Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Wuhan. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Wuhan. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Pandemia nos EUA: O que revelam os e-mails de Anthony Fauci

Gazeta do Povo

Pandemia: o que você precisa saber sobre os e-mails do Dr. Fauci

Milhares de e-mails envolvendo o infectologista Anthony Fauci - diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) dos EUA e consultor da Casa Branca para a pandemia - e Francis Collins - chefe dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA - foram publicados após serem obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação do país norte-americano. Milhares de páginas, algumas delas com grandes trechos eliminados para manter a confidencialidade, estão disponíveis no site BuzzFeed e são uma espécie de teste de Rorschach.

Tendo escrito recentemente o artigo "A Queda do Santo Anthony Fauci", li muitos desses e-mails e achei que eles são bastante condenatórios tanto para Fauci quanto para a resposta americana à pandemia. Mas, obviamente, o Washington Post vê neles um homem que está simplesmente sobrecarregado pelo que está acontecendo ao seu redor e que trabalha o tempo todo para manter o fluxo de informações.

Vazamento de laboratório
Nós temos alguma pista sobre a hipótese de que o vírus vazou de um laboratório nesta coleção de documentos? Bem, sim. Temos evidências que podem ser interpretadas de várias maneiras.  Por exemplo, um e-mail de 21 de janeiro de 2020 de Kristian G. Anderson procura "pistas para o surto" e não descarta um vazamento de laboratório. Mas, desde então, Anderson e sua equipe se tornaram muito mais céticos em relação à hipótese do vírus criado em laboratório. Peter Daszak, o líder da EcoHealthNYC e um defensor da pesquisa sobre ganho de função, agora tem defendido o artigo produzido pela equipe de Anderson.

Uma troca de e-mail entre Fauci e Collins ocorrida em 2 de fevereiro de 2020 faz referência a um artigo sensacionalista do blog ZeroHedge que exagerava temores de que inserções de HIV mostram que a Covid-19 é uma arma biológica criada artificialmente. Fauci pede para continuar a conversa por telefone. Este é o artigo que fez com que o ZeroHedge fosse banido do Twitter.

Um e-mail de 17 de fevereiro de 2020, de Collins para Fauci, tem um link para uma matéria da Fox News sobre a ideia de um vazamento de laboratório. A resposta de Fauci foi totalmente omitida no documento público. O assunto do e-mail é "conspiração ganha impulso", o que talvez indique que os dois estavam tratando essa ideia como tal. Mas outros e-mails nos quais essa teoria surge mostram o interesse dos participantes em parar com a conversa por e-mail e continuar em telefonemas.

Uma enxurrada de perguntas de jornalistas e de usuários do Twitter está chegando aos interlocutores de Fauci para determinar o significado dos e-mails deles e fornecer um contexto mais amplo para compreendê-los. Existem muitos e-mails que podem parecer incriminadores à primeira vista, mas têm explicações inocentes. Por exemplo, um e-mail de 4 de fevereiro de 2020, de Trevor Bedford, um cientista da Fred Hutch, parece dizer que certas evidências oferecidas sobre as hipóteses de surgimento natural ou de vazamento de laboratório são inconclusivas, embora ele descarte um cenário em que o vírus foi criado em laboratório. Ele então sugere ao seu interlocutor que eles mudem para "meios de comunicação mais seguros".

Questionado sobre isso no Twitter, Trevor disse temer vazamentos seletivos para a imprensa, ou possivelmente a espionagem da inteligência chinesa. Isso é razoável.  No entanto, também temos um e-mail de Daszak - cuja própria empresa subcontratou o Instituto de Virologia de Wuhan - enviado a Fauci em fevereiro em que ele agradece ao infectologista por emprestar sua credibilidade ao se pronunciar contra a teoria do vazamento de laboratório. Uma parte desse e-mail foi omitida. Daszak já falava incansavelmente contra a teoria do vazamento de laboratório antes que a OMS o designasse, com o consentimento da China, para a equipe que investigou as origens do vírus.

Ainda assim, mesmo com todos os incentivos do mundo para encerrar a hipótese de vazamento de laboratório, o diretor da OMS não a descartou. Sua opinião sobre este e-mail dependerá inteiramente de como você vê as opiniões de Daszak, se acredita que elas são genuinamente sustentadas ou não. Acho que o e-mail mais interessante sobre a questão é o de Hugh Auchincloss para Fauci em 1º de fevereiro de 2021, no qual parece que o NIH está tentando determinar por si mesmo se "temos laços distantes com esse trabalho no exterior". Fauci responde mais tarde dizendo como é essencial que ele e Hugh falem ao telefone naquela manhã e que Hugh terá tarefas a cumprir.  Isso foi enviado poucas horas depois de Anderson sugerir pela primeira vez a Fauci que havia características no vírus que "(potencialmente) parecem projetadas".

Máscaras, tratamentos
Aqui está uma questão em que eu realmente acho que o registro privado fará a diferença em nossa compreensão dos eventos. Em 5 de fevereiro de 2020, Fauci envia um e-mail em que desaconselha o uso de máscaras e faz a recomendação de que o tipo de máscara que se compra em farmácias "não é muito eficaz para impedir a entrada de vírus, que são pequenos o suficiente para passar pelo material". Esta conclusão só poderia ter sido reforçada quando os cientistas convergiram para a conclusão de que a Covid-19 é transmitida por aerossóis. Isso foi consistente com as declarações que Fauci fez em público na época, mesmo no programa de televisão 60 Minutos, de que as máscaras podiam ser prejudiciais.

Mais tarde, quando passou a adotar uma posição pró-máscara, Fauci afirmou que nunca aconselhou ao público que as máscaras não podiam ajudar, apenas que eles não deveriam comprá-las. Isso não era verdade. Ele disse que deu este conselho para economizar equipamentos de proteção individual para os trabalhadores da linha de frente. Embora tenhamos visto muitos casos em que autoridades de saúde pública mentiram deliberadamente para o público para manipulá-los em direção a um resultado - uma prática que considero moralmente repulsiva e politicamente inconsistente com o autogoverno - não encontramos evidências de que houve um esforço deliberado e consciente para proteger os suprimentos de EPI com essa mentira. (Contudo, vimos um dos colegas chineses de Fauci pedindo desculpas por ter sido citado na Science chamando a posição de Fauci sobre as máscaras de "um grande erro".)

Em 1º de março de 2020, Fauci recomenda o uso de máscaras N95, ao explicar que a transmissão do coronavírus é semelhante à da gripe, mas que ocorre mais em forma de aerossol do que de gotículas. A recomendação que ele faz sobre as máscaras N95s faz sentido com sua objeção anterior sobre máscaras compradas em farmácias, e está de acordo com estudos que mostram que alguns dos tipos de máscara popularmente usados ​​podem na verdade aumentar a disseminação de gotículas.

Em 31 de março de 2020, Fauci está defendendo as máscaras menos eficazes com base em "alguns dados do NIH que indicam que o mero falar sem tossir produz aerossóis que se dispersam por até mais de meio metro". Fauci conclui: "Se for esse o caso, então talvez o uso universal de máscaras seja a a ação mais prática a ser adotada." Não tenho certeza se isso é realmente verdade, já que, na melhor das hipóteses, as máscaras de tecido redirecionam ligeiramente os aerossóis que transmitem Covid-19.

No entanto, Fauci ocasionalmente dizia coisas como, por exemplo, como ele queria que as máscaras "fossem um símbolo" para o tipo de medida que você deveria tomar. Ou seja, ele parecia trair a visão que tinha sobre a utilidade médica das máscaras ao se apoiar fortemente em sua utilidade psicológica. E espero que a defesa das máscaras de tecido compradas em loja vá para esse campo. Talvez eles digam que é verdade que o vírus passa facilmente pela máscara, mas que a máscara faz algum trabalho de redirecionamento e que essa pequena utilidade se combina com seu uso como um lembrete físico constante do comportamento para mitigação da Covid, como o distanciamento social para diminuir a propagação.

