Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador deputada. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador deputada. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 23 de março de 2023

O sonho de Lula e a conspiração do PCC para matar Sergio Moro - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Crime organizado

Ontem Brasília estava preocupada, depois que uma ação da Polícia Federal revelou que havia uma conspiração do PCC para matar o juiz da Lava Jato, Sergio Moro, que hoje é senador
Eu achei estranho, porque na Lava Jato não tinha ninguém do PCC. 
O PCC estava querendo vingança de alguma coisa contra Sergio Moro, e outras pessoas inclusive um promotor de São Paulo, que já está protegido pela polícia há dez anos, Lincoln Gakiya.
 
Interessante que isso acontece no dia seguinte ao dia em que Lula revelou para um grupo do Palácio do Planalto que o sonho dele é acabar ele usou um termo que eu não repetir acabar com Sergio Moro. E que ia viver para se vingar “daquela gente”, como ele disse. Então muita gente está fazendo ligação entre as coisas. 
Foi uma infelicidade de Lula ou uma catarse, ele tinha que desabafar aquilo para os visitantes... O fato é que isso gerou uma movimentação muito grande na Câmara e no Senado.
 
Ministros devem explicações
No Senado, Sergio Moro foi para a tribuna e lamentou a escalada de violência nesse país, não só no Rio Grande do Norte, as invasões de terra, coisas estranhas acontecendo. 
Já na Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça aprovou a convocação do ministro da Justiça, Flávio Dino, para explicar qual é a atuação do governo nas invasões do dia 8 de janeiro, nos ataques, que é praticamente guerrilha ou terrorismo, no Rio Grande do Norte, no Rio de Janeiro, a ida do ministro ao Complexo Maré, a censura, essas coisas todas.
 
E aproveitaram para convocar mais ministros, Marina Silva, para explicar o desmatamento na Amazônia, porque ela não defendeu a Amazônia lá com o americano; o ministro da Educação, Camilo Santana, para explicar por que estão fechando escolas cívico militares que tanto ensinam disciplina e evitam droga nas escolas
- e o ministro da Agricultura para explicar essa escalada de invasões de terra. 
Não foi um bom dia pro governo, ainda mais com as notícias de queda na bolsa, de aumento de preços por toda parte. 
Bom lembrar que a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara tem por presidente a deputada Bia Kicis, que é da turma de Bolsonaro.
 
Pressão contra CPI
Enquanto isso, aumentam as assinaturas para a CPI do 8 de janeiro. 
O governo está fazendo a maior pressão sobre deputado e senadores para retirar assinaturas, porque o governo não quer revelar o que aconteceu realmente no Supremo, no Congresso e no Palácio do Planalto, nas invasões de 8 de janeiro, tanto que o presidente Lula decretou sigilo para as imagens gravadas pelas câmeras do Palácio do Planalto. 
Mas está aumentando o número de assinatura. 
Só quatro deputados fracos tiraram e muita gente suspeita dos motivos para fazerem isso – eles tiraram suas assinaturas, mas mesmo assim está aumentando o número.
 
Desentendimento na economia
O governo não está se encontrando, inclusive nas questões econômicas. Fica falando no tal limite de gastos, mas não sabe o que fazer. 
A única pessoa que entende de economia no atual período é o presidente do Banco Central, e o governo está fazendo pressão contra ele.

O Banco Central, por meio do Conselho de Política Monetária, manteve a taxa Selic, no mesmo dia em que o Banco Central americano aumentou a taxa básica de juros para segurar a inflação. 

O governo acha que não precisa segurar a inflação, mas a inflação é o mais injusto dos impostos, porque é um imposto cobrado só do pobre e um imposto que beneficia o rico, ou seja, tira do pobre para dar pro rico, esse é o mecanismo da inflação.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 12 de março de 2023

Tabata Amaral não tem senso de humor - Gazeta do Povo

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Todo revolucionário costuma ser taciturno, manter um ar de seriedade excessiva, levar-se a sério demais. Eles são, afinal, os instrumentos da transformação social, aqueles ungidos que trarão o paraíso terrestre, que pretendem empurrar a história. 
A arrogância tende a vir junto do autoritarismo: o revolucionário enxerga até em indivíduos apenas obstáculos para seus nobres fins.

Tabata Amaral é uma revolucionária. Com fala mansa e postura moderada, a deputada esquerdista nunca me enganou - mas enganou familiares meus, menos atentos à política, justamente pela forma com que prega suas ideias radicais. Cria do bilionário Jorge Paulo Lemann, Tabata fez o L para "salvar a democracia", e agora cobra a fatura: quer impor sua agenda woke.

O deputado Nikolas Ferreira, o mais votado do país com 1,5 milhão de eleitores, resolveu colocar uma peruca para sua fala na tribuna sobre o Dia Internacional da Mulher, mostrando como a militância trans tem prejudicado as mulheres. Um debate saudável, necessário.

A performance foi parte do todo, para justamente expor o ridículo do transgenderismo fanático, que diz que basta um homem "se sentir" mulher para se transformar numa. Sem ter como rebater seus argumentos, a patrulha woke saiu em conjunto contra o deputado, e Tabata pediu a sua cassação. Ele teria cometido o crime de transfobia, segundo ela.

Mas não poderia ser ela a cometer o crime, por não aceitar que Nikolas, naquele momento, sentia-se como Nikole?
Fica claro que a postura da deputada esquerdista é absurda e autoritária. Não é de hoje que ela se mostra intransigente e quer cortar cabeças.

O humorista Bruno Lambert, que no mês passado foi denunciado ao Ministério Público de São Paulo pela deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) por suposta discriminação contra deficientes físicos em uma de suas piadas, foi demitido nesta quarta-feira (9) de um emprego em um banco no qual estava há nove anos devido à repercussão do caso.

A representação criminal da parlamentar está relacionada a um vídeo de uma apresentação do humorista, que não é famoso e não vive exclusivamente da comédia, publicado em suas redes sociais no qual ele narrava um caso em que teria se relacionado sexualmente com uma mulher cadeirante.

Na denúncia, Tabata disse que Lambert cometeu capacitismo, que é a discriminação contra pessoas com deficiência, e que as falas do humorista denotaram “machismo latente" pela maneira "explícita" e "jocosa" como descreveu a narrativa da relação sexual.

À Gazeta do Povo, o humorista negou o suposto capacitismo e destacou que a piada foi contada num ambiente próprio para humor e que os mais diversos grupos são retratados em shows de stand-up. “As pessoas estão com uma dificuldade gigantesca de diferenciar o CPF do personagem que está ali no palco, de entender o que é piada e o que é realidade”, afirmou.

