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sábado, 5 de junho de 2021

TIRANIA E COVARDIA - Percival Puggina

A grosseria na CPI é termômetro da covardia
Aproveitar-se do poder conferido pelo mandato para ofender os depoentes é atitude reprovável, típica de tiranos e de abusadores. 
Senadores cobram dos interrogados um respeito que não lhes concedem. Quantas vezes os trabalhos da CPI me fizeram lembrar as assembleias estudantis do início dos anos 60! 
 
Militantes da esquerda de então, ensaiavam os mesmos artifícios, a mesma gritaria, os mesmos recursos regimentais para fazer calar a divergência. Mas eram adolescentes e lá havia o recurso da hombridade: “Te espero na saída!”.[pouco a pouco, os inimigos do Brasil vão criando as condições dos anos 60, especialmente as situações vividas a  partir de 68;
Quanto ao abusivo, deseducado e desrespeitoso comportamento dos senadores que integram a CPI - não de todos e sim dos que se julgam os donos do Circo Parlamentar de Inquérito, que são: senador Omar - quando governador do Amazonas teve mulher e filho presos por corrupção na área de Saúde; 
o relator Calheiros, respondendo a vários processos por corrupção;  
o senador petista, Humberto Costa, vulgo 'Drácula' = alcunha que recebeu quando ministro da Saúde do condenado Lula, por envolvimento em crimes envolvendo bancos de sangue, investigados na operação 'sanguessuga'; 
o senador Jader Barbalho, senador com experiência no uso de  algemas, é pai  do governador do Pará - que comprou respiradores emuma loja de vinho;
o senador Rodrigues, especializado em encrencas que sempre perde; e, fechando, aquele senador médico - nos parece que seu nome é Otto Alencar - que a TV Funerária tem o cuidado de destacar ser ele médico - ressalva usada, talvez, por ele ser dos tempos em que as sanguessugas eram utilizadas como remédio. 
Fazemos questão de declarar não ser do nosso conhecimento  nenhum fato que desabone os senadores Rodrigues e Otto - apesar de andarem em más companhias. Os quatro primeiros deixamos por conta dos nossos dois leitores concluírem, após rápida pesquisa, sobre o histórico do trio parada dura.]

Nem naqueles tempos, contudo, o desrespeito da militância esquerdista se voltava contra as colegas. Impensável então, tanto quanto hoje, fazer o que alguns senadores fazem ao interrogar mulheres nas sessões de tortura da CPI. E tudo perante o silêncio complacente da mídia e do feminismo militantes, que só zelam pelas mulheres de esquerda.

Disse bem o Simers em nota de repúdio:

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul manifesta indignação ao tratamento de senadores às médicas Mayra Pinheiro e Nise Yamaguchi, na CPI da Pandemia. A entidade repudia veementemente constrangimentos submetidos às respeitadas cidadãs, mulheres experientes, profissionais com qualificados currículos e respeito profissional. 

O ambiente de hostilidade e absoluto demérito a posicionamentos contrários aos dos questionadores que se direcionaram às médicas, além de expostos preconceitos, denota profundo desrespeito ao ato médico. O fato ataca profundamente toda a categoria, independentemente da atuação de cada profissional. 

Mais contundente ainda falou o presidente do Conselho Federal de Medicina, órgão máximo da categoria, em manifestação cuja íntegra pode ser assistida aqui. Afirma o Dr. Mauro Ribeiro:

Infelizmente, aquilo que nós temos visto nessa CPI da Covid é inaceitável, é intolerável, principalmente quando nós vemos médicas, como no caso das doutoras Nise Yamagushi  e a Mayra Pinheiro, que estiveram lá recentemente, sendo completamente destratadas por alguns senadores que fazem parte daquela Comissão Parlamentar de Inquérito. Isso, para o CFM, instituição maior da medicina brasileira, é intolerável, é inaceitável sob todos os pontos de vista.

Antes de encerrar lamentando o ambiente tóxico da CPI, o presidente do CFM, dirigindo-se ao senador Otto Alencar por sua conduta em relação à colega doutora Nise Yamaguchi quando depondo à CPI, disse:

O senhor é um médico e deveria refletir sobre aquilo que o senhor fez, a deslealdade que o senhor teve com uma médica mulher. Sua atitude como senador da República poderia, até, ser caracterizada como um ato de misoginia, tamanha a agressividade que o senhor teve naquele momento e a desqualificação que o senhor fez com uma mulher que estava ali convidada.[Doutor Mauro Ribeiro: por favor, tenha presente que a CPI Covidão está sendo a única forma do médico Otto se tornar conhecido - os holofotes o deixaram sem noção.
A fama é efêmera, mas costuma causar males permanentes nos que não estão preparados para desfrutá-la.]

Creio estar minha opinião suficientemente respaldada, seja por minha observação pessoal, seja pelos depoimentos transcritos, aos quais se somaram protestos de outras senadoras e senadores presentes às sessões da Comissão. Essa CPI faz mal a si mesma e mostra ao Brasil a face sinistra de políticos e partidos que, exatamente por serem como são e agirem como agem, têm que ser mantidos, por opção democrática da sociedade brasileira, longe de posições de mando. São tiranetes em busca de mais poder.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

Covaxin e Sputnik V são liberadas pela Anvisa, mas com restrições

Apesar de terem sido vetadas anteriormente por informações incompletas, Anvisa aceita a importação das vacinas Covaxin e Sputnik V, que o Ministério da Saúde incorporou ao Plano Nacional de Imunização. Será permitida apenas a aplicação de 4 milhões de doses

 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aceitou o pedido de importação das vacinas Covaxin e Sputinik V — fabricadas, respectivamente, pela Bharat Biontech, na Índia, e pelo Instituto Gamaleya, na Rússia. A decisão foi tomada na reunião extraordinária da Diretoria Colegiada, realizada ontem, e contou com a aquiescência dos cinco diretores da autarquia.
 
A área técnica da Agência, porém, estabeleceu condições para importação dos imunizantes, que já tiveram pedidos de liberação negados. Isso porque ainda há “incertezas técnicas” em relação aos dois fármacos, em razão da falta de algumas informações que possam garantir a segurança e eficácia contra covid-19.
 
 Destaco que fica autorizada a importação excepcional e temporária do seguinte quantitativo, correspondente às doses para imunização de 1% da população nacional, dentro do cronograma enviado pelo Ministério da Saúde: 4 milhões de doses”, anunciou Alex Machado Campos, diretor da agência. Já o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos, Gustavo Mendes Lima Santos, ressaltou, em seu parecer sobre as vacinas, que a área técnica da Anvisa não está atestando a qualidade, a segurança e a eficácia dos dois imunizantes. Conforme ressaltou, ainda há a necessidade de aprovação pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).

