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quarta-feira, 27 de julho de 2022

Fachin se esforça para mostrar que não é imparcial - O Estado de S.Paulo

J. R. Guzzo

Juízes de verdade só falam nos autos e não se reúnem com uma das partes da causa que está sob a sua apreciação judicial; presidente do TSE faz o oposto

O ministro Edson Fachin, do STF, ocupa neste momento o cargo de presidente do TSE, o serviço que controla as eleições e a contagem de votos no Brasil – uma função que exige a mais óbvia imparcialidade por parte de quem a exerce, sobretudo em momentos, como hoje, em que há uma discussão pública e esquentada sobre a segurança do sistema eleitoral brasileiro. 
Não é suficiente, aí, a conduta correta: os eleitores terão de acreditar, com 100% de certeza, que ela é realmente correta, e que os árbitros do jogo não favorecem, nem hostilizam, nenhum dos lados que estão em campo. Eis aí o começo, o meio e o fim do problema que existe com o ministro Fachin: ele faz, com os seus atos de função, o maior esforço possível para dar a impressão de que não é imparcial.
 
Fachin foi advogado do MST, uma organização extremista de esquerda que defende abertamente a prática de crimesinvasão de propriedade, violência física contra pessoas, destruição de bens e outros tantos. Foi militante da campanha eleitoral de Dilma Rousseff, de quem recebeu sua cadeira no STF. 
Tomou uma das mais extravagantes decisões da história da Justiça brasileira ao anular, sem nenhuma menção a provas ou à culpa do réu, as quatro ações penais contra o ex-presidente Lula, inclusive a sua condenação pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove magistrados diferentes. Foi essa decisão e unicamente ela, que tornou possível a candidatura de Lula nestas eleições.
Os ministros do STF Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso
Os ministros do STF Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso Foto: Gabriela Biló/Estadão
Com uma folha dessas, na verdade, Fachin deveria estar fazendo um duplo esforço par mostrar ao público que as suas inclinações políticas não terão nada a ver com a sua atuação nas eleições de outubro próximo. Mas ele está fazendo o exato contrário disso
Faz um duplo esforço, sim só que esse esforço é para levar as pessoas a acreditarem que está apoiando Lula. 
Seu último manifesto de campanha foi receber em seu gabinete membros do grupo de advogados “Prerrogativas”, que milita ativamente a favor da candidatura do ex-presidente, com declarações públicas e dinheiro; já fizeram festa para ele, e um dos seus integrantes mais destacados é o autor da doutrina segundo a qual não vale a pena punir crimes que “já foram” cometidos. Ele se referia, ao enunciar esse princípio, aos crimes de Lula.

O ministro, na fala que fez a receber os advogados, disse que o TSE não vai tolerar onegacionismo eleitoral”; como o único negacionista que há no Brasil, segundo a pregação maciça dos seus adversários, é o presidente da República, ficou claro de que lado está o chefe atual do TSE na campanha pela presidência. 

Fachin disse que não se abala diante das “ameaças e intimidações” e declarou ser um “juiz”
Juízes de verdade não participam de comícios como a visita do grupo de advogados; só falam nos autos, e não se reúnem com uma das partes da causa que está sob a sua apreciação judicial.  
É o oposto do que o ministro está fazendo

 J. R. Guzzo, colunista - O Estado de São Paulo


quarta-feira, 20 de julho de 2022

Proibir menção a PT e PCC só ajuda a espalhar a história - Alexandre Garcia

VOZES
 

O ministro Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido do PT, está proibindo que nas redes sociais se diga que há ligações entre o PCC e o PT, ou ligação entre o assassinato do prefeito Celso Daniel e o PT, PCC etc. Isso vai atingir o senador Flavio Bolsonaro, os deputados Carla Zambelli e Otoni de Paula, e mais uma dúzia de canais.

A deputada Carla Zambelli reagiu dizendo que se baseou em uma denúncia do Marcos Valério homologada pelo próprio Supremo, e que acha estranha essa decisão. 
O ministro Alexandre de Moraes, que deu essa determinação, disse que é mentira e que o caso Celso Daniel está encerrado. 
Parece que nessa decisão ele está emitindo mais julgamento, além de tudo. 
Mas o fato é que em um caso desses, se é mentira, o caminho é processar por calúnia. 
Afinal, a Constituição, no artigo 220, veda a censura; e o problema aqui é a censura.
 
A consequência disso acaba sendo ruim para o PT, que tomou a iniciativa. É como no caso da bandeira; a juíza do Rio Grande do Sul que queria proibir a bandeira a tornou muito mais popular. 
Agora, todos estão noticiando o caso, as pessoas que não sabiam dessa história de Celso Daniel e PCC ficaram sabendo, não creio que tenha sido bom, só tornou o assunto mais popular.

Do boi tudo se aproveita
Acaba de voltar da Rússia uma delegação da Apex Brasil e da Associação Brasileira de Reciclagem Animal (Abra), com 13 empresas brasileiras de reciclagem para vender farinha animal para a Rússia. Vai ser um negócio de dezenas de milhões de dólares.

Lembro que, quando era menino, dizia-se que em frigorífico até o berro do boi era aproveitado. E é isso mesmo, não tem nada que vá fora. Ossos, sangue, tudo isso é transformado em farinha e tem utilidade. Só para conheceremos mais esse ramo da indústria brasileira e da pecuária.

Bolsonaro e os embaixadores no Alvorada
Por fim, eu queria falar do encontro entre embaixadores e o presidente Bolsonaro na residência oficial do presidente, o Palácio da Alvorada. O presidente, não acreditando nas notícias brasileiras, acreditando que tudo o que vai para o exterior é deturpado, distorcido, resolveu ser a fonte primária dos embaixadores.  
Falou a eles sobre um inquérito da Polícia Federal referente à invasão de um hacker que ficou oito meses circulando pelos computadores do TSE, pegando senhas e chaves. 
Ele relata que o TSE não contribuiu para a Polícia Federal investigar porque, sete meses depois do pedido, apagou tudo. Alegou que estavam apagadas as digitais, ou seja, as marcas do hacker, que facilitariam a identificação.

Então, Bolsonaro quis explicar que está querendo transparência e segurança na eleição; disse que o resultado tem de ser respeitado, mas que também é preciso evitar discussões posteriores, dúvidas.           Os militares foram convidados a participar pelo próprio TSE, mas o TSE não aceitou as sugestões, que ainda há tempo de aceitar.               O presidente até ofereceu o inquérito aos embaixadores, se quiserem, porque ele não está marcado como sigiloso.                                           E terminou com uma frase muito significativa, que o ministro da Defesa já usou outro dia, encaminhando um documento ao TSE: eleição é questão de segurança nacional.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

 


domingo, 10 de julho de 2022

Pessoas e coisas em que não confio. - Percival Puggina

Depois que me disseram ser errado manifestar desconfiança em relação ao nosso sistema de votação e apuração, teimoso que sou, resolvi fazer uma lista das minhas principais desconfianças. Aí vai ela:

Não confio no Estado.

Não confio em bandidos.

Não confio em mentirosos.

Não confio em Lula. [afinal Lula é a personificação do demônio e entre os incontáveis  malefícios que apresenta está a soma dos dois itens anteriores.]

Não confio em quem confia em Lula. E assim sucessivamente.

Não confio em partidos de esquerda.

Não confio em pessoas que argumentam aos gritos.

Não confio em quem abusa do próprio poder.

