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segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

A Facada continua- Alexandre Garcia

Efeitos da facada
E o presidente
 Bolsonaro está no Vila Nova Star. Ele sentiu problemas intestinais, uma obstrução ou semi-obstrução. Foi internado às pressas, às 3 da madrugada de segunda. Deve ter ido de helicóptero ao Aeroporto de Navegantes, e de lá, com um avião presidencial, para São Paulo. O doutor Luiz Antonio Macedo, que fez as outras cirurgias nele, disse que - mais uma vez, todo mundo sabe que a clínica é soberana - não vai ser tomografia nem PCR que apura infecção, ou hemograma.  


Vai ser a clínica, o exame clínico que vai decidir se vai ter uma cirurgia ou não.
Minha mulher é cirurgiã e ela me disse que ele deve estar com muita aderência na cavidade intestinal por causa dessas constantes cirurgias
motivadas pela facada.
Um médico amigo dela, que é cirurgião geral, disse que ele não pode ficar comendo coisa que provoca fermentação ou gases, que é problema. Como esse pastel em qualquer lugar, pizza, refrigerante. Não pode, tem que parar com isso. Porque o intestino dele está delicado depois da facada. Eu fico pensando naquela decisão, naquela tese do ministro Alexandre de Moraes sobre o flagrante continuado do deputado Daniel Silveira - ele botou algo na internet, e enquanto estiver girando na internet é flagrante, por isso foi preso em casa às 23h, o que a Constituição proíbe, assim como proíbe prender deputado. Deputado é civil e criminalmente inimputável pelas suas palavras. Quaisquer palavras, diz a Constituição.

O Adélio Bispo, que deu a facada, continua a facada. Continuam as consequências da facada
O Adélio Bispo e o mandante dele, se é que existe; mas quem o estimulou, esse existe. Quem autorizou a entrada dele na Câmara, fictícia, para formar um álibi. Mas registrou como se estivesse presente na Câmara. 
Se ele não tivesse sido pego em Juiz de Fora, ele teria esse álibi. 
E foi o gabinete de algum deputado que autorizou. Será que não se descobriu isso até hoje? Será que não fica um mínimo registro? 
Fica registro de tudo… enfim, tudo isso faz a gente lembrar desse flagrante continuado. A facada continua.

Navios em dificuldades
Três navios que estavam com todo mundo vacinado, todo mundo feito teste na costa brasileira, cheios de brasileiros, já estão nos portos. Muita gente reclamando porque famílias foram separadas. Sai o pai, ficam os filhos, isolados no navio.
E a Anvisa agora diz que não pode ter cruzeiro; nesse momento, não. Eu não sei se a Anvisa vai dizer alguma coisa sobre o carnaval. Porque a Bahia não vai ter carnaval; mas em Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, está todo mundo, os governantes e prefeitos, animados para o carnaval.

Por falar em carnaval, um navio com esse nome, Carnival Freedom, teve esse problema, num cruzeiro no Caribe. Saiu de Miami no Natal - era para passar por Aruba, por Bonaire, e nenhum porto recebeu. Porque teve um surto de Covid-19 à bordo. Ninguém diz quantos. Voltou para Miami e está todo mundo reclamando, pelo que vi em um jornal de lá. Os tripulantes reclamando do tratamento e dizendo que cumpriram todas as exigências de declaração de vacina, de exame prévio, etc.

Vacinas e consequências
Eu duvido que o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não tenha sido vacinado na vacinação completa. Mas ele está com Covid-19. Ele está de plantão, o ministro Humberto Martins, porque o tribunal está em recesso. Ele é um dos 33 juízes do STJ. Está fazendo plantão em casa, diz a nota do tribunal. Ele testou positivo para Covid-19 e está "devidamente medicado". É assim que diz a nota. Fico curiosíssimo. Ele é pessoa pública, bem que poderia dizer: medicado com o quê? Está passando muito bem.

Já não sei como está o apresentador da TV Alterosa, que estava apresentando ontem de manhã ao vivo, o Rafael Silva, e caiu. Teve cinco paradas cardíacas. De uma hora para outra. Assim como a campeã brasileira de muay thai, 32 aninhos. Estava em casa, descansando em Santa Catarina, a Monique Piske, e morreu. Assim, de repente. É o que eu digo: a Anvisa, o Ministério da Saúde, estão precisando dar uma satisfação para a população brasileira desses casos que todo mundo fica sabendo. Tem que deixar essas coisas muito claras.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

domingo, 2 de janeiro de 2022

TROCAR AS FRALDAS DO TEMPO - Percival Puggina

É comum representar-se a virada da folhinha com o desenho de um bebê que chega para suceder o ancião que se retira. Sai o ano velho e entra o ano novo. O ano velho sai trôpego e fatigado; o novo chega enrolado em fraldas.

O tempo é convenção e relatividade. Meia hora na cadeira do dentista dura bem mais do que meia hora numa roda de amigos. Na infância, é uma eternidade o tempo decorrido entre natais. Minha mãe, porém, tão logo terminava um ano, começava a se preocupar com o Natal vindouro “porque, meu filho, logo, logo é Natal outra vez”.

A vida familiar e a vida social se fazem, entre outras coisas, do cotidiano encontro da maturidade com a juventude. Imagine-se um mundo onde só haja jovens; ou onde, pelo reverso, só existam anciãos. Imagine-se, por fim, a permanente perplexidade em que viveríamos se a virada da folhinha nos trouxesse, com efeito, um tempo novo, flamante, que nos enrolasse nas fraldas da incontinência urinária, com tudo para aprender.

Felizmente não é assim, nem deve ser visto assim. O importante, em cada recomeço, é ali estarmos com a experiência que o passado legou. Aprender da própria vida, aprender da história e, principalmente, aprender da eternidade.

Quem aprende da eternidade aprende para a eternidade. Aprende lições que o tempo não desgasta nem consome, lições que não são superadas, lições para a felicidade e para o bem. 
Por isso, para os cristãos, a maior e melhor novidade de cada ano será sempre a Boa Nova, que infatigavelmente põe em marcha a História da Salvação, cumprindo o plano de amor do Pai. 
 
Bem sei o quanto é contraditório com a cultura contemporânea o que estou afirmando. E reconheço o quanto as pessoas se deixam cativar pela mensagem do hedonismo “revolucionário”, supostamente coletivista e igualitário. Mas é preciso deixar claro que tal mensagem transforma o mundo num grande seio onde, a cada novo ano, se retoma a fase oral e se trocam as fraldas da imaturidade.

A quantos lerem estas linhas desejo um 2022 de afetos vividos, saudades curadas, aconchego familiar, realizações, vitórias, saúde e paz.[agradecemos e retribuímos os desejos expressos e também os não expressos, aos quais juntamos os nossos.]