O Ministério da Saúde assinou um contrato para aquisição de 10 milhões de doses da Sputnik V e governadores também a querem para poder acelerar o cronograma de imunização nos estados — tanto que os pedidos que fizeram somam 66 milhões de doses. Mas, em abril, a Anvisa havia rejeitado pedido de importação após a área técnica listar uma série de “deficiências” no pedido para liberação de uso emergencial. Os processos de importação analisados ontem foram da Bahia, do Maranhão, de Sergipe, do Ceará, de Pernambuco e do Piauí. [a determinação da Anvisa é no sentido de que as doses da Sputnik V sejam aplicadas nos seis estados do Nordeste - medida justa, visto ter sido os governadores daqueles estados que exigiram a compra da Sputnik V e sabemos que o objetivo daquelas autoridades (basta ler o nome das peças) era apenas e tão somente o de atrapalhar o governo Bolsonaro.

Desejamos que as vacinas sejam eficazes e imunizem a população daqueles estados - infelizmente a população dos seis estados fez a  pior escolha (basta ver o nome das peças que governam), mas o inimigo de agora é a covid-19, (dos do Brasil cuidaremos em 2022)  é ela que temos que vencer, eliminar e agora.]

Já a Covaxin vem enfrentando maiores dificuldades para liberação. Isso porque a Anvisa, ao analisar pedido feito pela Saúde para a importação de 20 milhões de doses da vacina, também apontou insuficiência de dados. Sobretudo porque o imunizante possui um adjuvante (substância acrescentada à fórmula original que reforça a ação do medicamento) novo, imidazoquinolina (IMDG), que não é utilizado comercialmente em nenhum imunizante aprovado no mundo. Os técnicos da Anvisa querem mais detalhes sobre os efeitos colaterais que esta substância pode provocar. O governo federal tem um acordo para aquisição de 20 milhões de doses da Covaxin.

Vacinas para este mês
Estimativa do Ministério da Saúde é distribuir 39.893.060 doses:
- 4.048.800
da vacina
de Oxford/AstraZeneca via consórcio Covax Facility
- 842.400
da vacina
de Pfizer/BioNTech pelo via consórcio Covax Facility
- 18 milhões
da vacina
de Oxford/AstraZeneca de fabricação pela Fiocruz
- 12.001.860
da vacina
de Pfizer/BioNTech de fabricação na Bélgica
- 5 milhões
da vacina
de CoronaVac de fabricação pelo Butantan 

Correio Braziliense

sexta-feira, 4 de junho de 2021

O ‘mau exemplo’ da Copa América - O Estado de S. Paulo

 J.R. Guzzo

Doria arrependeu-se de ter feito um acerto e optou pelo erro ao vetar campeonato entre seleções enquanto permite torneios como o Campeonato Brasileiro

De duas uma: ou a decisão inicial do governador João Doria de aceitar a disputa de jogos da Copa América em São Paulo estava certa ou estava errada. Não há, realmente, uma terceira possibilidade. Se estava certa, não há motivo para proibir os jogos agora – e fazer exatamente o contrário do que ele havia decidido. Se estava errada, por que o governador não pensou no que estava dizendo antes de mudar, cinco minutos depois, o que tinha acabado de resolver?

Errar é humano, claro, e voltar atrás nos erros é uma excelente virtude. Mas no caso da Copa América em São Paulo o governador conseguiu o oposto: arrependeu-se de ter feito um acerto e optou pelo erro. Conseguiu o mais difícil, que era separar com sucesso o joio do trigo – mas, imediatamente em seguida, jogou fora o trigo para ficar com o joio. Doria, num primeiro momento, fez a única coisa que deveria ter feito: não tem nenhum sentido, disse ele, proibir os jogos da Copa América em São Paulo, com estádios fechados, enquanto se permite com a maior tranquilidade do mundo que sejam disputados os jogos do Campeonato Brasileiro. Parabéns.

Mas, no Brasil de hoje, as “autoridades locais” não gostam de acertar – e quanto por acaso acertam, voltam para trás, correndo, e caem de novo na sua vidinha de sempre. Resumo da ópera, neste caso: enquanto Brasil e Argentina, por exemplo, jogam em Goiânia, ou qualquer outro lugar onde o exercício da lógica continua legal, Corinthians e Chapecoense jogam em São Paulo. Pelo que deu para entender da decisão final de Doria, o primeiro jogo é um “mau exemplo”. Já o segundo ninguém saberia dizer o que é.

O governador, mais uma vez, deixou o Estado de São Paulo ser governado não por quem foi eleito para executar essa tarefa ele mesmo – mas pelo comitê de “cientistas” que administra a covid. Cedeu, na verdade, à confederação nacional pela proibição de tudo, por tempo indeterminado, e de preferência até o Dia do Juízo Final. Ela é reforçada, no caso, pelo coletivo dos comentaristas de futebol, que há mais de um ano está recebendo remuneração sem sair de casa e, ao mesmo tempo, não quer que haja jogos – ainda que o público não possa entrar nos estádios. (Com público, então, acham que o futebol seria genocídio direto na veia.)

A covid, com o tempo e a vacinação em massa, dá sinais de que pode estar cedendo. É de se esperar, em troca, um esforço permanente para resistir à melhoria e manter tudo igual nos comissariados que mandam no país sem terem recebido um único voto, nas CPIs da vida e no mundo do “home office”.

J.R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


"A médica e o monstro" - Guilherme Fiuza

A médica e o monstro

[Circo Parlamentar de Inquérito = Covidão] 

Diálogo surrealista num tribunal surrealista. Qualquer semelhança com a realidade é mera semelhança.

— A senhora não respondeu a minha pergunta.
Eu…
— Não me interrompa! Estou falando, não tá vendo?
Mas como é que eu vou…
— Cala a boca! Se me interromper de novo serei obrigado a tomar medidas duras contra a senhora.
— …
— Voltando: por que a senhora não respondeu a minha pergunta?

— A senhora está surda? Fiz uma pergunta!

— Já posso falar?
Ah, tá debochando, né? Sabe o que pode acontecer com quem debocha neste interrogatório?
— Não, só fiquei confusa com as regras…
— Tu tá mentindo!
— Hein? Só disse que fiquei confusa.
— Não interessa o que tu disse! A mentira tá na tua voz!
— Como assim?
— Cala a boca! Não gosto da tua voz! É voz de quem mente!
— Como é voz de quem mente?
— É assim, que nem a sua! Suavezinha, delicadinha, calminha.

— Mas eu sou médica, lido com pessoas vulneráveis e preciso informar num tom que…
— Médica nada! Mentirosa! Esse tom aí é pra enganar os outros! Tanto que não respondeu a minha pergunta.
— Eu respondi…
— A tua resposta não serve! Resposta nessa voz não serve! Não gosto dessa voz! Tudo que tu falar com essa voz é mentira. E quem mente aqui vai preso.
— …

— Tá debochando de novo? Fica caladinha só pra me irritar, né? Cadê o habeas corpus? Tu tem um habeas corpus aí debaixo do braço pra ficar em silêncio?
— Não.
— Claro que não. O STF não ia dar habeas corpus pra uma mentirosa. Mas gostei da tua resposta. Daqui pra frente quero assim: responde só sim ou não. Mais nada. Não aguento mais ouvir a tua voz. Não gosto da tua voz!
— …
— Tá me desafiando?!
— Não.
— Posso imaginar seu sorrisinho cínico debaixo da máscara. Tu tá rindo da minha cara?
— Não.

