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segunda-feira, 19 de julho de 2021

Anvisa autoriza estudos clínicos com 3ª dose de vacina da AstraZeneca e com a proxalutamida

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou hoje o estudo clínico para avaliar a segurança, a eficácia e a imunogenicidade de uma terceira dose da vacina da AstraZeneca — a AZD1222 - ChAdox1 nCoV-19. Participam do ensaio voluntários do estudo inicial que já haviam recebido as duas doses do imunizante, com intervalo de quatro semanas entre as aplicações. A terceira dose será aplicada entre 11 e 13 meses após a segunda dose, informa a autarquia em nota.“Trata-se de um estudo de fase III, controlado, randomizado, simples-cego, ou seja, em que só o voluntário não saberá o que tomou: se uma dose da vacina ou de placebo”, detalha o comunicado.

Segundo a Anvisa, serão incluídos voluntários com idade entre 18 e 55 anos, que estejam altamente expostos à infecção com o novo coronavírus, como profissionais de saúde. Não participarão do estudo gestantes ou pessoas com comorbidades. O estudo, patrocinado pela AstraZeneca, ocorrerá somente no Brasil. Inclui os Estados da Bahia (1.500 voluntários), Rio de Janeiro (1.500 voluntários), Rio Grande do Sul (3.000 voluntários), Rio Grande do Norte (1.500 voluntários) e São Paulo (2.500 voluntários).“Após a quebra do cegamento da pesquisa (quando os voluntários ficam sabendo se receberam a vacina ou o placebo), todos os participantes do grupo placebo serão convidados a ser imunizados”, diz a nota.

Nova versão da AstraZeneca
Na quarta-feira da semana passada (14/7), a Anvisa tinha autorizado um estudo clínico com a vacina AstraZeneca AZD2816 uma nova versão do produto atualmente disponível no Brasil (AZD1222), modificada para também fornecer imunidade contra a recém-emergente variante B.1.351, identificada primeiro na África do Sul. O estudo aprovado anteriormente, segundo a agência, testava nova versão da vacina em três diferentes esquemas terapêuticos. Na pesquisa aprovada hoje, diferentemente, o imunizante testado é exatamente o mesmo que já estava em uso no Brasil, ou seja, a primeira versão do produto, esclarece. 
 
Proxalutamida
A agência também autorizou estudo clínico para avaliar a segurança e a eficácia do medicamento proxalutamida na redução da infecção viral causada pelo novo coronavírus e no processo inflamatório provocado pela covid-19.“Trata-se de um estudo de fase III, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, para avaliar a eficácia e a segurança da substância em participantes ambulatoriais do sexo masculino com Covid-19 leve a moderada (Protocolo GT0918-US-3001)”, diz a Anvisa.

O estudo é patrocinado pela empresa Suzhou Kintor Pharmaceuticals, sediada na China, e será realizado na Alemanha, Argentina, África do Sul, Ucrânia, México, Estados Unidos e Brasil, onde participarão 12 voluntários do estado de Roraima e outros 38 de São Paulo. 

Brasil - Valor Econômico

 

quinta-feira, 15 de julho de 2021

SEJAMOS REALISTAS! - Percival Puggina

Passa longe da realidade, sem sequer tangenciá-la, a afirmação de que Bolsonaro causou ou agravou a divisão política do país
O atual presidente é resposta às insanidades e estragos causados pela esquerda no período em que, hegemônica, enxertou antagonismos, rupturas e violência na sociedade brasileira. Os 24 anos em que vigeu o falso antagonismo entre o PSDB e o PT foram de dormência e completo abandono do campo político pela direita, capturada na armadilha retórica de duas esquerdas que disputavam o poder entre si.
A hecatombe do petismo favoreceu o despertar das consciências. Princípios e valores comuns à ampla maioria da sociedade estavam sendo submetidos a uma erosão sistemática. Contribuíam para isso todos os setores de influência cultural.  Viu-se com clareza, então, a necessidade de uma restauração que era e persiste muito simples em seus fundamentos.  
Quanto aos fins: liberdade, ordem, progresso, segurança, justiça e paz social.  
Quanto aos princípios: dignidade humana, soberania popular, democracia, amor à pátria, liberdade econômica, pluralismo, direito de defesa, direito à vida, direito à propriedade, valorização da instituição familiar e sua proteção.

Desnecessário dizer quão distantes disso fomos sendo conduzidos, a contragosto, durante tantos anos!

O atual presidente emergiu dessa voragem cultural e política. Contra tudo que era considerado politicamente relevante, sem partido, sem dinheiro, sem tempo de TV, saiu do baixo clero da Câmara dos Deputados para vencer o pleito de 2018.  Mas isso não aconteceu de uma hora para outra. Começou anos antes, quando viu o que ninguém mais viu e agarrou a oportunidade com uma tenacidade que ninguém mais teve. Que bem lembro, foram de três a quatro anos de trabalho, abrindo espaço e reunindo apoio nas redes sociais, para transformar em votos algo que estava na intuição ou na percepção de tantos. 

A vitória sobre forças tão poderosas causou iras cósmicas. 
Para impedi-lo de governar, desabaram sobre ele todas as perversões de nosso absurdo sistema de governo. 
Foi e continua sendo boicotado. Seus próprios limites, testados
Não lhe faltou facada real. Não lhe faltaram punhaladas virtuais.  
Seus defeitos ganharam visibilidade. E também suas virtudes. A história é longa, mas é recente e conhecida.
Estamos a apenas 12 meses da data limite para que os partidos escolham seus candidatos. 
Logo após, começa a propaganda eleitoral. E vejo pessoas falando em “terceira via” para a eleição presidencial! 
Estimadíssimos leitores! 
De que ventre nasceria esse fenômeno politico-eleitoral, nos nove meses de gestação que faltam para a filiação de futuros candidatos? 
Querem um prodígio saído das fraldas, mas pronto e acabado, capaz de atrair 60 milhões de votos?
Esse seria um bom caminho para devolver o país à tragédia representada pelo conhecido arco de alianças que se congregará em torno de Lula. Examine um a um os grupos que querem e agem para a volta de Lula ao poder. 
Até hoje não ouvi de deles qualquer referência a uma terceira via. Essa ideia sonâmbula, estapafúrdia, só tira votos do lado direito e não mexe no estoque da esquerda.