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

O governo tem que facilitar, e não complicar

Levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo em postos de combustíveis no Brasil inteiro encontrou uma diferença de quase R$ 3 no litro do álcool hidratado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo. Um posto do Rio Grande do Sul está vendendo o álcool a R$ 7,80 o litro. E, em São Paulo, o preço médio nem é o preço mais baixo - o preço médio é R$ 4,90. A maior parte das refinarias de álcool estão em São Paulo. Mas quase, praticamente R$ 3, porque esse é o preço médio em São Paulo. E está mais baixo em São Paulo por que?  
Consequência de uma medida provisória do governo autorizando a venda direta da refinaria para o posto. 
Não precisa fazer uma viagem até a distribuidora, para depois voltar para o posto. Pode vender para qualquer bandeira. Liberação é isso: o governo tem que abrir, facilitar, e não prender, amarrar, complicar para ficar tudo mais caro. Para fazer passeio por aí.
 
Na semana antes do Natal, o preço caiu muito, na maior parte dos estados. Em 19 estados o preço do litro do álcool caiu. Em Mato Grosso, chegou a cair 15% - ao passo que, no Rio Grande do Sul, esse preço em média é R$ 7, enquanto a média em São Paulo é R$ 4,90. Só para a gente registrar, comparar, na hora de abastecer. Tem muita gente, eu já ouvi muito motorista se queixar de que está vindo pela BR-101, por Santa Catarina, indo em direção ao Rio Grande do Sul, e abastece antes de entrar na divisa do Rio Grande do Sul.  
Porque no Rio Grande do Sul o imposto estadual é mais alto do que em Santa Catarina, e o preço do combustível fica mais caro, qualquer combustível.


Chuvas e inundações

Bahia sofrendo com chuvas, e também Minas Gerais, outros estados. Muita chuva neste verão. 
E o presidente Bolsonaro assinou uma medida provisória criando um crédito extraordinário de R$ 200 milhões para refazer estradas destruídas pelas chuvas, pelas inundações 
R$ 80 milhões para estradas baianas. 
Mas também vai para estradas do Pará, de São Paulo, de Minas Gerais e do Amazonas. Há mais de 20 mortos e mais de 30 mil desabrigados só na Bahia. É uma grande tragédia numa época em que a gente costuma festejar o Natal e o fim de ano.


A vitória de Alex

Quem está festejando também é o jogador que começou no Grêmio, o Alex dos Santos Gonçalves, que estava enrolado na Indonésia, não podia sair, estava sem o passaporte.                                                          E o governo brasileiro entrou nessa dando apoio diplomático e jurídico ao atleta. E o clube em que ele jogava, unilateralmente, violou o contrato reduzindo o salário dele em 75%. Aí ele se queixou para a FIFA, e a FIFA puniu o clube e mandou o clube pagar as diferenças.                                  O clube ficou furioso e retaliou, dando uma queixa na polícia, dizendo que ele já estava com o visto de trabalho vencido na Indonésia, por isso estava em situação irregular e a situação ficou difícil para ele voltar para o Brasil em festas de fim de ano, para se reunir com a família.

O governo brasileiro entrou nessa, conseguiu a liberação dele também, e ontem eu vi um tweet do presidente Bolsonaro e do ministro de Relações Exteriores, o ministro França, anunciando que ele havia passado na alfândega, na migração em Jacarta. Estava em um voo da Emirates para Dubai, ia fazer escala em Dubai, de lá iria para São Paulo, e de São Paulo ia voltar para Porto Alegre onde ele começou a carreira esportiva.

 Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

QUE O NATAL CONSOLE O ARREPENDIMENTO, DECEPÇÃO E DOR... Adriano Marreiros

Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim'

Evangelho de São Lucas

Abra o tal do Google no Natal e constate que, após um monte de presepadas em datas inexpressivas, não haverá um presépio na principal data da humanidade..Não é à toa.  Não é esquecimento.  É método! Hoje, em público, só é permitido pregar a nova religião secular com seus dogmas canhestros e politicamente corretos.  
Cristianismo: só dentro de templos e com as restrições impostas pelos senhores do mundo...


Este foi um ano triste. Um ano de dor: pessoal e cívica. Um ano de perdas.
Chorei perdas na minha casa.
Chorei perda de liberdades.
Chorei perdas de ilusões...

Vão-se as pombas do pombal de Raimundo Correia e, como os sonhos do poeta, as ilusões também não voltarão ao coração

Perdi ilusões com pessoas: com CPF e com CNPJ.

Tive arrependimentos que jamais imaginei que teria.  Preocupante.

Fiquei pasmo com convicções repentinas, insuspeitas – mas hoje tão convenientes – de pessoas que, em décadas jamais falaram daquilo.  Decepcionante...

Vi as pedras de tantas cláusulas constitucionais virarem areia por meio de malabarismos e magia circense, com escalafobéticas palavras mágicas: “não retrocesso”, “constituição viva”, “nenhum direito é absoluto (exceto se for de alguém da ideologia).  Aberrante...

“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, depois que fura, aí prossegue de furadeira elétrica sem nem tentar disfarçar o barulho que serve, inclusive, para que as vozes de protesto não sejam ouvidas: e às vezes sejam caladas sem figuras de linguagem.  Silenciante... Vi a Sociedade sem pai nem mãe quando mais precisou, aliás, pior, transformados na madrasta, qual Cinderela sem sapatinho ou baile: a não ser que fosse fanque...  Chocante

Vi criminosos colocados nas ruas e a liberdade colocada em prisões...  Encarcerante...

Nesta semana quero tentar esquecer isso por uns dias.  Quero comemorar o Nascimento do Senhor e depois contar mais um ano a partir dele.  
Quero fazer isso em público enquanto for permitido, enquanto não inventarem que é ofensivo, enquanto não inventarem que as ruas são laicas num país em que ofender Cristo e o Cristianismo gera arquivamento e criticar certas pessoas é profanação punida com prisão e o fogo do inferno na Terra.  
Porque quando não for mais permitido, buscarei fazê-lo assim mesmo: que Daniel me inspire!!!

Feliz Natal: enquanto deixarem que ele seja feliz.  Quando não deixarem, seremos felizes, assim mesmo, em razão do advento do Salvador!!!

Se algumas pessoas se afastarem de você,

não fique triste!

Isso é a resposta da oração:

“Livrai-me de todo o mal, Amém!”

Caio Fernando Abreu

 Crux Sacra Sit Mihi Lux / Non Draco Sit Mihi Dux 
Vade Retro Satana / Nunquam Suade Mihi Vana 
Sunt Mala Quae Libas / Ipse Venena Bibas

(Oração de São Bento cuja proteção eu suplico)

 

Tribuna Diária -  Adriano Alves-Marreiros

Que também é um homem de pouca fé, mas está buscando crer apesar de tudo...


segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

QUANDO AINDA NÃO NOS HAVIAM ENLOUQUECIDO - Percival Puggina

Estrela brasileira, no céu azul, iluminando de norte a sul,

mensagens de amor e paz, nasceu Jesus, chegou o Natal,

Papai Noel voando a jato pelo céu,

Trazendo um Natal de felicidade, e um ano novo cheio de prosperidade.