— Tá achando que tem alguém mais poderoso que eu nessa sala?
— Não.
— Porra, tu só responde “não”! Tudo é “não”! Tu é negacionista!
— Não.
— Cala a boca! Não te perguntei nada. Só fala quando eu perguntar!
— …
— Tá me provocando de novo, né? Esse seu silêncio sonso me irrita. Fala alguma coisa, porra! Mas não fala com aquela tua voz calminha que eu não gosto. Tu só tem essa voz chatinha?
— Sim.

— Não me provoca! Cala a boca! Fala alguma coisa! Silêncio! Responde! Não mente! Não quero mais ouvir essa voz suave de gente mentirosa! Não quero mais ouvir o seu silêncio! Não quero mais olhar pra você sem dizer nada na minha frente! Cínica! Tá me provocando? Fala alguma coisa, porra! Tu tem língua?
— Sim.
— Agora tu só fala “sim”?! Antes tu só falava “não”! É a prova que tu é mentirosa! Cada hora fala uma coisa! Se cair mais uma vez em contradição vou mandar te prender!
— …
— Debochando de novo, né? Não aguento mais olhar pra tua cara! Some daqui antes que eu te arrebente!
— …
— Tá indo aonde?! Parada aí! Não se mova! Tá fugindo? Tu acha que vai fugir de mim assim com essa facilidade? Perdeu a noção do perigo?!
— Não.

— Ah, agora é “não”? Não tinha mudado pra “sim”?! Cada hora tu diz uma coisa? Mentirosa! Não sabe explicar nada, não tem argumento, só fica dizendo sim, não, não, sim… Tá achando que eu sou trouxa, madame?!
— Sim.
O quê??!! Desacato! Vou acabar com a tua raça! Filma ela! Fotografa ela! Escreve aí, imprensa: vou acabar com essa negacionista disfarçada de médica! Vou destroçar! Vou escalpelar! Vou trucidar! Não vou aceitar esse desrespeito à ética e à democracia!

Resumo da sessão do tribunal surreal: a médica continuou sendo médica, o monstro continuou sendo monstro, a imprensa marrom continuou sendo marrom e a classe médica começou a reagir ao show de horrores com o repúdio do presidente do Conselho Federal de Medicina ao uso do mandato parlamentar para agredir uma respeitada profissional de saúde. Que seja o início do fim da letargia.

Leia também “Checamos: você não existe”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste


VAZA-JATO II - Bretas é acusado de negociar penas, orientar advogados e combinar com o MP

Delação de advogado aprovada na PGR aponta que o juiz teria até influenciado uma eleição política. Entre as provas, está um áudio com a voz do magistrado

 Cinco meses depois dessa primeira tentativa, Nythalmar assinou um acordo com a Procuradoria-Geral da República.

 VEJA teve acesso à íntegra dos anexos apresentados pelo advogado — os resumos dos segredos que o colaborador se compromete a revelar às autoridades. O alvo principal do delator é o juiz Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava-Jato no Rio de Janeiro. 

 

Caso Bretas: os juízes que se acham acima da lei no Brasil Reportagem de Veja sobre abusos do braço da Lava Jato no Rio joga mais luz sobre problemas na Justiça

O magistrado ganhou notoriedade pelo seu trabalho à frente da 7ª Vara Federal em processos que resultaram na prisão de políticos importantes, como o ex-presidente Michel Temer e o ex-governador Sérgio Cabral, e de empresários do porte de Fernando Cavendish, ex-do­no da construtora Delta, e Eike Batista, que já foi um dos homens mais ricos do país. Segundo o criminalista, Bretas não é imparcial. Muito pelo contrário. Ele se comporta como policial, promotor e juiz ao mesmo tempo: negocia penas, orienta advogados, investiga, combina estratégias com o Ministério Público, direciona acordos, pressiona investigados, manobra processos e Já tentou até influenciar eleições — evidentemente tudo à margem da lei.

Arte diálogo entre Nythalmar e Bretas

Nythalmar promete apresentar provas de todas essas acusações. A principal delas é a gravação de uma conversa entre ele, o juiz e um procurador da República encarregado da Lava-Jato. Em 2017, os três discutiam uma estratégia para convencer o empresário Fernando Cavendish a confessar seus crimes mediante o oferecimento de algumas vantagens judiciais. No áudio, cuja transcrição faz parte do material obtido por VEJA, o juiz diz a Nythalmar, representante de Cavendish, que havia sondado o Ministério Público sobre um acordo e, caso tudo saísse como combinado, poderia “aliviar” a pena do empresário. “Você pode falar que conversei com ele, com o Leo, que fizemos uma video­conferência lá, e o procurador me garantiu que aqui mantém o interesse, aqui não vai embarreirar”, diz Bretas ao advogado. Leo é o procurador Leonardo Cardoso de Freitas, então coordenador da Lava-Jato no Rio de Janeiro. O procurador também participava da conversa, realizada através de videoconferência. Na se­quência, Bretas garante que a sentença do empresário será abrandada.

“E aí deixa comigo também que eu vou aliviar. Não vou botar 43 anos no cara. Cara tá assustado com os 43 anos”, diz o juiz. Conhecido pela rigidez de seus veredictos, Bretas, ao citar os tais “43 anos”, se referia ao pânico que se espalhou entre os investigados quando ele anunciou sua decisão de condenar por corrupção o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, a 43 anos de prisão logo no início da Lava-Jato, em 2016. A sentença imposta a Pinheiro, naquele momento a maior da operação, gerou um temor generalizado nos réus. “Foi boa então você ter colocado 43 no Othon, né?”, elogia o advogado no diálogo gravado. Entre risadas, Bretas confirma: “É, ooo”. A conversa produziu os resultados esperados pela trinca. Logo Cavendish começou a confessar seus crimes e mais tarde assinou um acordo de delação premiada com o Ministério Público. O empreiteiro, entre outras revelações, confessou o pagamento de milhões em propina a vários políticos e, em troca, ganhou o direito de responder ao processo em liberdade.