Para mim, uma dos diálogos mais interessantes vem do Dr. Josh Backon, da Universidade Hebraica, que ficou furioso porque Fauci estava minimizando o uso de medicamentos baratos e bem testados, como cloroquina e ivermectina, para tratar Covid-19. Backon enviou um e-mail inicial propondo a lógica por trás desses tratamentos e, mais tarde, enviou o e-mail novamente com um link para um estudo que fundamentava suas afirmações, com a breve provocação: "Continue me ignorando". Fauci recusou a provocação, dizendo: "Você não está sendo ignorado", e prometeu que alguém daria uma olhada em sua pesquisa.

Imprensa
Em seguida, houve um longo e-mail elogioso de Mark Zuckerberg agradecendo Fauci por sua liderança durante a pandemia e oferecendo ajuda para divulgar boas mensagens. Um desses e-mails faz algum tipo de apelo final a Fauci, que foi cortado do documento, e se oferece para discutir por telefone.

Veja Também: O novo coronavírus escapou do laboratório? As evidências que reforçam esta hipótese
 Cientistas de Wuhan buscaram tratamento em hospital um mês antes do 1º registro da Covid

Existem tantos pequenos detalhes para serem descobertos, que é hilário. Um dos meus favoritos até agora é do jornalista veterano Donald McNeil, do New York Times, que escreve a Fauci para elogiar a decência e o heroísmo do cidadão comum chinês diante da Covid, em comparação aos porcos americanos egoístas. Isso é apenas a romantização de um país estrangeiro para denegrir seus próprios concidadãos, e é uma visão de mundo juvenil. Um ponto a favor de Fauci é que ele estava pelo menos um pouco perturbado pela "febre de Fauci".

De qualquer forma, como a maioria das grandes divulgações de dados que sofrem remoções cuidadosas, o tesouro dos e-mails de Fauci não tem provas cabais de irregularidades. Você poderia argumentar, como eu e outros fizemos, que Fauci tinha certos preconceitos e pré-disposições que foram profundamente inúteis em sua liderança na resposta à pandemia - e você encontrará evidências disso aqui. Ele tinha uma tendência muito forte contra os medicamentos existentes e a favor dos novos e experimentais. Ele tem sido inconsistente com relação às máscaras e claramente estava disposto a dizer coisas em público que ele achava que "ajudavam" na resposta, mesmo que não fossem estritamente verdadeiras.

Gazeta do Povo - Michael Brendan Dougherty - National Review

terça-feira, 15 de junho de 2021

Checamos: não era o Doria

João Doria, governador de São Paulo, forografado durante o feriado de Corpus Christi de 2021 tomando sol no Hotel Fairmont, em Copacabana
João Doria, governador de São Paulo, forografado durante o feriado de Corpus Christi de 2021 tomando sol no Hotel Fairmont, em Copacabana | Fotos: Redes sociais

Nos recusamos a ser apressados e levianos como a maioria foi diante dessas imagens e passamos a estudá-las detidamente. Notamos que havia sim sinais de similaridade entre o homem das fotos e vídeos e João Doria Jr., mas havia algo estranho no ar. E o ar do Rio de Janeiro, como todos sabem, é traiçoeiro — basta dizer que o prefeito local fechou as praias e abriu as academias de ginástica, numa descoberta do seu comitê científico de que a atmosfera não é confiável. O homem que diziam ser João Doria estava ao ar livre. Portanto, todo o cuidado era pouco.

Tomamos então uma decisão que pode parecer radical, mas não para quem realmente preza a verdade: enviamos as imagens para um laboratório em Wuhan. Se Doria não fosse reconhecido na China, não seria em lugar nenhum do mundo. Valeu a pena esperar. Enquanto praticamente o Brasil inteiro caía de pau no governador paulista julgando ser ele na piscina do hotel chique, os técnicos do laboratório mais confiável do planeta trabalhavam incansavelmente na análise meticulosa das imagens polêmicas. Tivemos a colaboração decisiva do regime local, que manteve a equipe de cientistas três dias e três noites sem comer e sem dormir, para não atrasar os trabalhos. Fica aqui nosso agradecimento aos mandachuvas chineses por endurecer sem perder a ternura e não deixar ninguém fazer corpo mole — um dos problemas frequentes dos países que exageram na democracia.

Toda a literatura científica comprova que Doria prefere pegar sol em Miami

O laudo saiu mais rápido que vacina de ocasião — e o resultado está aqui para chocar o mundo: o homem só de shortinho se bronzeando no hotel carioca não era João Doria Jr.! O laboratório de Wuhan trabalhou com uma moderna técnica de RNA mensageiro, que acelera a mensagem através de transmissão via moto do iFood. Ou seja: o mensageiro voa. Ele botou todas as nossas perguntas na quentinha e voltou como um raio com as respostas definitivas. A mais conclusiva delas revela uma sentença irrefutável obtida a partir de evidência muito simples: toda a literatura científica comprova que Doria prefere pegar sol em Miami — portanto jamais estaria perdendo tempo numa laje em Copacabana.

E agora? O que dirão os críticos, os maledicentes e os intrigantes diante da revelação laboratorial da sua leviandade? 
O que dirão esses patrulheiros sem coração diante da constatação científica de que, se fosse para sair de São Paulo no fim de semana, Doria iria de jatinho para a Flórida, jamais para uma cidade perigosa do Estado rival? 
O mínimo que se espera é que o STF enquadre todos os difamadores do governador paulista no inquérito das fake news. Vocês vão se ver com o Alexandre.

O laudo de Wuhan sobre o caso Doria é devastador. Dentre outras constatações, prova que um governador salva-vidas jamais estaria em plena pandemia grudado numa espreguiçadeira que nem uma lagartixa fritando ao sol; jamais estaria sem máscara numa muvuquinha vip rodeado por corpos sarados e depilados; jamais se exporia ao público daquela maneira ridícula sem o aparato da sua junta de contingência e a proteção daquelas hashtags matadoras fique em casa, vacina já e covid forever.

O STF não deveria aceitar desculpas ou retratações nesse caso. Todos são culpados. Menos o Lula.

Leia também “Loquidau, a hipnose”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste


quinta-feira, 27 de maio de 2021

O novo coronavírus escapou do laboratório? As evidências que reforçam esta hipótese

Pandemia - VOZES - Gazeta do Povo

 A pandemia da Covid-19 abalou vidas ao redor do mundo por mais de um ano. Suas vítimas fatais atingiram mais de três milhões. Contudo, a origem da pandemia continua incerta: os compromissos políticos de governos e cientistas geraram nuvens densas de ofuscação que a imprensa tradicional parece incapaz de dissipar. No texto que se segue, organizarei os fatos científicos disponíveis, que contêm muitas pistas do que aconteceu, e fornecerei aos leitores as evidências para que tirem as próprias conclusões. Tentarei então avaliar a questão complexa da culpa, que começa com o governo da China, mas vai bem além dele.

Até o fim deste artigo, você poderá ter aprendido bastante sobre a biologia molecular dos vírus. Tentarei fazer esse processo tão confortável quanto possível. Mas não se pode evitar a ciência a respeito agora, e provavelmente por muito tempo, uma vez que ela oferece o único fio através do labirinto. O vírus que causou a pandemia é chamado oficialmente de SARS-CoV-2, mas pode ser chamado abreviadamente de SARS2. Como muitas pessoas sabem, há duas principais teorias sobre as suas origens.
Uma é que ele saltou naturalmente de animais silvestres para as pessoas. 
A outra é que o vírus estava sob estudo em um laboratório do qual escapou. É muito importante saber qual delas é o caso, se esperamos prevenir uma segunda ocorrência.