Varig, Varig, Varig

Não é preciso ter cabelos brancos para lembrar um dos mais notáveis jingles brasileiros, o famoso comercial com que a Varig marcava os fins de ano ao longo do século passado. Bastava entrar na telinha das TVs a frase cantada “Estrela brasileira” para adultos e crianças entrarem juntos na canção de Caetano Zamma.

Era um primor. Tão simples quanto marcante. Num tempo em que os comerciais terminam e a gente fica se perguntando – “Era de quem, mesmo, esse anúncio?”, o da Varig transcorria inteiro com todos sabendo de quem era, cantarolando junto e lá no final, vinha a assinatura em três notas musicais, cada uma repetida, rapidamente, três vezes: dó, ré, mi bemol. Por vezes, nem o nome da empresa era cantado. Não precisava.

Os mais idosos, que o assistiram ao longo das décadas, dificilmente deixarão de se emocionar ao recordá-lo. Aqui na minha volta, ao menos, não escapou ninguém. As lágrimas me rolaram mais intensas, porém, ao perceber que nesse meio tempo não perdemos apenas a Varig. Ficaram pelo caminho tantas virtudes e tão estimados bens de alma nacional de cuja perda essa canção dá testemunho e lamenta, com letra e música!

O jingle ia ao ar, era saudado pela leveza e beleza e lembrava que o Natal marcava universalmente o nascimento de Jesus. Durante o dia 25 de dezembro, paravam as fábricas; brilhavam mais as luzes e as ruas; na guerra, sustavam-se as batalhas, silenciavam-se os canhões e confraternizavam beligerantes trincheiras.

É assim por ser Natal! Não é por “Boas Festas”! E é Natal porque nasceu Jesus! Ou é isso ou é um dia qualquer!

O diabólico “politicamente correto” enlouqueceu o Ocidente. O formidável furto do Natal é um dos maiores golpes do século! De repente, fomos convencidos de que o presépio exposto ao público é uma ofensa aos olhos de quem tem outra cultura. 
Comprou-se por dois vinténs de suposto “avanço civilizacional” a ideia de não ser adequado festejar o Natal cristãmente numa sociedade multicultural.  
Para que acabemos sem cultura alguma e sem qualquer tradição, isso nos veio imposto, lenta e subliminarmente, contra a tradição e a cultura da imensa maioria da sociedade brasileira.

Enlouqueceram-nos! Em estado normal, a mente humana não aceita essa empulhação, não vai para o brete onde aquilo que realmente a humaniza é dilacerado, trinchado até que se torne irreconhecível.

Aos que, usando seus poderosos meios de comunicação e podendo resistir se omitem e submetem, uso a frase da garota Greta: “How dare you!” (Como vocês se atrevem!”).

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Ação de Graças - Rodrigo Constantino

Monstagem sobre a gravura <i>Pelgrims Holding Bibles</i> / Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Montagem sobre a gravura Pelgrims Holding Bibles / Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

O que poucos sabem, porém, é que as primeiras colônias fracassaram. E não foi apenas por fatores relacionados à sorte. Uma das primeiras colônias a instalar-se na América do Norte foi a Plymouth Colony, estabelecida onde hoje é o Estado de Massachussets, nos anos de 1620. Numa experiência inédita até então, um contrato coletivo estabelecia um sistema no qual as propriedades seriam todas comuns. Trocando em miúdos, os Estados Unidos começaram como um experimento socialista.

Toda a produção deveria ser entregue para armazenamento comunitário, do qual cada indivíduo receberia uma fração igual, não importando com quanto contribuísse. Esse coletivismo levou rapidamente a economia da colônia ao caos. Em 1623, apenas dois anos após a chegada dos primeiros pilgrims, a fome já era a regra. William Bradford, que viria a ser governador da província algumas vezes, assim descreveu aquele triste momento da história americana em seu famoso diário: “Aquela experiência durou alguns anos… E bem evidencia a vilania deste conceito de Platão e outros patriarcas antigos, aplaudido por muitos ultimamente, segundo o qual se acabarmos com a propriedade, em prol da riqueza comum, isto fará a comunidade feliz e próspera… Para esta nossa comunidade (até onde aquilo poderia ser chamado de comunidade), o experimento causou muita confusão e descontentamento. Os homens… lamentavam ter de gastar seu tempo e esforços trabalhando para as mulheres e as crianças de outros homens, sem que obtivessem qualquer recompensa…

O liberal João Luiz Mauad assim explica a reviravolta que ocorreu: “Encurralada pelas terríveis circunstâncias, a liderança dos colonos resolveu abolir a estrutura socialista, que engessava qualquer possibilidade de progresso, transferindo para cada família uma parcela das terras, e permitindo o usufruto de tudo quanto seu trabalho produzisse. A eliminação da propriedade comunal em favor da propriedade privada logo mudou o panorama. Os colonos rapidamente começaram a produzir muito mais do que eles mesmos poderiam consumir”.

Não tardou para que o comércio também florescesse e os excedentes da produção fossem trocados com os índios, que lhes entregavam carnes de caça e peles, estas últimas exportadas com largas margens de lucro para a nobreza europeia. “Esta decisão foi um grande sucesso, pois tornou todas as mãos diligentes e industriosas”, escreveria Bradford pouco tempo depois. Mauad apresenta a razão para esse sucesso:  “Uma das virtudes da propriedade privada é justamente estabelecer a conexão entre esforços e ganhos, custos e benefícios, criando incentivos para que as pessoas produzam conforme as suas necessidades e ambições. Porém, o direito de propriedade é também, e acima de tudo, a melhor arma contra a barbárie, a garantia de que o pão obtido com o suor do próprio rosto não será tomado de ninguém arbitrariamente.”

“O capitalismo de livre mercado, baseado na propriedade privada e troca pacífica, é a fonte da civilização e do progresso humano”, sintetiza Thomas DiLorenzo, autor de How Capitalism Saved America, livro em que resgata a transição redentora do socialismo ao capitalismo nas primeiras colônias.

Esse modelo cria um claro incentivo ao ato conhecido como “free ride”, ou seja, pegar carona no esforço alheio

Os primeiros colonos chegaram a Jamestown no ano de 1607 e encontraram um solo incrivelmente fértil, além de muitos frutos do mar e frutas. Entretanto, dentro de seis meses, 66 dos 104 colonos que vieram estavam mortos, a maioria por causa da fome. Dois anos depois, a Virgínia Company mandou mais 500 “recrutas” para se estabelecerem em Virgínia, e, dentro de seis meses, 440 tinham morrido de fome ou doenças.

DiLorenzo argumenta que a ausência de direitos de propriedade destruiu completamente a ética de trabalho desses colonos. Afinal, não existiam incentivos para o trabalho, já que a recompensa pela produtividade não era do próprio trabalhador, mas de “todos”. Esse modelo cria um claro incentivo ao ato conhecido como “free ride”, ou seja, pegar carona no esforço alheio.