 ANEXO IV - Gilmar Mendes: o advogado revela trama para constranger o ministro -

ANEXO IV - Gilmar Mendes: o advogado revela trama para constranger o ministro – Cristiano Mariz/VEJA
 
Desde 2016, Nythalmar Ferreira atuava na Vara comandada por Marcelo Bretas. A proximidade dele com o juiz sempre suscitou rumores de que o jovem advogado recebia tratamento privilegiado, especialmente devido à sua rápida ascensão profissional e à invejável carteira de clientes que conquistou, o que lhe rendeu, inclusive, a investigação por tráfico de influência que resultou nas buscas em seu escritório. No acordo de delação, o advogado faz um raio-X de suas relações com o juiz da Lava-Jato fluminense e relata que de fã incondicional de pautas lavajatistas passou a presenciar pressões para que réus confessassem crimes em troca de penas mais brandas ou, no caso de empresários, a sobrevivência de seus negócios. Em um dos episódios mais notáveis desse comportamento impróprio, revela o delator, o juiz intermediou um acordo informal com o ex-governador Sérgio Cabral em que a moeda de troca seria poupar a ex-primei­ra-dama Adriana Ancelmo das investigações de corrupção. 
 
Em VEJA -    MATÉRIA COMPLETA

15 DE OUTUBRO: DIA DO GREVISTA - Ponto Crítico

Gilberto Simões Pires


DIA DO GREVISTA
Antigamente, o dia 15 de outubro era o DIA DO PROFESSOR. Hoje, face às nojentas e eternas paralisações daqueles que fizeram CONCURSO PÚBLICO com o propósito de ocupar o cargo de educadores das escolas públicas de vários estados, essa data tem tudo para ser o DIA DO GREVISTA.

RS É HORS CONCOURS
Se alguém resolvesse realizar um concurso para premiar o Estado onde os GREVISTAS ficaram mais tempo, ano a ano, sem comparecer às salas de aula nas escolas do ENSINO PÚBLICO ESTADUAL, o RS, caso fosse convidado a participar, certamente seria imediatamente eliminado, pois é considerado como HORS CONCOURS, ou seja, fora de série, sem chance de ser confrontado.

ORELHAS DE BURRO
Entretanto, no Estado de SC, no qual a GREVE DOS -EDUCADORES- já chegou a incríveis 63 dias, já mostrou ser um forte concorrente. A continuar nesta toada, os pobres alunos matriculados nas escolas públicas, no próximo dia 15 de outubro, DIA DO GREVISTA, serão convidados a homenagear seus queridos mestres usando o UNIFORME DE GALA, que se destaca pelas ORELHAS DE BURRO.

GREVE ILEGAL???

Vejam que nem o fato da Justiça ter decidido que a GREVE É ILEGAL conseguiu mexer, minimamente, com os músculos dos GREVISTAS, que seguiram felizes e contentes com a boa vida voltada para o ócio, o divertimento e/ou as viagens de recreio. Tudo, obviamente, custeado religiosamente pelos Estados, que pagam seus salários e privilégios. Uma verdadeira orgia. [Quando a Justiça se levar a sério e decretar uma greve ilegal, arbitrar multa pesada para o sindicato da categoria se desobedecer a decisão judicial e, IMPORTANTE,  cobrar a multa - se necessário, sequestrando bens dos devedores, o deboche com decisões judiciais do tipo.
O que ocorre é que a Justiça do Trabalho decreta uma greve  ilegal, 
estabelece uma multa, mas não cobra. 
Se a JTr cobrasse as multas o 'sindicato dos rodoviários do DF' = sindicato dos baderneiros, já estaria funcionando debaixo de uma lona e os filiados se sentando na grama. A própria Justiça, especialmente a do Trabalho, é quem se desmoraliza.]

OS MANDANTES
No caso do RS, onde o ENSINO PÚBLICO é totalmente manobrado pelo CPERS-SINDICATO, um dos mais atuantes sindicatos do país, representando cerca de 80 mil trabalhadores em educação do Estado do RS, as aulas, quando acontecem, são totalmente destinadas para a formação de SOCIALISTAS e/ou COMUNISTAS.

LAVAGEM CEREBRAL
Portanto, no próximo DIA DOS GREVISTAS, aqueles que estão fora das salas de aula ainda tem algo a comemorar: estão livres da LAVAGEM CEREBRAL, que produz imbecis de toda ordem e tamanho.

ESTÁTUA DA LIBERDADE
A propósito, o dono da Havan, Luciano Hang, definiu bem o perfil dos gaúchos formados nas escolas do ensino público, ao postar na sua conta do Twitter: "É incrível como a esquerda comemora a queda da liberdade", referindo-se a declarações feitas por lideranças e ativistas lulopetistas e comunistas, como é o caso da comunista Manoela D'Ávila, que ficou feliz da vida quando tomou conhecimento de que um VENDAVAL derrubou uma estátua da liberdade colocada em frente da loja da Havan em Capão da Canoa, no litoral do RS. Pode?


Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires


O agronegócio salva o Brasil, mas tem de ser salvo dos políticos

Acabam de sair os números do primeiro quadrimestre de 2021 e o resultado, como em geral acontece quando se trata deste setor, foi mais uma grande notícia:  
- de janeiro a abril do corrente ano, a geração de empregos formais na agropecuária do Brasil foi a maior dos últimos dez anos. É uma informação que revela a força extraordinária do agro nacional. 
Em plena desgraça geral da economia, com o país e o resto do mundo em estado de falência geral por conta das devastações da Covid, a agricultura e a pecuária não apenas mantiveram a situação de destaque que já tinham. Melhoraram, e muito – não se gerava tanto emprego na área desde 2011.

Foram mais de 70.000 novos postos de trabalho a mais, em comparação com o total dos primeiros quatro meses de 2020 – cerca de 11.000 só em abril – o triplo, por sinal, das vagas abertas em março. Neste momento, espelhando o que acontece na área do emprego, o agro brasileiro bate recorde sobre recorde. Nunca exportou tanta carne como em 2021, em todas as suas categorias, e registra avanços importantes na soja, sua principal cultura de exportação.

Enquanto o Senado deprava mais uma vez as suas funções, e faz uma CPI sobre a Covid onde o presidente teve a própria mulher presa por corrupção na área da saúde e o relator responde a nove processos por ladroagem geral, os números do emprego do agro em 2021 são um tapa na cara do submundo da política brasileira. Os parasitas, safados e ladrões, mais uma vez, falsificam a realidade e mentem para o público, em meio à admiração geral da mídia. O Brasil que trabalha, e sustenta todos eles, vai adiante.

A sociedade brasileira, possivelmente, tem musculatura e repertório para conviver com a mentira, a corrupção e a incompetência de todos os dias mas fica cada vez mais claro, número após número, que não resistiria à destruição do seu agronegócio. É o que prega, todos os dias, a turma que age no circuito da reforma agrária, fim da “monocultura”, zoneamento rural ecológico, denúncia dos “agrotóxicos”, agricultura familiar etc. etc. etc. Sua preocupação é o sucesso cada vez maior do capitalismo na agropecuária do Brasil. Seu sonho é fazer por aqui o que se faz na Argentina.