Não confio em quem vê a vida de cima do muro.

Não confio em ministros do STF indicados por FHC, Lula, Dilma e Temer.

Não confio em militantes de causas identitárias.

Não confio em quem usa pronomes de gênero neutro.

Não confio em professores militantes políticos.

Não confio nos grandes grupos de comunicação.

Não confio na segurança de sistemas de computação.

Não confio na segurança de telefones celulares.

Não confio na quase totalidade dos SMS que recebo.

Não confio no anunciante que intromete seu comercial exatamente no lugar da tela onde estou lendo.

Não confio em cookies.

Não confio em quem promete enviar-me “anúncios personalizados”.

Não confio na formação moral de nenhum algoritmo.

Não confio na visão de mundo e de pessoa humana do Foro de Davos.

Não confio no Foro de São Paulo para coisa alguma.

Não confio em quem me manda assistir algo “antes que tirem do ar”.

Não confio em quem me diz que “la garantía soy yo”.

Não confio na segurança do nosso sistema de votação e apuração de eleições.

Não confio em quem se assombra, na meia idade e na velhice, com os fantasmas ideológicos e políticos da adolescência.

Não confio em quem diz defender a democracia e o estado de direito cerceando a liberdade e atropelando a lei.

Não confio em quem se apresenta como objeto de fé sem ser Deus, mormente se nem em Deus essa pessoa crê (ora bolas!).

Nota: este é um breve resumo; a lista, muito maior, cotidianamente se acresce de novos itens.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 23 de junho de 2022

Saúde do DF deixa pacientes e famílias entre a humilhação e a revolta

O Correio percorreu UPAs e hospitais e ouviu relatos de pacientes que sofrem com o caos nas unidades de atendimento do Distrito Federal. Peregrinação chega a durar seis dias, como foi o caso de Jéssica Sousa

[Temos a esperança que os eleitores do DF - que até as eleições de 2018, mostraram que possuem dedo podre para escolher governador, senadores  e deputados federais e distritais do DF - desta vez não usem o dedo podre e não reelejam Ibaneis nem pelo menos 90% dos atuais senadores, deputados distritais e federais.
A situação atual do DF é:
SAÚDE FALIDA = "CAOS CAÓTICO"
SEGURANÇA PÚBLICA DESMONTADA = Polícia Civil e Polícia Militar COM EFETIVO REDUZIDO em relação ao necessário.
Por enquanto, vamos deixar EDUCAÇÃO, ASSISTÊNCIA SOCIAL e TRANSPORTES  para depois, apenas antecipamos o óbvio = os CRAS's são um exemplo do CAOS "CAÓTICO" da ASSISTÊNCIA SOCIAL, além do NEPOTISMO da esposa do Ibaneis ser a diretora.

A propósito, o conceito de administração do Ibaneis é  esquisito - ele constrói prédios para HOSPITAIS e ESCOLAS e não contrata médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem também não contrata professores para as escolas. Para ele as paredes fazem consultas, cirurgias e dão aulas.  

Qual a razão de dar preferência a construir imóveis e mantê-los sem funcionar?

O que motiva O GDF ser locatário de imóveis com aluguéis, bem acima dos preços de mercado?]

“Eu não posso voltar para casa com a minha filha desse jeito. Ela chora a noite toda, desde domingo, por conta de uma dor forte na barriga”, relatou Mayara Santos da Silva, 26 anos, enquanto aguardava no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), na tarde de ontem, sem saber quando seria atendida. Esse é o cenário caótico que a rede pública de saúde do Distrito Federal está enfrentando.

Há quatro dias, a mãe de Rayssa Santos, 4, tenta um diagnóstico médico sobre o quadro de saúde da criança, mas tem voltado para casa frustrada. “Já a levei na UPA do Jardim Ingá (no Entorno), e o médico passou remédios para tirar a dor, mas ela não melhorou; por isso, trouxe ela no Hmib. Na triagem, nem chegaram a encostar nela e disseram que ela não está sentindo nada”, reclamou. O Correio percorreu hospitais e unidades de pronto-atendimento (UPA), e os relatos dos pacientes que aguardavam por um médico são parecidos com os de Mayara.

Gestão do Iges-DF é um dos maiores problemas [não funciona, não administra nada  e é cabide de empregos.]

A nova diretora-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), Mariela Souza de Jesus, vai acatar uma decisão do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) e recalcular os valores pagos a título de aluguel à empresa Cepe — Comércio Importação e Exportação de Alimentos para locação de um galpão no Setor de Indústrias (SIA). Segundo a assessoria de imprensa do Iges-DF, a empresa proprietária do imóvel já foi notificada da decisão.

O negócio de locação é o foco da Operação Pomona, deflagrada em 31 de maio pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Também é alvo de duas representações do Ministério Público de Contas do DF (MPCDF). O órgão alertou o TCDF a respeito de um suposto superfaturamento dos aluguéis pagos pelo uso do imóvel onde foi instalada a Diretoria de Logística e Serviço do Iges-DF.

Segundo investigação do Gaeco, a Cepe é ligada ao empresário Marcelo Perboni, que atua no comércio atacadista de hortifrutigranjeiros. Eles foram alvo de buscas e apreensões autorizadas pela 7ª Vara Criminal.

Uma auditoria do TCDF apontou que "o processo de locação não atendeu aos requisitos legais". O corpo técnico do tribunal considerou que a especificação do imóvel tem características superiores à necessidade do Iges-DF. Além disso, o preço de locação é incompatível com os de mercado.

Na representação do Ministério Público de Contas e no pedido de busca e apreensão da Operação Pomona, há ainda um detalhe considerado fundamental: o imóvel foi adquirido pela Cepe com benefícios do Pró-DF, desconto de 50%, para ser utilizado no programa de desenvolvimento econômico e geração de empregos no ramo atacadista. Por isso, há desvio de finalidade na locação do imóvel para o próprio governo.

Dor e indignação
No Hospital Regional de Taguatinga (HRT), Aline Garcia, 33, está com o avô Joaquim Lima, 83, internado desde terça-feira. Após sofrer um acidente doméstico, o idoso fraturou o fêmur e teve que ser levado com urgência à unidade. “Mas desde que ele chegou aqui, está do mesmo jeito. Não tiraram ele do lugar, não fizeram assepsia; o curativo, que deveria estar no cotovelo, foi parar no pulso”, detalhou a neta. Ela conta que até os materiais de higiene e alguns equipamentos, que deveriam ser disponibilizados pelo HRT, tiveram que ser comprados pela família.

 Além disso, Aline denunciou que os funcionários não estão, ao menos, asseando seu avô. “Quando falamos com o pessoal do setor, disseram que era o acompanhante quem deveria limpar o paciente. Mas como eu vou fazer isso? Não tenho condição e nem técnica para levantá-lo, ainda mais com o fêmur quebrado”, comentou.

Outro questionamento feito por Aline foi em relação ao acompanhamento médico ou a falta dele. “Falaram que, pela manhã, passou uma médica, que não teria localizado meu avô, após uma ‘busca ativa’. Qual foi essa busca? Ele não mudou de local desde que chegou. É um absurdo a desculpa que eles usam, como se todo mundo fosse leigo”, frisou a familiar que, indignada com a situação, decidiu recorrer ao Ministério Público (MPDFT), nesta quinta-feira (23/6), em busca de amparo.