Descreverei as duas teorias, explicarei por que cada uma é plausível, e então perguntarei qual delas dá a melhor explicação para os fatos disponíveis. É importante notar que, até agora, não há evidência direta para nenhuma das teorias. Cada uma delas depende de um conjunto de conjecturas razoáveis, mas até o momento não está provada. Portanto, só tenho pistas, não conclusões, para oferecer. Mas essas pistas apontam numa direção específica. E, após inferir essa direção, delinearei alguns dos fios nessa meada embaraçada de desastres.

Um conto de duas teorias
Depois que houve o primeiro surto da pandemia em dezembro de 2019, as autoridades chinesas relataram que muitos casos tinham ocorrido no mercado de Huanan — um lugar que vende animais silvestres para consumo da carne — em Wuhan. Para os especialistas isso lembrou a epidemia de SARS1 de 2002 , na qual um vírus de morcego se espalhara primeiro para civetas, um mamífero vendido nesse tipo de mercado, e das civetas para humanos. Um vírus de morcego similar causou uma segunda epidemia, conhecida como MERS, em 2012. Dessa vez, os hospedeiros intermediários eram camelos.

A decodificação do genoma do vírus mostrou que ele pertence a uma família viral conhecida como a dos beta-coronavírus, à qual os vírus SARS1 e MERS também pertencem. O parentesco entre eles apoiou a ideia de que, como os outros, o SARS2 era um vírus natural que conseguira saltar dos morcegos para outro hospedeiro e dele para humanos. A conexão com o mercado de carnes, o único outro ponto de similaridade com as epidemias de SARS1 e MERS, logo foi quebrada: os pesquisadores chineses descobriram casos anteriores em Wuhan sem ligação ao mercado. Mas isso não parecia importar, logo, esperava-se, muitas outras evidências apoiando a emergência natural seriam encontradas.

Wuhan, no entanto, é onde fica a sede do Instituto de Virologia de Wuhan, um centro mundial de pesquisa de ponta para a pesquisa em coronavírus. Então, a possibilidade de que o vírus SARS2 escapara do laboratório não poderia ser descartada. Tínhamos na mesa dois cenários razoáveis de origem. Desde o começo, as percepções do público e da mídia foram moldadas a favor do cenário de emergência natural por declarações fortes dadas por dois grupos científicos. Essas declarações não foram examinadas de uma forma tão crítica como deveriam ter sido.
“Estamos unidos para condenar veementemente as teorias da conspiração que sugerem que a COVID-19 não tem uma origem natural”, um grupo de virologistas e outros escreveram na Lancet em 19 de fevereiro de 2020, quando era muito cedo para qualquer um ter convicções sobre o que tinha acontecido. Cientistas “concluem em maioria absoluta que este coronavírus se originou entre animais silvestres”, disseram eles, com um sinal de alerta e um chamado para que os leitores apoiassem os colegas chineses na linha de frente contra a doença.

Ao contrário do que alegam os autores da carta, a ideia de que o vírus pode ter escapado de um laboratório envolve acidente, não conspiração. Certamente merecia ser explorada, não rejeitada sumariamente. Uma marca definidora de bons cientistas é que estão dispostos a um grande esforço para distinguir entre o que eles sabem do que não sabem. Por esse critério, os signatários da carta da Lancet se comportaram como maus cientistas: estavam assegurando ao público que fatos sobre os quais não podiam saber com certeza eram verdadeiros.

Depois, descobriu-se que a carta da Lancet fora organizada e rascunhada pelo Peter Daszak, presidente da EcoHealth Alliance, de Nova York. A organização do dr. Daszak financiou pesquisa com coronavírus no Instituto de Virologia de Wuhan. Se o vírus SARS2 de fato escapou de pesquisa que ele financiou, o dr. Daszak seria potencialmente imputável. Esse grave conflito de interesses não foi revelado para os leitores da Lancet. Em vez disso, a carta concluiu com "Declaramos ausência de interesses em conflito".

Virologistas como o dr. Daszak tinham muito a perder se fossem culpados pela pandemia. Por 20 anos, na maior parte sem atenção do público, estiveram brincando com algo perigoso. Em seus laboratórios, tinham a rotina de criar vírus mais perigosos do que os que existem na natureza. Alegaram que poderiam fazê-lo de forma segura, e que, ao antecipar a natureza, poderiam prever e prevenir "transbordamentos" naturais, quando os vírus migram de um hospedeiro animal para humanos. Se o SARS2 realmente tivesse escapado de um experimento laboratorial desse tipo, uma retaliação violenta seria esperada, e a tempestade de indignação pública afetaria os virologistas em toda parte, não apenas na China. "Desmoronaria o edifício científico de cima para baixo", disse Antonio Regalado, editor da MIT Technology Review, em março de 2020.

Uma segunda declaração que teve enorme influência em moldar as atitudes do público foi uma carta (em outras palavras, um artigo de opinião, não um artigo científico) publicada em 17 de março de 2020 na revista Nature Medicine. Seus autores eram um grupo de virologistas liderados por Kristian G. Andersen, do Instituto de Pesquisa Scripps. “Nossas análises mostram claramente que o SARS-CoV-2 não é um constructo laboratorial ou um vírus manipulado de propósito”, os cinco virologistas declararam no segundo parágrafo de sua carta.

(...)


A seção de discussão de sua carta começa com “É improvável que o SARS-CoV-2 tenha emergido através de manipulação laboratorial de um coronavírus similar a ele”. Mas espere, o líder não tinha dito que o vírus claramente não foi manipulado? O grau de certeza dos autores parece ter derrapado em vários graus no tocante à exposição do seu raciocínio.  A razão para a derrapagem é clara, uma vez que a linguagem técnica tenha sido penetrada. As duas razões que os autores dão para supor que a manipulação é improvável são definitivamente inconclusivas.

Primeira: dizem que a proteína de espícula do SARS2 faz uma ligação muito forte com o seu alvo, o receptor humano ACE2, mas faz de uma forma diferente da que os cálculos físicos sugerem que é o melhor encaixe. Portanto, o vírus deve ter surgido pela seleção natural, não pela manipulação.  Se esse argumento parece difícil de entender, é porque é muito forçado. O pressuposto básico dos autores, não dado por extenso, é que qualquer pessoa que tente fazer um vírus de morcego se ligar a células humanas poderia fazê-lo só de um jeito. Primeiro, calcularia o encaixe mais forte possível entre o receptor ACE2 humano e a proteína de espícula, com a qual o vírus se liga a ele. Depois projetariam a proteína de espícula com base nisso (selecionando a sequência correta de resíduos de aminoácidos que a compõem). Mas, já que a proteína de espícula do SARS2 não apresenta essa configuração ótima, diz o artigo de Andersen, ela não pode ter sido manipulada.

(...)


O vírus SHC014-CoV/SARS1 é chamado de quimera, pois o seu genoma contém o material genético de duas cepas de vírus. Se o vírus SARS2 tiver sido cozinhado no laboratório da dra. Shi, então o seu protótipo direto teria sido a quimera viral SHC014-CoV/SARS1, cujo perigo em potencial preocupou muitos observadores e provocou debates intensos. “Se o vírus escapuliu, ninguém poderia prever a trajetória”, disse Simon Wain-Hobson, virologista do Instituto Pasteur em Paris.