O agronegócio é a única atividade realmente bem-sucedida, em grande escala, da economia brasileira. É a única onde o Brasil é realmente competitivo no mercado internacional. É a única em que a tecnologia põe o país na mesma corrida das grandes nações do mundo. É a única capaz de assegurar a independência cambial do Brasil. É a única esperança de uma sociedade moderna neste país. É tudo o que existe de mais sério nas realidades brasileiras do século XXI. Tem de ficar a salvo do Senado, do Supremo Tribunal Federal, dos políticos e de todo o movimento que aposta diretamente no atraso.

J.R. Guzzo, colunista - VOZES - Gazeta do Povo  

 

Jornalista fazer narrativa parcial é até aceitável - mas general, ainda que da reseva!!!

Bernardo Mello Franco

ANARQUIA MILITAR

Bolsonaro esvazia comandante e põe Exército de joelhos

Jair Bolsonaro seduziu as Forças Armadas com três moedas: prestígio, poder e dinheiro. Em troca, exigiu uma só: a submissão completa ao seu projeto político.

..............

Íntegra da matéria, na
Coluna Bernardo Mello Franco

Vera Magalhães: Precedente aberto a Pazuello é de extrema gravidade

Bolsonaro é um agente do caos

FORÇAS ARMADAS

Militares próximos a Bolsonaro recorrem a regimento para explicar decisão sobre Pazuello

O mesmo regimento que proíbe os oficiais da ativa de participar de manifestações públicas e político-partidárias está sendo usado para justificar, entre oficiais próximos ao presidente da República, a decisão do comandante do Exército de não punir Pazuello por ter subido ao palanque de um ato a favor de Jair Bolsonaro. 

Oficiais ligados ao Palácio do Planalto já antecipavam, no início da semana, a ideia de que não havia que se pensar em enquadrar a atitude de Pazuello como transgressão disciplinar. Isso porque, se o estatuto dos militares diz que "são proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório ou político", o regimento disciplinar abre uma brecha.

MALU GASPAR - MATÉRIA COMPLETA 

General Santos Cruz critica Pazuello e decisão de livrá-lo de punição: 'Vergonha' 

Ex-ministro de Bolsonaro afirma que presidente avança na 'na erosão das instituições' 

CLIQUE AQUI para matéria completa em O Globo - Brasil

[Comentários do Blog Prontidão Total - as três primeiras matérias até que são toleráveis. 
São assinadas por profissionais da imprensa, com pauta a cumprir, emprego a preservar e precisam produzir. Fazer uma narrativa criativa, ver uma crise onde não existe, interpretar equivocadamente o RDE, está dentro do tolerável.
 
Mas um general de divisão que tem dezenas de anos de experiência militar, cumprindo e fazendo cumprir regulamentos, expressar o que o general Santos Cruz disse, é um absurdo - especialmente que chamar o presidente da República de irresponsável, comandante supremo das Forças Armadas, a  quem o general ainda que na reserva deve respeito e obediência, não é transgressão disciplinar, já passa para a esfera criminal.
 
Quanto ao presidente da OAB fazer mais um comentário sobre o assunto, é apenas uma forma de completar a bobagem que disse quando o general foi acusado de fazer político-partidária (o presidente Bolsonaro não é filiado a nenhum partido político). 
Supõe-se que o presidente da OAB seja advogado,sabendo interpretar as leis ...  apesar de no Brasil um advogado consegue ser secretário de Saúde e presidir um 'conselho nacional de secretários de Saúde.]

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Bolsonaro tenta reagir a CPI e protestos e toma seu maior panelaço - O Globo

PANDEMIA

Jair Bolsonaro foi à TV tentando se mostrar mais moderado e brandindo vacina no lugar de cloroquina. Mas o resultado foi que levou seu pior panelaço, com urros de "fora Bolsonaro", buzinaços e gritos nas janelas de todo o Brasil. Também foi retorquido com uma nota da CPI da Covid, que diz que o pronunciamento vem "com atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros".
 
[CPI? essa sigla não incomoda, aliás, nunca incomodou ao presidente Bolsonaro ou a quem quer que seja. Ela está mais adequada para 'circo parlamentar de inquérito' e a credibilidade que era quase nenhuma, agora é  ZERO.
No pronunciamento de ontem, que incomodou demais a mídia contrária ao Brasil - até a mudança de horário desestruturou os telejornais que são contra o Brasil - o presidente apresentou  índices que mostram que apesar dos inimigos do Brasil e dos brasileiros, o processo de recuperação já se iniciou.
PANELAÇO??? o que uma TV mostrou, com bastante atraso, foi uma imagem idêntica a de um 'panelaço' mostrado em 2018 - poucos dias antes da estrondosa vitória do presidente. POR FAVOR,  atualizem as imagens dos panelaços.]
 
Foi uma reação aos protestos que ocorreram em todo o Brasil no último sábado, a um dia em que a CPI da Pandemia foi mortal para seu governo e ao anúncio de João Doria Jr. de que todos os paulistas estarão vacinados com ao menos a primeira dose até 31 de outubro. [a ilustre jornalista deveria lembrar aos brasileiros que o 'joãozinho' também prometeu vacina para todos os brasileiros, teve a desfaçatez de prometer que pessoas de qualquer parte do Brasil, que não conseguissem se vacinar, era só ir à São Paulo e seriam vacinadas.
Até o momento, ainda não conseguiu propiciar a todos os paulistas nem a primeira dose.]

A fala de 5 minutos de Bolsonaro foi algo desconexa. Para não dar o braço totalmente a torcer em relação ao seu histórico de discursos desacreditando e desencorajando a vacinação, começou o pronunciamento dizendo que o Brasil é um dos países que mais vacinam, e que "quem quiser" será vacinado até o fim do ano. Afinal, se ele repetiu tanto que não obrigaria ninguém a ser imunizado e até agora não teve a pachorra de ser vacinado para dar o exemplo, alguma concessão ao seu genuíno negacionismo teria de permanecer.

Na mesma toada, ele manteve a famigerada linha de dizer que seu governo sempre se preocupou "com o vírus e com a economia", uma construção falaciosa que não leva em conta o que a Ciência preconizou desde o início: que sem uma política de distanciamento social e testagem e rastreamento de contatos, enquanto não havia vacinas, o vírus se espalharia sem controle, como aconteceu. Nesse cenário de descontrole, não há economia que sobreviva. Bolsonaro mostrou em sua fala que nada vai mudar caso se confirme a terceira onda já identificada por cientistas. Ele vai seguir boicotando medidas de distanciamento que eventualmente governadores e prefeitos tenham de anunciar novamente para enfrentar o caos hospitalar, caso ele se repita.