Acompanhando Aline, estava uma amiga da família Lidiane Maria, 47. Ela conta que é desesperador e revoltante ver o problema — sem solução — de perto. “A gente sabe que dinheiro tem (o GDF), não precisava ser assim. É humilhante. Você se sente mal ao ver uma pessoa assim e não pode fazer nada”, revoltou-se Lidiane.

Dificuldade
A reportagem também foi à UPA do Setor O, e a história se repetiu. Com dengue hemorrágica, Jéssica Sousa, 23, estava à procura de um clínico médico na unidade, porém não teve sucesso. Acompanhada do namorado, João Victor Daher, 25, a moça relatou que desde a última sexta-feira vive uma peregrinação que parece não ter fim.

 Com espaços lotados, profissionais ausentes e falta de insumos para atender quem chega ao local, a unidade ofereceu a Jéssica somente um soro e o exame para medir a quantidade de plaquetas. “Hoje fala-se tanto que existe investimento na saúde pública, mas não vemos isso. A gente chega no hospital e não consegue atendimento, internação, não consegue nada. Se a pessoa não tiver dinheiro para pagar um hospital particular, ela morre”, desabafou.

Questionada sobre o cenário encontrado nas unidades, a Secretaria de Saúde (SES-DF) respondeu, por meio de nota, que atualmente possui 32.556 servidores em seu quadro, e que desse total, 5.173 são médicos. "A atual gestão prioriza a contratação de profissionais para diminuir o deficit da rede pública. Desde 2019, foram nomeados 3.101 concursados, além da contratação temporária de 7.756 trabalhadores”, acrescentou a pasta.

A nota também ressaltou que existem dificuldades em relação à contratação de novos médicos. “Nem todas as pessoas assumem os cargos para os quais foram nomeadas, e, por este motivo, em março deste ano, a secretaria publicou novo edital com oferta de 230 vagas para médicos em diversas especialidades”, completou. Além disso, o Correio questionou o órgão sobre o problema enfrentado pelo paciente do HRT, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.

 Cidades - Correio Braziliense


quarta-feira, 25 de maio de 2022

Ex-juiz - Processo movido contra Moro é cruelmente absurdo - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia   

Ex-juiz Sergio Moro está sendo processado na Justiça Federal de Brasília por iniciativa de deputados do PT

Não é piada e nem ficção o que eu vou contar para vocês. Um grupo de deputados do PT entrou na Justiça, mais exatamente na 2ª Vara Federal Civil de Brasília, pedindo indenização ao ex-juiz Sergio Moro por ele supostamente ter causado prejuízos à Petrobras. É isso mesmo, é real!

O prejuízo teria sido causado pelo julgamento dos corruptos do petrolão, que dilapidaram a Petrobras, que desviaram recursos, que usaram superfaturamento para beneficiar partido político. E a culpa agora é de Sergio Moro, estão cobrando dele.

O ex-juiz disse que isso é uma inversão de valores. Garanto que vocês nunca iam imaginar que chegaria nesse ponto, mas chegou. É ridículo, risível e cruelmente absurdo. Significa mesmo uma total inversão de valores.

Briga no Conselho do MP

Como vocês sabem, o Ministério Público é o guardião da lei e é essencial para a Justiça, segundo o artigo 127 da Constituição. Denuncia a ocorrência de crimes e tem a iniciativa de denunciar momentos em que as leis não são cumpridas.

Pois deu um "pega pra capar" no Conselho Superior do Ministério Público Federal entre o procurador-geral Augusto Aras e um dos 70 sub-procuradores gerais, o Nívio de Freitas. Aras disse em determinado momento que não poderia admitir "essa bagunça" durante a sessão. Freitas se sentiu atingido e disse que se o procurador-geral quisesse respeito que então o respeitasse também. Mas Aras respondeu dizendo que ele "não é digno de respeito".

Nesse momento, Aras se levantou em direção a Nívio de Freitas e um segurança passou correndo em frente da câmera que registrava tudo para conter os ânimos. A TV Justiça, que veio para mostrar o brilhantismo das mentes, das gravatas e dos ternos, também mostra esse tipo de coisa.

Como mostrou lá atrás algumas brigas entre os ministros do STF Luis Roberto Barroso e Gilmar Mendes, por exemplo. E as reações do ex-ministro Joaquim Barbosa a certos absurdos lá dentro do Supremo. Foi triste esse episódio no Conselho do MP.

Mudança na Petrobras
O presidente Jair Bolsonaro quis mostrar ao mudar de novo a direção da Petrobras que não pode interferir nos preços da empresa, mas ainda tem a prerrogativa de indicar o presidente da companhia, como representante do maior acionista, a União.

E quis mostrar também que, depois de 40 dias lá dentro, o atual presidente da Petrobras não mexeu uma palha para baixar os preços do diesel e do gás de cozinha, principalmente. Então o jeito era trocar o presidente de novo e ele fez isso.

Agora vai entrar lá um dos auxiliares próximos do ministro Paulo Guedes, que coincidentemente é secretário da desburocratização. Caio Paes de Andrade, que é formado em Harvard e foi do Serpro, vai assumir a presidência da Petrobras assim que o conselho da estatal confirmar.

De Davos, na Suíça, onde participa da reunião da Organização Mundial do Comércio, Paulo Guedes disse que quem dita preço é a Petrobras, a diretoria-executiva e seu conselho. O governo não pode, por lei, interferir nos preços da Petrobras. Está na lei da sociedades anônimas e é uma exigência para empresas com ações na bolsa, tanto aqui no Brasil como em Nova York.

Quem não se lembra da indenização que a Petrobras teve que pagar aos acionistas americanos pelas corrupções que aconteceram dentro dela. Isso não acontece mais e não pode acontecer.

Bate-cabeça continua
O PSDB adiou agora para 2 de junho a definição sobre para que lado vai na campanha eleitoral. Talvez queira lançar o ex-governador gaúcho Eduardo Leite para presidente agora que João Doria desistiu. E o MDB, que tem como parceiro o Cidadania, anunciou que vai apoiar a senadora Simone Tebet.

Mas ninguém sabe se é isso mesmo porque há vários MDBs
. São federações estaduais partidárias: o MDB do Nordeste quer Lula; o do sul e do centro-sul quer Bolsonaro. Então, estão em cima do muro, assim como os tucanos estão em cima do muro desde que existem.
 
Alexandre Garcia, colunista - VOZES - Gazeta do Povo  
 

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Tarcísio: Indulto a Daniel Silveira foi ‘remédio’ necessário contra STF

Ao Amarelas On Air, ex-ministro faz coro às críticas de Bolsonaro ao STF, defende graça concedida pelo presidente e nega risco de ruptura institucional

Recrutado pelo presidente Jair Bolsonaro para a corrida ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio de Freitas prefere um tom bem mais moderado, mas faz coro ao padrinho político nas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Diante da escalada da crise entre os Poderes,  o ex-ministro de Infraestrutura e pré-candidato pelo Republicanos fala em “erros” e “provocações” do tribunal, ao sair em defesa decisões como a concessão do indulto para livrar o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) da prisão por incitar ataques ao STF.

Convidado desta semana do Amarelas On Air, programa de entrevistas de VEJA, Tarcísio classificou como um exagero a pena de oito anos e nove meses de prisão imposta ao parlamentar. Segundo ele, Bolsonaro agiu com “inteligência” e “fez o que tinha que fazer”, sem infringir a lei. “Eu fico, assim, Meu Deus. É para isso?”, afirmou, em referência à pena de prisão imposta ao parlamentar. “Vem cá, você vai condenar uma pessoa a uma pena de oito anos de cadeia porque ela emitiu uma opinião?”, continuou. “Foi uma bravata. Você vai dar oito anos de cadeia para uma bravata?”