O humorista está certo, claro. Será que Tabata viu o especial de Chris Rock na Netflix, que foi ao ar esta semana? Será que ela vai defender sua censura também por inúmeras "ofensas" proferidas contra "minorias", inclusive os negros a quem ele, negro, se refere pela "n-word" proibida? Tabata não sabe o que é humor e qual a sua função. Talvez devesse ler o livro O Riso de Henry Bergson, para começar.

Arthur Lira, sob pressão da patota esquerdista, fez uma reprimenda ao deputado Nikolas Ferreira: "O Plenário da Câmara dos Deputados não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos. Não admitirei o desrespeito contra ninguém. O deputado Nikolas Ferreira merece minha reprimenda pública por sua atitude no dia de hoje. A todas e todos que se sentiram ofendidas e ofendidos minha solidariedade".

Não foi o suficiente para a militância woke. Vera Magalhães, colunista do Globo, escreveu: "Em 2023 um deputado homem e branco se sente seguro o bastante para usar a tribuna da Câmara no Dia da Mulher para vomitar transfobia, machismo e misoginia. Essa segurança vem da certeza de impunidade. Vai ser isso mesmo, Arthur Lira? A Câmara vai ser o vale-tudo do preconceito?"

Vera, como sabemos, tem preconceito contra conservadores, e sempre destila autoritarismo no esforço de censurar cada um deles. No mundo ideal de Tabata e Vera, ninguém mais pode fazer piada politicamente incorreta (i.e., piada), o Artigo 53 da Constituição, que garante a imunidade material parlamentar a quaisquer opiniões, deixa de existir para a direita, e todos seremos forçados a nos tornar pessoas "maravilhosas" como Tabata e Vera, enquanto o estado garante absorvente para todas as mulheres (ou melhor, "pessoas que menstruam").

É um mundo insuportável, claro. Mas felizmente esse autoritarismo está encontrando cada vez mais resistência, inclusive com o deboche. 
O deputado Nikolas atingiu seu objetivo, como Chris Rock. 
Ambos mostraram como gente woke revolucionária é desprovida de senso de humor e, por isso mesmo, perigosa e totalitária.

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Gilmar autoriza operação contra Carla Zambelli

Deputada emitiu nota sobre o caso 

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou um mandado de busca e apreensão nesta terça-feira, 3, para recolher armas da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que estavam na residência da parlamentar. A ordem judicial foi cumprida por agentes da Polícia Federal.

Em dezembro, Mendes determinou a suspensão da autorização de porte de arma de fogo pela parlamentar

Em dezembro, Mendes determinou a suspensão da autorização de porte de arma de fogo pela parlamentar  Foto: Reprodução/YouTube 

“Chama a atenção que, mesmo a deputada Zambelli tendo cumprido integralmente a decisão anterior, de forma voluntária, o STF tenha determinado uma medida ainda mais invasiva em seus endereços”, informa nota emitida pela assessoria da congressista, obtida pela Revista Oeste.

Em dezembro, Mendes determinou a suspensão da autorização de porte de arma de fogo pela parlamentar e deu um prazo de 48 horas para Carla entregar suas armas.

A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República em ação na qual a deputada é investigada por supostamente perseguir um homem em São Paulo, em outubro.

Carla Zambelli reagiu a ataque

Na véspera do segundo turno das eleições presidenciais, a deputada sacou uma arma para se defender de um homem que a ameaçou, enquanto a parlamentar almoçava com o filho em um restaurante da capital paulista. “É preciso informar que o recurso apresentado pela defesa da deputada não foi sequer apreciado, mesmo tendo sido protocolado antes do novo pedido de busca e apreensão da PGR”, comunicou a deputada, à época. “Caso qualquer atentado à vida da deputada, agora desprotegida, aconteça, já sabemos o responsável.”

Colaborou Luís Lima

Leia também: “Violações patrocinadas pelo Pretório Excelso”, reportagem publicada na Edição 130 da Revista Oeste

Redação - Revista Oeste


domingo, 17 de abril de 2022

O juiz, a deputada e o bilionário - Revista Oeste

Guilherme Fiuza

O bilionário parece ter a resposta para a pergunta da sua afilhada no Congresso. Como fazer para tirar o presidente do palácio? 

O juiz, a deputada e o bilionário | Foto: Montagem Revista Oeste
O juiz, a deputada e o bilionário -  Foto: Montagem Revista Oeste

Nós, quem? Nós, as pessoas “do bem”, diz o ministro — universo onde estão incluídos a deputada, o próprio ministro e todos os que se colocam contra o “inimigo”. Quem é o inimigo? É o presidente da República, [eleito para o cargo, em 2018,  com quase 60.000.000 de votos, enquanto o ministro não teve nenhum voto.] assim classificado pelo representante da máxima corte judiciária do país.

Está achando absurdo demais? Então vamos colocar um pouco mais de absurdo aí, porque a realidade está muito monótona e ninguém aguenta mais tanta estabilidade democrática.

Acrescentemos ao enredo inverossímil o seguinte contexto: a deputada e o ministro da suprema corte não estão no Brasil. Estão num evento nos Estados Unidos da América. 
Esse evento é bancado pelo mesmo bilionário que banca a carreira política da jovem deputada em questão.  
E nesse mesmo evento, o próprio bilionário declara que no ano seguinte o Brasil terá um novo presidente — ou seja, afirma categoricamente que o “inimigo”, conforme classificado pelo ministro da suprema corte, perderá a eleição.

Interessante. O bilionário aparentemente tem a resposta para a pergunta da sua afilhada no Congresso. Como fazer para tirar o presidente do palácio? O padrinho sabe — como mostra a assertividade da sua “previsão”: no ano seguinte o presidente não estará mais lá. Será outro.

Se você teve a sensação de que a democracia brasileira estava sendo operada nos EUA, você é um paranoico

E o ministro? O ministro tinha acabado de deixar a presidência do tribunal eleitoral, que é dirigido por integrantes da corte suprema, da qual o ministro é membro. Ou seja: um dos árbitros da eleição brasileira afirma num evento nos EUA que um dos principais candidatos na referida eleição é “o inimigo”. E o bilionário que é o seu anfitrião no evento nos EUA diz que o “inimigo” ficará pelo caminho.

Se você teve a sensação, lendo esse enredo absurdo, de que a democracia brasileira estava sendo operada nos EUA, você é um paranoico. Está tudo bem com a democracia brasileira. A suprema corte nacional só tem ministros sóbrios que jamais pronunciariam uma vírgula mesmo que vírgula fosse pronunciável — com teor de interferência política
Os supremos togados sabem que a vontade popular é a base da democracia e que qualquer conduta capaz de trazer dúvidas sobre o respeito absoluto a essa vontade poderia jogar tudo pelos ares. Inclusive as togas.
 
Sobre bilionários com assanhamento suficiente para tentar tomar o papel dos governos e mandar em todo mundo, isso não passa de ficção científica. Um bilionário já tem tudo que quer para si e para seus tataranetos. Por que tentaria tomar para si o poder público? 
Por que tentaria usar seu mar de dinheiro e seu oceano de influência para encantar almas legislativas e judiciárias em favor dos seus interesses particulares?

Isso não existe. Ninguém é tão guloso assim. Ninguém é tão megalômano assim. Ninguém é tão cínico assim. Ninguém arriscaria tanto o seu penteado se metendo numa enrascada desse tamanho.

Por que enrascada? Porque do lado de fora dos auditórios de Boston e dos gabinetes de Brasília tem uma quantidade grande, muito grande mesmo de pessoas que ficariam bastante aborrecidas se soubessem que meia dúzia de malandros perfumados está tramando para tirar-lhes o que é seu.

Leia também: Bomba e purpurina

“Fake news — modo de usar”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste

 


quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Bolsonaro ataca Doria: "Ele aumentou o ICMS de tudo, menos do Hipoglós"

Chefe do Executivo ainda citou as várias multas recebidas por ele no estado por não respeitar o uso de máscaras e chamou o tucano de "calcinha apertada"

O presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou, nesta quarta-feira (19/1), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pré-candidato à Presidência nas eleições deste ano. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo citou as várias multas recebidas no estado paulista por não respeitar o uso de máscaras e chamou o tucano de "calcinha apertada". "Recebi uma multa sem máscara num cemitério de Guaratinguetá. Nove multas do ‘calcinha apertada’", apontou.

Bolsonaro também acusou o tucano de aumentar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e disse, em tom irônico, que o único item deixado fora da lista por Doria teria sido o creme contra assaduras Hipoglós.

"Ele aumentou o ICMS de tudo, menos do Hipoglós", afirmou, arrancando risadas dos apoiadores e da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que estava ao lado do presidente. "Ele está ganhando para síndico agora, né", disse a deputada, completando que o governador paulista "está advogando em causa própria". Bolsonaro rebateu: "Fica quieta". E seguiu rindo da situação.

No último dia 10, o presidente alfinetou Doria dizendo que o tucano está "no mundo da lua", "sonhando" e "perde até para o Cabo Daciolo" na corrida presidencial.

Correio Braziliense

 


 

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Escada para o golpismo - Valor Econômico

Maria Cristina Fernandes

Se aprovar voto impresso, Congresso dará gás a Bolsonaro contra STF

[duas coisas que não podem ser esquecidas: 
- o Congresso é independente, assim,  não pode, nem deve, agir em função dos interesses do STF; e,  
- a classificação apuração confiável das urnas eletrônicas só existe, devido impedirem que meios de conferir a confiabilidade da apuração sejam implantados.
O sistema antigo - voto em cédulas de papel - facilitava as fraudes, mas,  também facilitava que fossem detectadas; já  o voto eletrônico usado no Brasil só é considerado confiável exatamente por não permitir  meios de  detecção das fraudes.
 Só temos certeza da que um conteúdo de um cofre não foi violado, após abertura do cofre.]

A força do bolsonarismo não está na capacidade de cegar os adeptos mas de ofuscar a oposição. É isso que se passa com o voto impresso. A aliança para viabilizá-lo está mais fácil de sair do que a frente ampla contra o presidente Jair Bolsonaro. A velha desconfiança da urna eletrônica alia-se à fábrica de tramoias do bolsonarismo que, no limite, levará à falência de uma verdadeira campeã nacional, a apuração confiável dos votos.

Na última das três vezes que o Congresso chancelou o voto impresso o fez a partir de uma emenda do então deputado Jair Bolsonaro. Teve encaminhamento favorável da maioria dos partidos, foi aprovado mas caiu no Supremo. [só no Brasil é que uma matéria aprovada pelo Congresso Nacional, cai no Supremo.]

Desta vez, o defensor da proposta está no poder obcecado em contestar o resultado das urnas para nele permanecer. Muitos parlamentares continuam presos às suas convicções sem se importar com quem se aliaram. Têm à disposição um sistema que funciona sem nenhuma prova de violação ao longo de um quarto de século. [O voto eletrônico, estilo das milagrosas urnas eletrônica 'made in Brazil', fosse tão seguro, isento de fraudes, teria sido adotado em todas as democracias do mundo. Apenas Brasil, Butão e Bangladesh usam urnas que não imprimem o voto.] Preferem tentar o que uns veem, candidamente, como aprimoramento, outros, como vacina contra a propaganda bolsonarista de fraude e uns tantos, ainda, como chance de conquistar o eleitor do presidente, numa espécie de bolsonarismo sem Bolsonaro.

Os argumentos foram esgotados pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, no dia em que esteve na Câmara: as urnas não são ligadas à internet e, portanto, não podem ser invadidas por hackers à distância. Todos os dez passos do processo, da habilitação à lacração das urnas, passando pelos testes de integridade, estão franqueados à fiscalização dos partidos, da OAB, do MP, da PF, da CGU, dos conselhos técnicos de computação e engenharia, das universidades e até das Forças Armadas. A impressão de 150 milhões de cédulas aumenta a possibilidade de fraude no transporte, armazenamento e contagem, além de ser um indutor de judicialização. “É mexer em time que está ganhando”, resumiu o ministro.

Os presidentes do PSD, Gilberto Kassab, do MDB, Baleia Rossi, e do PSDB, Bruno Araújo, garantem ser contrários à impressão do voto. Nenhum deles, porém, tem o controle da bancada. O deputado Aécio Neves (PSDB-MG), por exemplo, integrante da comissão que discute a proposta de emenda constitucional da deputada Bia Kicis (PSL-DF) sobre o voto impresso, mostrou-se incapaz de aprender com seus erros. Depois de ter questionado o resultado de 2014, levando o TSE a autorizar uma auditoria independente que nada constatou, Aécio volta a questionar a urna eletrônica.

O PDT de Ciro Gomes ressuscitou a crítica à urna eletrônica feita por Leonel Brizola, que morreu antes da fiscalização ampliada do processo e da biometria do voto. O presidente do PSB, Carlos Siqueira, mantém sua oposição histórica à urna eletrônica com o argumento de que a última grande democracia a usá-la, a Alemanha, cedeu à impressão. O argumento costuma ser rebatido por Barroso com a lembrança do complexo de vira-latas do Brasil. Se só dá certo aqui é porque deve ser ruim. Nenhum dos partidos se dispõe a abrir mão do seu fundo eleitoral para custear os R$ 2 bilhões que seriam necessários à impressão dos votos.

A defesa mais arraigada da urna eletrônica está nos dois extremos, Novo, Psol e PT. Entre os petistas, as poucas vozes que se levantaram a favor do voto impresso foram desancadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva numa reunião fechada. Aqueles que defendiam concessões ao voto impresso pelo temor de que Lula ficaria vulnerável aos ataques bolsonaristas acabaram com a pecha de covardes. A adesão do PDT e do PSB à impressão do voto, porém, faz o deputado Arlindo Chinaglia (SP), petista que integra a comissão, temer por sua aprovação. Como se trata de emenda constitucional, o ônus de amealhar 308 votos é dos favoráveis à mudança, mas a oposição segue para a votação desfalcada, em grande parte, das bancadas do PDT e do PSB e sem a garantia de que os líderes dos partidos de centro moverão suas bancadas contra o voto impresso.

Se o mecanismo passar, terá sido a quarta vez que o Congresso o chancelará, mas numa circunstância inédita em que o chefe do Executivo, pela primeira vez, o apoia. Aumentará, portanto, a pressão sobre o Supremo Tribunal Federal, situação almejada pelo presidente da República e para a qual inquestionáveis democratas do Congresso Nacional terão dado contribuição inestimável.

A julgar pelo voto de dois ministros-chave no Supremo hoje, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, a posição de Barroso tenderia a ser confirmada. Ainda que a mudança, desta vez, possa vir por emenda constitucional, ao Supremo restaria argumentar, como o fizeram ambos os ministros no último julgamento sobre o tema, em setembro de 2020, que a impressão colocaria em risco o sigilo do voto, cláusula pétrea da Constituição.

Para evitar o conflito com o Supremo, já está em curso, no Congresso e no TSE, a tentativa de encurtar pontes entre as duas pontas de debate. Barroso já admite, por exemplo, aumentar de 100 para 1 mil o número de urnas que, na véspera, são sorteadas para serem levadas do local de votação ao Tribunal Regional Eleitoral para teste.[o ministro Barroso precisa considerar que ele é ministro do Supremo e preside o TSE,  mas não é DONO do Brasil. Deixem o Congresso Nacional decidir.]

O teste, filmado e fiscalizado, consiste em fazer uma votação em cédula ao final da qual os votos computados são reproduzidos na urna eletrônica. Se o resultado coincidir é uma prova de que aquela urna não está adulterada. No TSE há ainda quem defenda que as urnas a serem atualizadas a cada eleição, cerca de 30%, o sejam por modelos com impressora. A solução é de quem acredita no diálogo com o golpismo, mas não satisfará Bolsonaro.

Ele já avisou que se 100% dos votos não forem impressos o resultado não valerá. A solução corre ainda o risco de incitar as bases bolsonaristas pela anulação do resultado. Para ficar apenas nos dois últimos exemplos, a invasão do Capitólio, insuflada pelo ex-presidente Donald Trump, teve por mote o rechaço ao resultado eleitoral e a derrota de Keiko Fujimori, no Peru, por 0,25% dos votos, foi contestada por generais da reserva em carta pública.

Quem sempre apoiou Bolsonaro por acreditar que ele deixaria o país mais perto dos Estados Unidos ainda se lembra que quem salvou o Capitólio foram as tropas de Mark Milley, o general que pediu desculpas por ter se deixado explorar politicamente por Trump. No Brasil, o perdão teve sinais trocados. Foi dado a um general politiqueiro. É o Peru que mora ao lado. Em 1992, o pai de Keiko, Alberto Fujimori, deu um autogolpe, com apoio militar e ficou mais de dez anos no poder.

Maria Cristina Fernandes, colunista - Valor Econômico 

 

sábado, 24 de abril de 2021

Veredicto acima de qualquer dúvida? - Revista Oeste

Ana Paula Henkel

Será mesmo que os jurados do caso George Floyd se ativeram exclusivamente às evidências ou foram impactados pelas pressões da militância progressista?
A América esta semana ficou apreensiva com a possibilidade de mais eventos violentos como os protestos do ano passado em algumas regiões do país após a morte de George Floyd. Os protestos, que colocaram em chamas — literalmente — cidades, bairros e uma infinidade de estabelecimentos comerciais que foram completamente destruídos ou saqueados por grupos compostos de terroristas domésticos, como Antifa e Black Lives Matter, pediam apenas “paz” contra o “racismo sistêmico” por parte das forças policiais. 
É justo debatermos qualquer vertente do racismo? Sim, justo e necessário. No entanto, o suposto racismo sistêmico que muitos pregam pela agenda identitária para fins políticos não é encontrado em nenhuma estatística dos órgãos oficiais norte-americanos.

Não entrarei no mérito desses números oficiais sobre as mortes de brancos, negros e latinos com o envolvimento de policiais, dado que foi tema de um artigo anterior. - O ataque injusto à polícia norte-americana - Demonizar as corporações policiais, compostas em sua maioria de gente qualificada e de bem, é ser cúmplice de atos terroristas e covardes

Apenas repito que os fatos não corroboram a narrativa empurrada pela imprensa militante. A apreensão sentida nos Estados Unidos deveu-se ao julgamento do ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin. Visto no famoso e absurdo vídeo que registrou George Floyd no chão antes da morte, Chauvin foi considerado culpado de todas as acusações. O júri, de 12 membros, deliberou por apenas dez horas após um julgamento de três semanas. Chauvin pode pegar até 40 anos de prisão por homicídio não intencional em segundo grau, até 25 anos por homicídio em terceiro grau e até 10 anos por homicídio culposo em segundo grau. A sentença deve ocorrer em oito semanas, de acordo com o juiz Peter Cahill.

Em uma sociedade como a atual, que urge correr para as redes sociais para “debater” absolutamente qualquer assunto sem as devidas análises e ponderações, é necessário que tentemos olhar por uma lente de visão macro. O que podemos concluir desse caso, além das platitudes e falácias repetidas para orientação da manada e ganho político, depois de um julgamento com evidências controversas e pressão de políticos, inclusive o presidente Joe Biden?

Os membros do júri afirmam ter concluído que acreditam, unanimemente, e além de qualquer dúvida razoável, que Chauvin causou a morte de Floyd. Dadas as circunstâncias do julgamento, no entanto, é extremamente difícil acreditar que o júri estava preocupado apenas com a verdade ou a justiça. É extremamente difícil, se não impossível, para qualquer pessoa pensante e que não se orienta por paixões não ter uma dúvida razoável sobre o resultado.

O juiz do caso se recusou a isolar os jurados da cobertura da mídia e de influências externas durante o julgamento, e a pressão transmitida a eles foi mais que intensa. Ficou perfeitamente claro para os jurados que a nação seria novamente tomada pelas chamas se eles expressassem que, de fato, tinham uma dúvida razoável sobre a real causa da morte de Floyd.

A deputada democrata da Califórnia Maxine Waters inflamou as tensões no fim de semana antes de o júri deliberar, exigindo que os manifestantes nas ruas intensificassem seu confronto militante caso a sentença fosse favorável ao réu. Em frente a dezenas de câmeras, Waters disse: “Estamos aguardando um veredicto de culpado. Não foi homicídio culposo. Não, não e não. Ele é culpado por assassinato. Precisamos nos certificar de que eles saibam que falamos sério”. A deputada ainda exigiu que os manifestantes se preparassem para assumir uma postura “mais confrontadora”. Na tarde da terça-feira, o presidente Joe Biden ignorou o apelo do juiz para que os políticos se abstivessem de dar opiniões sobre o caso e avaliou o julgamento antes que o júri tivesse encerrado a deliberação. Biden chamou as evidências contra o ex-policial de “esmagadoras”.

Os jurados sabiam que a mídia que cobria o julgamento exibiu o rosto deles todos os dias durante três semanas. Todos vimos quem eram eles. O jornal Minneapolis Star Tribune publicou a descrição dos membros do júri: idade, raça, bairro, profissão e até mesmo informações sobre lazer. O propósito foi expor os jurados à pressão das turbas na hipótese de decisão em favor do réu.

Você acha que os jurados estariam dispostos a permitir que eles próprios e sua família fossem para o sistema de proteção de testemunhas para arriscar “uma dúvida razoável” sobre o papel real de Chauvin na morte de Floyd? Acha que eles estariam dispostos a trocar a vida e a violência que tomaria conta do país pela vida de um estranho? A natureza humana é cheia de armadilhas e imperfeições.

Suspeita: teria sido overdose a real causa da morte de George Floyd?

Para quem não acompanhou o julgamento de perto, foram divulgados documentos do Poder Judiciário de Minnesota que mostram que George Floyd tinha um “nível potencialmente fatal” de Fentanil no organismo no momento da morte
Fentanil é hoje o opioide que se tornou a droga que mais mata por overdose nos EUA.
De acordo com o dr. Andrew Baker, o examinador médico do Condado de Hennepin que conduziu a autópsia e não assistiu a vídeos até depois de sua investigação, Floyd tinha um nível tão alto da substância na corrente sanguínea que, se fosse encontrado morto em casa, seria “aceitável tipificar a morte como overdose. Embora o dr. Baker tenha esclarecido não estar afirmando inquestionavelmente que o Fentanil matou Floyd, ele reconheceu que o opioide pode ter desempenhado um papel maior na morte do que inicialmente suspeitado. O legista também observou que Floyd tinha uma condição cardíaca grave, e que a hipertensão poderia causar a morte “mais rápida porque ele precisaria de mais oxigênio”. Disse que “certas drogas poderiam exacerbar” o problema cardíaco preexistente de Floyd. Outras substâncias tóxicas foram encontradas em seu organismo.

O gabinete do procurador do Condado de Hennepin também observou “o nível fatal de Fentanil” e concluiu que a autópsia feita pelo dr. Baker “não revelou nenhuma evidência física sugerindo que o sr. Floyd morreu de asfixia”. O vídeo completo do encontro dos policiais com Floyd no fatídico dia mostra que ele disse repetidas vezes, dentro e fora do carro, antes de ser colocado no chão, a frase que marcou os protestos em 2020: “Não consigo respirar”. Em certo momento da filmagem, visivelmente perturbado, Floyd avisa aos policiais que tinha ingerido “drogas demais”.

Não estamos aqui para fazer o papel do júri. Os jurados são, antes de tudo, humanos. Sempre há espaço para erros de cálculo e medo. 
Nesse caso, entretanto, é extremamente claro que essas fraquezas humanas foram deliberadamente ampliadas a proporções catastróficas com potencial de corromper um sistema correto de um processo complexo. É difícil não imaginar que todo o movimento político e violento não tenha afetado a psique dos jurados e a decisão final. Eles não seriam humanos se isso não os afetasse. Ainda assim, aqueles que endossam a cultura da turba violenta e a “justiça” militante para fins políticos têm também como objetivo tornar impossível a expressão de dúvidas razoáveis, seja em um artigo, programa de TV ou… num júri. Um julgamento justo poderia ter chegado exatamente à mesma conclusão para o policial. Mas nunca saberemos e nunca seremos capazes de confiar em resultado impactado pelas ações da turba da esquerda marxista e violenta.

John Adams, um dos Pais Fundadores dos EUA, patriota anti-Inglaterra, disse durante o julgamento dos soldados britânicos envolvidos no chamado Massacre de Boston: “Fatos são coisas teimosas; e, quaisquer que sejam nossos desejos, nossas inclinações ou os ditames de nossas paixões, eles não podem alterar o estado dos fatos e as evidências”. Para surpresa de muitos, Adams, acreditando numa terra de leis e não de paixões, defendeu os soldados.

[precisamos ter sempre presente que pelo mais elementar principio de Justiça, do Bom Direito, devido processo legal, não podemos olvidar que a quase totalidade dos bandidos (incluímos desde aqueles que acabaram de  roubar alguns centavos de dólar aos sequestradores e outros vermes do tipo), quando saem para o 'trabalho' saem pronto para matar.

A eles não interessa se a vítíma é um idoso, um deficiente ou mesmo uma criança - ou pegam o que querem ou matam o opositor.

Eles também quando são abordados pela autoridade policial, muitas vezes por um mandado de prisão em aberto, tentam a fuga e 'removem' sem vacilar e sempre que possível o que pode impedir sua fuga. Para eles o que importa, em praticamente a totalidade dos casos,  é permanecer em liberdade exercendo suas atividades criminosas. 
Se necessário fugindo, matando, atropelando, e cientes de que sempre haverá aquele defensor dos criminosos pronto a considerá-lo um 'cidadão de bem, tentando se livrar e uma ação policial' = mesmo que tal ação tenha sido ativada para cumprir um mandado de prisão, antigo e que só o nele identificado sabe dizer o que impediu seu cumprimento até aquele momento. 
Aos que defendem bandidos, foragidos, assaltantes, sequestradores, estupradores o criminoso é sempre o cidadão do bem e o policial representa o mal. 
É preciso mudar esse conceito - em todo o mundo = o individuo ao ser abordado pela autoridade policial, tem o DEVER de facilitar o trabalho da autoridade policial.
Pode se falar o diabo do Reino Unido, mas lá sua polícia age com o rigor necessário. 
Não vamos entrar no mérito da questão, mas há alguns anos um cidadão brasileiro, residente naquele país, foi confundido em uma ação policial e tentou usar os métodos que aqui no Brasil criam bandidos e sepultam policiais.  
Houve uma enérgica reação da Scotland Yard, que abriu mão da tradição de não portar armas e usou da força e meios necessário, contendo o brasileiro.
Brasileiro talvez inocente, mas que por alguns instantes achou que estava em Pindorama, a terra da impunidade.]

Quando se trata do caso de George Floyd, os fatos não são tão claros como alguns partidários gostam de presumir. Todos temos nossas opiniões sobre casos controversos. Mas o que diz a lei? A lei exige um veredicto “acima de qualquer dúvida”. A todos é assegurado o devido processo legal, e o veredicto deve ser orientado exclusivamente pelos “fatos teimosos”. Essa postura devemos não apenas a homens como George Floyd e Derek Chauvin. Devemos, certamente, a nós mesmos, à nossa sociedade e, especialmente, às minorias. Estas às quais foi negada justiça por suposições, narrativas e preconceitos. Convém garantir que a presunção de inocência permaneça intacta e inviolada. Mesmo se ela for de encontro aos “ditames de nossas paixões”.

Leia também o artigo “Portland: o parquinho dos radicais mimados”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


quinta-feira, 1 de abril de 2021

Ajuste na coalizão de Bolsonaro com a base parlamentar - Correio Braziliense

Alexandre Garcia

"O sistema de governo não é parlamentar, mas o Senado tirou o chanceler, e a pressão dos políticos sacou o ministro da Saúde, que não permitia intermediações de verbas para estados e municípios"

O presidente da República acaba de dar uma arrumação entre seus auxiliares, na busca de melhores resultados. Na reunião ministerial de abril do ano passado, havia criticado os ministros da Justiça e da Defesa, queixa que se tornou pública por ordem do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello. Um ano depois, a queixa continuou atual. Semana passada, o ex-advogado-geral José Levi deixara Jair Bolsonaro assinar sozinho a ação direta de inconstitucionalidade (adin) contra o toque de recolher deixou-o no pincel sem escada, e perdeu o lugar. O presidente aproveitou para conduzir o ministro da Justiça, André Mendonça, de volta para a AGU e nomeou um delegado da polícia federal para a Justiça — que, na prática, é Segurança. Com esses movimentos, buscou mais dinamismo nessas três áreas.

Ernesto Araújo foi fritado pelo Senado e entregou o cargo para não prejudicar as relações de Bolsonaro com a Câmara Alta. A conversa de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco com 10 empresários, em São Paulo, foi fatal para o chanceler. Agora, os empresários vão conversar com o presidente. Para o lugar de Araújo, vai o chefe da assessoria especial da Presidência, embaixador Carlos Alberto Franco França, um goiano de 56 anos que está há 30 no Itamaraty. Já serviu em Washington e trabalhou anos no Palácio do Planalto com os presidentes Fernando Henrique, Dilma Rousseff e Michel Temer. Cortês, fiel, discreto e, sobretudo, pragmático. Ainda na sexta-feira, fazia para o presidente um balanço da América do Sul, antes da conversa entre Bolsonaro e seu colega Ivan Duque, da Colômbia.

Para a Defesa, o presidente deu a missão a Braga Netto, ex-interventor na segurança do Rio. O general, que já havia concluído a reorganização do Gabinete Civil, ontem se reuniu com o dispensado general Fernando Azevedo e Silva e os três comandantes militares. A substituição do ministro será acompanhada pela escolha de novos chefes das Forças Armadas. Nenhuma discordância foi levantada. Serão nomeados pelo presidente em lista na qual figuram os mais altos na hierarquia de Exército, Marinha e Aeronáutica.

O general Luiz Eduardo Ramos, que foi vitorioso em questões importantes com o Congresso, vai para o Gabinete Civil, e a Secretaria de Governo, encarregada da articulação política, vai para a deputada Flávia Arruda (PL-DF), que recém-presidiu a Comissão Mista de Orçamento. Essa é a parte mais importante das mudanças de segunda-feira, já que depois de dois generais, volta alguém representando o Parlamento. O sistema de governo não é parlamentar, mas o Senado tirou o chanceler, e a pressão dos políticos sacou o ministro da Saúde, que não permitia intermediações de verbas para estados e municípios. O sistema híbrido deixado pela Constituição de 1988 criou um jeito chamado de “presidencialismo de coalizão”. A entrada de Flávia no governo e a saída de Ernesto tem a ver com uma coalizão entre o presidente e sua base parlamentar.

 Alexandre Garcia, jornalista - Correio Braziliense

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

STF agora escolhe membros da CCJ da Câmara? Redes sociais do Bolsonaro valem nada, já as do Múltiplo EX...

O Globo

Bela Megale

Ministros do STF têm sinalização de que Bia Kicis não deve presidir CCJ

Dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) relataram à coluna que não acreditam que a deputada Bia Kicis (PSL-DF) será confirmada como presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara. Ambos afirmam, inclusive, que já receberam essa sinalização por parte de integrantes do Congresso.

A reação negativa ao nome da parlamentar foi imediata entre ministros da corte. Magistrados relembraram os ataques da deputada, que chegou a chamar Celso de Melo, agora aposentado, de “juiz de merda”, além de ter defendido o impeachment de Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.

Um dos magistrados avalia que uma “CCJ radicalizada” é ruim para o próprio governo, já que “as chances de se obstruir as votações são maiores nesse ambiente”. O ministro vê a candidatura de Bia Kicis como “um balão de ensaio”. A CCJ é considerada a comissão mais importante, porque cabe a ela analisar a legalidade de todos os projetos que tramitam na Câmara, assim como a admissibilidade de Propostas de Emendas à Constituição (PECs).

Um integrante da mesa diretora da Câmara afirmou à coluna que a repercussão ao nome de Bia Kicis foi “a pior possível” e que ele acredita ser “pouco provável” que a deputada presida a CCJ.

Blog Lauro Jardim

Moro atinge a metade de seguidores de Bolsonaro no Twitter

Sergio Moro, que está no Twitter há menos de um ano, atingiu a marca de 3,3 milhões de seguidores na plataforma. A quantidade é a metade de seguidores que Jair Bolsonaro possui.

[ou interpretamos mal, improvável, ou quando quem tem grande número de seguidores  nas redes sociais é o Presidente JAIR BOLSONARO, a importância das redes é minimizada;
já quando o ex juiz, ex-ministro, ex-quase candidato a PR mostra bom número de seguidores (metade do apresentado nas redes sociais do presidente) o fato é maximizado.
Deve ser lembrado que em quase um ano o impulso inicial deu o que tinha de dar.]
 
 

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Bernardo Mello Franco - Bolsonaro nega água e comida potável

Bernardo Mello Franco 

Saiu no Diário Oficial desta quarta, para quem quiser conferir com os próprios olhos. No dia em que anunciou ter contraído o coronavírus, Jair Bolsonaro autografou a mensagem presidencial 378. O texto destroça o plano emergencial para conter a pandemia em territórios indígenas e quilombolas

[Que os índios disponham de terras,  a título de reservas, está previsto na Consituição
A extensão das áreas é que deve ser estabelecida dentro do bom senso e de forma a evitar que os índios se tornem os maiores latifundiários do Brasil.
O caso dos quilombolas é um ponto a ser examinado e com atenção especial para  a autenticidade da condição de quilombolas dos favorecidos.
Não pode ser olvidado que o Congresso Nacional tem o PODER para derrubar os vetos.]

O capitão vetou 16 pontos do projeto de lei aprovado pelo Congresso. O primeiro deles determinava que o governo garantisse “acesso universal a água potável”. Uma medida básica para reduzir a disseminação do vírus. Bolsonaro também barrou a distribuição de material de higiene e a produção de cartilhas para ensinar índios e quilombolas a se protegerem da Covid. A Bic presidencial também riscou o artigo que previa o fornecimento de cestas básicas. Sem segurança alimentar, muitos indígenas têm sido obrigados a deixar o isolamento para buscar comida nas cidades. Isso cria mais uma rota para o avanço da doença.


De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), 446 índios já morreram pelo coronavírus. O Ministério da Saúde registra 187 mortes. Os dados divergem porque o governo só contabiliza as vítimas que viviam em terras demarcadas.Os vetos de Bolsonaro revoltaram parlamentares, ativistas e pesquisadores que se dedicam à causa indígena. “Isso mostra que o plano do governo é não ter um plano”, diz a advogada Juliana de Paula Batista, do Instituto Socioambiental. “O presidente está zombando das pessoas”, emenda a deputada Joenia Wapichana, que relatou o projeto de lei na Câmara.

[Clique aqui e conheça a verdadeira motivação, e situação dos que dizem defender os interesses dos índios.]
Diante da omissão do Planalto, o Supremo voltou a agir. Ontem o ministro Luís Roberto Barroso determinou que o governo instale barreiras sanitárias e crie uma sala de situação para monitorar o avanço do vírus. Na decisão, que não teve relação com os vetos, ele registrou que há “resistência no governo quanto à concretização dos direitos dos povos indígenas”. O ministro é um diplomata. Negar água potável, comida e material de limpeza numa pandemia parece desumano até para os padrões de Bolsonaro. “É uma política genocida”, define a deputada Joenia.

Bernardo M. Franco, colunista - O Globo






quinta-feira, 28 de maio de 2020

Carla Zambelli a Moro: "Você não estava à venda porque já estava vendido"

Correio Braziliense

Carla Zambelli respondeu a tuíte em que Moro elogiava operação da PF que apura fake news e tem Zambelli como um dos alvos

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) chamou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro de "vendido", nesta quarta-feira (27/5). A parlamentar respondeu a um tuíte em que Moro mostrou mensagens de celular trocadas com o presidente Jair Bolsonaro e defendeu a autonomia da Polícia Federal.

"Prezado, vc acha justo o que estão fazendo com cidadãos comuns? Com jornalistas? Esse era você o tempo todo? Meu Deus, como pode alguém se esconder por tanto tempo e tão bem? Liberdade, democracia.... nada disso vale pra você? Você não estava à venda, pq JÁ ESTAVA VENDIDO", escreveu a deputada, que chamou Moro para ser padrinho de casamento quando os dois eram próximos.

Autonomia da PF
Nesta quarta-feira, após a deflagração da operação da Polícia Federal autorizada pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes e que investiga uma rede responsável por disseminar fake news — que incluiria empresários, políticos e apoiadores de Bolsonaro —, Moro fez a postagem que irritou Zambelli.
"A Polícia Federal tem que trabalhar com autonomia. Que sejam apurados os supostos crimes no RJ e também identificados os autores da rede de fake news e de ofensas em massa. Diante das denúncias de interferência na PF, o Min. Alexandre manteve os delegados que estavam na investigação", escreveu.

O tuíte vinha acompanhado do print de uma conversa de celular entre Moro e Bolsonaro. Na conversa, o presidente enviou uma reportagem cujo título dizia "PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas" e, em seguida escreveu "Mais um motivo para a troca (na direção-feral da PF)".  A conversa é uma das evidências apresentadas por Moro de que o presidente queria interferir politicamente na PF.

Depoimento de deputados
Nesta quarta-feira, Alexandre de Moraes determinou que seis deputados sejam ouvidos pela PF no inquérito que apura a produção de fake news e ameaças à Corte. Zambelli é uma delas.

             

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Só podia ser do PSOL

Audiência na Câmara é encerrada após deputado chamar Moro de ladrão

Glauber Braga (PSOL-RJ) disse que ministro será lembrado como um juiz que se corrompeu.  Escoltado, Moro deixou a audiência aos gritos de 'fujão'



[não publicamos a foto do individuo psolista, que não honra o cargo que ocupa - deputado federal - por ser norma do Blog Prontidão Total não conceder holofotes a qualquer um.
Temos apenas dois leitores, mas os valorizamos.]
A sabatina do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, na Câmara dos Deputados foi encerrada por volta das 21h50, após o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) afirmar que “a história não absolverá” Moro, que, segundo ele, será lembrado “como o juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão”.

A fala de Glauber Braga causou reação de parlamentares aliados ao governo Bolsonaro que reagiram, aos gritos. Um dos mais exaltados, o Delegado Éder Mauro (PSD-PA) partiu para cima de Braga, mas foi separado pelo petista Paulo Teixeira (SP).  A mesa da presidência da audiência, comandada pela deputada Marcivania Flexa (PCdoB-AP), foi cercada por alguns deputados que exigiam o encerramento da sessão. O deputado Bibo Nunes (PSL-RS) disse que a parlamentar não tinha “pulso” para contornar a confusão.

A deputada Marcivana Flexa encerrou a sessão após Moro deixar a audiência escoltado por seguranças. Enquanto se retirava, deputados da oposição gritavam “fujão”.  Moro foi sabatinado por deputados nesta terça-feira, 2, por quase oito horas, para explicar as mensagens vazadas pelo site The Intercept Brasil, envolvendo o então juiz federal e o chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol. O ministro da Justiça e Segurança Pública foi ouvido por parlamentares de quatro comissões: de Constituição e Justiça; de Trabalho; de Direitos Humanos; e de Fiscalização Financeira e Controle.

A confusão envolvendo Glauber Braga e governistas não foi o único momento de tensão da sessão. No primeiro bate-boca entre oposicionistas e aliados de Bolsonaro, o deputado Rogério Corrêa (PT-MG) chamou Dallagnol de “mau elemento” e “cretinoe foi respondido pelo líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), aos gritos. O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), ameaçou encerrar a reunião durante a discussão.

“Se começar bate boca, que eu tô prevendo, vou encerrar a reunião. Quero saber se querem fazer o debate de forma civilizada, fazendo perguntas”, disse Francischini.
A estratégia dos deputados ficou clara desde o início da audiência. Os aliados de Moro e do governo Bolsonaro alegaram que a Lava Jato foi responsável pela maior investigação de combate à corrupção e lavagem de dinheiro da história do país.
Os parlamentares de oposição, por sua vez, questionam a imparcialidade do então juiz federal na condução dos processos da força-tarefa. A analogia sobre um árbitro de futebol atuando a favor de uma das equipes foi utilizada diversas vezes por oposicionistas. [a turba da esquerda, a cada dia mais desesperada, já que o maior ladrão do país não consegue a tão desejada liberdade e a falta de argumentos parte para a ofensa gratuita, na base do 'Caluniai: alguma coisa sempre fica'.
O que eles buscam, especialmente alguns parlamentares do 'baixíssimo clero' é aparecer. O psolista que chamou Moro de ladrão, alguma vez mereceu ter sua foto publica com destaque? alguém sabe o que ele fazia?]

Revista Veja

segunda-feira, 15 de abril de 2019

"Gentili e o passado que não passou"

"Danilo Gentili foi condenado a seis meses de prisão em ação movida por Maria do Rosário. Danilo é um humorista e Rosário é uma representante legal do bando que assaltou o Brasil por uma década e meia. Já a juíza que deu a sentença é uma pessoa criativa.  Trata-se de uma decisão sem paralelo. Mandar um reconhecido comediante para a cadeia por suposta injúria contra uma deputada não tem precedente no país. Analistas estão requebrando para sustentar o amparo legal do ato, mas aqui não haverá coreografia: o pedido de prisão para Danilo Gentili é uma aberração, uma excrescência, um ato de intimidação e censura.

O Brasil está brincando com fogo. A resistência democrática contra o fascismo imaginário, que resolveu passar a vida encenando a volta aos anos de chumbo, sumiu. Nenhum pio sobre o ataque do “aparelho de estado” (como eles adoram dizer gravemente) à liberdade de expressão. Ninguém sabe, ninguém viu. É mesmo muita saudade de 1964. Por falar em liberdade, e a solidariedade artística? Vamos perguntar de novo, que não ouviram: cadê a solidariedade-dade-dade artística-tica-tica? Você notou pelo eco que ninguém respondeu. Ou melhor: lá no fundo do vale, detrás de uns arbustos frondosos, uns colegas do humorista soltaram bilhetinhos dúbios e repletos de cuidado para não contrariarem suas claques politicamente corretas – doutrina que Gentili detona. Condenado por falta de hipocrisia.

Aliás, a nova geração de comediantes se orgulha abertamente de fazer um humor politicamente correto, tipo função social da piada. Tudo bem, tem gente que se esbalda na lua de mel sem tirar a roupa.  Os libertários de cativeiro não querem chatear a Maria do Rosário, afinal ela é Lula, e Lula é pai no altar dessa casta demagógica que, por incrível que pareça, ainda dá as cartas no pedaço. Emprego, prestígio, voto, carinho… O mercado é generoso com quem reza a cartilha do progressista reacionário. Lula Livre, Gentili se vire.

Quando essa mesma deputada espalhou uma foto do ator Sandro Rocha, de Tropa de Elite, apontando-o como assassino de Marielle, os democratas de auditório deveriam estar de férias. Se a grave afronta parte de algum personagem do presépio politicamente correto, com a proteção e o ornamento de todo o enredo das vítimas profissionais, a leviandade está liberada e eles somem. Como diria o general do AI-5: às favas com os escrúpulos de consciência. [curiosidade: este mês o dia 14 passou sem escarcéu dos movimentos de desocupados, movimentos sociais, ONGs estrangeiras, exigindo que os executores e mandantes do assassinato da vereadora psolista e seu motorista Anderson Gomes, fossem identificados e presos;

passou o dia 14 e não fizeram nenhum barulho, uma ongueira da tal 'anistia internacional' fizesse cobranças,etc.

Que houve?
desistiram de cobrar a identificação dos mandantes - se é que existem?
estão satisfeitos com a prisão de dois suspeitos (registre-se que presos preventivamente por outras acusações;
ao que se sabe nada foi provado contra eles quanto a morte da edil e seu funcionário.

Os suspeitos deverão ficar algum tempo preso - afinal, estamos no Brasil que criou a prisão perpétua   "à brasileira" = a CF proíbe prisão perpétua e/ou com características de perpétua, a proibição foi contornada da forma mais simples:
- se decreta uma prisão preventiva e se consegue a proeza da mesma ter data de inicio, a de término, só Deus sabe.]
E ainda dizem que a praga do petismo ficou para trás. Ficou mesmo? E esse establishment cultural-midiático montando uma narrativa atrás da outra para atravancar as reformas? E essa militância enrustida no judiciário, no Ministério Público, enfim, no “aparelho de estado” para azedar tudo que não seja PT e seus genéricos? E os afilhados da quadrilha bilionária nos tribunais superiores?

Desde o impeachment o país tenta avançar com a reforma da Previdência, mas tem sempre no caminho uns paus-mandados tipo Janot e Joesley para montar arapucas e embaçar a cena. Preste atenção, prezado bom entendedor: no circo atual, nenhum governo que não seja uma reencarnação do populismo petista vai prestar. Até Ciro Gomes, o mitômano do Leblon com vista para o sertão, eles tentam emplacar. Vale tudo, menos deixar o Brasil se reconstruir.

E assim estamos: Danilo Gentili com prisão decretada, José Dirceu solto, milionário e conspirando à vontade, Dilma Rousseff fazendo turnês mundiais sobre a roubalheira do bem (nem condenação em primeira instância a Mrs. Pasadena tem) e os institutos de pesquisa que davam chance zero para a eleição de Bolsonaro soltando paisagens tétricas sobre seu governo. [outra ocasião em que os inimigos do Brasil quebram a cara mais uma vez: NÃO VAI HAVER TERCEIRO TURNO - o presidente Jair Bolsonaro, governará, com as bênçãos e ajuda de DEUS, até 31 de dezembro de 2022 - e fiquem atentos: ele pode ser reeleito. O problema deles não é com Bolsonaro, nem com Temer, nem com o fascismo, nem com a ditadura de 64 – o que eles querem é o Clube do Lula. E dane-se o Lula, o que importa é o clube.

O atentado contra a liberdade de um humorista de fora do clube traz a sentença inequívoca: a sombra petista é coisa do passado, mas o passado não passou."


Guilherme Fiúza - Gazeta do Povo