Em 1611, o governo britânico enviou Sir Thomas Dale para servir como high marshalna colônia de Virgínia. Dale notou que, apesar de a maioria dos colonos ter morrido de fome, os sobreviventes gastavam boa parte do tempo em jogos. Dale logo identificou o problema: o sistema de propriedade comum. A propriedade privada logo foi adotada, e a colônia imediatamente começou a prosperar, inclusive praticando trocas voluntárias com os índios.

Os investidores no Mayflower chegaram em 1620 a Cape Cod, assumindo um grande risco financeiro, já que os investidores em Jamestown tinham perdido quase todo seu investimento. Ainda assim, eles cometeram o mesmo erro de seus antecessores, estabelecendo propriedade coletiva da terra. Cerca de metade dos 101 aventureiros que chegaram a Cape Cod estava morta em poucos meses. O principal investidor do Mayflower, o londrino Thomas Weston, chegou à colônia disfarçado para examinar a ruína do empreendimento. Mas os problemas logo seriam solucionados da mesma forma que ocorrera em Jamestown. A propriedade coletiva foi abandonada e, em 1650, as fazendas privadas já eram predominantes em New England.

Mas esses colonos, agora prósperos, estavam cada vez mais preocupados com outra ameaça: o governo britânico e sua tentativa de impor o mercantilismo nas colônias. A Declaração de Independência Americana condenava a tirania da Coroa Britânica, assim como sua postura econômica em relação às colônias americanas. A Declaração menciona diretamente o fato de o governo britânico cortar o comércio das colônias com as outras partes do mundo, e o rei foi acusado de criar impostos sem consentimento dos colonos. Nesse sentido, a Revolução Americana foi contra o mercantilismo, e a favor do capitalismo.

Uma das primeiras leis mercantilistas impostas aos colonos foi o Molasses Act, de 1733, que criou uma elevada tarifa para a importação de melaço. Uma série de leis conhecidas como Navigation Acts representou mais um grande passo em direção ao mercantilismo imposto na América. Essas leis foram importantes como causa da Revolução, segundo DiLorenzo.  O grau de imposição mercantilista nas colônias aumentou consideravelmente após o término da Guerra dos Sete Anos, em 1763. Apesar da vitória britânica contra a França, a Inglaterra estava com um enorme déficit e um império gigantesco cada vez mais caro de manter. Uma série de novas medidas para aumentar impostos foi adotada para subsidiar o Império. Em 1764, o governo britânico criou o Sugar Act, que aumentou impostos para a importação de açúcar. Em 1765, o Stamp Act criou a obrigação do uso de selos do governo para todas as transações com papel nas colônias. Em 1767, os Townshend Acts impuseram várias tarifas novas de importação de produtos ingleses.

Em 1773, novas tentativas de aumento de impostos ocorreram. Dessa vez, o Tea Act iria impor tarifas maiores para a importação de chá. Os comerciantes americanos, temendo a ruína econômica com esse ato, se uniram e orquestraram a famosa Boston Tea Party, onde colonos vestidos de índios jogaram toneladas de chá no mar. A Revolução Americana pode ser vista, então, como uma luta contra o mercantilismo, em defesa dos principais pilares do capitalismo de livre mercado, que tinham permitido a prosperidade das colônias.

Nesse feriado de Ação de Graças, muitos vão festejar sem a devida compreensão do que ele representa, especialmente numa época em que a esquerda promove enorme desinformação sobre o passado e o legado da nação. O economista Don Boudreaux resume bem: “Seremos como perus se não conseguirmos compreender a verdadeira fonte de nossa prosperidade. Essa fonte não é a terra em si — não é a sorte —, não é Deus, inexplicavelmente, sorrindo para os europeus que ocuparam o norte do continente americano: é a consistente e generalizada confiança dos mercados na propriedade privada”.

Leia também “A cidadania corre perigo”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste


domingo, 21 de novembro de 2021

O fim da segunda onda - Revista Oeste

Fábio Matos/Paula Leal 

De volta à vida

Com números em queda, a pandemia perde força e os brasileiros, enfim, voltam ao normal

 Boa parte dos brasileiros duvidou que a realidade tétrica enfrentada pela então desconhecida cidade chinesa de Wuhan chegaria aqui.  
Ruas desertas, rostos cobertos por máscaras faciais, médicos vestindo roupas de astronauta, comércio de portas fechadas, bares e restaurantes lacrados. O cenário apocalíptico parecia distante do Ocidente
No entanto, com a negligência da China e a conivência da Organização Mundial da Saúde em admitir a gravidade do Sars-Cov-2 quando os primeiros casos começaram a brotar, não demorou muito para a doença se espalhar pelos quatro cantos do planeta. 
Cada país escreveu sua própria história no enfrentamento da maior pandemia do século. No Brasil, o primeiro caso de covid-19 foi registrado em 26 de fevereiro de 2020. 
A primeira morte, em 17 de março. De uma hora para outra, o medo paralisou as pessoas, modificou rotinas, rompeu vínculos. Entramos em modo “pandêmico”.
Jogo do Brasileirão entre São Paulo e Flamengo, no Morumbi, em 14 de novembro de 2021 | Fotos: Paulo Pinto/saopaulofc.net
Jogo do Brasileirão entre São Paulo e Flamengo, no Morumbi, em 14 de novembro de 2021 | Fotos: Paulo Pinto/saopaulofc.net

Entre erros e acertos, os brasileiros viveram uma montanha-russa de emoções, agravada pela imposição de medidas autoritárias de políticos e gestores que desafiaram a lógica e a ciência. Chegamos a ser o epicentro do coronavírus no mundo. Mas não há mal que sempre dure. Depois de mais de 600 dias de angústia, a queda constante no número de casos e mortes por covid e o som pulsante das ruas dão sinais de mais uma vitória. Aos poucos, a vida retorna ao normal.

Há cerca de um ano, a pandemia deu uma trégua. Depois de um primeiro surto, o Brasil atravessou um período de aparente calmaria, com declínio de casos e de mortes pela doença. Parecia que tudo estava sob controle. Então os números dispararam e o país enfrentou uma crise sanitária ainda pior do que a primeira. O panorama, contudo, era outro. A vacinação ainda engatinhava quando o Brasil deparou com a P.1 (Gama) — uma variante do coronavírus que surgiu em Manaus e causou uma catástrofe, provocando colapso no sistema de saúde em várias cidades. A cepa é altamente transmissível e muito agressiva. Para ter ideia, ainda no mês de abril o Brasil ultrapassou o ano inteiro de 2020 no número total de mortes em razão do coronavírus.