O ex-ministro desconversou quando perguntado sobre o fato de Daniel Silveira ter desrespeitado a decisão do STF impondo o uso de tornozeleira eletrônica. Desviando sucessivamente da pergunta, encerrou: “Isso é uma questão do Daniel Silveira, com o advogado dele. Não tenho nada a ver com esse assunto”. [Em nossa opinião, o ex-ministro agiu corretamente ao não se deixar envolver por perguntas 'casca de banana' da imprensa militante - ele tem uma eleição ganha e não pode se expor a ciladas. 
Deve deixar a 'encrenca' Bolsonaro x STF com as partes envolvidas,  e aos poucos as coisas  se acomodam; 
Desde o inicio do seu mandato que o presidente vem sendo hostilizado por decisões do Supremo o que alimentou a convicção de alguns ministros que podem tudo.
Porém, desde janeiro de 2022,  que o presidente decidiu reagir a algumas supremas decisões, porém, sempre dentro das quatro linhas da Constituição Federal.]

Tarcísio disse não ver nenhum risco de uma ruptura institucional, pavimentada pelo discurso de Bolsonaro contra o STF. “Não há golpe, não há caminho golpista, não há nada disso. O presidente não agiu um milímetro fora da regra do jogo até hoje. Nem um milímetro. O próprio caso Daniel Silveira, o que o presidente fez diante de uma decisão do Supremo Tribunal Federal? Aplicou um remédio, aplicou um instrumento, previsto na Constituição. Agiu dentro da regra do jogo? Totalmente. Totalmente dentro da regra do jogo. Essa é a atitude esperada de alguém que vai promover uma ruptura? Claro que não.”

Tarcísio evitou, entretanto, reproduzir o discurso de Bolsonaro a respeito do processo eleitoral e da segurança da urna eletrônica. Ele defendeu que “nenhum sistema é inviolável” e que é necessário um “aprimoramento constante”. Mas ressaltou que muitos agentes inclusive as Forças Armadas – estão empenhados na fiscalização das eleições. “Já tem gente bastante experiente gastando energia para analisar esse processo como um todo. Eu tenho que confiar no trabalho desses profissionais. Então eu não tenho nenhuma desconfiança em relação a isso.”


Clarissa Oliveira, colunista - Blog em VEJA 

 

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Defendem liberdade e condenam quem se aliena diante das agressões

Tão previsível quanto imaginar que azeite e água não formam uma solução, os partidos que se juntaram para uma "terceira via democrática" estão cada vez mais sem encontrar um caminho seguro para as urnas de outubro. Faltam cinco meses, e o tempo vai se esgotando, com os nervos à flor da pele. O União Brasil já fala em ter chapa própria, alegando que o anúncio de candidato do trio que forma com MDB e PSDB já tem cartas marcadas. Mas entrar o União com Luciano Bivar, um conhecido só dos iniciados na política, leva para onde? Na noite de segunda-feira, em São Paulo, gente de peso no MDB chegou à conclusão de que Simone Tebet tampouco levará o partido a algum resultado. O PSDB, como sempre, balança. Oscila entre Doria e Eduardo Leite. Na outra terceira via, Ciro não perde a oportunidade de explodir palavrões e ter sua boca a fazer-lhe oposição.

Lula segue linha parecida; quanto mais fala, mais arranja problema. A última foi com os policiais. Mas também assustou os economistas, com a ideia de "moeda latino-americana" e, para consolidar tudo, ainda cantou a Internacional Socialista, com seus companheiros do PSol,  tentando ensinar a Alckmim a música e a letra dos revolucionários. No domingo ainda teve que ver o triste showmício diante do Pacaembu, em que precisou esperar público para começar a falar. Nem Daniela Mercury conseguiu atrair uma plateia à altura do líder das pesquisas.

Mas enquanto se esvai a areia da ampulheta eleitoral, há outras questões que uma turma esquece. A defesa da democracia, da liberdade de expressão, da Constituição, do devido processo legal, dos valores básicos da família, do respeito aos direitos naturais e expressos na Constituição: à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Qualquer pesquisa vai mostrar que são ideias da maioria do povo brasileiro. Nos meus mais de 50 anos de jornalismo, sempre vi a mídia unida na defesa desses valores, sempre que eles estiveram em risco, representando seu público. Faz parte do jornalismo, e é até obrigação, estar na defesa vigilante dos valores éticos, humanos e legais, que nos mantêm em civilização livres de qualquer tipo de totalitarismo.

O rumo sempre foi a defesa natural desses valores, inerentes à pessoa e à cidadania, principalmente a sagrada liberdade de expressão, sem a qual viramos robôs. E esse é o mais caro valor do jornalismo, já que dessa liberdade depende a existência de uma imprensa livre para criticar e cobrar o respeito às leis. As agressões atingem principalmente o novo mundo da comunicação, que são as plataformas digitais. Às vezes penso que alguns se sentem acuados pela modernidade e se imaginam protegidos quando a arbitrariedade atinge o mundo digital. Não percebem que se afogarão também ao relativizar liberdades. Diante de arbitrariedades, de ausência do devido processo legal,  aplaudem, sem perceber que estão saudando a tirania que os escravizará também. As ruas, ao defenderem as liberdades, estão condenando os que se alienam diante das agressões às liberdades e direitos constitucionais.

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense

quarta-feira, 30 de março de 2022

‘Quero ver até onde vai a petulância dele’, diz Daniel Silveira sobre decisão de Moraes - Jovem Pan

Deputado confirmou que irá passar a noite no Plenário da Câmara para evitar que a determinação judicial do magistrado sobre tornozeleira eletrônica seja cumprida 

Acompanhado de alguns colegas que se solidarizam com sua situação — entre eles Carla Zambelli (PL-SP), uma das parlamentares mais leais ao presidente Jair Bolsonaro (PL) —, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) conversou com jornalistas na noite desta terça-feira, 29, e afirmou à equipe de reportagem da Jovem Pan que vai passar a noite no Plenário da Câmara dos Deputados para evitar que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), seja cumprida. Horas antes, o magistrado havia determinado a fixação imediata de uma tornozeleira eletrônica “com urgência” em Silveira.

Ao comentar sobre sua decisão, o congressista afirmou que “quer ver até onde vai a petulância” do magistrado. “O Plenário é inviolável, quero saber até onde ele [Moraes] vai, já que um deputado é soberano no Plenário. Quero ver se ele quer dobrar essa aposta”, afirmou o parlamentar. Silveira também alegou que o ministro realiza “prisões por opinião” e que os outros magistrados da Suprema Corte estão envergonhados pelas atitudes do colega. Depois, o deputado se dirigiu aos jornalistas. “Vocês fazem ideia do que está acontecendo? O ministro já desbordou todas as legalidades constitucionais, mas a mídia aplaude. Vocês não vão acordar? Vocês não estão vendo que é um ministro cometendo um bando de atrocidades jurídicas.”