[a ilustre jornalista por absoluta falta de elementos, teve que engolir a seco a declaração de Bolsonaro que o Brasil é um dos países que mais vacinam  no mundo, segundo Opera Mundi-UOL, é o quarto colocado; 

até um colunista, colega  da articulista, porém, bem mais qualificado, Merval Pereira,  reconhece os excessos da Covidão - conforme seu  artigo CPI da COVID - Grosseria dos senadores na CPI está incomodando, publicado em O Globo, 02 junho 2021]

MATÉRIA COMPLETA, em O Globo

quarta-feira, 2 de junho de 2021

O desalento no Supremo com as Forças Armadas

Defesa diz não ter dinheiro e recusa apoio logístico à Polícia Federal numa operação determinada pelo STF para impedir "o massacre de populações indígenas" 

São apenas 29 palavras. Elas compõem um retrato dramático do ônus imposto ao país por uma burocracia paralisante: “Registro com desalento o fato de que as Forças Armadas brasileiras não tenham recursos para apoiar uma operação determinada pelo Poder Judiciário para impedir o massacre de populações indígenas.” 

O autor da frase é Luís Roberto Barroso, 63 anos, juiz do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Ele escreveu em despacho publicado ontem, num processo judicial que relata a história de um ano de sucessivas determinações do Supremo ao governo Jair Bolsonaro para cumprir a Constituição, garantindo a vida, a saúde e a segurança dos índios amazônicos Yanomami e Munduruku.

[Um dos maiores problemas do Brasil e dos brasileiros e que pode se tornar o maior - o STF se esforça - é que o Supremo intervém em tudo e, na maior parte das vezes, sem entender do assunto e cego pelo pensamento que sabe tudo.
Ser ministro do Supremo não significa ser onisciente, condição  que exige a humildade  de consultar os que sabem. 
Virou moda no Brasil, sempre com o apoio de ONGs fajutas, a serviço de interesses alienígenas, um grupo de índios liderados por uma liderança auto nomeada se reúnem, rodam um pouco em círculos e logo anunciam aos brados que a terra indígena "...tal, tal, daru...' está sendo invadida e pedem apoio de forças federais.
 
Logo um advogado já postado as portas do Supremo, em nome de algum partideco sem noção, sem programa, sem votos, que primam pela insignificância e outras carências, ingressa com uma ação no STF e um ministro sorteado,  sem consultar instâncias que conheçam o assunto, considera como fato tudo que é apresentado pelo advogado, que representa o partideco e interesses outros que não os dos indígenas, determina o envio de tropas federais.
 
Os senhores ministros do Supremo precisam ter em conta que as Forças Armadas do Brasil possuem efetivo pequeno, meios de locomoção precários, imensas áreas de fronteiras a guarnecer e que não podem  ser usadas para defender terras que um grupo de indígenas alegam que são suas = as famosas terras indígenas = com argumentos que ninguém contesta. 
 
A continuar assim, chegará o dia em que  as FF AA terão que escolher entre guardar o Palácio do Planalto e outros locais sensíveis da Nação ou guardar terras ditas como 'terra indígena'. Precisa ser visto, com seriedade e isenção, quantos milhares de índios há no Brasil e quantos milhões de hectares são considerados terra indígena. 
Proteger os indígenas, preservar seus valores, é necessário, mas também é necessário que, simultaneamente, seja implantada para valer, para ser cumprida, uma política em que CIDADÃOS INDÍGENAS e CIDADÃOS COMUNS, sejam todos CIDADÃOS BRASILEIROS com DIREITOS e DEVERES IGUAIS. ]

O caso começou na segunda-feira 29 de junho do ano passado, quando representantes dos índios recorreram ao tribunal para obrigar o governo a levar serviços de saúde às tribos indígenas amazônicas. Naquele dia, contavam-se 58 mil mortos pelo vírus, que se disseminava sem controle e deixava o país responsável por um de cada quatro novas infecções no continente americano.  A resistência governamental se confirmou numa série de respostas evasivas. O juiz determinou, então, que fosse apresentado um plano de proteção à saúde indígena, até especificou parâmetros.

Se passaram doze meses, já foram protocoladas quatro versões, todas questionadas. Índios continuam morrendo de Covid-19, mas até agora o governo não fez nada do que foi prescrito sair do papel para a vida real na selva.  Os problemas se agravaram. Garimpeiros, madeireiros e seus financiadores intensificaram invasões em terras indígenas, áreas reconhecidas na Constituição como bens da União inalienáveis, indisponíveis e com direitos imprescritíveis dos índios habitantes.

Ricas em ouro, as reservas Yanomami (Roraima) e Munduruku (Pará) se tornaram alvos do garimpo ilegal organizado em bases empresariais, com uso de maquinário pesado e caro, apoiado numa complexa rede logística de suprimentos (terrestre, aérea e fluvial), com características semelhantes à de um empreendimento de mineração de médio porte.

Multiplicaram-se os indícios da presença de grupos narcotraficantes, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), entre outros, no patrocínio do garimpo ilegal de ouro, no suprimento dos garimpeiros e no controle das principais rotas de navegação fluvial nas reservas indígenas. O crime organizado, em qualquer lugar, sobrevive do lucro. Garimpo nas terras indígenas da Amazônia é empreitada de alta lucratividade, ajuda a financiar a expansão da principal frente de negócios, o tráfico de drogas, e tem baixo risco — em comparação, por exemplo, ao roubo de bancos nas cidades. [enquanto alguns milhares de índios detiverem a propriedade -  sem se interessarem pelo controle, pela posse efetiva, pelo  domínio de milhões de hectares e nada for feito para que eles explorem pelo menos um décimo do que possuem de 'terra indígena' e o restante seja adequadamente explorado, o tráfico vai consolidando posição em solo brasileiro, dito, indígena.]

Desde o início do ano, esses grupos têm intensificado os ataques nas reservas Yanomami e Munduruku. Por ordem da Justiça, a polícia foi mobilizada. Nas últimas três semanas, agentes federais foram atacados e aldeias foram incendiadas em Roraima e no Pará.  O Supremo mandou o governo ampliar o item de segurança da quarta versão do plano de proteção à vída indígena na Amazônia. Determinou a proteção dessas duas reservas com uso de força policial que, nesses casos, sempre é dependente do apoio logístico das Forças Armadas.

Diante da ordem, o governo se refugiou no quartel-general da resiliência burocrática. O Ministério da Justiça e Segurança Pública enviou ofício ao Ministério da Defesa para “tratar sobre o apoio logístico a ser prestado pelas Forças Armadas”. A Defesa respondeu, semana passada: “Sobre o assunto, esse Estado-Maior Conjunto informa que aguarda a disponibilização de recursos extraordinários (…) Dessa forma, o apoio previsto necessitará ser postergado, condicionado ao recebimento dos referidos créditos”.

O chefe do gabinete do Estado-Maior Conjunto, brigadeiro Flávio de Oliveira Pinto, se despediu indicando o e-mail de um coronel do Exército “para quaisquer outras informações”.  Dias antes, o chefe deles, Walter Braga Netto, ministro da Defesa, esteve na Câmara apelando a parlamentares por emendas ao orçamento para projetos militares. Estavam previstos R$ 9,5 bilhões, mas houve corte de R$ 1 bilhão imposto pelo acordo de Bolsonaro com o Centrão, o esteio parlamentar governista.