Quando o país se recuperava do baque, aterrissou por aqui a Deltavariante originária da Índia —, responsável por uma avalanche de novos casos em países da Europa, Ásia e também nos Estados Unidos. Apesar de muito contagiosa, a Delta, comparativamente, é menos letal, e, no Brasil, não provocou uma piora nas contaminações, internações e mortes. Os números, ao contrário, não param de cair. Para o clínico geral Roberto Zeballos, doutor em imunologia, a P.1 pode ter oferecido um bloqueio biológico à Delta. “A cepa Gama fez um estrago, mas imunizou muita gente. Isso é algo que não ocorreu na Europa”, diz Zeballos. Ele ressalta que a imunidade natural da doença é mais longa e duradoura do que a oferecida pelas vacinas. “Enfrentamos dois surtos fortes e isso tem um ganho”, disse. “Toda vez que um paciente vence a doença, ele se imuniza. Quanto mais pessoas imunizadas, maiores as chances de alcançar a imunidade coletiva.” 

A circulação explosiva da variante Gama no início do ano, que resultou em um alto número de imunizados pela doença, somada ao avanço da vacinação ajudam a explicar por que a cepa Delta está se comportando de forma diferente no país. Nesta semana, o Brasil registrou cerca de 130 milhões de pessoas com o ciclo de vacinação completo o que corresponde a pouco mais de 60% da população brasileira — e já superou os Estados Unidos na proporção de pessoas totalmente vacinadas
A taxa de transmissão do coronavírus está no menor patamar desde abril de 2020. No Rio de Janeiro, o hospital de referência no tratamento da covid-19 deu alta ao último paciente internado com a doença — é a primeira vez desde o início da pandemia que a unidade não registra pessoas com covid. Algumas cidades já decretaram o fim da exigência do uso de máscaras. 
 
Doze Estados brasileiros não tiveram mortes relacionadas à covid-19 desde o último domingo, 14. Desde abril de 2020, a covid-19 era a principal causa de mortes no Brasil. Já não é mais.  
A doença foi superada por AVC (acidentes vasculares cerebrais), infartos e doenças cardíacas, segundo dados da Associação de Registradores de Pessoas Naturais referentes ao período de 16 a 31 de outubro. 
A média móvel para sete dias de óbitos, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 246. É o 15º dia seguido que o número fica abaixo de 300.

Novo fôlego para a economia
Se a ciência revela que a covid-19 caminha para ser controlada no país, o dia a dia cada vez mais próximo do normal é um dado da realidade perceptível a quem circula pelas cidades brasileiras. O movimento intenso em bares e restaurantes, a retomada das viagens, a reabertura de salas de cinema, teatros e casas de espetáculo e os preparativos para grandes eventos como o Réveillon e o Carnaval descortinam uma nova atmosfera — muito mais próxima daquela em que vivíamos antes de março de 2020. 

Os voos domésticos do país recuperaram cerca de 80% dos passageiros

Com a flexibilização das medidas restritivas, o setor de shopping centers registrou um crescimento expressivo nas vendas em outubro. Pela primeira vez em um ano e meio, as maiores operadoras de shoppings do Brasil venderam mais do que antes do início da pandemia. No mês passado, Multiplan e Iguatemi registraram altas de 10% e 15%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2019. E as perspectivas para o período de festas de fim de ano são animadoras. “Há uma expectativa mais positiva de vendas, com base nas últimas datas especiais do varejo, em que tivemos números acima do esperado”, afirma o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping, Luis Augusto Ildefonso. “Isso deve trazer um Natal muito melhor do que o do ano passado, porque naquela época estava tudo fechado, com circulação pequena de pessoas.”

A crise provocada pelas restrições começa a ser superada também pelo setor de turismo. Segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, 36% das agências de viagem já alcançaram, em setembro deste ano, pelo menos 75% do rendimento obtido no mesmo período de 2019. Os voos domésticos do país recuperaram cerca de 80% dos passageiros em relação aos números de antes da pandemia. Os cruzeiros, por exemplo, estarão de volta, gerando 35 mil empregos e R$ 2,5 bilhões em receitas, segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos. 

Sem limitações, os bares e restaurantes voltaram a todo vapor. Estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) projetam um crescimento de até 3% neste segundo semestre, com a recuperação de 600 mil de mais de 1,3 milhão de postos de trabalho perdidos desde o ano passado. “Existe um cenário de confiança na retomada. Com os números da pandemia melhorando dia a dia e a vacinação avançando, há a volta da confiança do consumidor. Isso faz toda a diferença”, conta José Eduardo Camargo, líder de Inteligência e Conteúdo da Abrasel. 

Durante os quase dois anos de pandemia, o circuito de shows e eventos foi duramente afetado. Em São Paulo, a partir deste mês, já não há mais restrições para a lotação de público em casas de shows e são permitidos espetáculos ao vivo com as pessoas em pé. Nas grandes capitais, já há preparativos para as festas de Réveillon e Carnaval. A maior festa popular do país deve atrair 15 milhões de pessoas às ruas de São Paulo — até agora, mais de 860 blocos carnavalescos se inscreveram para desfilar entre janeiro (no “pré-Carnaval”) e março do ano que vem. No Rio, há mais de 600 inscritos. Os organizadores do “maior Carnaval do mundo” projetam um investimento de mais de R$ 45 milhões, entre dinheiro público e privado. Outro sinal emblemático de que, aos poucos, a covid-19 vai ficando para trás é a volta do público aos estádios de futebol. Em São Paulo, 100% da capacidade está liberada. Cada Estado tem autonomia para definir critérios de reabertura: além de São Paulo, a lotação máxima já é permitida em capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Goiânia. 
A pandemia também comprometeu a educação de milhares de jovens que ficaram à deriva durante o isolamento. A duras penas — e muito tardiamente —, as escolas voltaram ao ensino presencial depois de meses fechadas.

Quarta onda na Europa e o dilema das vacinas

Mesmo diante das perspectivas animadoras de retomada, a pandemia ainda exige cautela. “O Brasil atravessou a segunda onda e ruma para o fim do ciclo pandêmico, exceto se surgir alguma nova variante atípica”, afirma o infectologista Francisco Cardoso. Estamos bem distantes do quadro devastador registrado em abril, quando o Brasil chegou a perder mais de 4 mil vidas para a covid-19 em 24 horas. Ao longo dos meses, os médicos aprenderam que a doença tem controle e tratamento, ainda mais quando feitos precocemente, como qualquer outra enfermidade cuidada pela medicina. 
 