O parlamentar ressaltou que ainda não conversou com o presidente da Casa, deputado federal Arthur Lira (PP-AL). Uma eventual conversa depende da “importância” que Lira dará para o episódio. “Não tentei [contato], mas vou tentar daqui a pouco, não deu tempo”, confessou. Daniel Silveira criticou a “maturidade política” de Moraes e argumentou que, se o ministro não queria ser criticado, que não se lançasse à vida pública. “Ataque ao Supremo? Ataque foi em 1985, quando o Cartel de Medellín explodiu o Palácio da Justiça [da Colômbia]. Isso é ataque. Ele gasta, em quatro anos, R$ 80 milhões em segurança, não tem o direito de se sentir com medo”, disse o deputado.

Política - Jovem Pan


terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Tudo que o Exército quis saber do TSE sobre a votação eletrônica - VEJA

Quais foram as questões  do Exército ao TSE sobre a segurança das urnas

As dúvidas e as perguntas que o representante das Forças Armadas no tribunal encaminhou à Corte

No dia 7 de dezembro de 2021, o general Heber Garcia Portella, representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), encaminhou um ofício pedindo ao tribunal acesso a um total de 27 documentos, entre eles relatórios de riscos dos últimos quatro anos e políticas de auditoria, backup, antivírus, senha, segurança da informação e gestão de vulnerabilidades adotadas pela Corte. 
Na mesma data, o general enviou cinco perguntas sobre o teste de integridade, um processo de fiscalização que ocorre por amostragem no próprio dia da eleição e serve para garantir a segurança e a auditabilidade do processo de votação. O militar alegou na época que, após examinar o Plano de Ação do TSE, “identificou-se a necessidade de ampliar o conhecimento sobre o processo eleitoral”, a fim de permitir que ele mesmo pudesse “opinar com assertividade” sobre o seu conteúdo. O documento de Portella – escolhido para integrar a comissão por indicação pessoal do ministro da Defesa, Braga Netto – se transformou em uma nova munição do presidente Jair Bolsonaro para reforçar o discurso beligerante contra a Justiça Eleitoral.
 
A assertividade do general Portella, que é comandante de defesa cibernética, voltou à tona em 16 de dezembro, quando enviou ao TSE um novo ofício, solicitando informações complementares. 
Desta vez, o documento foi bem mais amplo, com mais 43 perguntas sobre todas as etapas de preparação e realização das eleições, como a programação das urnas, a forma de divulgação dos resultados e os procedimentos para detectar eventual “intrusão” aos sistemas do TSE. Portella pediu mais detalhes de auditorias realizadas nos códigos dos sistemas informatizados, a “porcentagem de sucesso” no reconhecimento de eleitores pela biometria, quantas urnas vão ser utilizadas por cada Estado nas eleições deste ano e até mesmo qual o procedimento de descarte daquelas consideradas ultrapassadas. Para dar “maior celeridade aos trabalhos da equipe”, o representante das Forças Armadas também pediu para o TSE “verificar a possibilidade de enviar as respostas à medida que estiverem disponíveis”.

“Como é constituído o sistema de monitoramento da infraestrutura de rede que apoia o processo eleitoral?”, questionou o general. “No processo de licitação das urnas, como é exigido dos fornecedores uma comprovação/certificação de que eles seguem as melhores práticas de segurança e de conformidade bem como aplicam as mesmas exigências para a respectiva cadeia de suprimento?”, indagou, sem fazer juízo de valor.

Portella também quis saber do TSE a motivação para a inclusão de uma porta USB na urna modelo 2020, “a despeito que normalmente tal implementação reduz, em tese, a segurança da urna”. “Será realizada alguma auditoria externa nas novas urnas (modelo 2020), tendo em vista que as mesmas não estavam disponíveis durante o TPS 2021?”, escreveu. TPS é o teste público de segurança, no qual investigadores realizam planos de ataque contra as urnas para testar os mecanismos de segurança já existentes no equipamento. Em novembro do ano passado, o TSE considerou um “sucesso” o teste, que reuniu 26 pessoas. “Nenhum plano conseguiu chegar à potencialidade de manipulação do voto. O teste é um momento muito importante dos processos de auditoria do sistema eleitoral eletrônico no Brasil”, disse na ocasião o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso.

O general também cobrou do TSE explicações sobre a “gerência das chaves criptográficas” envolvidas na contabilização dos votos,considerando que em diversos momentos do processo eleitoral, são utilizadas assinaturas digitais como forma de garantir integridade, autenticidade e não repúdio da informação”. “Quais são as rotinas de verificação da existência de programa indesejado em execução no sistema operacional da urna eletrônica? Existe algum processo de registro?”, indagou Portella, ao apontar que “códigos maliciosos possuem a capacidade de se apresentar como processos aparentemente legítimos”.

Como a urna eletrônica grava os votos em uma mídia eletrônica, o general alega que “existe o risco de que a mídia venha a danificar-se e não ser possível sua leitura total ou parcial”. 
“Há visualização de solução por parte do TSE para superar a possibilidade de perda de voto por falha de mídia eletrônica?”, questionou. “Caso uma eleição seja decidida por um número de votos menor do que o total que foi desconsiderado por falha na mídia eletrônica, como será resolvida uma possível incoerência que pode advir da desconsideração, total ou parcial, de votos?”
 
Outro ponto que mereceu destaque no longo questionário do general foram as mudanças envolvidas no processo de totalização dos votos.  
Até a eleição de 2018, os votos eram centralizados nos Tribunais Regionais Eleitorais. 
A partir de 2020, o processo foi concentrado no TSE, o que reforçou as críticas ao tribunal por conta da lentidão na divulgação dos números. “Por que houve a mudança de procedimento?”, perguntou Portella. 
A resposta já foi dado pelo próprio Barroso em novembro de 2020, quando o ministro esclareceu que a mudança seguiu recomendação expressa da Polícia Federal para garantir maior segurança ao processo. 
O general ainda quis saber sobre os mecanismos de controle adotados para impedir que ataques interfiram na transmissão dos dados de votação para o sistema do TSE. “Já foram realizados testes para avaliar dos controles configurados e em consequência estabelecer o seu nível de confiabilidade?”, indagou.

O TSE encaminhou as respostas ao general na última segunda-feira, 14, em um documento com 69 páginas e três anexos que ultrapassam 700 páginas. De acordo com o tribunal, a íntegra do documento “não foi divulgada por estar sob sigilo a pedido dos autores das perguntas”.

Rafael Moraes Moura - Política -  VEJA


quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

SOBRE VACINAS. DATA VÊNIA, SOU LIVRE PARA DECIDIR - Valterlucio Bessa Campelo

Observando a movimentação recente em torno da vacinação de crianças e a exigência do passaporte sanitário, inclusive com audiência pública realizada pelo MS - Ministério da Saúde, na OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde nesta terça-feira 04/01, além de manifestações de rua em todo o Brasil, resolvi dedicar esta primeira coluna de 2022 a um tema subjacente a tudo isso - a liberdade.

Pediria ao leitor que observasse a si mesmo e a sociedade comparando com 2019. Do que efetivamente sente falta? Sim, meu caro, embora trate-se de algo maior e de origem anterior, os dois últimos anos foram de aguda perda de liberdade. A peste deu pretexto a que, com nosso consentimento, diga-se, parte importante do nosso livre arbítrio fosse amputado e colocado à disposição do Estado. De tal modo, que seria quase um desvario dizer que vivemos ainda em uma sociedade livre.