(...)
1) O lugar de origem

Comecemos com a geografia. Os dois parentes mais próximos conhecidos do vírus SARS2 foram coletados de morcegos das cavernas de Yunnan, uma província do sul da China. Se o vírus SARS2 tivesse infectado primeiro as pessoas vivendo ao redor das cavernas de Yunnan, isso seria um apoio forte à ideia de que o vírus transbordou para humanos de forma natural. Mas não foi o que aconteceu. A pandemia eclodiu a 1.500 km de distância, em Wuhan.

Os beta-coronavírus, a família de vírus de morcego ao qual pertence o SARS2, infectam o morcego nariz-de-ferradura Rhinolophus affinis, que se distribui pelo sul da China. O território dos morcegos é de 50 km, então é improvável que qualquer um deles tenha voado até Wuhan. De qualquer forma, os primeiros casos da pandemia da Covid-19 provavelmente ocorreram em setembro, quando as temperaturas da província de Hubei já estão frias o suficiente para os morcegos estarem hibernando.

MATÉRIA COMPLETA - Nicholas Wade, Ideias - Gazeta do Povo

 

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Vassalos da China - Rodrigo Constantino

VOZES - Gazeta do Povo

Meu vizinho vende insumos básicos para mim, e eu vendo alimentos que produzo de forma competitiva para ele. Mas ele é um brutamontes criminoso, com ampla passagem pela polícia. Finjo não saber disso, pois afinal somos vizinhos e temos interesses comerciais. Não preciso ser a polícia do mundo. Tampouco preciso falar bem dele pela vizinhança. Ocorre que o marginal resolveu fazer chantagem: se eu fizer uma só crítica pública a ele, meus insumos serão suspensos.

Diante dessa abjeta ameaça, típica de um cafajeste da pior espécie, quem deveria ser o alvo das mais duras críticas, ainda mais por quem tem algum senso de justiça e apreço pelas liberdades? Mas muita gente preferiu me condenar por ter questionado a origem da sujeira na calçada. Ficaram revoltados... comigo! Acham que devo pagar o resgate desse sequestro sem qualquer tipo de reclamação, ignorando que nosso comércio é via de mão-dupla, já que ele compra os alimentos de sua família de mim.

A Folha deu a seguinte manchete nesta sexta: “Produção de vacina está totalmente parada e ritmo da imunização pode diminuir, diz governo de SP”. O subtítulo dizia: “Insumos para Coronavac estão parados na China em meio a crise diplomática após frases de Bolsonaro”. Causa espanto ver tanto jornalista e “liberal” usando a ocasião para desferir novos ataques contra o presidente, poupa
vidas humanasndo a ditadura chinesa.

Um regime opressor faz chantagem aberta com vacinas, ou seja, com vidas humanas, mas essa gente resolve demonizar nosso presidente e aliviar a barra do regime ditatorial? Essa turma precisa rever imediatamente seus valores.  
Mas sabemos que a China tem muitos assessores de imprensa e lobistas no Brasil. 
São os mesmos que se recusam a admitir que o maior culpado pela pandemia é justamente o regime que perseguiu médicos e jornalistas quando a coisa começou em Wuhan.
Algum grau de pragmatismo diplomático é essencial, sem dúvida. Não dá para querer fazer justiça contra todos os bandidos do mundo de uma vez. Mas seria aconselhável que nossos jornalistas e “liberais” ao menos tivessem a coragem de apontar para condutas inaceitáveis de uma ditadura. O embaixador chinês no Brasil já tentou intimidar deputado federal, e o então presidente da Câmara tomou o partido da ditadura. Ele já enviou cartas aos nossos deputados “recomendando” não reconhecer as eleições em Taiwan, e ficou por isso mesmo. [o problema desse pessoal, os inimigos do Brasil é que para eles o que importa é DERRUBAR o presidente Bolsonaro - o compromisso que assumiram com o diabo e contra os brasileiros é se livrar do capitão, o custo de vidas humanas é apenas um detalhe.
Eles esquecem que se o Brasil precisa dos insumos chineses, eles precisam do que o agronegócio produz - O Brasil ficar livre da dependência dos insumos é questão de tempo, já eles se livrarem da necessidade de alimentos...
Um pouco a contragosto, temos que reconhecer que o nosso presidente as vezes complica por não escolher o momento dos seus comentários  - as vezes os profere no momento mais inadequado.]
Se dependesse desses jornalistas e “liberais”, o Brasil virava logo uma província chinesa, e o jornalismo desapareceria de vez, como as liberdades. Pragmatismo sim, subserviência e vassalagem não! 
Por fim, vale notar que apesar de toda a narrativa e ameaças, o Brasil bateu recordes de exportação para a China este ano
Foram quase US$ 30 bilhões até agora, o maior volume na década. Menos histeria e covardia, portanto...   

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Maia se intrometeu, mas as relações entre Brasil e China são excelentes - Vozes - Gazeta do Povo

Por Alexandre Garcia

Para que?

Parece que o governador João Doria fez muito barulho por nada, assim como, a peça de Shakespeare. 
Ele fez uma tremenda propaganda para ser o pioneiro, o capitão da vacina. 
Ele criou uma expectativa e não pode cumprir.
 
Mas agora não tem insumos suficientes para vacinar a quantidade estimada para a primeira fase. Doria afirmou que o governo federal precisa comprar os insumos, mas a negociação de compra não envolveu a União.

Bandeiras do Brasil e China: país asiático é principal parceiro comercial -  Foto: Alan Santos/PR

O governador fez questão de negociar direito com a Sinovac. Ele e o diretor do Instituto Butantan estiveram em Wuhan em agosto de 2020 para negociar a aquisição dos imunizantes. Antes só estava nas mãos dele, agora ele quer jogar a responsabilidade para o governo federal.

A peça publicitária de São Paulo – que está muito boa – destaca “se a vacina é do Butantã, pode confiar. É de São Paulo. É do Brasil”. Em momento algum é citado que o imunizante foi feito em parceria com a Sinovac, nem cita a China. Será que o país asiático não ficou desgostoso com isso? Vai que o governo chinês pensou “se a vacina é de São Paulo e do Brasil, eles que esperem''.

As relações entre Brasil e China são excelentes
Rodrigo Maia, um opositor do governo, conversou com a embaixada chinesa. Ele afirmou que o motivo não foi político e sim para tratar sobre a compra de insumos da vacina para o Brasil. As relações entre Brasil e China são excelentes. O país é o nosso principal parceiro comercial. Os industriais brasileiros até se queixam da quantidade de produtos manufaturados no país asiático, desde automóveis até quinquilharias. E a China é o nosso maior comprador de soja, carne, minério de ferro e matérias primas afins.

Ou seja, as relações entre os países não é a questão. Países europeus e a Índia também estão esperando a importação do insumo, que é o ativo da vacina. Para comparação, o insumo seria o xarope da Coca Cola. Todas as fábricas produzem o refrigerante, mas o xarope é produzido na matriz.

Como o contrato com a AstraZeneca não permite transferência de tecnologia, é preciso importar o produto – a farmacêutica tem fábrica na China. E todos estão esperando para comprar porque a demanda está alta.  Só na Índia são cerca de 300 milhões de pessoas a serem vacinadas nesta primeira etapa. Sem contar o fato do país ter se comprometido a vender o imunizante prioritariamente para os países vizinhos, como, Butão, Nepal e Sri Lanka.

O lado bom da demora em vacinar a população é que temos tempo para observar os efeitos colaterais do medicamento. 
Já há indícios de problema na Noruega decorrente dos efeitos colaterais do imunizante da Pfizer. 
Esse tempo de observação permite que tomemos a decisão de tomar ou não a vacina.