Por fim, como pensar em terceira via quando, sem partidos, sem bancadas, sem organização municipal, sequer esboçamos uma segunda via em nosso país? Quanta falta de realismo!

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sábado, 10 de julho de 2021

O QUE EU DIRIA AO PRESIDENTE

Presidente, pense eleitoralmente, mas pense, também, politicamente.

Acho que já referi que falei com Bolsonaro uma única vez na vida. Não sou próximo e não tenho interesse em ser próximo aos espaços de poder. De qualquer poder. Este cantinho do mundo onde vivo me dá um bom ângulo de visão sobre o que acontece em meu país e isso me basta para seguir fazendo o que gosto junto à parcela da opinião pública com interesse em saber o que penso sobre o que vemos.

Por isso escrevo estas linhas sem a pretensão de ser lido pelo presidente da República. Dirijo-me aos meus leitores. Segundo muitos, Bolsonaro teria, na real, obtido votos para vencer a eleição de 2018 no primeiro turno. Disso nada sei, mas não duvido que pesquisas eleitorais honestas, não elaboradas com o intuito de manter viva a disputa no primeiro turno, talvez tivessem produzido essa consequência. Vi acontecer o mesmo no segundo turno, quando as pesquisas apresentaram margens de erro tão descomunais que pareciam elaboradas no aconchego de algum comitê eleitoral adversário.

O fenômeno já está novamente em curso, favorecido pelas reiteradas negativas no sentido da adoção do voto impresso auditável. Repete-se o cenário. O presidente só tem o apoio que falta aos outros – o apoio do povo. E poderia dizer, bem sinteticamente – do povão. Como em 2018, partidos e meios de comunicação trabalham para derrotá-lo, com ainda maior afinco.

O presidente precisa lembrar-se de que naquela eleição  o candidato Geraldo Alckmin foi apoiado por 9 partidos de peso. Suas bancadas na Câmara dos Deputados representavam mais da metade das cadeiras. Ele tinha em tese, um exército de congressistas para agir por si. E fez menos de 5% dos votos. A maior parte daqueles parlamentares migrou em apoio a Bolsonaro e o abandonou após a eleição como havia abandonado Alckmin na campanha de primeiro turno.

Com isso, estou querendo dizer que não se pode amarrar cachorro com linguiça. Ele não pode correr o risco de enfrentar mais quatro anos com as mesmas dificuldades com que convive hoje. O modelo precisa de correções. Se não ainda não constitucionais, ao menos que o sejam de negociação política e não ao sabor dos abraços. O presidente precisa de um partido forte, de acordos sólidos com outros partidos fortes. Para uma campanha feita com segurança e que inspire confiança.

O presidente está fazendo um bom governo; só os desajuizados da política, em suas “narrativas”, afirmam o inverso. No entanto, a impressão deixada pela falta de uma base partidária e parlamentar sólida é de instabilidade política a inspirar desabafos presidenciais, necessários, mas pouco produtivos. Os adversários baterão nessa tecla, pisarão nesse calo. E ele dói. O xadrez da construção da estabilidade é mais difícil, mas bem mais eficiente.

A política é como essas modernas “plataformas” tecnológicas que a toda hora precisam de atualizações. E nós estamos desatualizadíssimos. Será um erro enfrentar tudo e todos confiando, ali na frente, que os melhores chegarão ao Congresso em número suficiente para, com eles, formar uma sólida maioria. Não vai funcionar. Política, presidente. E o Supremo  é tóxico demais para o senhor fazer política.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quarta-feira, 7 de julho de 2021

A DEMOCRACIA BRASILEIRA É UMA FARSA - Percival Puggina

Se fizermos uma lista de tudo que deploramos em nosso país, ela será imensa. Pouco, muito pouco, de nossas instituições políticas ficaria em pé. Por vezes, eu as vejo como espectros mal-assombrados, pousados nos telhados da pátria como aqueles demônios que dão o que pensar nos beirados de diversas catedrais medievais que visitei.

Somos contra essa democracia de embromação, essa farsa que nos concede o extraordinário privilegio de sermos “o poder soberano” (durante nove horas de votação, a cada quatro anos). Ou seja, vivemos numa falácia em que nossa fatia no poder nacional corresponde a um milésimo do tempo que dele dispõem, para próprio gozo, os poderes de Estado. Não preciso dissertar sobre a importância que dão à nossa pobre e mal vista opinião ao longo desse tempo, fazendo quase tudo ao contrário do que queremos.

Se somos conservadores e/ou liberais, somos contra o esquerdismo, o falso progressismo e suas narrativas, a Nova Ordem Mundial, a falta de pluralismo na difusão de ideias nos meios educacionais, culturais e de informação. Somos contra o empenho fanático pela implantação da  ideologia de gênero nas escolas e escolas com partido, a universidade com politburo. Somos contra a privatização das estatais pelos quadros funcionais, a corrupção política e administrativa, a impunidade, a obstrução ao nosso direito de autodefesa e os desrespeitos ao direito de propriedade. Somos contra o aborto, o “multiculturalismo” que exclui a cultura ocidental, a “diversidade” que discrimina a maioria e a põe sob severa suspeita. Somos contra o voto não auditável, não impresso, não recontável.

Como tudo isso está bem representado nesse puxadinho do PT em que se transformou o STF! 
Afinal, essa é a tenebrosa visão de mundo do "progressismo" internacional.
 Uma das causas – se não a principal delasdessa desgraceira toda está na alfaiataria constitucional brasileira. Péssima qualidade! Tudo anda assim por absoluto favorecimento das regras e do poder que desde as sombras comanda o país. Por isso, precisamos ter bem claro: naquele nosso espasmo de participação política chamado eleição, deveremos conceder nosso apoio e votos a candidatos que explicitem com muita clareza o que querem para o Brasil. Aponte a porta da rua, amigo leitor, para o candidato que lhe aparecer com o polinômio “Saúde, Educação, Trabalho e Segurança”! 
Ou, pior ainda, se lhe apresentar como credencial um sorridente selfie ao lado de quem quer que seja.

Não basta que ele apoie nosso candidato a presidente se não estiver comprometido até o fundo da alma com elevados valores morais, profunda reforma institucional, voto distrital, recall para os parlamentares com mau desempenho, redução do tamanho do Estado, direito de defesa, liberdade de opinião e expressão, direito à vida desde a concepção, direito de propriedade, reforma do ensino e da gestão universitária, desaparelhamento do Estado, privatizações, reforma geral do STF, fim do financiamento público aos partidos e campanhas eleitorais. Abençoe Deus cada eleitor brasileiro nos meses por vir, orientando-nos para o sincero e efetivo amor a Ele, ao Brasil e ao seu povo.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


domingo, 4 de julho de 2021

APRENDI NA VIDA REAL O QUE É TER MEDO DO ESTADO NUM PAÍS COMUNISTA - Percival Puggina

O novo milênio recém começara, Lula fora eleito presidente e a embaixada brasileira já estava sob comando de Tilden Santiago, ex-deputado federal pelo PT.  Eu retornara à Havana com o intuito de escrever um livro e, além das minhas observações sobre o ambiente social, político e econômico, pretendia conhecer e ouvir opiniões dos opositores ao regime. Para elogiá-lo havia gente demais aqui mesmo.

Graça Salgueiro, escritora e amiga, me tinha fornecido uma lista com nomes de jornalistas independentes e os telefones de dois dissidentes. Com esses dados fui a campo sem preocupação com a possibilidade de que contatá-las pudesse representar qualquer inconveniente à minha segurança. Vinte e quatro horas depois de chegar, tive a convicção, confirmada em outras ocasiões, de que os telefones das pessoas com quem falei e me iria encontrar estavam grampeados e de que eu estava sob atenta vigilância de agentes do regime. Dias depois, enquanto almoçava com três dissidentes num restaurante já vazio, tive o privilégio de ter apontada para mim, como canhão, durante longos minutos, a lente de uma enorme filmadora operada por dois mastodontes.

Como escritor, beneficiei-me dessa imprudência. Pude haurir, no meu temor de turista num regime totalitário e policial, pequena amostra da situação em que vivem os cubanos desde quando la revolución lhes furtou os bens materiais e espirituais, instalando uma ditadura que já leva seis décadas. Experimentei a insegurança e a incerteza sobre o momento seguinte e sobre como seria meu retorno ao Brasil. Foram sentimentos decisivos para a leitura e interpretação que fiz da realidade daquela pobre gente. Milhões de pessoas que preservam os naturais anseios humanos por liberdade têm vivido daquele modo suas vidas inteiras! Para elas, passado todo esse tempo, criticar o regime e seu governo faz mal para a saúde. Sim, porque a ditadura os trata mal, ou os trata muito pior.

Ao retornar, escrevi o livro “Cuba, a Tragédia da Utopia”. Com o passar dos anos, enquanto, nosso país continuava a eleger governos de esquerda, solidários com a dinastia Castro, mas em nada solidários com o povo cubano, eu sentia crescer a necessidade de reeditar o livro. Por meios menos ostensivos renovei contatos e voltei à ilha. Com interrupções, mas com continuidade, trabalhei nele ao longo de oito anos, atualizando informações e ampliando o conteúdo da versão original.

Nessa segunda edição, publicada em 2019, mudei o título para simplesmente “A tragédia da Utopia”. Por quê? Porque a utopia é uma tragédia em qualquer país e nosso enveredara por esse pantanoso caminho. O desastre cubano adverte em alta voz o povo brasileiro e poucos se ocupam em desfazer as mistificações sobre aquela realidade que volta a forçar nossa porta.

Em meu site Puggina.org, há um setor de Livros do Puggina (1) por onde podem ser feitos contatos para aquisição da obra. O Brasil ainda precisa muito dessas informações publicadas.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quarta-feira, 24 de março de 2021

Kajuru entrega pedido de impeachment de Alexandre de Morais assinado por 3 milhões de cidadãos-eleitores

Transcrito do Alerta Total

O Senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) desejava fazer nesta terça-feira a entrega oficial do pedido de impeachment do supremo magistrado Alexandre Moraes.


Mas o plano foi adiado para outra data, ainda esta semana, a ser agendada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Depois, o documento, que será protocolado na Mesa Diretora do Senado, tem um “carimbo” inédito. Suas 10 páginas vêm acompanhadas por mais de 3 milhões de assinaturas de cidadãos-eleitores-contribuintes. O fato histórico acontece bem no momento em que se reforçam as sombrias ameaças de que “qualquer crítico da reprovável conduta dos ministros será investigado por eles próprios, em sigilo”. Pode isso, “juiz” Arnaldo Cezar Coelho?

A versão final do pedido e a mobilização para captar assinaturas partiu de Caio Copolla - advogado e comentarista da CNN-Brasil. A pressão legítima da opinião pública obrigará o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a comunicar ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, que o processo será oficialmente instaurado contra Alexandre. Será um teste de fogo para um Senado que tem 28 dos 81 parlamentares respondendo a processos no “Supremo foro privilegiado”. O impedimento depende da maioria de 41 votos - a mesma quantidade necessária para aprovar um indicado ao emprego vitalício no STF.

Alexandre de Moraes é denunciado pela prática de crimes de responsabilidade tipificados na 1.079/1950. Kajuru usa contra Alexandre o artigo 6o (incisos 2 e 3) e o artigo 39, item 5, da mesma Lei Especial. O pedido de destituição do cargo tem o agravante de inabilitar o eventual condenado, durante oito anos, para o exercício de função pública. O pedido de impeachment será recebido pela Mesa Diretora do Senado. Vai diretamente para a Advocacia do Senado, que se pronuncia pela correção da formalidade legal. Será lido na sessão seguinte e despachado a uma comissão especial eleita para opinar sobre o conteúdo. Em seguida, o STF é comunicado oficialmente.

Alexandre de Moraes pode ser o primeiro supremo magistrado processado no Senado por causa do Inquérito instaurado em 14 de março de 2019, pela portaria GP número 69, com base no artigo 43 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. O objetivo original seria apurar a “existência de notícias fraudulentas (fake news), denunciações caluniosas, ameaças e infrações revestidas de animus caluniandi, diffamandi ou injuriandi, que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares”.

Jorge Kajuru reclama que, em 19 de março de 2019, o ministro Alexandre de Moraes, em despacho proferido na condução da presidência do inquérito, alarga o âmbito de investigação da portaria originária, decidindo incluir “vazamento de informações e documentos sigilosos, com o intuito de atribuir e/ou insinuar a prática de atos ilícitos por membros da Suprema Corte, por parte daqueles que tem o dever legal de preservar o sigilo; e a verificação da existência de esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário e ao Estado de Direito”.

O senador protesta contra outro ato de Alexandre: em 15 de abril de 2019, determinou à revista Crusoé e ao site O Antagonista que retirassem do ar textos que associam, indevidamente, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, à Odebrecht afirmando na decisão que “há claro abuso no conteúdo da matéria veiculada. A gravidade das ofensas disparadas ao presidente do STF provocou a atuação da PGR, que publicou nota de esclarecimento negando pontos da reportagem”.

O senador lamenta que, passados quase dois anos de sua abertura, o inquérito ainda não se encontra encerrado, e têm sido incluídos cada vez mais réus, toda vez que os membros do Supremo Tribunal Federal se sentem ofendidos, agredidos e ameaçados. Kajuru detona: “Trata-se na verdade de um inquérito guarda-chuva que o Supremo Tribunal Federal, na pessoa do Ministro Alexandre de Moraes, utiliza para intimidar, ameaçar e violar os direitos e liberdades individuais de quem ousa se manifestar contra a Corte e seus membros. A última foi a prisão de um parlamentar em pleno exercício de suas funções que de forma exagerada, agressiva, desequilibrada manifestou-se contra o Ministro Edson Fachin”.

Jorge Kajuru se rebela contra o comportamento de Alexandre de Moraes e demais ministros do STF: “Não há a menor dúvida que o inquérito GP 69/2019 é um instrumento de coação, ameaça e violação às imunidades asseguradas aos membros do Congresso Nacional. Quando passaram a ser pressionados, questionados, acusados, passaram a agredir com a força da toga e o poder da caneta, desviando do Poder atribuído pela Constituição. Não se pode admitir – e essa Casa não pode tolerar – que o Poder Judiciário use do seu poder de império, não para atender finalidade pública, mas como instrumento de mordaça, impedir críticas públicas, e exercer o direito de livre manifestação de pensamento e expressão”.

No pedido de impeachment contra Alexandre, Jorge Kajuru até apela a um voto de seu desafeto público, o também supremo magistrado Gilmar Mendes, em defesa da imunidade parlamentar. Assim falou Gilmar, no Inquérito 3.948, em 06.02-2017: “As críticas a pessoas específicas, mesmo quando extrapolam o debate de ideias, estão inseridas no exercício da oposição política, e esta sempre é salutar à democracia, ainda que presente indesejável incivilidade ou mesmo grosseria na fala. Nesses casos, tenho dito, presente o regime de imunidade material previsto na Constituição, a verbalização da representação parlamentar placita um modelo de expressão não protocolar, ou mesmo desabrido, via manifestações muitas vezes ácidas, jocosas, mordazes, ou até impiedosas, em que o vernáculo contundente – ainda que acaso deplorável no patamar de respeito mútuo a que se aspira em uma sociedade civilizada -, embala a exposição do ponto de vista do orador”.

Depois de usar as palavras do “inimigo” Gilmar Mendes, o senador Jorge Kajuru finaliza seu pedido de impedimento contra Alexandre de Moraes, justificando por que vale a pena tamanha briga: “Não se trata de recorrer de uma decisão infeliz, mas de perceber nela a utilização indevida do poder judicial para atingir finalidade diversa. É um desvio de finalidade, um ato de perseguição e vingança com claro intuito de violar a imunidade parlamentar e coagir a não exercer seu mandato livremente”.

A eventual abertura de processo contra Alexandre de Moraes por pressão popular de mais de 3 milhões de cidadãos-eleitores-contribuintes representará uma decisão inédita e histórica do Senado. Na verdade, o alvo não é Alexandre de Moraes. O Supremo Tribunal Federal, que deveria ser uma Corte primordialmente Constitucional, passa a ser questionado como um tribunal que denuncia, processa, julga e condena (às vezes “alivia” ou “perdoa”, como foi o caso recente de Lula). A ação de Kajuru chama atenção para o rigor (ou perdão) seletivo - fato que contraria o princípio de Direito, inviabiliza a Justiça e sugere abuso de poder.

O Brasil não pode se consolidar como uma Anarquia Feudal, na qual membros da oligarquia dirigente causam secessão e ruptura institucional, desequilibrando e desrespeitando a relação (que se espera harmônica ou menos conflituosa) entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário - podendo-se incluir aí, também, o Poder Militar (o garantidor da unidade e segurança da Nação).

O fato gravíssimo é que a ordem hierárquica estabelecida na Constituição foi e vem sendo violada. Por isso, o Senado, único que tem o papel legislativo de revisar atos do Supremo Tribunal Federal, precisa e deve debater, com equilíbrio e correção, o conteúdo da denúncia que o representante eleito Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser faz contra Alexandre de Moraes (e, na verdade, contra o comportamento dos demais membros do STF).
 
Alerta Total - Jorge Serrão - Editor-chefe
 
 
 

quarta-feira, 3 de março de 2021

"O Estado não consegue tudo sozinho"

Alexandre Garcia

"Na segurança, somos agentes e pacientes; na saúde, apenas tutelados pelo Estado"

O artigo 144 da Constituição estabelece que segurança pública, sendo dever do Estado, é direito e responsabilidade de todos. Por sua vez, o artigo 196 diz que “saúde é direito de todos e dever do Estado”. Ou seja, a Constituição nos dá responsabilidade pela segurança, mas não pela saúde. Na segurança, somos agentes e pacientes; na saúde, apenas tutelados pelo Estado. Delfim Netto, no curso da Constituinte, me disse, ironizando, que, quando tivesse diarreia, ia responsabilizar o Estado. É o que se está vendo nesta pandemia.
 
Para garantir nossa segurança, de nossa família e de nossa propriedade, usamos tranca, cadeado, alarme, câmera, armas de defesa — o Estado não está sozinho no seu dever. Mas, para garantir nossa saúde, a Lei Maior deixa o Estado como único responsável. 
Não será essa a explicação para as aglomerações em festas, bares, praias, eventos? 
Fica o Estado responsável único pela prevenção e tratamento da covid, pois assim diz a Constituição.
Boa saúde significa resistir a doenças com alimentação saudável, preparo físico, exposição ao Sol e ar puro, higiene corporal, cabeça boa — é a nossa parte. O Estado não consegue tudo sozinho. Agora mesmo, tive um caso que deve explicar por que tanta gente é hospitalizada e vai para a UTI. 
Uma auxiliar minha, trabalhando a distância, levou cinco dias para procurar o posto de saúde, com todos os sintomas da covid. 
O médico fez o teste e a mandou para casa para esperar o resultado.  
Nesse quinto dia, ao sabermos, providenciamos a medicação conhecida.  
Ao terceiro dia de tratamento, ela já estava quase sem sintomas e recuperando o olfato e o gosto. 
E só sete dias depois do teste é que saiu o resultado. Positivo.
 
Dependendo só do Estado, ela esperaria 12 dias, talvez com o pulmão já inflamado e em risco de vida. 
Fico imaginando quantos milhares de casos que se agravaram têm esse histórico. 
Quantos milhares são mandados para casa, já na fase 2, por falta de leito, sem a necessária medicação oral de corticoide e antibiótico, para cuidar dos pulmões. 
O triste é que boa parte da população não tem meios de libertar sua saúde quando a tutela falha.
 
Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

"Venezuela daqui", Para 364 deputados, a casa deixa de ser o asilo inviolável do indivíduo - Alexandre Garcia

"Para 364 deputados, a casa deixa de ser o asilo inviolável do indivíduo. A polícia entrou às 23 horas na residência do deputado. Portanto, pode entrar também na nossa casa, portando o recém-inventado paradoxalmandado de prisão em flagrante"

Tenho pena do venezuelano que fugiu de seu país porque lá prendem jornalista e deputado. 
 
Aqui, o refugiado encontra isso de novo, inclusive, um Legislativo que endossa atos assim. 
E, agora, deputados fingem que a culpa é da Constituição e falam em aperfeiçoar o artigo 53 (os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por suas opiniões, palavras e votos), para que não sejam os próximos a serem presos por palavras. Não creio que o artigo precise de alguma mudança. Está muito claro, na Constituição Cidadã, ao alcance de qualquer alfabetizado ler e entender. [ilustre colunista! a mudança suprime o trecho quaisquer de, parece mínima,  mas deixa espaço para censurar o teor da mensagem - fosse válida a 'constituição cidadã', em sua integralidade,  para os apoiadores do presidente Bolsonaro, toda a fala do deputado DANIEL SILVEIRA, apesar do conteúdo desrespeitoso, que a torna chula,deseducada, grosseira, inoportuna,  não constituiria crime, o quaisquer de da redação vigente assim estabelece.  
Só que a Câmara para reduzir a imunidade parlamentar pretende retirar o trecho - o temor faz os deputados legislarem contra eles mesmo.]
A sessão da Câmara, na sexta-feira, começou errada. A relatora encaminhou a votação como se estivesse julgando o conteúdo desrespeitoso da fala do deputado Daniel. O conteúdo vai ser julgado pela Comissão de Ética e Decoro. [sendo recorrente: ao nosso entendimento o quaisquer de coloca conteúdo considerado desrespeitoso sob o amparo d estabelecido no 'caput' do artigo 53, CF.] O plenário estava reunido para julgar a legalidade da prisão do deputado. 
E 364 deputados, ao aprovarem a prisão, negaram o que está no art. 53 da Constituição. 
Essa imunidade é tão importante que permanece até no estado de sítio. 
Ainda assim, os 364 abriram mão, unilateralmente, de sua inviolabilidade por opiniões, palavras e votos, que não é deles, mas dos eleitores que representam. [o que apavorou os deputados foi o medo da  escolha de Sofia - que tiveram que fazer.
- Libertando o deputado DANIEL SILVEIRA ofenderiam o Supremo Tribunal Federal, conduta desaconselhável para os que tem 'rabo preso' naquela Corte;
- Mantendo o deputado DANIEL SILVEIRA preso, fortaleceram a tendência absolutista do STF, o que poderá custar caro a eles e a milhões de brasileiros.] 
Ao mesmo tempo, negaram o inciso XI do artigo 5º, que é cláusula pétrea.  
Para 364 deputados, a casa deixa de ser o asilo inviolável do indivíduo. 
A polícia entrou às 23 horas na residência do deputado. [a Constituição Federal só autoriza o ingresso na casa de um cidadão,  durante a noite, em situações excepcionais, devendo a interpretação permissiva do ingresso ser estabelecida de forma restritiva, até para conter situação de risco de fuga.
Art. 293 CPP -  Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão."]
 
Portanto, pode entrar também na nossa casa, portando o recém-inventado paradoxal “mandado de prisão em flagrante”. [já denominado de “flagrante perenemente possível”] Os 364 concordaram que pode haver um flagrante enquanto as palavras prescritas estiverem nas redes sociais.
Os 364 negaram mais uma alínea da cláusula pétrea, a XLIV, que estabelece como crime inafiançável a ação de grupo armado contra a ordem democrática. 
Concordaram, pois, que a palavra é arma, para justificar prisão em flagrante, negando, com o art. 53, o art. 220, pelo qual a manifestação do pensamento, sob qualquer forma, não sofrerá qualquer restrição embora exista um jornalista preso por isso. Por fim, os 364 negaram o art. 127 da Constituição, concordando que um inquérito não precisa de Ministério Público e que o próprio ofendido pode investigar, denunciar e julgar o ofensor. Enfim, os 364 deputados concordaram com os 11 juízes do Supremo e podem preocupar refugiados venezuelanos.
 
Alexandre Garcia, jornalista - Correio Braziliense

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

As FFAA merecem apanhar (tanto)? - Jorge Serrão

Oficiais Generais - principalmente do Exército - acompanham, atenta e preocupadamente, aos ataques sistemáticos que as Forças Armadas vêm sofrendo da extrema mídia. O fenômeno acontece desde antes da “proclamação” da Nova República de 1985, na campanha das “Diretas, Já” (1983/84), pedindo o fim do regime dos Presidentes Generais. A “guerra” se intensifica na “Era” Jair Bolsonaro - que teve o apoio ostensivo de militares para se eleger.

Os grandes veículos tradicionais de comunicação, deliberada e estrategicamente, têm produzido séries de reportagens com as mais variadas denúncias contra militares. O pacotão de pancadas vai desde gastos questionáveis dos quartéis, passando por supostas denúncias de corrupção, envolvimento com tráfico de drogas, armas e milícias, até casos de importunação sexual em ambientes militares. [enquanto os cães ladram, a caravana passa - nem sempre o "caluniai,caluniai..." de Maquiavel apresenta bons resultados aos detratores.]

A marretada editorial também foca, como alvos, os “três Generais Eduardos”: Eduardo Pazuello (Ministro da Saúde), Luiz Eduardo Ramos (ministro articulador político do governo) e Eduardo Villas-Bôas (ex-Comandante do Exército e assessor especial do Palácio do Planalto). O claro objetivo dos ataques é bater, cada vez mais forte, no Presidente Jair Bolsonaro, atingindo, diretamente, sua mais consistente base de apoio e sustentação: os militares.

A jogada midiática, que é tão manjada e previsível que não consegue esconder os reais objetivos políticos por trás, pode ter
consequências institucionais graves.
A desmoralização sistemática das Forças Armadas só interessa aos inimigos do Brasil.

É patética a vingança ideológica dos comunistas tupiniquins que falharam na intenção de aparelhar e cooptar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica para o plano de conquista do poder.

Nem a criação do Ministério da Defesa, para ser ocupado por civis (especialmente por comunistas profissionais), na Era FHC, conseguiu esvaziar o poder militar - que é o sustentáculo de qualquer Nação. Nos governos Lula e Dilma, cometeu-se o erro (proposital) de atrapalhar o natural rodízio de oficiais-generais no comando das Forças. A intenção era cooptar os chefes militares. Não deu certo, e ainda gerou o descontentamento de generais que acabaram preteridos na promoção de carreira. Muitos deles deram o troco em 2018, apoiando a eleição de Jair Bolsonaro.

Se os Altos-Comandos Militares tiverem sabedoria estratégica, podem tirar muito proveito dos ataques midiáticos covardes. O momento é oportuno para corrigir eventuais erros pontuais, e não para escondê-los debaixo dos tapetes e da burocracia dos quartéis. É fundamental que as Forças Armadas promovam um choque de transparência, claro, preservando os aspectos de Segurança Nacional. Afinal, nenhuma instituição brasileira está livre de críticas - justas ou injustas.

Além disso, é hora de mobilizar, ainda mais, os oficiais da “reserva ativa”. Eles têm mais liberdade que os profissionais da ativa para as “prontas-respostas” indispensáveis ao contraponto dos sistemáticos e estruturados ataques midiáticos. A extrema imprensa e seus ideólogos comunistas (alguns envergonhados, que não saem do armário para assumir seu comunismo) vão continuar na ofensiva. A guerra psicológica tende a se intensificar. Faz parte do jogo (ops, encenação) democrática.

Só resta às Forças Armadas, amadas ou não, se aperfeiçoarem para neutralizar os ataques. O presente do futuro exige militares cada vez mais profissionais, com Forças cada vez mais preparadas para lidar com desafios das guerras (assimétricas) de quinta geração. Além disso, nossas Forças têm uma imensa contribuição a dar nas áreas de segurança, logística, engenharia e gestão de crises, sobretudo em Defesa Civil. O papo de “Ditadura” ficou no passado, e só persiste na canalhice da narrativa esquerdopata.

Nossos militares têm compromisso com o futuro. Seus sabotadores seguem na vanguarda do atraso, até serem neutralizados e reciclados pela força natural do implacável e impiedoso tempo Histórico. Por isso, a reação das Forças Armadas precisa contar com sabedoria, resiliência e estratégia correta. A guerra não é ideológica, como pode parecer. A guerra é institucional. A esquerda só quer aparelhar e mamar nas tetas estatais. Os militares profissionais não podem, nem devem, entrar no joguinho da canhota.

A “intervenção militar” já aconteceu com a eleição de Bolsonaro. Só o tempo dirá se foi uma ação suficiente. Tudo indica que não. Ainda há muito por fazer em reformas e mudanças. Os militares têm ciência de que Bolsonaro representa um Governo de Transição. Só é fundamental que a maioria sadia e inteligente da sociedade brasileira defina para onde vai caminhar tal transição. Felizmente, a maioria concorda que retrocessos são inaceitáveis. Os militares aprenderam essa lição. Isto é o mais importante.  

Releia o artigo de domingo: As 15 Lições Políticas do “Malvadeza”

Blog Alerta Total - Jorge Serrão 

 

 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

CoronaVac tem 78% de eficácia em pesquisa no Brasil

Butantan já havia comprovado a segurança do imunizante

O tão aguardado anúncio final da CoronaVac enfim foi revelado. A vacina, que é produzida pela fabricante chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, apresentou 78% de eficácia nos testes feitos em mais de 13.000 pessoas no Brasil. A informação foi confirmada pelo governo de São Paulo.

Com esse dado, o Instituto Butantan já pode pedir o registro emergencial da vacina à Anvisa, o que deve ocorrer ainda nesta quinta-feira, dia 07.  A agência havia informado que, para uma vacina ser aprovada, ela precisaria ter pelo menos 50% de eficácia. Antes, o Instituto já comprovara que a vacina é segura – ou seja, que não provocou nenhum efeito adverso entre os voluntários.

[A Anvisa, por imposição legal, fará todas verificações cabíveis e possíveis para garantir que a CoronaVac  seja segura no uso e eficaz na imunização.

O aval do Instituto Butantan - instituição centenária e que goza da confiança de milhões de brasileiros - tem sua importância, mas todo o processo precisa ser devidamente examinado. 

Informações do governo de São Paulo, da Turquia e Indonésia, não devem ser consideradas na decisão da Anvisa. Lembrete: até o presente momento,  não foi solicitado o registro emergencial.]

O porcentual de 78% vale para os casos leves da doença. Casos graves e moderados foram 100% evitados pelo imunizante, conforme informações do governo de São Paulo que serão melhor detalhadas em anúncio no Instituto Butantan.

Os dados foram compilados na Europa pelo Comitê Internacional Independente que monitora desde o início os estudos e repassados ao Butantan. O anúncio ocorre depois de dois adiamentos por parte do governo de São Paulo. O último ocorreu a pedido do laboratório chinês que queria uniformizar os dados da vacina entre os países que participam dos testes, entre eles Indonésia e Turquia.

VEJA - Brasil


 

sábado, 19 de dezembro de 2020

Confusão sem fim - Folha de S. Paulo

Opinião

Há plano, mas não vacina; Bolsonaro e Doria agora disputam seringas e agulhas

Andou bem o Supremo Tribunal Federal ao liberar a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19. Em pauta estava o interesse comum na saúde pública, que se sobrepõe à liberdade individual, e por isso igualmente acertou o plenário ao autorizar restrições para quem recusar imunização.

[IMPERIOSO destacar: o Governo Federal é acusado de não ter comprado a vacina contra a covid-19. Os acusadores, os = inimigos do Brasil = arautos do pessimismo, 'esquecem' que desde o surgimento das primeiras perspectivas de vacina, que várias ações judiciais foram movidas visando ocupar o Poder Executivo com o processo de defesa e com isto impedindo qualqeur planejamento para compra da vacina. 

Foi priorizado a apresentação de um plano de vacinação sem se conhecer qual  vacina seria utilizada - a maior parte das ações judiciais colocava no páreo dos possíveis fornecedores imunizantes bem heterogêneos, impondo a participação de todos os cogitados, ainda que naquela ocasião a segurança e eficácia de alguns não estivessem comprovadas.

Foi em tal situação que o governo foi compelido a apresentar um plano de imunização desconhecendo o principal do plano = qual vacina seria utilizada. Peculiaridades dos imunizantes faz que para alguns haja necessidade de  -70ºC, outros alguns graus abaixo de 0º. Enquanto planejava sobre como fazer o desconhecido o Ministério da Saúde não encontrou tempo para cuidar da compra/reserva da vacina.

NÃO HÁ, até o presente momento, nenhuma determinação judicial para que essa ou aquela vacina seja comprada/reservada.]

Os obstáculos maiores se erguem alhures, do outro lado da praça dos Três Poderes. Mesmo que o Ministério da Saúde se penitencie, volta e meia, pelos disparates e fracassos logísticos do general Eduardo Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro se encarrega de turvar as águas dia sim e outro também.

Entre as últimas investidas estultas, Bolsonaro recorreu a um truísmo para arremeter contra a vacinação: faltarão doses ao longo de 2021 para imunizar toda a população, portanto não haverá como governadores e prefeitos imporem medidas restritivas a seus concidadãos, como permitiu o STF.

Faltou o presidente reconhecer que a culpa pela imprevidência é sua, antes de mais ninguém, e depois de seu ministro da Saúde. É o cúmulo da desfaçatez argumentar com o resultado da própria incompetência em cumprir um dever sanitário básico —sem nada dizer da sabotagem flagrante— para criticar quem tenta trilhar o caminho correto.

O esforço do presidente para confundir vacina obrigatória com compulsória, ou forçada, representa só mais um arranque em sua cruzada contra a ciência e a razão. Ninguém seria nem será arrastado de casa para receber uma injeção coercitiva —nem correria ou correrá o risco, muito menos, de transformar-se num jacaré, como disse o irrefreável Bolsonaro.

O poder público, se bem-intencionado, tem instrumentos melhores para induzir as pessoas a se imunizar, mesmo que persistam dúvidas infundadas sobre segurança. Uma maneira civilizada seria condicionar o acesso a serviços oficiais —como emissão de documentos, ou matrículas de ensino— a uma prova de vacinação.

Prossegue a picuinha de Bolsonaro com o governador paulista, João Doria (PSDB), provável concorrente eleitoral em 2022. Na contenda, empenham-se saúde e vida dos brasileiros. Agora Planalto e Bandeirantes disputam seringas e agulhas; pipocam rumores de que o ministério poderia confiscar a vacina Coronavac antes desdenhada.

Já que os dois lados não trabalham juntos, como seria o ideal, ao menos o vencedor dessa guerra pode ser o cidadão brasileiro, na medida em que São Paulo vai forçando Brasília a se mover. EUA e Europa já iniciam a vacinação; no Brasil, se Bolsonaro e Pazuello ficarem calados e enfim trabalharem pelo bem comum, com sorte ela virá em fevereiro ou março.