No entanto, se vivemos uma onda de otimismo, não se pode dizer o mesmo da Europa que voltou a ser o epicentro da covid-19. A situação do Velho Continente acende uma luz amarela e mostra que o vírus continua entre nós.  
A explosão de casos em países europeus intriga especialistas e põe em xeque a eficácia da vacinação. A Alemanha, com quase 70% da população vacinada, bateu recorde de contaminações. A Holanda, com 73% de vacinados, vive um retrocesso com a volta de medidas restritivas e o aumento no número de mortos pela doença neste mês. O que se observa depois de cerca de 7,5 bilhões de injeções aplicadas no mundo é que as vacinas não são 100% eficazes para evitar contaminações pelo coronavírus. Mesmo assim, estudos indicam que pessoas vacinadas têm menor risco de contrair a doença e, ainda que sejam diagnosticadas, têm menos chances de evoluir para casos graves e mortes. “Um problema que vivemos é a ilusão de que as pessoas vacinadas não têm mais covid”, explica Raissa Soares, médica de família. “Muitos pacientes vacinados com duas doses contraem a covid e só buscam ajuda na fase mais grave da doença, pois eles têm a falsa sensação de que estão protegidos. Só que aí o tratamento é mais difícil.” Além do dilema das vacinas, segundo o médico Roberto Zeballos, na Europa as pessoas ficaram confinadas por mais tempo e, com o relaxamento das medidas de restrição, passaram a ter maior contato com o vírus, o que pode justificar o aumento de casos. “Lá, os lockdowns foram mais rígidos, não teve muita exposição”, lembra. “No Brasil, não houve lockdown de fato, as pessoas ficaram mais expostas ao vírus e foram mais contaminadas.”

É bom lembrar que as vacinas desenvolvidas no ano passado foram baseadas na versão “original” do coronavírus, quando ainda não havia novas cepas em circulação. Quando o vírus sofre mutação, algumas variantes podem escapar à proteção vacinal. “Um definidor para 2022 é quanto a gente vai conseguir atualizar as vacinas disponíveis para efetivamente combater melhor as variantes que se formaram ao longo desse tempo”, disse o virologista Fernando Spilki, coordenador da rede Corona-ômica do Ministério da Ciência e Tecnologia, em entrevista recente ao jornal Valor Econômico. É bem provável que o novo coronavírus tenha vindo para ficar. Teremos de conviver com ele assim como vivemos com a influenza, o vírus da gripe. “Acredito que, a partir do próximo ano, a covid vai atingir o nível endêmico e se tornar uma doença como qualquer outra. Não vai haver mais elementos para manter o status de pandemia”, afirma Cardoso. Tomara. Enquanto a ciência continua buscando respostas para dúvidas que só serão respondidas com o tempo, o normal está de volta à vida dos brasileiros. 

Leia também “Mauro Ribeiro: ‘Estão tentando nos calar'”

Fábio Matos/Paula Leal  - Revista Oeste


sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Sistema Prisional - Vergonha Nacional

Penúltimo saidão do ano libera mais de 1,9 mil presos do DF

O último saidão está marcado para uma data próxima ao Natal. O benefício é concedido pela Vara de Execuções Penais (VEP), que faz parte de um calendário [bandido tem que ficar preso; puxar a condenação completa em reclusão - a VEP só cumpre as leis que, no Brasil, sempre favorecem os bandidos.]

No penúltimo saidão do ano, a Justiça do Distrito Federal liberou, na manhã desta sexta-feira (19/11), mais de 1,9 mil detentos do regime semiaberto. São presos do Complexo Penitenciário da Papuda, da Penitenciária Feminina do DF (PFDF) e do Centro de Progressão Penitenciária (CPP).

[qual o critério para o calendário da VEP? Natal só no final de dezembro, o saídão de agora é motivado por qual data? A Polícia Penal tem efetivo para fazer uma fiscalização efetiva? 
A Lei de Execução Penal permite até 35 dias - inclusive para reincidentes. ]

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape-DF), são, no total, 1.994 presos. Desses, 991 são do CPP; 913 do Centro de Internamento e Reeducação (CIR); dois do Centro de Detenção Provisória 2 (CDP 2); e dois das Penitenciárias do Distrito Federal (PDF 1 e 2).

Oitenta e duas mulheres, duas transexuais e dois homens lotados na PFDF também foram beneficiados com a saidão. Os detentos deverão se apresentar nas respectivas unidades prisionais na terça-feira (23/11), sujeitos à penalidades em casos de ausência. Com base no calendário da Vara de Execuções Penais (VEP), o último saidão está marcado para uma data próxima ao Natal.

Imagens e vídeos feitos pelo repórter fotográfico Ed Alves, do Correio Braziliense, mostraram o desembarque de detentos da Papuda na Rodoviária do Plano Piloto. A chegada foi supervisionada pelos policiais penais. Segundo a Seape-DF, os presos liberados serão fiscalizados nesse período pela Polícia Penal.

Cidades - Correio Braziliense


quarta-feira, 9 de junho de 2021

Doria - ex-governador das vacinas = A hipocrisia turbinada da esquerda

VOZES - Gazeta do Povo

Denunciar hipócritas. Essa talvez seja uma das principais missões do meu trabalho como comentarista desde que lancei meu best-seller Esquerda Caviar. Posso compreender que nada na vida, muito menos na política, será totalmente transparente. Não sou ingênuo a esse ponto
Mas deveria haver um limite para a cara de pau de quem vive de aparências falsas.

 Doria, segundo justificativa de assessores, estava , em momento de descanso com a esposa

O governador João Agripino Doria, por exemplo, ultrapassa e muito esse limite. [se trata do 'joãozinho', também conhecido como ex-governador das vacinas, alcunhado pelo presidente Bolsonaro de 'calcinha apertada' e, quando não está decretando lockdown para os outros cumprirem, viaja para Miami ou se hospeda em  hotéis de luxo.Basicamente tudo nele remete a uma personagem artificialmente criada para fins eleitorais. O homem é uma farsa, em suma. Assumiu o figurino de "bastião da ciência" e ninguém aguenta viver 24 horas por dia com máscara. Aí ele é flagrado em Miami sem o pedaço de pano e foge pela tangente.

LEIA TAMBÉM:  Movimento Médicos Pela Vida repudia desrespeito a médicas na CPI da Covid

Dessa vez não há como colocar a culpa em reuniões - entre Natal e Réveillon! Doria mantém as fases coloridas em São Paulo, impossibilitando trabalhadores de ganharem seu pão diário, mas achou adequado ir para um hotel de luxo no Rio se bronzear na piscina - sem máscara. Vitamina D para ele, prisão para os outros?

O governador alega que "não causou aglomerações". Fecha parcialmente o estado que administra e vai ao Rio pegar sol em hotel. Segue sendo um hipócrita. E o problema de se criar uma personagem de olho apenas em eleição é que cedo ou tarde a máscara vem abaixo. Aliás, eis sinônimos para máscara no dicionário: fachada, aparência, fingimento, falsidade, hipocrisia, disfarce, dissimulação. Sim, Doria é um político mascarado!

E por falar em máscaras... Doria disse que ligou para a Dra. Luana Araújo após a CPI e a convidou para o Comitê de Combate ao Covid de SP. 
Então é assim que ele escolhe seus especialistas? 
Por dizer o que ele quer ouvir? 
Não busca experiência, publicações relevantes, atendimento prático? 
É só lacrar que importa?