Brasil e EUA têm aliança tradicional
Jair Bolsonaro não foi a Washington para a posse de Joe Biden, em vez disso, o presidente foi ao evento de 80 anos da aeronáutica. [se tratando da posse de um presidente que ameaçou o Brasil, a carta foi até um exagero.] Mas, enviou uma carta ao nosso presidente estadunidense desejando que o tempo de governo seja bom.

Eu digo com experiência que as relações entre Brasil e EUA não vão mudar porque essa é uma aliança tradicional. Quando Biden falou sobre a Amazônia, foram ameaças de campanha. A amizade e proximidade de Trump e Bolsonaro não causou nenhuma diferença entre os países. Nós já tivemos situações piores. Na década de 1970, época em que Ernesto Geisel estava no poder, as relações foram rompidas depois de o governo dos Estados Unidos discordar de um acordo nuclear Brasil-Alemanha.

Mas depois tudo voltou ao normal. Há uma estabilidade na parceria com o Brasil porque, apesar da alternância de poder entre Republicanos e Democratas, os interesses dos EUA estão acima de partido. [posição que o Brasil deve adotar urgentemente = e o começo precisa ser pela dispensa sumária do Ernesto Araújo.]

Aliás, tem gente aqui no Brasil que detesta alternância de poder e aplaude ditaduras.
Veja Também:  Os imbróglios que dificultam a compra de vacinas e como o governo pretende resolvê-los

A tabela do frete e a omissão do Supremo

Alexandre Garcia, jornalista - Gazeta do Povo - Vozes


 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

O “comunavirus” é uma ferramenta da nova ordem mundial e da esquerda para quebrar e após dominar o mundo livre - Sérgio Alves de Oliveira

A cada dia que avançam as investigações sobre a origem e a culpa pela   pandemia do novo coronavirus, mais fica evidenciado que o maldito vírus foi obra de bioterrorismo, criado artificialmente  em laboratório do mundo comunista, em Wuhan, China, disseminado pelo mundo inteiro PROPOSITALMENTE.

Conforme declaração do  Dr.Roger Hodkinson, um dos maiores patologistas canadenses, especialista em virologia, CEO da Western Medical Assessments, empresa de biotecnologia que produz testes de PCR COVID-19, essa pandemia é a “maior fraude perpetrada contra um público desavisado”. Essa declaração “bombástica” foi dada numa conferência online para o Comitê de Serviços Públicos de Alberta. Segundo esse  renomado cientista, a situação representa “a política brincando de medicina”,que é uma “brincadeira muito perigosa”. Na sua opinião, os testes PCR não diagnosticam a infecção,destacando que o distanciamento social é inútil,porque o vírus “se espalha por meio de aerossóis que viajam cerca de 30 metros”. Diz também que as máscaras são inúteis. E prossegue: “...vendo essa pessoas andando por aí como cordeirinhos obedientes,sem nenhuma base de conhecimento,colocando máscaras em seus rostos...Nada poderia ser feito para impedir a propagação do vírus além de proteger as pessoas mais velhas e vulneráveis”.

Saber maisclique aqui. 

Enviado por: Sérgio Alves de Oliveira  - Advogado e sociólogo

 

 

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

O “PACTO DO CORONAVIRUS”, entre Doria, lula e Xi Jinping - Sérgio Alves de Oliveira

 Para que se “mergulhe” antecipadamente no objetivo da  matéria aqui contida, o “Pacto do Coronavirus”, a que me refiro nesse artigo,  trata-se  simplesmente da repactuação,a partir de 2020, do chamado “Pacto de Princeton”, firmado entre  Lula e FHC, nos Estados Unidos, em 1993,e que proporcionou  à esquerda/socialismo, não só a dominação política e o “aparelhamento” esquerdista do Estado, e das leis, como também a presidência da República do Brasil, de 1995 a 2016. E para que compreenda o que está acontecendo hoje na política central brasileira, há que se  voltar um pouco na história, mais precisamente, ao  ano de 1993, que hoje se repete, com novos atores, exceto  Lula da Silva, que se mantém “íntocável”.

Nessa “operação” (Pacto de Princeton), FHC representava o “Diálogo Interamericano”, de fundo socialista-fabiano, ligado ao Partido Democrata americano, e Lula o “Foro San Pablo”. Esse  verdadeiro “arreto” político indecente que está acontecendo presentemente entre o Governador de São Paulo, João Doria, o ex-Presidente, e ex- presidiário, Lula da Silva, e o ditador da China e do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping, que estão mancomunados e formando quadrilha  na montagem de uma estratégia política para a  esquerda/socialismo vencer as eleições de 2022, retornando ao poder, sem dúvida trata-se de re/ratificação do PACTO DE PRINCETON, de 1993, que de certa forma adotou a “Política das Tesouras”, de Lenin.

Explicando melhor essa “lambança” : os chineses  estão fazendo  um esforço descomunal  para vender ao Brasil a vacina imunizante contra o novo coronavirus (Covid-19),com registros de “nascimento”, tanto do maldito vírus, quanto da citada  vacina, na própria China (Wuhan),e que seria produzida  em cooperação do respectivo  laboratório chinês com  o Instituto Butantã, do Brasil.   Mas ao invés de se utilizarem da embaixada chinesa no Brasil para essas negociações, o governo chinês optou  pela “intermediação” do  polêmico político brasileiro ,atualmente governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, pretendente ao trono presidencial e virtual candidato à presidência da república em 2022. Em última análise, Doria foi nomeado “embaixador” da China para essa negociação . E fala como se fosse o próprio.

Mas como bom oportunista que sempre foi, João Doria, o “embaixador” chinês, voou à Brasília e ali acabou conseguindo, parece que “furtivamente”, a assinatura de um protocolo de intenções, com o Ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello, que acabou sendo contestado e desautorizado pelo Presidente Bolsonaro, que declarou publicamente  que “o povo brasileiro não seria cobaia da vacina chinesa”, o que gerou   um clima de desconforto interno no governo. Aproveitando as críticas de Bolsonaro ao Ministro da Saúde, Lula não perdeu tempo em se “solidarizar” com o General Pazuello. Com essas “nuances”, o circo sucessório para 2022 começou a ser desenhado . Como já havia sido acertado lá no “Pacto de Princeton”, em 1993, parece se repetir que a eleição presidencial novamente contará com dois candidatos fortes de esquerda, um “oficial”, e outro “disfarçado”, e qualquer deles que vencer garantirá à esquerda a presidência da república para o próximo período, atendendo plenamente aos interesses chineses.

Tudo leva a crer, portanto, que João Doria, pelo PSDB, será o candidato da esquerda “disfarçado” (de direita), e provavelmente Lula será liberado pelo “seu” STF, para também concorrer, pela esquerda “oficial”. E o dia está chegando !!!  Os interesses do Partido Comunista Chinês estariam plenamente atendidos, tanto com a vitória de Doria, quanto com a vitória de Lula. Por essa razão, não satisfeito  em investir   e comprar cada vez mais “Brasil”, como    fez  em quase todo o mundo, o objetivo de Xi Jinping tornou-se  mais ousado: quer a presidência da República do Brasil, seja com Doria,Lula, ou “assemelhados”.