Por que chegamos a este ponto? Basicamente porque sob ataque ou ameaça, somos naturalmente inclinados a trocar fatias de liberdade por alguma segurança e conforto. Eles sabem disso. À medida que cresce a ameaça, cresce também a nossa disposição a ceder. Ao ponto de entregarmos tudo e, voluntariamente, oferecermos nossa liberdade. O jovem Étienne de La Boétie tratou brilhantemente desse tema em seu livro publicado 1563, chamando-o de servidão voluntária. Algo que muito tempo depois, em 1930, o pai da psicanálise, Sigmund Freud, constatou: “a maioria das pessoas não quer realmente liberdade, porque liberdade envolve responsabilidade, e a maioria das pessoas tem medo de responsabilidade”.

No século passado, aconteceu profusamente durante a segunda guerra mundial, quando sob invasão nazista, em vários países, europeus se dividiram em colaboradores e colaboracionistas. Os primeiros demonstraram uma espécie de acovardamento simples, de consentimento envergonhado desde que seu habitual modo de vida fosse minimamente preservado. Intelectuais e artistas serviram à opressão, fazendo  movimentar a indústria cultural. No livro “Paris – a festa continuou”, (2012), Alan Riding deixa isso claro.

Os segundos, encontraram na colaboração ostensiva uma chance de promoção de suas fraquezas morais às custas da própria nacionalidade e passaram a exercer, como se dominadores  fossem, toda ordem de crueldade, perseguição, roubo, assassinato, estupro e deportações de judeus e opositores. Na França, por exemplo, existiram casos em que nacionais chegaram a postos do oficialato das SS e membros graduados da Gestapo. Muitos franceses, especialmente policiais e burocratas, atuaram como agentes do governo nazista que esfolou o país após a rendição covarde do General Petáin.

Em certa medida, é como vejo os dias de hoje. Diante do pavor disseminado a partir da peste chinesa, no Brasil, assim como nos outros países (nisto não há grande diferença), foram gerados colaboradores e colaboracionistas. Aqueles que normalizam a realidade cruel e agem porque não se importam com a perda de liberdade, desde que se sintam seguros e com baixas taxas de responsabilidade, e aqueles que servem incisivamente porque lucram e se promovem, seja financeira ou politicamente. Trocam de bom grado a própria liberdade por um punhado de poder ou dinheiro que lhes possibilitem os que realmente os possuem. 

Algo necessário e que se impôs neste processo foi a anulação ou minimização da oportunidade ao dissenso
Disso cuidou a velha mídia através de um turbilhão incessante de notícias terríveis e da emblematização pejorativa dos contrários. 
Adjetivos do tipo “negacionista”, “terraplanista” e outros são títulos com que propositalmente encerram a discussão. 
Como uma estrela amarela pregada no peito de um judeu na Polônia em 1940, o termo fecha as portas ao debate. 
Ouvi recentemente de um deles: “não discuto com eleitor de Bolsonaro, é tudo negacionista”.  
Pensei imediatamente que se estivéssemos na França em 1942 ele não hesitaria em fuzilar-me. 
Como alterar pelo argumento lógico uma mente que se tranca?  
Como entrar naquela mente com uma verdade objetiva se foram eliminadas as condições do diálogo? Cria-se assim, uma sociedade mouca, cega, escrava e desumana, capaz de tudo.

Ocorre que liberdade não é uma mera abstração filosófica, um luxo do qual as pessoas se utilizam ocasionalmente. Ela diz respeito à ação e ao pensamento. É a forma como você decide sobre a sua vida, com quem se relaciona, o que faz, o que lê, aonde vai, o que possui. Liberdade são suas escolhas. Em última instância é o que você pensa, é o que você é. Entregaremos isso também em troca de uma suposta segurança provida pelos que criaram a insegurança?

Do meu canto longínquo, olho o mundo e vejo em todos os lugares fantasmas dos cães de Pavlov (1849-1936), babando a cada estímulo que recebem, este determinado de fora pra dentro por interesses globalistas de controle, aliás, amplamente confessados no Forum Econômico Mundial, nos livros de Klaus Schwab seu presidente e já experimentados na China. Jornalistas, articulistas, partidos políticos, juízes, artistas, médicos, universidades, associações etc., aceitaram vergonhosamente o papel de colaboracionistas de um sistema que viola frontalmente as nossas liberdades. Como se houvessem passado por uma lobotomia repetem à exaustão uma carga de mensagens cuja profundidade não se deram o trabalho de examinar.

Há, contudo, os que não se rendem. Independentemente do tamanho do engodo, é apenas um engodo e, como bem lembrou Étienne de La Boétie, basta não entregar o que eles querem e cai a tirania. 
As inúmeras audiências públicas havidas em estados, no distrito federal e em muitos municípios, demonstram que assim como colaboradores e colaboracionistas, nesta guerra há a resistência. [em algum momento uma ordem será dada e ninguém irá cumpri-la = será a queda deles.]

Refiro-me, por exemplo, a médicos da estirpe da Dra. Maria Emilia Gadelha, Dr. Roberto Zeballos,  Dr. José Augusto Nasser, Dra. Roberta Lacerda e muitos outros contados aos milhares, que abdicando da frondosa árvore do politicamente correto, vão ao sol, expõem à luz seu entendimento e suas experiências. Sabem que enquanto a mão direita estende a agulha, a mão esquerda maneja um bisturi nos amputando a liberdade e instalando o controle social. Escudados em comitês, os colaboracionistas, muitas vezes associados e comissionados das big pharmas, se defendem desqualificando seus opositores, acusando-os de adotarem teorias conspiratórias.

A propósito, embora (por motivos óbvios) a mídia não propague, o sistema oficial americano VAERS, comunica que apenas nos EUA foram relatados mais de 1,5 milhões de efeitos adversos após a vacinação, com 14.817 eventos morte. São dados investigados e provados. Não, não são, nem serão. Não foram devidamente investigados. Por lá também o governo está de braços dados com as big pharmas. Mas deveriam ser suficientes para autorizar que cada cidadão faça a própria escolha ao invés de ser submetido e submeter suas crianças à vacinação forçada que, de modo cínico, aparece disfarçada de mero constrangimento documental.

Considero, pessoalmente, que ela pode ser adotada, propagada e recomendada massivamente, se for o caso, porém, em hipótese alguma, sob nenhum argumento, pode ser imposta direta ou indiretamente, pois nestes termos sempre constituirá flagrante ataque à liberdade do indivíduo nos termos da nossa lei maior e tantas outras. Este é o ponto.

 Valterlucio Bessa Campelo escreve ensaios, crônicas e contos eventualmente em seu BLOG e é colaborador do site Conservadores e Liberais.

 

 

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

O STF comprova: a perseguição é seletiva

Que os tribunais superiores e instâncias políticas como a CPI da Covid vêm promovendo uma guerra contra a liberdade de expressão já é algo bastante evidente desde que o inquérito das fake news no STF resultou na censura a uma revista, ainda em 2019. 
E também é notório que os alvos desta perseguição têm, todos, um perfil ideológico ou político-partidário semelhante: ou estão mais à direita, ou são conservadores, ou declaram apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Alguém até poderia alegar que são apenas as pessoas desse lado do espectro ideológico ou político que “fariam por merecer”, que seriam apenas elas a propagar “discurso de ódio” e fazer “ataques às instituições”. Onde estaria a evidência empírica de que a perseguição é enviesada?

