta no Twitter, após a apresentação do "superpedido" de impeachment.
BBC News Brasil - MATÉRIA COMPLETA
Vamos colocar a história na devida ordem: o presidente Bolsonaro confessa implicitamente que prevaricou.
[confissão implícita de que prevaricou para obter vantagens de crime que não ocorreu? Complicado que isso condene alguém. Nosso respeito ao ilustre colunista é imenso e vem de longa data, tanto que temos a convicção de que fosse julgar o acusado de prevaricação, com direito a ser seu voto secreto, não o condenaria. Motivo da absolvição da vítima de acusação tão absurda = NÃO HOUVE
PREVARICAÇÃO.
Matéria excelente. Deduções brilhantes. A ausência de provas a torna rival das obras de ficção de Frederick Forsyth = que obras sempre são best-seller ]
Mais: não tem nenhum documento mostrando que houve de fato a investigação, nem que a Polícia Federal foi acionada no momento do recebimento da denúncia. Pior, o presidente não desmentiu que, ao receber a informação do deputado, comentou: isso é rolo do Ricardo Barros (líder do governo na Câmara). [a JUSTIÇA, a verdadeira, tem o costume de exigir provas de quem afirma. É desnecessário que o alvo da afirmação desminta o afirmado. Ao contrário, quem afirma é que assume o ônus de provar. Claro que os inimigos do presidente Bolsonaro, detestam, odeiam mesmo, esse costume da JUSTIÇA. Para eles seria bem mais simples a regra: toda acusação contra o presidente é verdadeira e toda acusação contra Lula é mentirosa, bem como todo juiz que condenar o criminoso petista é parcial.] Essa frase revela que Bolsonaro sabe que seu líder é “roleiro” e ainda assim o mantém no posto.
Detalhe nada desprezível: a empresa que intermediou a compra da
Covaxin é notoriamente ligada ao deputado Ricardo Barros, que mantém
influência no Ministério da Saúde, comandado por ele no governo Temer. E os documentos: o contrato de compra da Covaxin, o empenho da verba
para pagamento e as três notas fiscais para antecipar o pagamento. Tudo
isso com pressões diversas sobre a estrutura do Ministério para que o
negócio saísse logo .[curiosamente apesar da 'prevaricação' supostamente praticada pelo presidente da República, da influência do todo poderoso Barros, a compra não saiu = a ordem de compra não foi encaminhada ao fornecedor e, por consequência, não foi emitido o documento fiscal da transação, as vacinas "compradas" não foram entregues e o pagamento não foi efetuado.]
Que falta mais? Ah! Sim, o telefonema de Bolsonaro para o primeiro ministro da Índia, Narendra Modri, pedindo agilidade na liberação da vacina. Tudo considerado, trata-se de uma confissão implícita do presidente Bolsonaro e de um monte de gente no entorno. A começar daqueles que disseram ter investigado, o general Pazuello e o coronel Elcio Franco, sem ter um mísero pedaço de papel para mostrar.
Seria engraçado – e é engraçado – não fosse o fato grave de revelar um submundo de negociatas de medicamentos e equipamentos. Um mercado paralelo, informal – onde as pessoas se conhecem só pelos primeiros nomes, não sabem de onde vêm, currículos, nada, e ainda assim têm acesso a altas autoridades do governo. Negacionista, o presidente não queria comprar vacinas. Atrasou conversas com executivos formais da Pfizer, recusou a coronavac, desconfiou das AstraZeneca. E se tratava de medicamentos testados e aprovados em diversos países, negociados por executivos de farmacêuticas e institutos responsáveis e oficiais. [pobre presidente Bolsonaro: é acusado de retardar a compra das vacinas e no mesmo libelo é acusado de apressar a compra. Escolham uma - da forma atual o resultado acusatório será sempre ZERO.]
O então ministro Pazuello seguiu essas orientações negacionistas. E quando foi para comprar vacinas, aparecem esses picaretas e “roleiros”? Assim se foi do negacionismo para as negociatas. O preço? Centenas de milhares de vidas que poderiam ter sido salvas se as pessoas tivessem sido vacinadas a tempo. Não é só má administração, picaretagem, corrupção. É um conjunto de práticas assassinas.
A CPI da Covid avançou por terrenos inesperados. Sempre acontece.