Se fosse para formar uma dupla musical, Agripino e a Leoa, tudo bem, ninguém tem nada com isso. Mas estamos falando de saúde pública, de vidas! Basta chamar, como faz o próprio Agripino, milhares de médicos de "terraplanistas" que é contratada?  

Qual a real experiência dessa senhora, que afastava a máscara o tempo todo no depoimento para ser flagrada pelas câmeras, e depois ficou deslumbrada com os novos seguidores? Eis o que ela dizia sobre máscaras antes:

Alexandre Garcia comentou sobre o assunto: "A CPI da Covid está em uma encruzilhada. Os senadores ainda não conseguiram nada e estão fazendo o maior fiasco. Teve até parlamentar dizendo que uma das médicas, que se revelou uma impostora, era um feixe de luz."

Guilherme Fiuza partiu para a ironia diante do descalabro. Em sua coluna, ele apontou para a tremenda hipocrisia dos que demonizavam a Copa América, mas aplaudem todos os outros jogos que acontecem no país. É tudo politicagem barata. Diz Fiuza: Renan Calheiros disse que a Copa América é o campeonato da morte. Alerta importante. Como já notou qualquer um que acompanha o noticiário nacional, hoje a principal referência científica no país é Renan Calheiros. Os brasileiros estavam perdidos em meio à pandemia até aparecer o oráculo das Alagoas para dar-lhes o norte (e o sul, o leste e o oeste). O que ele por ventura não saiba (o que é raríssimo) aquela médica-cantora que fez um sensacional dueto com ele na CPI explica em uma frase. Isso é o bom da ciência moderna: não tem muita conversa, é tudo pá-pum.

Estamos vendo um show macabro de canalhice em plena pandemia, com oportunistas explorando a doença para seus objetivos políticos. A turma "doriana" tem sido a mais oportunista nessa história toda. Os tucanos, em geral, são petistas envergonhados. Percival Puggina escreveu um texto afirmando que FHC é um petista enrustido, e constata: "FHC sempre viu Lula e o petismo como subprodutos de seu próprio projeto para o Brasil e para o continente. Há diferenças, por certo, entre ambos. A maior delas é de natureza psicológica. Lula gostaria de ter sido FHC e este gostaria de ter sido Lula."

Por falar em FHC... a Gazeta do Povo publicou uma reportagem do Gabriel de Arruda Castro sobre a montanha de dinheiro que o bilionário especulador George Soros doa para entidades brasileiras. Todas de esquerda, claro. Entre elas, o Instituto FHC. A Fundação Open Society, comandada pelo bilionário George Soros, distribuiu cerca de US$ 32 milhões a organizações brasileiras entre 2016 e 2019. O valor equivale a aproximadamente R$ 117 milhões.

O montante da Open Society aplicado no Brasil muito provavelmente é ainda maior, já que algumas das entidades internacionais financiadas pela Open Society atuam em diversos países ao mesmo tempo. Além disso, a organização distribui recursos diretamente a pesquisadores individuais. Esse montante não foi incluído no cálculo feito pela reportagem. Eis uma lista de beneficiados:
A legalização das drogas talvez seja o tema mais turbinado pela fortuna do bilionário.
Aos idiotas (ou dissimulados) que debocham de quem fala em globalismo, eis aí a prova viva do fenômeno. A esquerda radical é muito organizada e conta com financiamento centralizado. Tem método!
Enquanto isso, no fim de semana, o colunista da Folha questiona sobre a necessidade de existência do Exército. Helio Schwartsman, o mesmo que desejou a morte de Bolsonaro com argumentos "racionais" e "pragmáticos", alegou que o custo pode não compensar o benefício. [imagine: o jornalista citado declara de forma inequívoca desejar a morte do presidente Bolsonaro e nada acontece com ele - declaração publicada na imprensa = portanto, podendo ser lida por malucos do tipo do 'adélio''
já um ex-ministro de Estado,Weintraub, expressa em uma reunião reservada, seu desejo de que ministros do Supremo fossem presos; ser preso é uma  situação bem diferente de ser morto, ser assassinado. Mesmo sendo um mero desejo de prisão de uma autoridade, por pouco o ex-ministro não foi preso pelo 'crime', de atentar contra a democracia = quando não é crime, mas querem prender o cara, basta acusar atentado contra a democracia e o cara está ferrado - cabe tudo neste tipo de "atentado".]

O sujeito ainda publicou essa peça de estupidez no dia 6 de junho, aniversário do D-Day em 1944, quando as forças aliadas desembarcaram na Normandia para derrotar nazistas. Eram militares, não dementes disfarçados de jornalistas que ganham a vida escrevendo besteira. É mais fácil viver assim quando se tem a liberdade protegida por militares como acontece no Ocidente, não é mesmo?

A esquerda é basicamente isso: muita hipocrisia, uma visão puramente estética de mundo, onde as aparências importam muito mais do que os resultados concretos, e tudo isso turbinado por uma montanha de recursos de bilionários que fizeram suas fortunas no capitalismo. A esquerda é tão sincera e verdadeira quanto uma nota de três reais...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Justiça manda Natal retirar ivermectina de protocolo da Covid-19

Decisão atende a pedido do senador Jean Paul Prates (PT-RN)

A Justiça do Rio Grande do Norte determinou que a Prefeitura de Natal retirasse a ivermectina do protocolo de atendimento contra a Covid-19 na cidade.  Segundo a OMS, a ivermectina, que nada mais é que um vermífugo, não tem eficácia comprovada contra o novo coronavírus.


 Vermífugo não tem eficácia comprovada contra o novo coronavírus Vitamedic/Reprodução

A decisão foi proferida na tarde desta sexta-feira pelo juiz Cícero Martins de Macedo Filho, da 4ª Vara da Fazenda Pública.[será que o magistrado ouviu a ciência'? pelo rótulo do remédio se percebe que o produto é para uso adulto e pediátrico - sendo comum que remédios de uso pediátrico, apresentem menor grau de perigo.

A OMS apesar da pompa do nome, tem dado mancadas feias nos assuntos referentes à covid-19.]  

VEJA - Radar

 


 

 

sábado, 1 de maio de 2021

Manifestações pró-Bolsonaro marcam o Dia do Trabalho - Revista Oeste

Apoiadores do presidente da República pedem respeito às liberdades individuais e clamam pela aprovação do voto auditável

Manifestações pró-Bolsonaro marcam o Dia do Trabalho


Manifestantes favoráveis ao presidente Bolsonaro ocuparam a Avenida Paulista
Manifestantes favoráveis ao presidente Bolsonaro ocuparam a Avenida Paulista | Foto: Abraão Soares/Futura Press/Estadão Conteúdo

Apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, reuniram-se em diferentes capitais do país neste sábado, 1° de maio, para manifestações em favor das liberdades individuais e do voto auditável. Pela manhã, o protesto tomou as ruas de Natal, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Recife, entre outros Estados e municípios.