Haveria duas formas de demonstrar que a liberdade de expressão está sendo deliberadamente relativizada apenas para um grupo: a primeira seria mudar o alvo dos insultos. O que aconteceria, por exemplo, se uma coluna de um grande jornal brasileiro trouxesse, em vez de frases com início, meio e fim, apenas insultos enfileirados – quase 200, para ser mais preciso dirigidos não ao presidente Jair Bolsonaro (como de fato ocorreu, sem nenhum tipo de consequência ou responsabilização), mas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF? A segunda forma de comprovar um viés ideológico na perseguição seria comparar insultos reais ao Supremo, mas feitos por pessoas de perfis diferentes. 
 
E, se a primeira situação ainda é hipotética, a segunda acaba de se concretizar; com isso, a corte presenteia o brasileiro com a evidência cabal de que, quando o assunto é liberdade de expressão, todos são iguais em direitos, mas uns são mais iguais que outros.
Não resta mais dúvida alguma de que o STF vem agindo não apenas de forma abusiva em suas restrições à liberdade de expressão, mas também exerce esse abuso de forma seletiva, contra apenas um lado do espectro político-ideológico

Para isso, convidamos o leitor a analisar as seguintes falas: Por várias e várias vezes já te imaginei [o ministro Edson Fachin] tomando uma surra. Ô... quantas vezes eu imaginei você e todos os integrantes dessa corte. Quantas vezes eu imaginei você, na rua, levando uma surra. 
O que você vai falar? Que eu tô fomentando a violência? Não. Eu só imaginei”; 
ou, então: “Você faz uma intervenção agora... aposenta dez ministros do Supremo (...) pega aqueles dez satanazes... as duas bruxas... e os oito satanazes, você aposenta, manda pra casa (...) Impeachment dos ministros do Supremo. Esses dez... Tirando este Kassio que é novo (...) ainda sem os vícios dessa cachorrada mais antiga que está lá.
impeachment para aquelas sujeitas e aqueles sujeitos que estão lá”; 
e, por fim, “Uma das tarefas fundamentais da gente é estimular o ódio de classe (...) Tem que acordar todo dia querendo pegar pelos cabelos cada um daqueles ministros do STF – se puxar pelo Fux sai a peruca – (...) tem que odiar, tem que xingar. 
Tem que ver uma foto e ter raiva, ter vontade de cuspir, tem que odiar a burguesia brasileira e seus representantes (...) Eu quero que o STF se f.... Barroso é um grande de um canalha. É um inimigo do povo brasileiro. O STF apoiou o golpe, p...!

Em conteúdo, não há diferenças significativas: insultos a ministros do Supremo e, em dois casos, menção a agressões físicas. Mas os autores das duas primeiras falas foram presos graças a elas: são, respectivamente, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), atualmente com o mandato suspenso, e o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, ambos aliados de Bolsonaro. 
Já o autor da terceira citação, o historiador stalinista Jones Manoel, referiu-se ao Supremo naqueles termos em 18 de setembro, durante evento de um sindicato cearense. Passadas três semanas, ele continua livre para dizer o que bem entender, ainda que suas afirmações pudessem se encaixar perfeitamente no conceito de “ameaças e infrações revestidas de animus caluniandi, diffamandi e injuriandi, que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares”, como descreve o ex-presidente da corte Dias Toffoli no despacho em que determinou a abertura do inquérito das fake news, em março de 2019.
 
Editorial - Gazeta do Povo

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Juiz ladrão - Guilherme Fiuza

Revista Oeste

Manobra ocorrida depois de outra decisão importante do árbitro: recolocar no jogo o participante desclassificado por roubo 

O árbitro da disputa diz que as regras do jogo são claras. Clareza pressupõe segurança. Não é preciso mexer em nada — o garantidor da disputa limpa garante.

Não muito tempo antes o árbitro fora visto defendendo mudanças nas regras do jogo para aumentar a segurança da disputa. 
Aumentar a segurança pressupõe segurança insuficiente. 
Participantes do jogo e outros interessados encamparam a proposição de aprimoramento das regras — o mesmo aprimoramento defendido pelo próprio árbitro. Mas o árbitro ressurge afirmando que o aprimoramento que ele acabara de defender agora é retrocesso — e risco de insegurança.

Parte dos envolvidos na disputa pergunta ao árbitro o que mudou no jogo para que ele mudasse em 180 graus a sua posição sobre as mudanças propostas. O árbitro xinga os interlocutores e não responde. É soberano e não deve satisfações a ninguém.

Segurança mesmo só há sem a possibilidade de auditar o resultado

Participantes do jogo descobrem um relatório policial mostrando que o árbitro reconheceu violação das regras de segurança na disputa anterior. Essa violação chegou ao centro do sistema que rege a disputa, abrindo amplas possibilidades de manipulação de resultados. Não se sabe a extensão da manipulação porque todos os arquivos do sistema de segurança foram apagados pelo árbitro.

Por que o árbitro apagou a memória da disputa? Cala a boca que ninguém te perguntou nada.

O árbitro então se diz alvo de uma conspiração. Denuncia ameaça de golpe. Diz que os que propõem o aumento da segurança na disputa na verdade querem fraudá-la. Afirma que o sistema verificador de resultado que está sendo proposto é uma brecha para a manipulação
Segurança mesmo só há sem a possibilidade de auditar o resultado.
Mentir e dissimular é só começar. O soberano é justo — só mente por uma boa causa. Ele precisa livrar a coletividade de um golpe demoníaco e por isso sai mentindo furiosamente, acusando os que constatam a impossibilidade de auditagem da disputa de desinformação, fake news e sabotagem. O árbitro passa a agir para tirar do jogo o vencedor da última disputa. 
Diz que ele deve ser desclassificado por pleitear que o resultado seja verificável
O soberano afirma que isso é blasfêmia, então é porque é.A manobra ocorre após outra decisão importante do árbitro: recolocar no jogo o participante que foi desclassificado por roubo. O infrator é recolocado na disputa porque burlou todas as regras, mas foi sem querer.  
 
Fair play.
Por falar em roubo, a polícia constata a vulnerabilidade das regras do jogo. O país sai às ruas pedindo a atualização dessas regras para aumento da segurança na disputa — uma mudança simples que todo mundo entendeu. O árbitro diz que a polícia, os técnicos e o povo estão errados. São todos suspeitos de conspiração.

No gabinete está tudo tranquilo. É um ambiente limpo e seguro, sem barulho de povo e sem polêmica. As manchetes amestradas ecoam a voz do árbitro, que se delicia lendo e relendo o noticiário amigo no qual não há espaço para gentalha batendo pé nas ruas — essa massa ignara que nem fala cinco idiomas. Desse bem-estar profundo o soberano retira toda a verve e o elã do seu próximo libelo virtual. É ou não é doce, a vida?

Mas… Que ruído é esse? Parece estar vindo lá de fora. Está aumentando. Será o mundo real, esse inconveniente?  
Será que na verba para o ar-condicionado dos corredores subterrâneos se esqueceram da duplicação das paredes? Resolvam isso! Urgente!

Esta instituição é a dona da bola. Faz com ela o que quiser. Pode inclusive chutá-la para um dos gols, se assim desejar. Quem vaia já perdeu. Dupliquem as paredes e aumentem o som. Mozart ou Beethoven, tanto faz. O quê? Hackearam? Só tem forró?

OK. Vamos modernizar o sistema.

Leia também “Democracia na marca do pênalti”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste

 

domingo, 25 de julho de 2021

Joice Hasselmann diz que desafeto tem acesso ao prédio em que vive [alguém acredita?]