Bem sabem “eles” que o “Pacto de Princeton” funcionou como  deveria ,e que o Brasil é um dos países do mundo que podem comprar com pouco dinheiro, bastando “investir” nos políticos “certos”, que têm corruptos e traidores da pátria no seu meio para “ninguém botar defeito”. O “sucesso” do famigerado “Pacto de Princeton”, de 1993, pode ser medido pelo relativo alcance de algumas das  suas metas, agora  transferidas  ao “Pacto do Coronavirus”, quais sejam, o controle da população pelo incentivo às relações homossexuais (não geram filhos), o enfraquecimento, ou aparelhamento socialista da Igreja Católica e,  finalmente o desmantelamento das Forças Armadas, começado por FHC, que extinguiu os 3 ministérios militares  (Guerra, Marinha e Aeronáutica), substituindo-os por uma “ministro da defesa” qualquer, [abundantes na era Temer e antecessores]  que sempre poderia  recair num político e ainda a destruição dos valores judaico-cristãos e da organização da  família tradicional. Todas essas “estratégias” para tomada do poder foram propostas antes por Antonio Gramsci, do Partido Comunista Italiano, e  de certo modo pela ala “menchevique” ,da Revolução Russa de outubro de 1917.

Com certeza, os “chinas” farão chover  dinheiro, gastando  um pouco da sua fantástica “poupança”, fruto da “mais-valia” comunista, construída desonestamente, pelo aspecto social, às custas da escravidão do seu povo, na tentativa de comprar a eleição brasileira de 2022. E “eles” têm consciência que essa eleição  não custará muito caro para “eles”, imaginando  que os brasileiros se vendem barato. E se isso de fato acontecer, estejamos seguros que o Brasil passará a integral o “rol” de colônias que a China já tem espalhadas pelo mundo, ao mesmo tempo em que o  criticado “imperialismo” norte-americano passará a ser considerado “ultrapassado”, um verdadeiro “brinquedo-de-criança”, se comparado ao novo imperialismo do PCCh.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

 

quarta-feira, 29 de julho de 2020

"Vira-latas" - Alexandre Garcia


Coluna no Correio Braziliense 


Somos subservientes aos estrangeiros? 

''Os chineses agora alegam que nossa carne pode levar o corona. Que ironia, já que o vírus saiu de um mercado de animais, em Wuhan. Eles têm 1,3 bilhão de bocas para alimentar, precisam de proteína, e nós é que dependemos deles?''

O tempo passa e nós não aprendemos. Continuamos subservientes, com complexo de vira-lata, aceitando tudo que o estrangeiro inventa contra nós. Pior é que, aqui dentro, a cumplicidade que aplaude, estimula e amplia a conspiração lesa-pátria, fingindo que não sabe que se trata de business.
Não se encolheram assim Pedro Teixeira, que subiu o Amazonas, empurrando para os Andes os que não falavam a língua lusitana; Floriano, que ameaçou receber os metidos da esquadra inglesa a bala; peitamos os franceses, que vinham buscar lagosta no nosso mar territorial, escoltados por navios de guerra.
Hoje eles têm um trigal contínuo, entre o Sena e o Loire, e ninguém sugere que antes de falar do Brasil, reflorestem 20% de cada propriedade, como aqui se faz.

[Eles dependem de nós e terão que aceitar isso ou morrer de fome - alimentos são impossíveis de serem confiscados (lembramos esse detalhe já que nos tempos do maldito perda total, refinarias brasileiras na Bolívia foram expropriadas a mando do cocaleiro Morales).
Porém, comercialmente, podem ser úteis caso algum país favorável à preservação do meio ambiente,  de outros,  resolva boicotar o Brasil.]

Ontem foi Dia do Agricultor, que produz a comida que nos mantém vivos, as fibras com que nós vestimos e a energia que impulsiona nossos veículos e nossas indústrias. E temos que humilhar e responder a mentiras e ameaças de estrangeiros que, sabemos, estão movidos por money, argent, geld. Querem atingir o nosso negócio mais próspero, mais atualizado; a nossa conquista de ter alimentos para o mundo. Querem que voltemos à condição de colônia fornecedora. Nossa soja e nossa carne crescem em produtividade e, claro, em competitividade. E não querem competição. Será que nesse complexo de vira-latas alguns de nós nem se dão ao trabalho de ir ao google para checar as mais recentes fotos da Nasa sobre fogo no mundo? Vão achar; mas não na Amazônia. 

Os chineses agora alegam que nossa carne pode levar o corona. Que ironia, já que o vírus saiu de um mercado de animais, em Wuhan. Eles têm 1,3 bilhão de bocas para alimentar, precisam de proteína, e nós é que dependemos deles? E, secundando o dinheiro internacional, aparecem banqueiros nacionais, a pressionar produtores de carne que já reservam 80% de suas propriedades como proteção ambiental na Amazônia. Será que só conhecem juros e taxas, e não sabem que a produção de carne tem subido, mas a área de pastagem tem diminuído

[Saber mais sobre o que o Brasil preserva do meio ambiente, clique aqui.]

O Brasil é este gigante graças a gente como Pedro Teixeira, Fernão Dias, Rio Branco, Juscelino –– e por causa de milhões de brasileiros que semearam suor na vastidão e colhem a comida que vai para as mesas do Brasil e de boa parte do mundo. Antes de Cabral chegar, tínhamos menos de 10% das florestas do planeta; 
hoje temos quase 30%, porque o mundo destruiu suas matas e agora cobiça nossas riquezas. Até se compreende que estrangeiros criem fake news contra o Brasil, mas não se pode compreender a cumplicidade de brasileiros nisso.

Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense


quarta-feira, 15 de julho de 2020

Foi o STF que tirou gerência da pandemia de Bolsonaro - Coluna Alexandre Garcia

''Ironicamente, foi o Supremo, com o voto de Gilmar, que tirou do presidente a administração da pandemia, atribuindo-a aos governadores e prefeitos. Se houvesse, pois, o 'genocídio', teria sido gerado nos estados e municípios, não em nível federal''

Não lembro de ter lido nota mais dura de militares do que essa resposta ao ministro Gilmar Mendes. Ou “senhor Gilmar Mendes” a nota nem sequer lhe dá o tratamento de ministro ou excelência, para mostrar que não vincula a reação ao Supremo. Numa live, Gilmar Mendes comentou que há militares e um general na Saúde, como ministro interino, e acrescentou que “o Exército está se associando a esse genocídio”. A Defesa responde que o comentário está afastado dos fatos e causa indignação; que é uma acusação grave, infundada, irresponsável e leviana. A resposta é assinada pelo ministro da Defesa, com o reforço das significativas assinaturas dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Os militares registram que na lei brasileira genocídio é definido como “a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso”. Pelo jeito, o ministro Gilmar aderiu à “narrativa”. Como sabemos, a palavra narrativa, que significa a maneira de narrar, hoje quer dizer versão de um fato. A menção “esse genocídio” é a “narrativa” com que um gabinete de ódio procura carimbar o presidente.

Ironicamente, foi o Supremo, com o voto de Gilmar, que tirou do presidente a administração da pandemia, atribuindo-a aos governadores e prefeitos. Se houvesse, pois, o “genocídio”, teria sido gerado nos estados e municípios, não em nível federal. O ministro Gilmar desconheceu os milhares de militares das três forças que estão trabalhando para aliviar os efeitos da covid-19, desde o voo pioneiro que resgatou brasileiros em Wuhan, no início de fevereiro. Além disso, como jurista, deve saber o significado de genocídio.

O ministro Gilmar também adere à narrativa sobre militares no governo. Como homem de leis, deve saber que não há preconceitos legais na ocupação de cargos por civis ou militares. O engenheiro João Pandiá Calógeras foi um poderoso ministro da guerra no governo do presidente Epitácio Pessoa; José Serra foi um bom ministro da Saúde sem ser médico. E o general Pazuello realiza um trabalho com eficiência que ouvi ser elogiada por prefeitos; o governador de Brasília chegou a afirmar no Estadão que o general vai ser o melhor ministro da Saúde que já existiu
 Militares têm formação de planejamento estratégico, patriotismo, obediência às leis, princípios éticos e sentido de missão. 
Declarações de juízes fora de tribunais são perigosas, porque eles podem ter que julgar questões sobre as quais já emitiram opinião. De Portugal, Gilmar tentou se explicar, mas sua nota ficou parecendo um pronunciamento. Quem fala demais dá bom-dia a cavalo.

Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense





quarta-feira, 15 de abril de 2020

A prisão do homem que promove ‘laço de amizade’ entre o Brasil e a China - DefesaNet

Conheça Marcos Zheng, detido no sábado, 11, sob suspeita de liderar quadrilha que furtou 15 mil testes de coronavírus e 2 milhões de equipamentos de proteção individual


Marcos Zheng em reunião no Palácio dos Bandeirantes (primeiro à esquerda)

Conheça Marcos Zheng, detido no sábado, 11, sob suspeita de liderar quadrilha que furtou 15 mil testes de coronavírus e 2 milhões de equipamentos de proteção individual; siga o caminho da carga supostamente roubada até a Associação Shangai no Brasil. "Trata-se de um cidadão do bem e contribuiu de forma significativa para estabelecer o laço de amizade entre Brasil e China”. A declaração, em papel timbrado, é da Associação Chinesa do Brasil sobre seu vice-presidente, Zheng Xiao Yun, ou Marcos Zheng, que está preso sob a suspeita de liderar uma quadrilha flagrada e presa com 15 mil testes de coronavírus e dois milhões de equipamentos de prevenção roubados.

Ele já foi sequestrado, viu uma secretária morrer a tiros,
e também se livrou de uma condenação por supostamente trazer relógios falsificados para o Brasil. De outro lado, intermediou encontros de banqueiros e empresários chineses no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo Paulista, e também com outros políticos. Diz ele ter feito a ligação entre a Saúde do governo João Doria (PSDB) com hospitais e médicos de Wuhancidade chinesa onde a pandemia se originou – para troca de informações sobre a covid-19.

Seus guarda-costas são um policial militar e um sargento da reserva do Exército Brasileiro. Fortemente armados. Com eles, foram encontrados um fuzil e uma carabina ponto quarenta. Ele diz que precisa de proteção, já que experimentou cinco dias em um cativeiro, foi roubado, e ainda escapou de uma emboscada a tiros. Os milhares de testes, cujo lote bate com o de uma carga surrupiada no Aeroporto de Guarulhos, estavam em seu imóvel, onde também funciona a Associação de Xangai no Brasil. Presidida por ele, a entidade é seu cartão de visitas nos encontros que já promoveu entre empresários e políticos.

Em DefesaNet - MATÉRIA COMPLETA


quarta-feira, 8 de abril de 2020

Motim a bordo: vírus abala Marinha mais poderosa do mundo - VEJA - Blog Mundialista

Renúncia de ministro que destituiu comandante de porta-aviões por pedir ajuda para infectados mostra o potencial estonteante da crise da pandemia

Na hora errada, no lugar errado, com os homens errados.

Entre tantas coisas inacreditáveis que estão se sucedendo no mundo, a crise na Marinha americana abre uma brecha mais assustadora ainda: o que aconteceria se a cadeia de comando fosse rompida nas forças armadas mais poderosas do planeta?

Hierarquia, obviamente, é a base das organizações militares. Ainda mais na Marinha, onde um grupo de oficiais tem que ficar até meses mantendo a disciplina sobre centenas ou milhares de comandados.
O “motim” que levou o secretário da Marinha interino, Thomas Modly, a renunciar ou ser renunciado foi ao contrário dos casos clássicos da vida real ou da ficção.

Coronavírus obriga a evacuação de porta-aviões americano no ...
Porta-aviões Theodore Roosevelt - Divulgação - Folha - UOL

Os homens (e mulheres) do comandante de um dos prodígios da Marinha mais poderosa do mundo, o porta-aviões Theodore Roosevelt, ficaram revoltados não só com a demissão dele como com os termos desastrosos usados por Modly num discurso sobre o assunto.

Recapitulando: o capitão Brett Crozier foi tirado do comando do porta-aviões, uma das posições mais prestigiosas da carreira, por escrever uma carta a seus comandantes insistindo que o Roosevelt recebesse licença, até então negada, para desembarcar e colocar a tropa em quarentena na ilha de Guam, onde estava ancorado.
Motivo: havia 114 casos diagnosticados de coronavírus entre os mais de 4 000 tripulantes.
“Não estamos em guerra. Marinheiros não precisam morrer”, apelou.

Num porta-aviões, onde a tripulação reparte espaços exíguos, os dormitórios são prateleiras de beliches para 60 pessoas cada e a maioria nem sequer tem acesso aos deques abertos, é obviamente impossível pensar em distanciamento de segurança. “Remover a maioria da tripulação embarcada num porta-aviões nuclear dos Estados Unidos e isolá-la por duas semanas pode parecer uma medida extraordinária”, escreveu Crozier.

O comandante certamente tinha plena consciência da importância estratégica dos 19 porta-aviões (onze preenchendo todos os requisitos, os demais fazendo-o na prática) que dão aos Estados Unidos uma capacidade de projeção de poder de superpotência única.  Ainda mais num momento de crise sem precedentes, em que a China está aproveitando a maldição que saiu de Wuhan para aumentar a guerra de propaganda, expandir sua influência global e desafiar mais ainda os Estados Unidos no teatro operacional mais importante, o Mar do Sul da China. Problema: o memorando foi mandado por e-mail de uma forma considerada deliberadamente destinada a vazar para a imprensa e, assim, forçar uma reação.

Foi a interpretação dada por Modley, que assumiu como “minha e somente minha” a decisão de tirar Crozier do comando. O capitão saiu debaixo de aplausos dos marinheiros alinhados no deque, com seu nome entoado como num jogo de futebol. De jaqueta de couro e expressão nobre, ele saiu do porta-aviões e, antes de subir no veículo que o aguardava, virou-se para olhar os homens e mulheres que o aplaudiam. Uma cena de filme.
Mais ainda porque depois foi diagnosticado com o novo vírus.
A decisão de Modley, que estava como interino no cargo, foi apoiada pelos altos escalões: hierarquia é hierarquia.

(.....)
Em tempos normais, já seria uma tremenda crise. No pandemônio atual, abre uma perspectiva impensável: unidades militares sob risco de contágio coletivo que se rebelam.
No mais clássico dos livros (depois filme com Marlon Brando) sobre revoltas a bordo, O Motim, a história do veleiro comercial Bounty mostra as tensões que um capitão caprichoso ou até louco provocou com a insensata viagem para a nada importante missão de recolher mudas de fruta-do-conde no Taiti. Nas forças armadas profissionais, a tendência a abafar e até proteger as mancadas feitas por oficiais de alta patente, equilibrando o espírito de corpo com rigorosos processos de investigação.

Blog Mundialista -   Vilma Gryzinski, jornalista - VEJA


domingo, 5 de abril de 2020

Não é porque o governo mandou - Alon Feuerwerker

Análise Política

A economia não é o conjunto das “coisas”. É preciso acrescentar as pessoas. Não é a reunião apenas das máquinas, matérias-primas, mercadorias e do dinheiro, nas suas variadas formas. É a reunião disso e, mais importante, dos seres humanos que estabelecem relações materiais de produção e troca no mercado.

Impor uma contradição definitiva entre “a saúde” e “a economia” tem utilidade para fins propagandísticos, é útil para criar mistificações políticas, mas traz um problema: supõe que a segunda pode ser analisada abstraindo aspectos subjetivos e até objetivos da força de trabalho.  Não à toa as modernas abordagens econômicas levam cada vez mais em conta os vetores subjetivos, que pedem equações mais complexas.

Qual será então o melhor caminho para evitar que a retração econômica trazida aqui, como em todo lugar, pela chegada da pandemia da Covid-19 vire um “L”, sem retomada vigorosa visível? 
O ideal seria o “V”, mas até um “U” vai ser aceitável. 

É melhor dar prioridade ao combate da pandemia ou deixar ela cobrar maior custo em vidas em troca de menos queda na atividade?

Quem defende esta segunda visão poderá argumentar que se toda a população britânica tivesse passado a Segunda Guerra Mundial escondida em bunkers era certo que teriam tido grande dificuldade para prevalecer contra o inimigo ao final. E o outro lado poderá contrapor que se todos tivessem morrido, também. Onde estará o ponto ótimo de equilíbrio na Covid-19?
Parece variar em cada país.

É bom observar o que acontece em Wuhan, o epicentro da epidemia na China. Aprender com os erros e acertos alheios é sinal de inteligência. Ali, após hesitações iniciais, as autoridades impuseram medidas duríssimas de isolamento social para conter o avanço da doença. Mas não esperaram a completa eliminação da circulação do vírus para tentar voltar a alguma normalidade.

Se é que algum dia se poderá, lá como aqui, falar ainda em “normalidade”.

O mais importante? A economia só reagirá mesmo quando as pessoas se sentirem novamente algo confiantes para retomar o papel de produtores e consumidores. Na Itália, fábricas que tentaram voltar prematuramente enfrentaram greves. E adianta pouco reabrir o comércio e os shoppings se a confiança do consumidor continua no chão.Ele simplesmente não comparecerá, ou não comprará.

Fica uma dica: as pessoas não estão em casa principalmente porque algum governo mandou. Estão em casa porque têm medo. A volta da confiança será função direta de acreditar que as autoridades reduziram bem os riscos à saúde, e são capazes de dar conta das tarefas que restam. Por isso, o maior entrave à retomada da nossa economia são a irracionalidade e a continuidade da guerra política. Que já deu o que tinha de dar.

Só observar: os danos à saúde e à economia provocados pela Covid-19 em cada país são função direta da desorganização política interna.
Deveria ser um alerta para nós.

Alan Feuerwerker, jornalista e analista político - Análise Política



sábado, 4 de abril de 2020

As mentiras nos EUA luzem sob o sol, enquanto na China seguem escondidas abaixo da superfície - Folha de S. Paulo

 Demétrio Magnoli 

Trump mente ininterruptamente; já o regime de Xi Jinping fabrica 'verdade' paralela da pandemia

“Na guerra, a primeira vítima é a verdade.” Essa verdade célebre, cuja autoria atribui-se tanto ao senador americano isolacionista Hiram Johnson (1918) quanto ao grego Ésquilo, o pai da tragédia, no século 5º a.C., vale também para a Peste Negra em curso. Mas as mentiras são diferentes: nos EUA, luzem sob o sol; na China, seguem escondidas abaixo da superfície.

Donald Trump mentiu ininterruptamente, retardando a preparação dos EUA para enfrentar a pandemia.  No fim de janeiro, disse à rede CNN“Temos isso sob controle total. É uma pessoa vinda da China, e a temos sob absoluto controle”. No início de fevereiro, gabou-se na Fox News: Nós basicamente desligamos isso, que vinha da China”.  No final de fevereiro, garantiu que “isso é mais ou menos como a gripe; logo teremos uma vacina” e, referindo-se ao número de infecções, acrescentou: “Vamos substancialmente para baixo, não para cima”. Os EUA tinham, então, 68 casos; hoje, são 240 mil.

[Finalmente um artigo em que o Presidente Bolsonaro não é mencionado.
Afinal, nosso presidente falando sem pensar o que pensa pensar, fornece vasto arsenal aos inimigos. 
Que a  China mente - regra em qualquer país comunista = mentir é a primeira regra do comunismo - não há dúvidas. Só que criar uma "verdade" paralela da pandemia, ocultando e minimizando a verdade, impediu que a situação se tornasse conhecida ainda em dezembro, quando começou.
Só que agora ocultar números da epidemia e mesmo sua eventual continuidade em solo chinês é impossível. 
Ainda que se feche mais do que em dezembro/janeiro, não conseguiria ocultar a verdade e há indícios que a epidemia cessou ou pelo menos sofreu importante redução - indícios que a China não conseguir criar. Ou conseguiria?

Já no Brasil, se o presidente Bolsonaro se convencer, aceitar, que aqui no Brasil ele é o responsável e detentor do poder de liberar o alívio para milhões de brasileiros, ele dá a volta por cima e seus inimigos terão lhe dado uma boa munição.
A PEC do orçamento de guerra foi aprovada em dois turnos na Câmara, falta o Senado - o que pode significar muito ou nada.

Excelente na matéria é ser uma das raras que fala a verdade sobre o 'santo' da OMS.]

No meio de março, quando finalmente admitiu que o vírus “é muito contagioso”, ainda adicionou: “Mas temos tremendo controle sobre isso”.
A mentira trumpiana é uma narrativa política em constante mutação. Apoia-se nas muletas dos “jornalistas” chapa-branca e do aparato de difusão de fake news da direita nacionalista nas redes sociais. Acredita quem quer — e não são poucos. Contudo, ela concorre com as vozes discordantes, que não são caladas pela força, e sobretudo com a verdade (factual), que emana tanto de órgãos oficiais quanto da imprensa independente. A hora da verdade (política) chega nas eleições, ocasião em que a maioria decidirá se prefere a mentira.

A China também mente sem parar, mas de modo diferente, fabricando uma “verdade” paralela. A mentira chinesa tem raízes fincadas no chão do controle social totalitário. Ela se espraia por toda a vida cotidiana, propiciando a manipulação centralizada das estatísticas hospitalares —isto é, da fonte primária de informações sobre a natureza da crise. Há indícios alarmantes de que os números fornecidos pelo governo chinês miniaturizaram a epidemia. Nos EUA, estima-se que a Covid produzirá entre 1 e 3 milhões de casos positivos e algo entre 100 mil e 240 mil mortes.

Já na China, situada em latitude semelhante e com mais de quatro vezes a população americana, a Covid teria praticamente estancado, com menos de 83 mil casos acumulados e cerca de 3.200 mortes. O contraste intriga os mais respeitados epidemiologistas —inclusive Deborah Birx, coordenadora da força-tarefa dos EUA para o coronavírus.
No centro do mistério está a contabilidade de óbitos. Os casos pioneiros da Covid em Wuhan ocorreram em dezembro, mas a notícia foi interditada e os médicos que os relataram, silenciados. A quarentena começou em 23 de janeiro. O vírus teve mais de três semanas para se disseminar, enquanto comemorava-se o Ano-Novo chinês.

Testemunhos anônimos de agentes de saúde chineses dão conta de incontáveis internações sem testagens e centenas de óbitos atribuídos a influenza ou pneumonia. No final de março, veículos online chineses publicaram fotos, tomadas por cidadãos comuns, de milhares de urnas funerárias ainda alinhadas em crematórios de Wuhan.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) nada viu de estranho nos números chineses — e celebra a “eficiência” totalitária de Xi Jinping. Tedros Adhanom, seu diretor-presidente, eleito com decisivo apoio chinês, um ex-integrante do núcleo duro do governo autoritário etíope, não parece alimentar dúvidas entre as alternativas de assegurar a bilionária parceria da China com a OMS ou proteger a verdade (estatística).

Mas, de acordo com relatórios sigilosos da inteligência americana que começam a vazar, a China engajou-se na fabricação de uma mentira monumental, iludindo o mundo. Mentiras são diferentes. Todas elas, porém, cobram vidas.

Demétrio Magnoli, sociólogo -  Folha de S. Paulo