Braga Netto, general na reserva, lutava por mais dinheiro no orçamento (83% são gastos com pessoal). Lembrou a Batalha de Guararapes (1648-1649), quando índios, mestiços e brancos portugueses se uniram contra invasores holandeses em Pernambuco, e comentou: “Podemos não ser utilizados por vários anos, mas, quando formos solicitados, temos que estar prontos para responder ao chamamento, seja em um conflito, seja em uma emergência.”

A emergência existia, mas o ministério de Braga Netto não conseguiu localizar num orçamento de R$ 8,4 bilhões o dinheiro necessário ao apoio logístico à Polícia Federal numa operação determinada pelo Supremo “para impedir o massacre de populações indígenas”. O juiz Barroso registrou o seu “desalento”, palavra que tem sinônimos como desânimo, abatimento e esmorecimento. [desalento bem mais preocupante do que o do ministro Barroso é o de milhões de brasileiros que de tão desalentados sequer conseguem procurar emprego - as inúmeras   negativas recebidas se soma a falta de recursos para pagar passagens.]

José Casado, jornalista  -  Blog na Revista VEJA

 

O COMUNISMO, O INTELECTUAL E O PROFETA - Percival Puggina

Em seu livro “Post-Capitalist Society”, Peter Drucker sustenta a ideia de que a derrubada do credo marxista significou “o final da fé na salvação pela sociedade”. Justificadamente convergem a esse autor o reconhecimento mundial como perito em Administração e como analista de seu tempo. Na nota introdutória da referida obra, Drucker afirma:

O comunismo faliu como sistema econômico. Em lugar de criar riqueza, criou pobreza; em lugar de criar igualdade econômica, criou uma nomenclatura de funcionários que gozavam de privilégios sem precedentes. Mas foi como credo que faliu porque não criou o homem novo; em seu lugar fez aparecer e reforçou tudo que havia de pior no velho Adão: corrupção, cobiça, ânsia de poder, inveja e desconfiança mútua, mesquinha tirania e “secretismo”; a mentira, o roubo, a denúncia, e, acima de tudo, o cinismo. O comunismo, o sistema, teve seus  heróis, mas o marxismo, o credo, não teve um único santo.

Essa exata descrição da realidade foi escrita três anos após os fatos de 1989, quando a abertura do Muro de Berlim suscitou o vendaval que pôs por terra todo o castelo de cartas a que estava reduzido o imperialismo soviético após quatro décadas de muita propaganda e ainda maiores e mais numerosas frustrações.

O que me chama atenção como leitor de Drucker é a semelhança existente entre essas considerações de seu livro e o que, cem anos antes, escrevera Leão XIII, em 1891, na Encíclica Rerum Novarum. Naquele pequeno documento, destinado à reflexão dos povos e dos governos da Terra, o admirável pontífice profetizara sobre o que aconteceria onde o comunismo viesse a ser implantado. Note-se que esse regime só teria testes de campo a partir de 1917, ou seja, um quarto de século após a publicação da encíclica. Vicenzo Gioachino Pecci, esse era o nome de batismo do sábio profeta, não pode ver em vida a perfeição de suas previsões, pois faleceu em 1903. É impossível lê-lo, porém, sem ser impactado pela lucidez com que abriu o véu do futuro e anteviu, no emaranhado de ciências sociais envolvidas, o desastroso produto final daquele regime. Eis suas palavras sobre o comunismo, escritas, repito, em 1889:

Mais além da injustiça de seu sistema, veem-se bem todas as suas funestas consequências, a perturbação de todas as classes da sociedade, uma odiosa e insuportável servidão para todos os cidadãos, porta aberta a todas as invejas, a todos os descontentamentos, a todas as discórdias; o talento e a habilidade privados de seus estímulos, e, como consequência necessária, as riquezas estancadas na sua fonte; enfim, em lugar da igualdade tão sonhada, a igualdade na nudez, na indigência e na miséria.

Cem anos inteiros separaram o consagrado analista Peter Drucker do profético Vicenzo Gioacchino Pecci (Leão XIII). Deste último, ninguém sabe o nome e poucos, muito poucos, têm notícia da admirável previsão disponibilizada por ele à humanidade que muito, dela, se poderia ter beneficiado.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

A estupidez da linguagem neutra - Revista Oeste

 Cristyan Costa

A adoção de pronomes neutros para agradar a uma minoria empobrece a língua portuguesa e já contamina parte da iniciativa privada

 

Edição de arte Oeste | Foto: Shutterstock

“Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do maride, e o
desespero daquele lance consternou a todes. (…) Só Capitu, amparando a viúve, parecia
vencer-se a si mesme. Consolava a outre, queria arrancá-le dali. A confusão era geral. No meio delu,
Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não
admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas… (…) Fiquei a ver as delu; Capitu
enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para
a amigue, e quis levá-le; (…) Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunte, quais
os da viúve, sem o pranto nem palavras deste, mas grandes e abertos, como a vaga
do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadadore da manhã.“

Sob o argumento de que o idioma é machista e instrumento de perpetuação do poder do “patriarcado”, coletivos que garantem representar determinados públicos, como as feministas ou o antigo GLS — atual LGBTTTQQIAA — exigem, entre outras reivindicações, a transformação radical da fala, a chamada linguagem neutra. O primeiro parágrafo deste texto mostra como ficaria, por exemplo, um trecho do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis, escrito com esta “neolinguagem”.

Monique Wittig (1935-2003), pensadora que exerce influência sobre o movimento de mulheres, defendia uma reforma das palavras de modo a torná-las neutras de gênero. 
A fim de viabilizar sua ideia, Wittig pregava uma investida em duas etapas: 1) utilizar uma palavra da linguagem comum, mudando-lhe o conteúdo de forma sorrateira; 
2) depois, a opinião pública é bombardeada pelos meios de educação formais (a escola) e informais (os meios de comunicação de massa). Assim, as pessoas acabariam enxertando esses termos no próprio vocabulário, sem nada perceberem. O modus operandi respingou nos estudos da pesquisadora Judith Butler, uma das precursoras da ideologia de gênero, para quem o sexo não define quem você é. Dentro dessa concepção, o sujeito pode assumir múltiplas identidades.

Nessa pseudolinguagem supostamente inclusiva, que alguns defendem que seja adotada como norma-padrão, o uso de pronomes, adjetivos ou substantivos “neutros seria uma forma de acolher pessoas que não se identificam como masculino ou feminino, chamadas de “não binárias”, no-gender ou “gênero fluido”. Rosa Laura, autointitulada ativista “não bináris”, explica o dialeto. Segundo ela, os pronomes pessoais “ela” e “ele” têm de ser substituídos por “ile”. Já os pronomes demonstrativos “daquela” e “daquele” mudariam para “daquile”. Dir-se-ia, então: “ile é muito bonite”, em vez de “ela é muito bonita”; e “todes gostam de irmén e du amigue delu”, em vez de “todos gostam da irmã e do amigo dele”.