Parlamentar afirma ter indicado à polícia dois nomes de eventuais suspeitos na investigação sobre as lesões que sofreu no apartamento funcional que ocupa em Brasília. Um deles, conforme a congressista, consegue entrar facilmente no edifício 

Após acordar ferida em seu apartamento funcional na Asa Norte e identificar seis lesões na face e nas costelas, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) pediu abertura de investigação sobre o caso. A parlamentar suspeita que uma terceira pessoa tenha entrado no apartamento, onde ela estava com o marido, o neurocirurgião Daniel França, e provocado as agressões. As diligências, de acordo com a congressista, estão sendo conduzidas pela Polícia Legislativa e pelo Ministério Público.

Em entrevista ao Correio, Joice diz ser alvo de ameaças pelas redes sociais e de insinuações indiretas sobre sua segurança. Revela, também, que um desafeto tem acesso fácil ao prédio onde ela mora. No entanto, afirma não haver sinais de invasão no apartamento e não descarta que as fraturas tenha sido causadas por uma queda. Veja os principais trechos da entrevista.

A senhora contou que estava assistindo a uma série, no domingo, e adormeceu?
Eu tomo um remédio para adormecer. É o mesmo há 20 anos. Leva mais ou menos uns 20 minutos para fazer efeito. A série tem cerca de 40 minutos. Então, na metade do capítulo, tomei o remédio para conseguir terminar. Na hora em que terminei, desliguei a televisão e fui dormir. Coloquei meu tampão de ouvido, que uso por ter o sono muito leve. Então, adormeci, por volta de 1h da noite de sábado para domingo. Depois, às 7 horas e três minutos, acordei, no chão, de bruços, em volta de uma poça de sangue, com dente quebrado. Eu achei que tinha caído, que teria tido um mal súbito, batido a boca, e saído sangue do nariz. A conclusão óbvia, né? Fui buscar socorro. Eu me arrastei até o criado-mudo, peguei o celular para ligar para o meu marido. A gente dorme em quartos separados, desde sempre, porque ele ronca muito. Ele me atendeu na segunda ligação e saiu correndo, óbvio, eu ligando para ele de manhã. Saiu correndo, foi lá me atender e prestou os primeiros socorros. Inicialmente, a gente achou que fosse tombo.

Acordou no mesmo ambiente em que dormiu?
Meu quarto tem três ambientes. Tem o quarto onde fica a cama e tem um corredor, em frente, que dá acesso ao banheiro. Foi nesse corredor que acordei.

Acredita que uma terceira pessoa tenha entrado no apartamento?
É uma das hipóteses mais prováveis pelo volume de traumas e pelo fato de estar desacordada, mas eu também não descarto a possibilidade de ter caído várias vezes. O que é estranho, falando com especialistas, com os médicos, com o meu marido mesmo: quando eu acordei, estava de bruços, com o rosto no chão. Depois, descobri que estava com um galo na nuca. Para eu estar desacordada, eu teria de ter tomado uma pancada ou caído e batido a parte da nuca, a parte de trás da cabeça. Então, como eu estava de frente? Mas não é impossível que tenha acontecido isso (acidente). Porém, como é pouco provável, decidimos pedir a investigação. Até porque não é de hoje que sofro ameaças de morte. E a minha lista de desafetos políticos dá para fazer de ordem alfabética.

Chega... paramos por aqui Ler mais: clique aqui Correio Braziliense

[Opinião do Blog: a entrevista só confirma que é uma 'estória' e daquelas sem pé nem cabeça. Quanto mais se lê, menos se acredita. A deputada diz que sofre ameaças de morte, tem um lista extensa de desafetos políticos. A deputada está na metade final do seu mandato. Mandato único - quem vai perder tempo mandando matá-la? É parlamentar de mandato único - foi eleita graças ao presidente Bolsonaro. Caso tente a reeleição não terá nenhuma apoio do nosso presidente, derrota na certa.]


Uma grande mentira - Gazeta do Povo

Luís Ernesto Lacombe

O Estado... Você acredita nele? 
Acha mesmo que ele pode ser seu tutor, seu “pai”, o “pai de todos”? Quantas promessas de salvação, de proteção e segurança você tem aceitado? 
Quanto da sua liberdade lhe retiraram, mas para “o seu bem”? 
Esse Estado fomentador de crescimento e desenvolvimento, onde e quando ele deu certo? 
É incapaz de criar riquezas, mal serve para distribuir as riquezas que, apesar de todo seu peso, ainda são criadas. Tem uma obesidade trilionária, que a Lei de Diretrizes Orçamentárias expõe por completo, quase de forma obscena.

O nome todo é Fundo Especial de Financiamento de Campanhas, mas pode chamar de Fundo Eleitoral. Querem R$ 5,7 bilhões para isso no ano que vem, um aumento de quase três vezes em relação a 2020. [que podem facilmente chegar aos DEZ BILHÕES - confira.] 

[Enquanto o 'fundão' cresce, os inimigos da TRANSPARÊNCIA ELEITORAL são contra o 'voto impresso' alegando que custa caro = menos de 20% do fundão.]  E nem falamos do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, ou simplesmente Fundo Partidário, de R$ 1 bilhão, pago todo ano, não falamos do acesso gratuito ou subsidiado à mídia para partidos políticos... Eles não vivem sem o dinheiro dos outros, sem nosso dinheiro. Por que não fazem rifas, organizam eventos pagos, cobram taxas maiores de seus filiados?

Não tenho notícia de nenhum país que gaste tanto dinheiro público com campanhas eleitorais. 
O Tribunal Superior Eleitoral também leva uma bolada, mesmo num ano em que não há eleições. 
O Judiciário, de um modo geral, custa caro, muito caro. 
Está lá, na LDO, este poder, que insiste em atropelar os outros dois, Executivo e Legislativo, vai nos custar no ano que vem R$ 44,2 bilhões. Sim, os atropelos à Constituição Federal, fatiamento de processo de impeachment, inquéritos esdrúxulos, censura a veículos de comunicação, a contas em redes sociais, prisão de jornalista, prisão de deputado federal, cerceamento ao direito de ir e vir, ao trabalho, tudo isso, de alguma forma, é o nosso dinheiro que financia.
 
E o Congresso Nacional? 
Precisamos mesmo de 513 deputados, 81 senadores? 
Não dá para diminuir esses números? 
E nossos parlamentares precisariam de tantos servidores à sua volta, um total de funcionários maior do que a população da maioria das cidades brasileiras? 
Nosso Legislativo também é gastador... Vai nos levar, em 2022, R$ 12,8 bilhões. E ainda tem as emendas parlamentares, o dinheiro carimbado, gastos obrigatórios, tudo o que dificulta a melhoria da gestão. Fazer mais e melhor, gastando menos, é coisa de empresa privada, de capitalista selvagem... Viva o Estado!

Gostaria muito de evitar ironias e de vender todas as estatais, bancos públicos e Petrobras incluídos. Quem gosta de Estado poderia se contentar com o fim da imunidade tributária dessas empresas. Privatizadas, teriam, todas elas, de passar a pagar impostos... O processo tem sido lento, mas, pelo menos, o ingresso de servidores no governo federal tem caído de forma acentuada. Em 2014, a estocadora de vento contratou 40.717 pessoas. No segundo ano de Bolsonaro na presidência, o número de contratações caiu para 6.713. Para evitar o retrocesso, faça o seguinte: elimine nas urnas os adoradores do Estado. Eles defendem uma grande mentira.

Luís Ernesto  Lacombe, colunista - Gazeta do Povo - VOZES