Em São Paulo, os manifestantes se concentram na Avenida Paulista, com bandeiras e faixas em apoio ao presidente. No Rio de Janeiro, a manifestação ocorre na orla de Copacabana. Em Brasília, o ato ocorre no gramado da Esplanada, com participação de integrantes e apoiadores do governo, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.

Leia também: “Bia Kicis vê com preocupação mudanças na Lei de Segurança Nacional”

Revista Oeste


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Arcebispo é acusado de LGBTfobia ao recusar conceder entrevista a repórter

Situação aconteceu no Espírito Santo, município do Rio Grande do Norte. Dom Jaime, arcebispo metropolitano de Natal, só aceitou gravar depoimento se estivesse sozinho. "Tô achando que estão me usando para me ridicularizar", disse

[ao que percebemos na leitura da matéria não ocorreu nada que possa ser considerado homofobia ou algo do tipo.
Eventual recusa do Arcebispo metropolitano em conceder a entrevista, antes ou durante, é um direito de qualquer entrevistado - se recusar a conceder entrevista ainda não é crime, ainda que por analogia.]
O arcebispo metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, se envolveu em uma polêmica na última segunda-feira (1º/2). Isso porque, depois de presidir uma celebração no Espírito Santo, cidade da região do agreste potiguar, ele se incomodou com o repórter e se recusou a dar entrevista para o canal que transmitia a cerimônia pelas redes sociais. “Tô achando que estão me usando para me ridicularizar”, disse Dom Jaime. 

Na ocasião, o arcebispo foi convidado pela paróquia local para presidir a missa de encerramento da novena que celebra a Festa de Nossa Senhora da Piedade, padroeira da região. Terminada a cerimônia, o comunicador Ricardo Sérgio pediu para que Dom Jaime o concedesse uma entrevista para que pudesse falar as impressões de estar participando da comemoração em prol da Virgem da Piedade.

Quando Ricardo iniciou a apresentação de Dom Vieira, contudo, o arcebispo logo se mostrou incomodado com a fala do rapaz e, ao ser questionado sobre a festa, o clérigo expressou descontentamento: “Eu não 'tô' gostando dessa entrevista não. 'Tô' achando que estão me usando para me ridicularizar, é?”, perguntou o arcebispo. Prontamente o comunicador respondeu “não”, e perguntou como o pároco gostaria que a declaração fosse conduzida. Dom Jaime, então, agradece e pede para que a entrevista seja encerrada. “Deixe está”, afirmou.

Ricardo, desconfortável, começa a retirar o microfone de lapela que estava na roupa do sacerdote. Neste momento, outro integrante da equipe que conduzia a transmissão conseguiu convencer o clérigo a, ao menos, transmitir uma mensagem aos devotos. O arcebispo, contudo, só concorda em falar se for sozinho. “A gente vive num mundo complexo”, justificou. 

O que diz a Arquidiocese de Natal
Em nota, a Arquidiocese Metropolitana de Natal destacou que a recusa “não foi nada demais”. “Dom Jaime gravou a mensagem sobre a festa da padroeira, que foi postado ontem mesmo, nas redes sociais da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade, em Espírito Santo”, enfatizou a Arquidiocese.Procurada, até a última atualização desta reportagem, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), não havia se pronunciado sobre o caso. 
 
MATÉRIA COMPLETA, Correio Braziliense
 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Plano São Paulo, fase Miami - Guilherme Fiuza

João Dória foi a Miami e voltou com a rapidez de um Zorro, o cavaleiro mascarado. Esses heróis de cara tapada são muito velozes. A reversão do Plano Miami só não foi mais rápida que a coletiva do Butantã para anunciar que não haveria coletiva.

[em que pese algumas alterações, a matéria permanece atualizada em sua essência. A vacina CoronaVac continua enrolada, agora é com a falta do IFA - tudo indica que mesmo o presidente Bolsonaro tendo entrado com atraso na corrida da vacina, a 'dele' -  Astra Zeneca -   vai passar na frente da do Doria, com maior número de imunizados, salvando vidas, o que é ótimo.]

Os dados da vacina chinesa previamente anunciados não existiam. Nesses casos é melhor mesmo cancelar a divulgação. Que fique claro: não ter o que divulgar não é problema nenhum para a equipe científica do Plano São Paulo. Todos são muito bem treinados no teatro amador e capazes de improvisar horas a fio sobre o nada. Mas nesse caso era melhor uma aparição curta, cirúrgica, apenas para recauchutar as expectativas e prometer que a novidade seria quente. Como se faz nas novelas – o próximo capítulo sempre será o melhor. Mesmo assim, a autoridade do Instituto aproveitou os holofotes para dizer que a sua vacina é a melhor de todas.

Em se tratando de ciência, desinibição é tudo.

Foi assim que o Plano São Paulo avançou para a fase Miami – e recuou em menos de 24 horas. Essa é a beleza da ciência: o monitoramento rigoroso da fenomenologia faz com que tudo possa mudar em questão de segundos. No caso, foi de um sofisticado equipamento chamado desconfiômetro que veio o alarme para a correção de rumo. Dória não tem desconfiômetro ninguém é perfeito – mas como as reações ao Plano Miami bateram no teto da Escala Richter, os androides que assessoram o governador importaram às pressas um desconfiômetro de Pequim e constataram o problema.

Quando João Dória aborta uma missão porque está pegando mal é sinal de que o problema é grande. Como todo mundo sabe, o governador de São Paulo é imune ao constrangimento. 
Nenhum imunizante na história da medicina conseguiu tanta eficácia quanto esse bloqueador de vergonha. 
E não vá achando que Dória perdeu essa imunidade. Ela continua 100% eficaz – ou seja, o paciente permanece sem qualquer vestígio de culpa, remorso ou embaraço no sangue. Mas se os sensores do desconfiômetro chinês indicaram que estava pegando muito mal, era melhor seguir a ciência e mudar a maquiagem.
 
O erro básico detectado estaria no fato de que o avanço do Plano São Paulo para a fase Miami não estava sendo bem compreendido. A população do estado brasileiro trancado pelo seu governador não entendeu por que ele se mandaria para um estado americano sem lockdown. O povo nunca entende nada. 
 
Mas a explicação é simples: Dória sabia que passar o Natal em liberdade era uma experiência arriscada, e se ofereceu sozinho como voluntário para a perigosa missão sob as palmeiras de Miami. É nessas horas que se reconhece um estadista. Na praia e sem máscara se reconhece qualquer um.

Dória se arriscou por seu povo. Agora cabe ao seu povo se arriscar por ele, saindo do trancamento totalitário e hipócrita. Como não haverá jatinho para todos, a fase Miami terá de ser aplicada no Brasil mesmo. Praia, palmeira e coqueiro não vão faltar. Mas sejam solidários e não se esqueçam de retribuir o confinamento ao confinador.

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES