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sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Mas, porém, todavia, contudo... - Gilberto Simões Pires

TURMA DOENTIA
Mais do que sabido e pra lá de percebido, a doentia turma do - MAS, PORÉM, TODAVIA, CONTUDO- tem se mostrado incansável na hercúlea tarefa de tentar DIMINUIR, e se possível ZERAR, os importantes frutos que vem sendo colhidos pela valorosa equipe econômica do governo liderada pelo ministro Paulo Guedes.

FORMA DEPLORÁVEL

Ontem, tão logo o IBGE divulgou o IPCA -Índice de Preços ao Consumidor Amplo- referente ao mês de julho, mostrando DEFLAÇÃO DE 0,68%, de antemão considerada como a MENOR TAXA desde o início da série histórica em 1980 -, a inconformada e/ou revoltada TURMA DO -MAS, PORÉM, TODAVIA, CONTUDO-, em coro, tratou de noticiar o importante FATO de forma deplorável.

A NOTÍCIA DA DEFLAÇÃO
A rigor, desde o primeiro dia do mandato do presidente Jair Bolsonaro, a CONJUNÇÃO ADVERSATIVA representada por - MAS, PORÉM, TODAVIA, CONTUDO, ENTRETANTO- tem sido fartamente utilizada com o propósito de diminuir o EFEITO POSITIVO de tudo que pode ser desfrutado pelo sofrido povo brasileiro. 
Ontem, como se viu, não foi diferente: como a notícia da DEFLAÇÃO não tinha como ser escondida, a TURMA DO MAL (Globo, Estadão, Folha, etc.) colocou o - MAS-, dizendo: - O Brasil tem deflação de 0,68 em julho, MAS o preço da comida sobe-.

FIQUE EM CASA
Ora, esta mesma TURMA, mais do que sabido, é composta por aqueles maus comunicadores que, durante a pandemia, a todo momento tratavam de influenciar o povo brasileiro através do criminoso -FIQUE EM CASA- A ECONOMIA A GENTE VÊ DEPOIS. 
Pois, este DEPOIS, embora com todos os importantes esforços despendidos pelo governo, se apresenta, para muitos, em forma de FOME. De novo: os mesmos que pregaram enfaticamente o FIQUE EM CASA se mostram -surpresos- com os indiscutíveis efeitos. Pode?

FOME É PARA BRASILEIROS DE SEGUNDA CLASSE
Detalhe importante nisso tudo: quero que alguém aponte qual servidor público deste nosso imenso Brasil - ativo ou inativo - foi prejudicado com a pandemia e, principalmente, com os criminosos LOCKDOWNS. 
Mais: seria importante divulgar e/ou saber qual servidor público está passando fome. Ou seja, pelo que se sabe, a FOME é algo que só existe para brasileiros de SEGUNDA CLASSE. A PRIMEIRA CLASSE está sempre fora dessas encrencas. 
 
Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires

 

 

sábado, 30 de julho de 2022

Quem vai encaixar melhor? - Alon Feuerwerker

 Análise Política


Cada processo eleitoral apresenta uma ou duas variáveis-chave, e navega mais facilmente a candidatura com imagem pública mais solidamente associada à capacidade de dar atenção a essas variáveis, e, portanto, apresente-se como mais capaz de solucioná-las.
Jair Messias Bolsonaro venceu a eleição de 2018 principalmente porque sua imagem pública, construída ao longo de décadas, estava vinculada à firmeza no combate ao crime.

Isso encaixava com as duas demandas mais sensíveis do eleitorado naquele ano: atacar implacavelmente o crime de corrupção e a impunidade dos criminosos em geral. As angústias principais agora em 2022 são outras: a inflação e o desemprego, que trabalham para aprofundar a pobreza e a fome. Daí Luiz Inácio Lula da Silva enfrentar menos vento contra que o presidente, ou até ser empurrado por vento favorável.

Pois ao longo da década e meia petista no poder Lula foi acusado de muitas coisas, mas preservou intocada, e todas as pesquisas comprovam isso, a imagem de governar com especial atenção para o combate à pobreza, à fome e à desigualdade. 
A missão da campanha do PT é congelar a hierarquia das preocupações da sociedade, fazer chegar outubro com a impressão disseminada de que a economia vai muito mal, especialmente a inflação e o desemprego. Portanto cabe ao governismo (tentar) inverter a equação. [optamos por destacar, suprimindo virtualmente o tentar, já que o processo de inversão da situação 'desfavorável' [sic] ao 'capitão do povo' está em pleno andamento = a causa principal das dificuldades de grande parte da população é um inicio de recessão (em escala global)  consequência dos malefícios da pandemia, que começa a ceder; a inflação brasileira já inicia um processo de queda e mesmo antes do inicio da queda, era menor do que a existente em potências econômicas mundiais - temos o caso da UE, que aumentou os juros   em 0,5%, situação que não ocorria desde 2011; o índice de desemprego é o menor desde 2015 - quando a 'engarrafadora de vento', -  cria do descondenado, não inocentado - pedalava; o PIB, apesar da torcida contra, aumenta lentamente, mas pior é estivesse negativo; álcool, diesel e gasolina,baixaram quatro vezes, redução de até 20%, na bomba;  E vários outros fatores que a mídia militante = a grande e velha imprensa = insiste em não destacar, a prioridade é maximizar o ruim e minimizar as melhoras. Perdem tempo, o 'capitão do povo', com as bênçãos de DEUS vai ganhar segunda, da série de três.]

Há dados objetivos (os fatos costumam ser teimosos) [e implacáveis com os mentirosos e narradores.] a mostrar a redução do desemprego, e as mesmas pesquisas que trazem o favoritismo de momento de Lula mostram a percepção popular sobre a inflação melhorando rapidamente.

A dúvida é se haverá tempo hábil para consolidar a sensação de um cenário econômico mudando para melhor e que não vale a pena “mexer em time que está ganhando”. Como diz o batido ditado em língua inglesa, trata-se de batalha morro acima para o situacionismo.

E sempre estará ao alcance do petismo repetir 2002. Se a situação eleitoral apertar, se a chapa esquentar, assumir o compromisso de não dar um cavalo-de-pau na economia. [será que algum compromisso de um candidato que tem raiva da polícia, da classe média, e outros pontos negativos, incluindo, sem limitar,  o fato de ser um descondenado, mas que não foi inocentado da prática dos crimes pelos quais foi condenado por nove magistrados e três instâncias?
Tal situação deixa sempre dúvidas se em um hipotético segundo turno - por Bolsonaro não ganhar já no primeiro - muitos que não votaram no presidente, optarem por não correr o risco de trazer de volta a cena do crime o descondenado e marcarem JAIR BOLSONARO.] Até agora não tem sido necessário, pois a anabolização do antibolsonarismo “de centro” tem levado votos a Lula por gravidade, sem o PT ter de fazer qualquer concessão programática.

Será necessário olhar também como vão evoluir as taxas de rejeição dos candidatos, diante da inevitável campanha negativa que vem aí. Se Lula precisa manter o diferencial favorável nesse quesito, aumentar a repulsa ao petista é um caminho óbvio para o bolsonarismo.[caminho fácil de ser percorrido pelos bolsonaristas -  basta apontar fatos contra o petista; já contra Bolsonaro terão que criar 'narrativas'.]

Pois, quando um eleitor diz que não vai votar de jeito nenhum no candidato “x”, a saída intermediária para o candidato “y” é convencer esse eleitor a não votar em nenhum dos dois. Outro detalhe: nas pesquisas estimuladas, a taxa de “não voto” tem girado em torno de 10%, o que é irrealista, pois a série histórica mostra esse contingente (abstenção mais brancos mais nulos) entre 25 e 30%. Por isso é recomendável prestar atenção à evolução das pesquisas espontâneas, nas quais o “não voto” aparece mais próximo dessa tradição.

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Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

Publicado na revista Veja de 03 de agosto de 2022, edição nº 2.796

 

domingo, 10 de julho de 2022

Incógnitas na PEC - Alon Feuerwerker

Análise Política

Eleições sempre envolvem cálculos arriscados. E a oposição a Jair Bolsonaro está diante de um deles. Se vota a favor do pacote de benefícios sociais, ajuda a injetar água no moinho da reeleição. Se vota contra, coloca-se como alvo fácil da propaganda bolsonarista. Objetivos apetitosos supõem caminhos complicados. E este é um caso em que o prêmio, o Palácio do Planalto, vale definitivamente o risco.

A oposição dá sinais de persistir na primeira opção, até porque o governo parece ter os votos suficientes. E à oposição não convém ficar contra os mais vulneráveis às dificuldades econômicas. A margem de Luiz Inácio Lula da Silva sobre Bolsonaro nas pesquisas está toda alicerçada nas camadas sociais de menor renda. As medidas governamentais visam a beneficiar exatamente esses grupos, mas a migração de simpatias eleitorais não tem sido automática, por enquanto. O Auxílio Brasil dobrou o valor do Bolsa Família, mas os beneficiários continuam votando majoritariamente no petista.[os beneficiários precisam deixar de pensar como petistas, abandonar a estupidez dos devotos do descondenado e terem em conta que Bolsonaro reeleito e o Brasil voltando a crescer mais melhoras virão - já o 'coisa ruim' fosse eleito o compromisso dele é trazer de volta quadrilha petista e os assaltos aos cofres públicos.]

Se o cálculo é eleitoral, os discursos e a narrativa tentam, naturalmente, escapar dessa caracterização. A preocupação com a disciplina fiscal, que não deu as caras quando o auxílio emergencial e a ajuda a estados e municípios estouraram espetacularmente o teto de gastos na pandemia, volta agora com esplendor. Mas desta vez os políticos parecem pouco vulneráveis aos apelos pela proteção ortodoxa das contas públicas.

Pode-se argumentar que em 2020 havia mesmo uma pandemia, e agora as atividades econômicas foram normalizadas. Mas de semanas para cá o Brasil ficou sabendo que 30 milhões de pessoas passam fome no país. Haverá poucas situações mais características de uma emergência. Então não dá, ou ao menos é bastante desafiador, para, ao mesmo tempo, alertar sobre a calamidade social mas dizer que não se deve fazer nada a respeito até a eleição. [cabe aqui um comentário sobre o esforço da velha imprensa, da mídia militante, para destacar tudo que possa sustentar uma narrativa desfavorável ao governo Bolsonaro. Vamos à memória: conhecida rede de TV, que já foi a maior do Brasil e agora se encontra em estado pré falimentar, veiculou na quarta ou quinta pretérita, em um telejornal que já o maior do Brasil (em credibilidade e audiência) que brasileiros estavam vendendo utensílios das suas casas ou ferramentas de trabalho para se alimentarem. Mostraram dois ou três exemplos, buscando atribuir a crise ao governo do capitão - sem sucesso, como sabemos o Brasil está em melhor situação do que grandes economias 
Agora, estão anunciando para um programa dominical, que também já foi realmente maravilhoso, fantástico,  a mesma matéria - o esforço, inútil,  para comprometer o governo Bolsonaro é de tal ordem que apresentam em um programa que já um dos melhores, matéria requentada.]
Se não surgir um raio em céu azul, a Proposta de Emenda Constitucional passa na Câmara dos Deputados e o texto vai à promulgação. Aí restarão duas incógnitas: 
1) se o Supremo Tribunal Federal vai jogar água no chope;  e 
2) quanto as benesses vão mexer o ponteiro das pesquisas. [não acreditamos que o ódio que alguns ministros do Supremo, ainda que sendo maioria, seja suficiente para vetarem uma decisão do Congresso Nacional, que busca reduzir a fome de milhões e milhões de brasileiros. Se assim fizerem, estarão aumentando a fome dos que já são famintos e aumentando o número dos famélicos. Além do que tem as ponderações apresentadas pelo ilustre colunista no parágrafo abaixo.]

A posição do Judiciário é complexa, também por duas razões: 1) o apoio maciço dos parlamentares à PEC e 2) a falta de um bom argumento para justificar que as pessoas só devem deixar de passar fome depois que a eleição passar. Sobre o efeito eleitoral, é improvável que não venha a ter algum, o que apenas reforça a previsão de caminharmos para uma disputa mais apertada do que indicam os números de hoje.

Pois Bolsonaro ganhou a eleição quatro anos atrás por dez pontos, e agora Lula lidera as pesquisas por uma margem, na média, dessa ordem de grandeza. Portanto há um eleitorado flutuante, algo entre dez e quinze milhões, que já votou no PT, migrou para Bolsonaro e agora diz que vai de Lula. Não é absurdo supor que para esse eleitor os argumentos econômicos pesem mais que os ideológicos. [e a economia está melhorando e com as bênçãos de DEUS o viés de melhora vai continuar, além do mais a partir de agora está dificil impedir Bolsonaro de governar.]

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

 

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Lula idolatra Lula, e não mostra o seu projeto para o país

Para se afirmar, deslegitima os outros, e reluta em mostrar seu plano para "garantir o fim da fome, o fim da miséria e o pleno emprego" 

[em síntese: o traste não tem plano de Governo, não tem noção do que fazer e tem medo das ruas.]  

Lula é personagem difícil de ser rotulado, enquadrado numa moldura. [era; o rotulem de traste e logo perceberão que cai como uma luva.]

Esquerdista? Talvez. Populista? É possível. Sobrevivente, com certeza — da migração do agreste pernambucano para São Paulo; do sindicalismo metalúrgico, e dos 42 anos de profissional da política, mais da metade do seu tempo de vida.

Seu melhor retrato nasceu da argúcia do humorista e do polimento do escritor Millôr Fernandes. Disse tudo em sete palavras: “O Lula é viciado em si mesmo.”

Reconheceu, tempos atrás: “Tem hora em que estou no avião e, quando alguém começa a falar bem de mim, meu ego vai crescendo, crescendo, crescendo… Tem hora em que ocupo, sozinho, três bancos com o meu ego.”

Lula cada dia mais idolatra Lula, principalmente nesta temporada eleitoral por ele transformada em campo de batalha pela absolvição nas urnas — algo que ainda não conseguiu nos tribunais.

Aos 76 anos, aproveita a que talvez seja sua última campanha para lapidar a imagem da Encarnação do Povo. É do jogo. O problema é que, para se afirmar, ele deslegitima todo mundo. Exemplos recentes:

Políticos no poder? “[Joe] Biden nunca fez um discurso para dar US$ 1 dólar para quem está morrendo de fome na África.”

Partidos? “O PFL acabou, agora quem acabou foi o PSDB e o PT continua forte, crescendo.”

Empresários? “Essa gente deveria vir de joelho conversar com a gente.”

Brasil? “Este é um país de uma elite escravista. O escravismo ainda está, sabe, contido na célula de cada representante da grande elite brasileira.”

Lula contra tudo e contra todos é imagem em sépia das suas quatro décadas sem sair de cima de um palanque.

Em 2003 se queixava da “herança maldita” do governo Fernando Henrique Cardoso.

Em 2022 anuncia que, se eleito, vai pegar um país muito pior do que o recebido vinte anos atrás.

Lula, nesses cultos de adoração de si próprio, pode até ter alguma razão em cada sílaba do que anda dizendo.

É pena que, a quatro meses da eleição, ainda relute em mostrar seu plano para  “garantir o fim da fome, o fim da miséria, o pleno emprego e fazer o Brasil virar protagonista internacional”.  
Esse Brasil Potência nunca antes aconteceu na história deste paísnem mesmo na década e meia de governos lulistas.

José Casado, colunista - VEJA


domingo, 8 de maio de 2022

Nunca se comeu tanto milho - Revista Oeste

Evaristo de Miranda

A nova safra também ajudará no barateamento das rações e talvez traga quedas nos preços das carnes 

Foto: Shutterstock

Quem toma uma cervejinha com torresmo, frango a passarinho, iscas de peixe ou fatias de salame consome milho. Ele é a base das rações de vacas leiteiras, suínos, aves e da piscicultura. E entra na fabricação de cervejas e uísques. Originário das Américas, o milho ajudou muitos países a superarem o risco da fome nos últimos séculos. Agora, com uma segunda safra recorde, ajudará o Brasil a reduzir os preços de alimentos e os índices de inflação. E trará divisas, dada a forte demanda externa pelo produto.

Em 1751, na França, a Encyclopédie, o “dicionário racional das ciências, artes e profissões”, referindo-se ao milho informava: “O trigo da Turquia é sempre um socorro diante da fome”. Em 1776, na Inglaterra, Adam Smith considerou milho e batata como “os dois mais importantes aportes que a agricultura da Europa, e talvez a própria Europa, recebeu da expansão de seu comércio e sua navegação”. Na Itália, no começo do século 19, Filippo Re, agrônomo conhecido, atestava: “Após a introdução desse grão (a Itália) não provou mais do terrível flagelo de uma verdadeira fome”. Haja polenta!

O milho é considerado patrimônio biológico, agrícola, cultural e econômico do México. Com razão. A domesticação do milho (Zea mays) começou há mais de 10.000 anos no México. Os mais antigos registros de cultivo do milho datam de 7.300 anos, em ilhas próximas ao litoral mexicano. Restos arqueológicos de milho da caverna Guila Naquitz (Oaxaca) datam de 6.250 anos. Há pelo menos 2.500 anos, o cultivo se espalhou pelas Américas. Foi o alimento básico das civilizações olmecas, maias, astecas e incas, reverenciado na arte e na religião, como são o trigo na Europa e o arroz na Ásia.

(...)

A palavra portuguesa milho deriva do latim milium, designação do milho-miúdo ou milheto (Pennisetum glaucum), conhecido no Mediterrâneo. O termo milium é oriundo do numeral mil e evoca a grande quantidade de grãos nas espigas de milheto. No milho são bem menos grãos. Em português, a palavra nomeia diversas gramíneas: milho-alpiste (Phalaris canariensis), milho-da-guiné (sorgo), milho-da-itália (Setaria itálica) e milho-zaburro (vários tipos de sorgo). No século 18, o próprio milho era conhecido como milho grande, milho graúdo, milhão, milho grosso e milho de maçaroca. De maíz, em português, só derivou o termo maisena. E os nomes tupis-guaranis, como avati, não prosperaram.

Portugal e Espanha difundiram o cultivo do milho na Península Ibérica e de lá para França, Itália, sudeste da Europa e norte da África. Os portugueses levaram o milho ao restante do continente africano e ao Oriente. Pelos lusitanos, o milho chegou à China, depois à Indonésia e, bem mais tarde, ao Japão. Os ingleses introduziram o milho na Austrália (1788). Hoje, ele é cultivado em todo o mundo, em área superior à do trigo e à do arroz.

Com diversos usos, o milho tem grande contribuição no cenário econômico, da alimentação animal à indústria de alta tecnologia. Mais de 70% dos grãos são destinados a rações, sobretudo para suínos, aves, gado leiteiro e até piscicultura. O milho é versátil e serve à produção de etanol combustível, gerando coprodutos proteicos para alimentação animal de grande digestibilidade (DDG e WDG), além de ter muitos usos na indústria. Este ano, o Brasil produzirá 4,5 bilhões de litros de etanol de milho, 31% a mais do que em 2021 e 7% acima da estimativa anterior da União Nacional de Etanol de Milho (Unem).

(...)

A safra total de milho (verão + outono) está estimada em 115,6 milhões de toneladas, 32,7% superior à do ciclo anterior, segundo a Conab. Apesar da queda de 20,4% da primeira safra no Sul, por ausência de chuvas. O cenário de ampla oferta afastou compradores. Resultado: negócios lentos e um mercado de milho momentaneamente retraído com reflexos negativos até na Argentina e no Paraguai, um dos países onde mais cresce a produção de grãos. E os agricultores brasileiros por lá têm muito a ver com essa dinâmica.

Nas festas juninas não faltarão milho cozido e assado, nem canjica, curau, pamonha ou pipoca. A nova safra de milho ajudará no barateamento das rações e talvez traga quedas nos preços de frangos, suínos, embutidos, leite e outros produtos. Quem sabe até da cerveja.

Leia também “Para não dizer que não falei das flores”

Evaristo de Miranda, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 15 de março de 2022

Mamãe Não Falei - Gazeta do Povo

VOZES - Guilherme Fiuza

Dez princípios para você estar por dentro da nova ética:

1. Defenda as mulheres ucranianas contra a sanha verborrágica do Mamãe Falei e silencie sobre o banimento da mãe de uma jovem vítima da vacina de Covid das redes sociais. A sua contribuição para a indiferença geral diante da perseguição hedionda a Arlene Graf, que cometeu o pecado de alertar outras mães para os riscos das vacinas experimentais, mostra aos ucranianos toda a sua empatia para com as mulheres deste planeta;

2. Se você está entre a maioria silenciosa que assistiu de camarote mulheres sendo agredidas, arrastadas e humilhadas nas ruas, na cara de todo mundo, em nome de uma falsa segurança sanitária, você está pronto para usar sua ética moderna se juntando à maioria silenciosa que ignora os apelos das famílias de Anita Vitória, Chimena Meirelles, Letícia Balzan, Graciella Sakamoto e muitas outras mulheres por investigação de suas mortes pós-vacina de Covid;

3. Aproveite o Dia Internacional da Mulher para se orgulhar da sua indiferença diante dos ataques a médicas brasileiras por parte dos marmanjos da CPI, incluindo insultos ao vivo e vazamento ilegal de sigilos pessoais. As suas virtudes humanitárias têm que estar sempre em consonância com as manchetes dominantes – o resto é perfumaria;

4. Mostre toda a sua solidariedade ao comediante Zelensky e contribua para o encobrimento dos vexames do comediante Biden; [ Embora nem todos os olhos sejam azuis, 

5. Confie em todas as notícias da guerra na Ucrânia publicadas pela imprensa que escondeu as evidências de fraude na eleição dos EUA. Quem usou suas credenciais de portador da verdade para ajudar a eleger o fenomenal Joe Biden com certeza revelará a verdade sobre a guerra na Ucrânia;

6. Aplauda a missão da MPB no STF, fazendo um lindo teatro de ativismo democrático na corte que quer decidir quem pode falar nas redes sociais;

7. Se jogue nas aglomerações carnavalescas pedindo paz na Ucrânia e depois volte para casa defendendo o distanciamento social e o passaporte vacinal;

8. Aplauda o primeiro-ministro fashion Justin Trudeau por seu tour pela paz e a democracia na Europa depois de mandar a polícia descer o cacete nos canadenses e bloquear as contas bancárias dos que criticam o passaporte ditatorial;

9. Use toda a educação que você recebeu na vida para fazer discursos sofisticados defendendo um ladrão como esperança democrática;

10. Siga o mandamento McDonald’s: mate a sua fome com a sua pose.

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

O QUE MATA A DEMOCRACIA É A “SUA TORCIDA” - Fernão Lara Mesquita

Imaginemos que os Estados Unidos, depois de anexar militarmente a Baja California, estacionassem 190 mil soldados, com os tanques, os lançadores de mísseis e o mais da parafernália do costume na fronteira do México, e declarasse, apenas porque Joe Biden sozinho decidiu que o momento é bom para tanto, que não reconhece a soberania do governo mexicano sobre os estados de Sonora e Chihuahua e, se calhar, sobre o resto do México inteiro. 

Qual seria a reação do mundo? E a dos próprios americanos?

Dá pra imaginar a chuva de pedras da imprensa nacional e estrangeira? As meninas bonitas das redes americanas e mundiais de TV deslocando-se em fúria para esses territórios para mostrar, em matérias pungentes, as crianças e os bebezinhos marcados para morrer? Entrevistando incessantemente, dos “especialistas” do costume aos atores de Hollywood, quem denunciasse a dimensão do genocídio planejado? As marchas planeta afora de furibundos queimadores de bandeiras ianques? Os milhares de matérias de arquivo mostrando as barbaridades “gratuitas” todas perpetradas pelos americanos em “guerras que não eram deles” (menos a do Hitler, claro)?

Agora imagine isso na Russia do envenenador de opositores com plutônio. Seria possível algo parecido?

Ha 400 anos, quase 100 dos quais depois do fim de todos os outros impérios coloniais da História Moderna, a Russia barbariza incessantemente os mesmos vizinhos que “desinvadiu” ontem na debacle soviética. Seja “para ter acesso a mares quentes”, seja pela desculpa que for, invade, massacra, escraviza, mata deliberadamente de fome (na Ucrânia mesmo), perpetra “limpezas étnicas”, esmaga “nacionalismos”, proíbe o ensino de línguas a filhos de pais que não têm outra, fuzila religiosos em porões, aterroriza e mata até que não reste na terra alheia que cobiça senão uma “maioria russa separatista”.

Como se a humanidade não tivesse aprendido nada desde que sistematizou o domínio da História, faz a mesma coisa com seus próprios nacionais. Esmaga a ferro e fogo qualquer sinal de resistência ao “César” (czar) da hora. Não ha barbaridade nos dicionários ou nos anais da tragédia humana que não tenham praticado, primordialmente contra a sua própria gente enquanto a cepa dominante foi o comunismo soviético, ou continuem praticando hoje, já sob a variante do “capitalismo de cumplicidade” depois que se assumiu como “estado bandido”, com todos os povos, culturas ou religiões que encostem ou não em suas fronteiras.

Vladimir Putin pode dizer que é ele que tem medo de ser invadido por essa Ucrânia que mantem cercada depois de tê-la invadido ainda ontem em pleno Terceiro Milênio pela mesma razão que Lula pode afirmar que assassino é quem reage a uma tentativa de assassinato: não tanto porque conta com o silêncio obsequioso de uma população interna que controla pelo terror, mas porque já conta como plenamente instalada fora da Russia a “Sociedade da Informação Adequada” que, em nome de seu único “eleitor”, Edson Fachin acaba de prometer solenemente instalar no Brasil em ritmo ”fortíssimo”. Porque tem como certa a “torcida externa” dos intelectuais e da parcela podre da imprensa que só são ainda livres para aplaudir declarações como essa graças ao sangue derramado por americanos para libertá-los da opressão nazista ou da opressão da própria Russia comunista e que, certo como que o sol nascerá amanhã, dirá que nada mais é que “alta sabedoria” de um “estadista” especialmente ladino qualquer forma de expressão da covardia e da brutalidade dele contra quem não pode se defender delas sozinho.

Putin pode invadir, oprimir e matar porque conta com essas “avaliações realistas” de uma elite ocidental que dirá que a Ucrânia nunca foi dos ucranianos, assim como tudo o mais que existe entre a Ucrânia e Berlim (ou além), que os mísseis russos não matam nem queimam criancinhas já que isso não aparece na televisão, e que resistir às suas agressões contra outros seres humanos que querem “buscar sua felicidade” como bem entenderem é prova conclusiva de falta de “refinamento geopolítico”, quando não “uma agressão” ao agressor…

Etienne de La Boétie é o autor da proposição tristemente imortal de que a existência dos tiranos depende essencialmente dessa vontade de tantos da nossa espécie de serem tiranizados. O nosso Nelson Rodrigues deu uma versão mais individualizada, teatral e freudiana à resiliência desse horror da multidão dos anões morais à grandeza dos raros que lhes põem sombras na alma: “Porque me odeias“, perguntava o seu personagem, “se eu nunca te ajudei, nunca fiz nada por você“?

É esse, enfim, o grande paradoxo da democracia: as elites que, na segurança de que desfrutam sem tê-la conquistado, se podem dar o luxo de exibir impunemente a sua corrupção moral – as que têm e as que não têm dinheiros a salvo em terras de ninguém; as assumidamente apátridas ou as supostamente patrióticas marcando a fronteira entre os comportamentos dolosos e os comportamentos apenas idiotas – imploram diariamente pela institucionalização do tiro na nuca e da injeção de plutônio que merecem. Mas mesmo assim – paciência! – é preciso lutar por elas. Não dá pra ter democracia só para a minoria que, na hora do “Vamo vê”, faz concretamente por merecê-la.

 Fernão Lara Mesquita - Publicado originalmente O Vespeiro 

 

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Os limites da ingenuidade - Revista Oeste

O que vamos decidir em outubro é se valorizamos de fato nossa liberdade ou se aceitamos ser escravizados por uma ideologia que só produz igualdade na miséria

Em 13 anos, eles devastaram a economia, a política e a ética. Agora, querem voltar, e seu patético pré-candidato à Presidência sempre rodeado por um séquito de pajens vem revelando o que pretende fazer caso retorne ao poder. 
Se você ainda não prestou atenção em seu lero-lero, é bom ficar esperto, porque são declarações de intenções — recorrentes e explícitas — de que, em nome de sua democracia popular de mão única, completará o serviço sujo que foi interrompido em 2016 e lançará o Brasil em uma aventura socialista. Tratam o país apenas como mais um membro da “Pátria Grande” que povoa seus anseios utópicos, uma fantasia que até hoje só produziu fome, miséria, escassez e escravidão no mundo, mas que mesmo assim insistem em replicar, a exemplo do que alguns países vizinhos vêm fazendo.

Para quem sabe ler e ouvir, as intenções que vêm anunciando são claríssimas — fora as que ainda vão divulgar, ou que simplesmente podem vir — e configuram rejeição de qualquer respeito às liberdades individuais. Se o leitor desconfiar de exagero nessa afirmativa, basta consultar rapidamente a página do partido na internet para certificar-se de que não há dúvida.

Assemelham-se a um bando de aracangas (nome, em tupi-guarani, dado às araras-vermelhas-grandes), aquelas aves barulhentas que emitem grasnados que lembram vagamente gritos humanos; em especial, seu chefe resgatado da gaiola por estranhas manobras políticas travestidas de jurídicas possui um aparelho fonador que reproduz jorros sucessivos de mentiras e ameaças.

Até recentemente, as aves encarnadas vinham despejando suas ideias bizarras uma a uma, assim como quem não quer nada. Entretanto, sob o efeito estimulante das eleições, as criaturas deixaram de lado a vergonha e passaram a exibir sua meta: implantar aqui o socialismo do século 21. Recentemente, divulgaram um documento interno, ainda não oficial, um monstrengo ao mesmo tempo ridículo e assustador, intitulado “plano de quarentena fiscal”, elaborado pela cúpula e pelos economistas do partido, a maioria deles oriunda da Unicamp.

Eis um resumo das intenções declaradas no tal plano:  
(1) revogação “temporária” do teto de gastos; 
(2) decretação de “estado de emergência”, para liberar orçamentos da exigência de licitações; 
(3) recuperação da “capacidade de investimento” do BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e de empresas estatais; 
(4) criação de um “imposto emergencial sobre grandes fortunas, lucros e dividendos”; 
(5) ampliação do programa Bolsa Família; 
(6) retomada imediata do programa “mais médicos”, 
(7) novos concursos públicos para “recompor” o quadro de servidores federais.
 
Além dessas ameaças, há outras: 
revogação da reforma trabalhista e da autonomia do Banco Central; reestatização de empresas privatizadas; 
extinção do programa de desestatização;
censura da internet e da mídia em geral; 
tentativa de cooptação das Forças Armadas, a exemplo do que foi feito na Venezuela; e, 
 retorno à política externa de alianças com ditaduras de esquerda na América Latina e no resto do mundo. Haja estômago.

Chega a ser espantoso que certos ditos liberais sinalizem a possibilidade de apoiar o candidato das aracangas

Como se todo esse retrocesso fosse pouco, para comemorar os 42 anos de sua fundação, o partido anunciou a criação de 5 mil “comitês populares de luta”. É incrível, mas é isso mesmo: a velha conversa fiada de toda a laia de ditadores
Trata-se de um longo cortejo de bizarrices, em que desfilam ignorância, arrogância, petulância e negação dos mais de cem anos de história de fome, miséria, escassez, assassinatos e apropriação das liberdades individuais, sempre em nome de “interesses populares”.
 
Pelo que vêm apregoando, é plausível supor que, caso voltem ao poder, vão acelerar sua conhecida agenda
entabocar a ideologia de gênero goela abaixo da população; 
acirrar o racismo fantasiado de “resgate histórico”
intensificar o feminismo radical; 
abolir a história e as tradições da nossa nação; 
radicalizar o politicamente correto; 
impor o uso da linguagem neutra; e,
abolir a economia de mercado; e,
ressuscitar as práticas sindicalistas de um passado.
 
A esta altura do campeonato, chega a ser espantoso que certos ditos liberais e conservadores sinalizem a possibilidade de apoiar o candidato das aracangas. Não é difícil detectar os dois principais motivos dessa estranha condescendência:  
o ódio irracional ao presidente Bolsonaro, que os leva a procurar uma “terceira via” tão improvável quanto retrógrada, e a necessidade de recuperar algumas “boquinhas” perdidas com a política econômica liberal do governo.

Por quais motivos, senhores, a carta mensal de uma gestora de fundos de investimento faria uma comparação completamente estapafúrdia em que afirma não haver distinção quanto aos resultados da política econômica dos governos de Bolsonaro e o de Dilma Rousseff? E por quais razões o relatório de um banco suíço asseguraria que existe um “consenso” de que, se Lula for eleito, ele aprovará as reformas, avançará no processo de consolidação fiscal e não governará com medidas populistas?

Como a ingenuidade tem limites, a única explicação possível remete à baixa política. É evidente que todos têm o direito de não gostar do presidente e de buscar outros nomes, porém, devem assumir o dever de respeitar a verdade factual. Equiparar o governo atual aos do PT é como chamar Confúcio de Pafúncio.

Politicamente, o governo atual — que as línguas mal-intencionadas acusam de pretender dar um “golpe” é diametralmente oposto aos anteriores, aqueles sim amantes de várias ditaduras espalhadas pelo mundo. Resumindo, temos um governo de direita, conservador e que defende o livre mercado, a equipe econômica é a mais liberal e, provavelmente, a mais bem preparada tecnicamente da nossa história e propôs todas as reformas estruturais necessárias.

Por fim, do ponto de vista ético, é uma enorme agressão à inteligência alheia fazer qualquer comparação com o governo atual, que até hoje não teve atestado um caso sequer de corrupção. Além disso, são absolutamente diferentes as pautas sobre costumes, família, religião, cultura, comportamento e muitas outras.

Por tudo isso, é necessário enfatizar que, no final deste ano, a escolha não será só entre dois candidatos, um de “direita” e outro de “esquerda”, um “conservador” e outro “progressista”, o buraco é muito mais embaixo. O que vamos decidir em outubro deste ano é se valorizamos de fato nossa liberdade ou se aceitamos ser escravizados por uma ideologia que só produz igualdade na miséria.


Ubiratan Jorge Iorio é economista, professor e escritor. Instagram: @ubiratanjorgeiorio

Leia também “O PT quer censurar a imprensa”

Revista Oeste 

 


quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

2022: VIVA CUBA LIBRE! - Jorge Hernández Fonseca

Não há outro futuro possível para Cuba do que ser livre novamente. A farsa "revolucionária" terminou em 11 de julho, com os cubanos na ilha clamando pela liberdade, em maiúsculas. O que as "viúvas" de Fidel Castro oferecem como futuro é continuar sua "pequena guerra" particular contra os Estados Unidos da América - a única "conquista" tangível da tardia e pestilenta "revolução cubana" - uma conquista que a nenhum cubano interessa, fora da liderança ditatorial.

Uma "revolução" que ofereceu "mundos e fundos" e que depois de 63 anos de enganos e mentiras, milhares de tiros e centenas de milhares de presos políticos, o que nos apresenta é a fome, a desesperança e o desenraizamento do melhor da juventude cubana: uma vergonha !

O único e grotesco argumento "teórico" da gangue que comanda tal "revolução" para permanecer no poder com sangue e fogo, é "para evitar o retorno do capitalismo explorador" e para isso, eles inventaram uma "sinecura" nacional para pague aos cubanos em pesos e venda o que eles precisam em dólares. Algo que nem mesmo o pior explorador do capitalismo ousou fazer.

Não há motivos políticos, econômicos e muito menos morais para continuar com o desenfreado mecanismo "revolucionário" de sacrificar cubanos dentro de Cuba, apenas para que os filhos de Raúl Castro ocupem as casas dos exilados, para que possam gozar férias no exterior - como filhos de reis - para que possam dirigir Mercedes enquanto os cubanos não têm ônibus. Não há razão e é por isso que eles têm que ir embora!

A sobrevivência do regime ditatorial cubano não depende mais apenas das ideologias comunistas ou capitalistas. Outras forças internacionais aproveitam a opressão que a "revolução" tem contra os cubanos e ameaçam exportar seu sistema para outros países latino-americanos - um negócio lucrativo e em expansão, como evidenciado pelas vitórias da esquerda no Peru, Honduras, Chile e com risco de espalhar-se para a Colômbia e o Brasil - o que significa uma sobrevida à exploração comunista contra os cubanos da ilha.

A disposição demonstrada do povo da ilha para enfrentar as injustiças "revolucionárias", a divisão interna da ditadura e a pressão externa do exílio militante enfraquecerá o absurdo explorador dos comunistas de Castro para, mais cedo ou mais tarde, termos aquela Cuba Libre que todos os cubanos merecem e isso o castrismo agora limita.

 Jorge Hernández Fonseca - Acesse e saiba mais


sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Dia do Orgulho Hétero é aprovado, em 1º turno, pela Câmara de Cuiabá

POLÊMICA

De 16 vereadores presentes na sessão, apenas uma não foi a favor do projeto. Edna Sampaio (PT-MT) criticou a prioridade dos colegas em meio a fome da população, que faz fila por ossos 


 O autor da proposta, Marcos Paccola (Cidadania), diz que a lei irá evitar "ataques" de grupos "de ativismo homossexual" que obrigam um "comportamento bissexual" - (crédito: Câmara Municipal de Cuiabá)

Enquanto os moradores de Cuiabá dormem em fila para receber doações de “ossinhos”, a Câmara Municipal da cidade decidiu dedicar a última sessão da Casa a aprovar, entre outros, um projeto de caráter conservador. O projeto de lei que cria o Dia do Orgulho Hétero foi aprovado em primeiro turno pelos vereadores, nesta terça-feira (1/12). Se passar pelo 2º turno, os moradores do município poderão “celebrar” o dia todo terceiro domingo de dezembro.

Dos 16 parlamentares presentes, 15 foram favoráveis ao PL — oito não estavam na Casa na hora da votação. Eles apoiaram a justificativa do autor do projeto, o vereador bolsonarista tenente coronel Marcos Paccola (Cidadania), que afirma que a legislação evitará “ataques” de grupos de “ativismo homossexual”, que trazem “uma clara obrigatoriedade para que jovens e crianças tenham um comportamento bissexual”. “O que me fez propor essa lei foi uma conversa que tive com meu filho e sobrinhos, e fui revelado a algo que eu achei realmente assustador, de que na escola, para participar de determinados grupos, eles tinham que beijar meninos e meninas”, declarou ao defender o projeto no plenário da Câmara.

Foi quando o vereador percebeu que era preciso se opor à essa “desestruturação” do modelo tradicional de família.Falamos sobre o Dia do Orgulho Gay e não da existência do orgulho hétero. Então acabamos assistindo uma desestruturação que é algo que sabemos que faz parte de um marxismo cultural e do modelo tradicional de família”, pontuou. Apesar disso, ele afirma que tem amigos gays e que os direitos deles devem ser respeitados. 

A votação final — 2º turno — seria feita nesta quinta-feira (23/12), mas foi adiada para o próximo ano, após o recesso dos parlamentares. 

Única parlamentar contrária ao PL
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Edna também afirma que o projeto é uma forma de “sobrevalorizar quem já é valorizado, quem não tem problema nenhum de ser aceito e de se organizar no mundo”.

“Nós tivemos a capacidade de aprovar o Dia do Orgulho Hétero. O dia do orgulho daqueles que deveriam ter responsabilidade sobre os corpos daqueles que são vitimados por ser LGBTQIA+. Não é só feio, é vergonhoso. Eu não posso dizer que tenho orgulho de ser hetero quando as pessoas que não são estão sendo mortas justamente pelo fato de não serem”, declarou. [o complicador não é o fato de ser ou não ser gay - cada um é livre para fazer opções - e sim dos que são gays terem a pretensão absurda e ilegal de impor sua preferência sobre os demais, "o direito de cada um, termina onde começa o do outro".]

Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA


sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Como levar a sério quem diz que vai acabar com a fome - J. R. Guzzo

 VOZES - Gazeta do Povo

Uma das principais características da eleição presidencial de 2022 é a ausência absoluta, por parte dos políticos e das suas aglomerações, de qualquer coisa que possa parecer com uma ideia. Tudo bem: política, como é do conhecimento geral, sempre tem muito mais a ver com interesses do que com princípios. Não dá para exigir seriedade de ninguém numa campanha eleitoral, não é mesmo? Mas dessa vez a politicalha brasileira está indo ainda mais longe do que costuma ir em matéria de descaso pelo eleitor. É uma genuína história de superação.

A menos de um ano da eleição, não existe o mais remoto vestígio de que algum dos candidatos saiba responder à pergunta mais simples que o eleitor tem para fazer: por que você quer ser o próximo presidente da República? 
Há alguma razão lógica para eu votar em você? 
O que eu vou ganhar de útil se você for eleito presidente? É claro que eles têm na ponta da língua um palavrório que não acaba mais para dizer qual o Brasil que querem – só que, na prática, não adianta nada, pois é tudo mentira.

O único Brasil que os políticos brasileiros querem é o Brasil que seja melhor para eles – ou, mais exatamente, para eles, seus amigos e os amigos dos amigos. Dá para levar a sério um cidadão que diz que o seu grande propósito, como futuro presidente, é “acabar com a fome” no país? E os que prometem “democracia”? Ou “progresso”, “honestidade”, “justiça”, etc.? Ou levar o Brasil para “o centro?” A coisa vai daí para baixo. Não é que os candidatos não tenham um programa de governo que faça algum sentido. Eles não têm sequer uma sugestão decente a respeito do que deve ser feito.

No fim vai acabar sendo um torneio entre governo e gente que quer ir para o governo. O resto é conversa para encher noticiário político.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 24 de novembro de 2021

PELO QUE VALE A PENA VIVER? - Érika Figueiredo

Chegou ao meu conhecimento que o numero de suicídios entre jovens de 12 a 19 disparou, nos últimos anos. Não se conhecem as causas e nem a proporção por região, até mesmo pela subnotificação, mas trata-se de um fenômeno mundial, sobre o qual muito pouco tem sido falado.

Analisando friamente a questão, entendo que há uma infinidade de circunstâncias, as quais podem servir para justificar esse índice (inclusive o confinamento imposto, em virtude da pandemia). Entretanto, ouso dizer que a origem de todas elas é uma só, e reside em uma palavra: MOTIVAÇÃO.

Nassim Nicholas Taleb, pesquisador libanês radicado nos EUA escreveu um livro intitulado ANTIFRÁGIL: COISAS QUE SE BENEFICIAM COM O CAOS. Neste, Taleb discorre sobre a trajetória da civilização, na modernidade, e na forma como as pessoas foram se fragilizando perante a realidade, não encontrando-se preparadas para o enfrentamento dos problemas e a remoção dos obstáculos, com a dose de resiliência e força necessárias, na lida com as situações cotidianas e com as extraordinárias.

Acontece que o ser humano perdeu potência, à medida que a vida tornou-se mais fácil, menos rodeada de perigos à subsistência, e com mais comodidades para todos. “Tempos difíceis geram homens fortes, tempos fáceis geram homens fracos”, já dizia o provérbio oriental. Além do esvaziamento dessa força motriz, que fazia-nos lutar pela sobrevivência, enfrentando todo tipo de perigos e obstáculos, houve uma outra perda, mais significativa, e que retira toda a graça de viver: a perda da motivação. Essa tem respingado nos jovens, fazendo com que muitos não enxerguem propósito em suas vidas.

Mas de que motivação eu estou falando? Bem, para que avancemos, em qualquer campo da existência, somos regidos por motivações. Sejam estas morais, imorais, lícitas, ilícitas, fúteis, valorosas, certas ou erradas, elas são o motor de arranque das pessoas, para que exercitem desejos e realizem coisas.

Acontece que o tipo de motivação é o que faz a diferença, na vida da gente. Eu explico: digamos que a motivação que te ordena seja uma compulsão por álcool ou drogas. Ou por sexo. Ou por pornografia. Ou por dinheiro e poder. O que irá orientar sua vontade e definir seus atos será a sua compulsão.

Acontece que por ser uma motivação voltada para coisas despidas de valor real, mesmo que você se realize por um período de tempo, e a bebida, o sexo ou o dinheiro te proporcionem um prazer, este será finito, impermanente, baixo, e logo instalar-se-á um grande vazio, após a realização da sua compulsão.

Posso afirmar, inclusive, que todos nós possuímos compulsões, inclinações e más tendências, com as quais temos que lutar. Ser um indivíduo ordenado significa poder lidar com essas fraquezas, burilando-as, sopesando-as, administrando sua vontade e seus desejos, buscando voltar-se para motivações mais elevadas.

Desse modo, um homem casado pode desejar uma mulher fora do casamento, mas colocar sua relação na balança e afastar tal pensamento. Uma pessoa pode perfeitamente levar uma vida honesta, com menos dinheiro, ou optar por uma proposta muito generosa financeiramente, mas que ferirá sua integridade. Isso consiste em equilibrar as virtudes cardeais da fortaleza, da temperança, da justiça e da prudência, as quais devem estar presentes na personalidade de todo indivíduo.

A crise civilizacional que vivenciamos hoje, nada mais é do que um desequilíbrio de motivações, tendo sido as mais elevadas relativizadas, substituídas por prazeres banais, imediatos, fugazes e muitas vezes ilícitos ou imorais, os quais, após serem desfrutados, deixam um sentimento de vazio e vergonha, e uma impressão de que a vida não possui sentido.

Os jovens da atualidade mergulham nesse vazio, uma vez que não aprendem sobre virtudes e motivações elevadas, não são preparados para lidarem com a dificuldade e a frustração, com as perdas inevitáveis e com os desafios. Refugiam-se em pequenos prazeres, e perdem completamente o foco de suas vidas.

Falta, aos nossos jovens, que se consideram imortais, a sensação de que a vida é finita, o tempo é curto, e é necessário fazer valer a pena, porque a morte pode estar aguardando na próxima esquina... Isso aprendia-se bem cedo, com a guerra e a fome batendo à porta, e a dificuldade de sobrevivência pairando sobre as cabeças.

Eis que os nossos frágeis filhos nascem em um mundo de fartura e abundância, que as gerações pretéritas construíram e deixaram para que desfrutassem, onde a paz é uma realidade, quase não há guerras, e a maior ameaça à Humanidade é um vírus de laboratório.

As motivações por eles desenvolvidas, então, tornam-se, também, mais baixas, posto que, aparentemente, há todo tempo do mundo para serem quem desejarem, terem o que quiserem, conquistarem o que sonharem... porque esses símbolos vem sendo incutidos em suas mentes, ainda tão imaturas.

Erika Figueiredo - Publicado originalmente no excelente Portal Tribuna Diária

 

 

domingo, 14 de novembro de 2021

A economia vai socorrer Bolsonaro? - O Globo

Míriam Leitão

O retrato eleitoral e a economia

O país está a dez meses e 18 dias do primeiro turno das eleições, o centro da preocupação dos brasileiros deslocou-se da pandemia para a economia, e o presidente Bolsonaro perdeu apoio até entre os que votaram nele. A economia dificilmente virá em socorro de Bolsonaro, porque as projeções mostram que em 2022 haverá um declínio do ritmo de crescimento, chegando ao negativo no terceiro e quarto trimestres. O desconforto econômico não desaparecerá porque nada indica uma mudança para melhor na conjuntura.

O ex-presidente Lula cresceu mesmo em silêncio, mas ele terá que se expor mais. Nos últimos dias, o PT fez nota cumprimentando Daniel Ortega, ditador da Nicarágua, por “ganhar” uma eleição fraudada, em que ele prendeu sete concorrentes e na qual a abstenção foi de 80%. Depois o PT voltou atrás, desautorizou a nota, mas não renegou seu conteúdo. O PT insiste em defender ditadores latinos.

O ex-juiz Sergio Moro apareceu em terceira posição na pesquisa da Genial/Quaest com 8%. Ele irá adiante? [lembramos que antes de ser candidato a uma possível futura candidatura à presidente da República, o ex-juiz já se dispõe a ser um ex-candidato a ex-candidato àquela candidatura, visto que o  ex-tudo, já se dispõe a ser candidato a candidato a senador da República.] A corrupção perdeu espaço na lista de preocupações de brasileiros. Agora só 9% apontam a corrupção como sendo o principal problema. A economia está em primeiro para 48% e a pandemia, que já foi 41%, caiu para 17%. [se o maior ladrão, o maior corrupto do Brasil teve suas condenações anuladas por decisão do STF, só resta ao povo brasileiros envidar esforços para a recuperação da economia.] Moro tentou fazer um discurso para além do tema que o tornou conhecido. Não foi muito convincente. O PSDB ainda discute suas prévias, mas nem João Dória nem Eduardo Leite têm pontuação importante. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não é conhecido, mas também não demonstra força neste grid de largada.

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Bolsonaro promoveu aglomerações e combateu medidas de proteção para que houvesse uma rápida contaminação que, no cálculo dele, provocaria a imunidade de rebanho. E então a economia poderia voltar a crescer. Só a vacinação conseguiu reduzir a pandemia. Mas agora que está caindo o número de casos e de mortes, a economia não está melhorando. Outros fatores a derrubaram.

O terceiro trimestre que ficou para trás pode ter tido PIB negativo. Nos últimos dias saíram os dados da produção industrial, vendas de varejo e serviços de setembro. Tudo no vermelho. E olha que estamos no ano que terminará em uma alta estatística no PIB. A inflação disparou, chegou a dois dígitos, e encolheu a atividade. O desemprego caiu no segundo semestre, mas ele sempre cai no segundo semestre. É sazonal. Não chega a dar qualquer alívio ter 13 milhões, em vez de 14 milhões, de pessoas desempregadas.

A questão é: a economia virá em socorro de Bolsonaro? As projeções dos economistas dizem que não. O Itaú prevê que o primeiro trimestre terá 1,2% de alta em relação ao primeiro trimestre de 2021. No segundo, a mesma comparação contra igual trimestre do ano anterior será de 0,3% positivo. No terceiro, auge da campanha, será negativo, -1,1%. E no quarto, -2,5%. Vários bancos e consultorias marcam o mesmo movimento: o ano começa com algum crescimento e depois despenca e vai para o negativo. E dentro da economia a maior preocupação do eleitor é com o crescimento.

Não está fácil para ninguém. Moro terá que ir além da sua bolha, mas parece inconsistente quando fala de economia ou da questão social. Sua rejeição só não é maior do que a de Bolsonaro. O PSDB perdeu um pouco mais de identidade nessa semana em que tantos tucanos votaram a favor da PEC do calote e do fura-teto.

O aumento da fome é a maior preocupação social. O novo programa do governo vai cortar pelo menos 20 milhões de famílias que atualmente recebem o auxílio emergencial. Lula tem forte recall positivo quando o assunto é combate à pobreza. Nos próximos meses ele terá que sair de casa e se expor. A intenção de voto em Lula na espontânea saiu de 22% para 29% em um mês. E na estimulada ele tem 46%. Ainda é apenas um retrato, mas é bem favorável ao ex-presidente.

[NOTA: por consideração aos nossos dois leitores - ninguém e todo mundo - transcrevemos parcialmente a presente matéria, mais com o objetivo de mostrar o quanto os inimigos do Brasil se empenham em maximizar qualquer narrativa que possa ser apresentada desfavorecendo nossa Pátria Amada.       - Tentaram com  o Circo oficialmente chamado CPI da Covid e nada conseguiram nem vão conseguir;
- tentaram com a criação da imagem golpista do presidente Bolsonaro, só que os fatos mostram que se há golpistas no Brasil,  não estão no Poder Executivo.
- Tentaram o 'balão de ensaio' de proibir o acesso do capitão às redes sociais, mas perceberam que não pegaria  bem - sem contar que a legislação fornece ao presidente da República, outros meios de acesso ao povo; 
- tentam inflar uma candidatura a qualquer qualquer coisa do Moro, mas a vocação de ex do ex-juiz não ajuda;
- o criminoso petista tem vontade de ser candidato mas tem medo das ruas; 
- endeusar o Ortega não funciona - só mostra que nas ditaduras é o governo quem manda prender; enquanto no Brasil o 'antidemocrata' Bolsonaro é quem tem os apoiadores perseguidos, alguns presos, etc, etc.
Aos inimigos do Brasil só resta torcer para que a economia piore, a fome aumente, e todas as mazelas caiam sobre o Brasil e, por extensão, esperam conseguir derrotar o presidente Bolsonaro em 2022 = vão fracassar,  terão que continuar procurando outros caminhos. Íamos esquecendo: trocar as agências de pesquisas, os 'palpiteiros' não vai funcionar.]

Míriam Leitão - Com Alvaro Gribel, de São Paulo, O Globo


domingo, 31 de outubro de 2021

O buraco na defesa - Alon Feuerwerker

Análise Política

A hipótese de haver uma maioria centrista que rejeita os “extremos” não se vem comprovando. Desde a estreia, na disputa presidencial de 2018. Mas continua um sucesso de crítica, apesar do até agora insucesso de público. Uma pista pode ajudar a explicar a dificuldade na decolagem. O centrismo é tanto mais capaz de hegemonizar quanto mais inclusivo dá a impressão de ser. A ideia de construir consensos excluindo leva jeito de contradição em termos.

Não se deve subestimar, porém, o potencial de outra espécie de “centrismo”, que mais corretamente deveria levar o nome de “solucionismo”. Talvez haja um amplo contingente de eleitores em busca antes de tudo de soluções práticas para problemas idem, e é bem provável que essa turma venha a decidir a eleição. Trata-se então de encontrar a necessidade e preenchê-la, seguindo o conselho de Norman Vincent Peale.

Se bem que de vez em quando vale também criar a necessidade, ainda que artificialmente. O marketing está aí para isso.

Faz sentido que Luiz Inácio Lula da Silva e mais recentemente Jair Bolsonaro estejam voltados a lapidar a imagem de resolvedores de problemas. O primeiro vem ancorado nas percepções positivas sobre seu governo em temas como a fome. [baseado no preceito MANTER A FOME para manter o eleitorado.] O segundo busca bandeiras sociais. Tem lógica. A pandemia vem deixando um rastro de dificuldades econômicas, e a sobrevivência material ocupa o centro das preocupações desde que casos e mortes despencaram.

O Brasil traz uma peculiaridade no assunto que modernamente leva o nome de inclusão social. O foco gira invariavelmente em torno do papel redistributivo do Estado. Agora mesmo, um bordão de Lula é “incluir o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”.[e os ladrões a serviço do condenado petista e do perda total na Petrobras e outras estatais.]  E a luta toda de Bolsonaro é pelo Auxílio Brasil de 400 reais. Ambos estão deixando um buraco na defesa, para alguém que diga a real: só crescimento econômico resolve.

Não se está dizendo aqui que crescimento sozinho resolve, mas que sem crescimento não tem solução. Os exemplos históricos são abundantes. Qual é o problema, então? “Desenvolvimento” virou palavra proibida. Um desafio mais complicado para os países que ficaram para trás, e cuja ascensão econômica agora é combatida pelos que hoje andam na frente como um risco à sobrevivência da humanidade.

Bolsonaro está colhendo os frutos amargos por ter subestimado a necessidade de encaixar a demanda brasileira de desenvolvimento no mindset da hora em escala global. [Não podemos esquecer que Bolsonaro não teve tempo para governar = em 2019, além das dificuldades inerentes a um inicio de governo, tendo que administrar a 'herança maldita' que recebeu, Bolsonaro sofreu sistemático boicote e a partir de 2020 teve que enfrentar a maldita pandemia.
Só agora, com a pandemia sob controle, surgem condições para iniciar seu governo e cujo programa inicial será convalidado em 2022, pelo eleitorado ao efetivar sua reeleição.] Lula corre o risco de ficar preso na tentação do discurso fácil, na lógica do determinante de matriz nula. Ele é sempre zero. A conhecida interpretação lato sensu do princípio da precaução. Ou seja, se algo representa risco, não faça, até reduzir esse risco a zero, ou perto de zero.

E se tanto Bolsonaro quanto Lula tentarem contornar o desafio, em vez de enfrentar? E se preferirem fixar o discurso na rejeição ao antípoda? Costuma funcionar em países como os Estados Unidos, onde só tem espaço para dois candidatos viáveis. Mas no Brasil isso acabaria deixando o citado buraco na defesa, para alguém que diga que em vez de ficar brigando vai se concentrar em fazer a economia crescer e gerar os urgentes milhões de empregos. [em nosso modesto entendimento não existe nenhum candidato com pretensões a enfrentar Bolsonaro (os fatos mostram que o condenado petista inexiste como candidato, portanto 2022 será Bolsonaro contra o resto) que consiga programa melhor de governo do que pregar rejeição ao capitão.]

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político