Sim, tem muitos picaretas também fazendo denúncias [também tem muitos picaretas investigando - com exceções, é claro] – mas o que
queriam?
Que as denúncias de roubalheira saíssem de quem está por fora?
Todos os grandes casos de corrupção têm isso em comum: começam com alguém que se sentiu prejudicado na negociata. Assim como a situação de
Bolsonaro se complica na medida em que seus aliados de ocasião se sentem
prejudicados.
Carlos Alberto Sardenberg, jornalista
Coluna publicada em O Globo - Economia 3 de julho de 2021
O governo decidiu suspender temporariamente o processo de compra da vacina indiana Covaxin. A informação veio do ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, e do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. No Ministério da Saúde, certamente a Secretaria de Controle Interno está tratando do assunto também.
A informação preliminar é que está tudo em ordem. Não houve irregularidade alguma, mas vão aprofundar para ver se há algo de errado. Havendo a confirmação de que não há irregularidade, o processo de compra continua, uma vez que todas as etapas foram cumpridas. Foi corrigida a fatura, como é habitual, foi, voltou e foi corrigida, sai a licença da Anvisa, já prepara-se o penhor para pagar. São US$ 45 milhões, o que dá R$ 225 milhões. É uma compra pesada, mas há recomendação do próprio governo que essa auditoria seja bem rápida, dada a demanda de vacina.
Senadora brilhou na CPI
Terça-feira (29) foi dia de mais um espetáculo na CPI. Prestou depoimento o relator da CPI estadual da Covid na Assembleia Legislativa do Amazonas, onde houve a grande crise da falta de oxigênio. Quiseram ouvir o deputado Fausto Júnior (PRTB-AM) e ele já começou "entregando" o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), que nunca gaguejou tanto como ontem.
Falou das duas operações da Polícia Federal — a “Maus Caminhos” e a “Vertex” —; das duas prisões da mulher do senador; das prisões dos irmãos dele; e do passaporte apreendido. Omar Aziz disse estar tranquilo. Mas foi uma saia muito justa para ele.
Mas o grande final veio com o brilho da senadora Soraya Thronicke (PSL-MS). Ela brilhantemente respaldou a tese de que se o Supremo Tribunal Federal não deixa os governadores irem à CPI para depor sobre os bilhões de reais de verba federal enviados na pandemia para os estados, que foram mais do que suficientes, tem que haver investigações estaduais e mesmo municipais, quando o dinheiro federal foi para as prefeituras.
O relator Renan Calheiros (MDB-AL) se enrolou [em português claro = se enrolou = mentiu] , tentou explicar dizendo que a Constituição Estadual impedia que o governador fosse convocado numa CPI da Assembleia Legislativa. Claro que a senadora Soraya não acreditou nisso. Pediu que ele lesse o trecho da Constituição que dizia isso, mas Renan não sabia, não conseguiu ler e enrolou-se todo.
Depois Soraya insistiu sobre quebra de sigilo telefônico dos investigados (secretário de saúde, etc). “Ah, não deu por causa da operadora”, disse o depoente. "Mas como assim, é a operadora que decide?", indagou ela.
A senadora Soraya deixou muito claro que é necessário sim que as Assembleias Legislativas e as Câmaras de vereadores façam investigações. Lá no Amazonas, por exemplo, compraram respiradores em uma loja que vende vinho. Está certo que vinho precisa respirar, mas não tem nada a ver uma coisa com a outra.
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Nunca fiz fake news
Eu como hóspede, na casa de uma plataforma, para não ser despejado, eu imediatamente me adaptei às regras da casa que proibiam tais e tais palavras, tais e tais menções, e eu me adaptei imediatamente. Nunca, jamais, eu fiz notícia falsa.
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
A mudança de discurso do deputado Luis Miranda, que antes negava ter gravado Jair Bolsonaro e agora deixa no ar que a fala do presidente naquele encontro de março pode ser provada — Bolsonaro terá uma surpresa se negar a conversa, diz o deputado –, é o que impede o completo isolamento do deputado na Câmara.
Tratado como traidor por Bolsonaro, Miranda virou figura radioativa entre os aliados do Planalto, em especial Arthur Lira, que não gostou nada de ver o deputado atribuir a ele a ideia de denunciar o caso Covaxin. Ninguém vai atacar publicamente Miranda, diz um interlocutor de Bolsonaro, para não dar motivo a novos disparos do deputado.
Como se isso fosse funcionar…
Uma CPI tem um prazo de 90 dias e para prorrogar são necessárias 27 assinaturas - entre os 81 senadores. Alguns parlamentares de oposição já estão se movimentando para que a comissão seja estendida. Talvez tenhamos mais três meses de espetáculos. O último foi do deputado federal, Luis Miranda que afirmou haver superfaturamento na compra da vacina Covaxin e que o líder do governo Ricardo Barros está envolvido nesse suposto esquema de corrupção.
Tem alguns que o levaram a sério. Mas ele ficou o dia todo falando sobre o caso e uma das últimas citações foi que Bolsonaro confirmou que Barros estava envolvido na compra superfaturada. Imagina, Bolsonaro não falaria mal de seu líder. Os senadores da oposição levaram a declaração a sério e pretendem investigar mais a fundo. Por coincidência, Ricardo Barros foi quem anunciou veto contra Luis Miranda relatar a Reforma Tributária.
O irmão de Luís Miranda, Roberto Miranda - que avisou o deputado sobre a compra com valor maior - não está mais aparecendo no site do Ministério da Saúde, apesar de ainda trabalhar na pasta. Ele vazou informação e foi bloqueado. Alguns me perguntaram por que a CPI da Covid reclamou da lentidão por parte da União para comprar a vacina da Pfizer, mas está condenado a pressa na compra da vacina da Covaxin.
Porque Roberto conta que foi pressionado para apressar os trâmites de compra do imunizante indiano apesar do valor estar mais alto que o da Pfizer. Aliás, até o momento o medicamento não foi pago nem um tostão e nem entregue, só negociado. Roberto fez uma denúncia de algo que ainda nem aconteceu.
Pesquisa da CoronavacAté agora, a resposta é positiva; 67% dos imunizados com a primeira dose já têm anticorpos contra a doença. São 2 em cada 3. Os brasileiros que receberam a primeira dose superam 70 milhões de pessoas.
Voltando (aos poucos) ao normal
No mundo, a Itália e a Espanha liberaram a população de usar máscara ao ar livre. Nova Iorque reabre totalmente a partir do dia 1º de julho, assim
como a Tailândia reabre o centro turístico de Pucket. A Holanda acabou
com as medidas sanitárias, no entanto, ainda exige o distanciamento
social de 1,5 m - exceto no transporte público, em que ainda será
preciso usar máscara.
Registro de otimismo
Nos primeiros cinco meses deste ano entraram em investimentos estrangeiros de risco, no Brasil, US$ 22,5 bilhões. Em relação ao ano passado, houve
um crescimento de 30% - e é significativo. Em plena pandemia,
estrangeiros apostam na economia brasileira.
O valor é próximo ao mesmo período do primeiro ano do governo Bolsonaro, época em que não havia Covid-19, em que os investimentos somaram US$ 26,1 bilhões. São investimentos que garantem emprego. Entre as entradas estão: uma empresa portuguesa e outra norueguesa de energia; uma francesa voltada para o automobilismo; e uma suíça de alimentos.
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
O procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, reúne nesta segunda-feira, 28, seus principais assessores para definir o objeto e os limites do inquérito sobre os irmãos Miranda e o caso Covaxin.
O deputado federal Luis Miranda e seu irmão Luis Ricardo Fernandes Miranda, chefe da Divisão de Importação do Ministério da Saúde, levaram para o centro das investigações da CPI da Covid-19 o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, e o próprio presidente Jair Bolsonaro.
LEIA TAMBÉM: Randolfe vai representar notícia-crime de prevaricação de Bolsonaro à PGR [esse senador tem como principal característica ser encrenqueiro, apesar de sempre perder as causas que defende devido atuar sem provas, querendo que seus devaneios se tornem fatos.]
Internamente na PGR, entre procuradores da cúpula do Ministério Público Federal, tem se dito que eventual prevaricação de ministros e chefes de estado, em princípio, é crime de responsabilidade. Logo, eventual julgamento teria de ser feito pelo Congresso Nacional. Na PGR, somente crime comum. Mas os fatos da última semana obrigaram o chefe do Ministério Público a se deter com mais atenção ao caso.
Blog Matheus Leitão - Revista VEJA
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político