Cíntia Chagas, formada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais e professora de português, garante que a linguagem neutra nada tem de inclusiva. 
Segundo a especialista, três grupos acabam sendo marginalizados pelo “novo idioma”: 
1) os disléxicos, que representam parcela considerável dos estudantes;  
2) os surdos, que fazem a compreensão por meio dos sinais; 
3) e os deficientes visuais, que dependem de softwares para leitura no computador e, também, do Braille. “O ‘dialeto neutro’ inviabiliza a comunicação desses grupos”, constatou Chagas. “Trata-se de uma imposição injusta a essas pessoas, que já vivem em um contexto de limitação, pois as obriga a se submeterem a uma histeria coletiva”, acrescentou. “Em linhas gerais, o dialeto é defendido por ditadores da linguagem.”

Esse foi um dos argumentos do governo da França, que proibiu a linguagem neutra. “Ao defenderem a reforma imediata e abrangente da grafia, os promotores da escrita inclusiva violam os ritmos do desenvolvimento da linguagem de acordo com uma injunção brutal, arbitrária e descoordenada, que ignora a ecologia do verbo”, informou o Ministério da Educação francês. “Essas armadilhas artificiais são inoportunas e atrapalham os esforços dos alunos com deficiência mental admitidos no âmbito do serviço público.”

Educação
Apesar de absurda, a “novilíngua” já é realidade em escolas e universidades do Brasil e do mundo. Em setembro de 2020, circularam nas redes sociais imagens de uma aula sobre “pronomes neutros” em uma instituição particular do Recife (PE). Nos slides projetados, é possível observar neologismos como “obrigade”. O episódio foi registrado no Colégio Apoio e ocorreu em uma turma do 8º ano.

Dois meses depois, o Colégio Franco-Brasileiro, instituição particular na zona sul do Rio de Janeiro, resolveu “imitar” a concorrência e divulgou um comunicado aos pais informando que adotara estratégias para absorver a linguagem neutra nos espaços formais e informais de aprendizagem. “Renovando, diariamente, nosso compromisso com a promoção do respeito à diversidade e da valorização das diferenças no ambiente escolar, tornamos público o suporte institucional à adoção de estratégias gramaticais de neutralização de gênero em nossos espaços formais e informais de aprendizagem”, salientou a instituição.

A coisa não foi diferente na Escola St. Patrick, de Passo Fundo (RS). Os textos com comunicados sobre a volta às aulas e outras informações similares foram enviados via WhatsApp e traziam a letra “x” em vez de usar o feminino ou masculino.  
A escrita trouxe confusão e teve de ser explicada pela direção do colégio privado, que atende crianças da pré-escola ao ensino fundamental. Depois de receber uma série de reclamações, a instituição de ensino teve de divulgar uma nota explicando que “o uso dessa letra foi feito com a intenção de nos comunicarmos e, aqui, nos referimos às mães e pais de modo geral”.

Nem o ensino superior ficou blindado da prática. “Nesta segunda-feira, 3 de maio de 2020, serão iniciadas as atividades acadêmicas dos estudantes veteranes da UEMG Divinópolis. Sejam todes bem-vindes”, informou uma mensagem de boas-vindas publicada nas redes sociais da Universidade do Estado de Minas Gerais. O post ainda trazia uma imagem com os dizeres “Bem-vindes, estudantes veteranes”. Nos comentários, os internautas questionaram a atitude. Joanna Williams, em seu texto publicado nesta edição da Revista Oeste, relatou o caso de uma estudante de direito do Reino Unido que corre o risco de ser expulsa da universidade por ter dito, em um seminário de estudos de gênero, que mulheres têm vagina. “As universidades estão menos preocupadas com o ensino superior e mais com a doutrinação dos alunos na ideologia progressista”, escreveu Williams.

Caio Perozzo, especialista em linguagem e professor de literatura do Instituto Borborema, associação cultural sediada em Campina Grande (PB), acredita que as coisas chegaram a esse ponto devido a uma “crise da inteligência”. De acordo com ele, a linguagem foi submetida à ideologia e ao relativismo, que esvaziaram da fala e da escrita o propósito de descrição da realidade como ela é. “Há pessoas que percebem algo, mas se recusam a utilizar o termo adequado para representar aquilo porque viola um conjunto verbal e ideológico que ela já tem. A ideologia deixa sua inteligência deficiente”, observou o acadêmico.

Empresas
Além da educação, a linguagem neutra contaminou a iniciativa privada. A rede de fast-food Burger King fez uma postagem no Twitter em alusão ao Dia Internacional da Luta contra a Homofobia e a Transfobia (17 de maio): “Bandeiras de Todes”. No post, a empresa mostrou coroas e imagens que representam diversas orientações sexuais. Depois de receber críticas, a companhia tirou a publicação do ar. Contudo, emitiu uma nota, que dizia: “Acreditamos que todas as pessoas são bem-vindas e fazemos questão de reforçar a necessidade e a importância de assuntos como esse para a sociedade. Consideramos e absorvemos todas as manifestações e agradecemos por elas. Quanto mais conhecemos e discutimos, mais aprendemos e mais informados estamos para lutar contra a LGBTfobia”.

Na mesma linha do Burger King, o aplicativo iFood decidiu “cancelar” nomes considerados preconceituosos. O novo termo de uso da plataforma vetou pratos clássicos de restaurantes, como “batatas ao murro”, considerado violento e machista. O mesmo ocorreu com “punheta de bacalhau”, iguaria tradicional portuguesa, por ser fálica demais. Os chefs reclamaram, sem sucesso. Observa-se com os casos descritos que o objetivo declarado de grupos como o que promove a linguagem neutra é um só: purificar radicalmente o discurso de qualquer palavra que possa ofender a alguém. Quando se abre a possibilidade de qualquer um reinventar o idioma, reescrever obras artísticas e policiar a cultura a pretexto de defender os direitos das minorias, entra-se num terreno perigoso.

No livro 1984, escrito pelo jornalista inglês George Orwell, o protagonista Winston Smith trabalha no Ministério da Verdade. Contudo, sua função é adulterar registros históricos com a finalidade de moldar o passado à luz dos interesses de um presente tirânico que se impõe com a ajuda da chamada Polícia das Ideias. A entidade decide o que você deve pensar, escrever, falar e até como agir. Orwell descreve o drama dos personagens, que envolve a opressão física e, sobretudo, a mental. No desenrolar da história, é possível identificar uma das estratégias do Estado totalitário representado na obra: a mudança na linguagem mediante a manipulação do significado das palavras. Qualquer semelhança não pode ser interpretada como mera coincidência.

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 Revista Oeste - Cristyan Costa