Opinião - Folha de S. Paulo 

 


terça-feira, 15 de dezembro de 2020

FDA reconhece em documento a segurança e eficácia da vacina da Moderna

 Divulgação ocorre às vésperas de reunião do comitê independente que dará seu parecer sobre uso emergencial do medicamento

A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de saúde nos Estados Unidos, publicou na manhã desta terça-feira, 15, uma análise detalhada da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana Moderna. A documentação funcionará como um direcionamento para a reunião de um comitê independente que avaliará os dados oferecidos pela farmacêutica. Nele, são reconhecidos dois pontos de grande importância para a aprovação de uso emergencial: a segurança e eficácia do fármaco.

A decisiva reunião do Comitê Consultivo de Vacinas e Produtos Biológicos da FDA  está marcada para ocorrer no próximo dia 17. Após o aval do comitê, a agência dará sua palavra final sobre a liberação emergencial do fármaco nos Estados Unidos, nos mesmos moldes da autorização da vacina da Pfizer, também para Covid-19, que ocorreu na semana passada.

 Na documentação publicada pela FDA, é reconhecido que a vacina é 94% eficaz contra casos sintomáticos da Covid-19. Ratificando dados previamente divulgados pela empresa. A mesma publicação diz que, após as duas doses, a análise é positiva para um perfil seguro. Os estudos de fase 3 levaram em conta as evoluções clínicas de 30.000 participantes.

Saúde - VEJA Online

 

domingo, 22 de novembro de 2020

Constituição – realidade e ficção - O Estado de S. Paulo

Almir Pazzianotto Pinto

Demagogia em conluio com utopia foi o erro de deputados e senadores eleitos em 1986

É impossível fazer vista grossa para a crise que assola o País e a responsabilidade que recai sobre a Constituição da República.

[Matéria excelente, extremamente atual, não se deixando contaminar por fatos intempestivos, e que mostra os erros do excesso de direitos. País que tem direito para tudo, termina por esquecer os direitos que realmente importam.]

Exceto raros ex-integrantes da Assembleia Nacional Constituinte, é opinião generalizada que a oitava Carta Magna teve o prazo de validade ultrapassado. Não porque pequeno grupo conspire para derrubá-la. A morte virá por falência múltipla dos órgãos, decorrente de septicemia. Poderoso argumento utilizado contra a convocação de nova constituinte consiste no receio da perda de direitos sociais, relacionados no Capítulo II do Título II, que trata dos Direitos e Garantias Fundamentais.

Afinal, o que é a Constituição, também denominada Lei Fundamental? Os especialistas na matéria não costumam pôr-se de acordo acerca da correta definição. Pinto Ferreira, após citar uma dezena, define-a como “conjunto de normas convencionais ou jurídicas que, repousando na estrutura econômico-social e ideológica da sociedade, determina de uma maneira fundamental e permanente o ordenamento do Estado” (Da Constituição, Ed. José Konfino, 1956).

Poderia ter dito apenas “conjunto de normas fundamentais que regem a organização do Estado”. As definições convergem, todavia, na afirmação de que compete à Constituição determinar regras fundamentais. Tudo o que não for fundamental pertence à esfera da legislação ordinária.  
Assim o dizia o artigo 178 da longeva Carta Imperial de 1824, que vigorou por 65 anos e recebeu emenda uma única vez: “É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições dos respectivos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o que não for constitucional pode ser alterado, sem as formalidades requeridas, pelas Legislaturas ordinárias”. 
A Constituição republicana de 1891 foi a que mais se aproximou do salutar princípio. Daí ter durado 40 anos, com poucas mudanças, feitas de uma só vez, em 3/9/1926.

Para ser verdadeira e não descambar para o enganoso terreno da utopia, a Lei Fundamental deve refletir a realidade e não oferecer mais do que a infraestrutura econômica consegue proporcionar. [o que inclui, sem limitar, oferecer direitos em demasia e sem a contrapartida dos deveres.]  Como diria Oliveira Vianna, o traço dominante das últimas constituintes consiste na fatídica crença no poder mágico das palavras. Da Constituição de 1988 recolho como exemplos de ilusionismo o elenco dos direitos sociais, a definição do salário mínimo, a proteção contra a automação na forma da lei, as garantias relativas à saúde, à educação, à segurança, ao emprego, ao trabalho (artigos 6.º e 7.º, IV e XXVII, 144, 170, 196, 205).

Os direitos sociais relacionados nos 34 incisos do artigo 7.º oferecem frágil cobertura a minoritário mercado formal, onde se encontram os que têm carteira profissional anotada. Para a maioria desempregada, subocupada ou desalentada prevalece a lei da oferta e da procura, agravada pela crise aprofundada pela pandemia, cuja extensão o presidente Jair Bolsonaro insiste em menosprezar. São 14 milhões de desempregados, 9 milhões sem carteira profissional assinada, 21,4 milhões de autônomos, 51,7 milhões abaixo da pobreza, vítimas das fantasias dos constituintes de 1988.

Direitos fundamentais, inalienáveis, indisponíveis e imprescritíveis são a igualdade perante a lei, a liberdade de imprensa e de opinião, a dignidade, a cidadania, a pluralidade política, o voto universal e secreto, o acesso ao trabalho e à livre-iniciativa. Não basta, para usufruí-los, que se encontrem escritos e encadernados. 
A Constituição dos Estados Unidos da América, aprovada em 17/9/1789 por 55 delegados representantes de 12 Estados, tem sete artigos, emendados 20 vezes. 
Não faz referência a direitos sociais, que só se concretizam quando o Estado é democrático e a economia, vigorosa, funciona bem.

Para que a admiremos a Constituição deve ser conhecida e manter vínculos de fidelidade com o povo. Eruditos comentários redigidos por acadêmicos e professores estão fora do alcance do grosso da população. São ótimos para a venda de livros que dissertam sobre mundo irreal. O Idealismo da Constituição, livro de Oliveira Vianna, talvez o único que analisou o fracasso da Constituição de 1934, está fora de circulação. Parafraseando o autor, a Constituição de 1988 falhou por instituir relações conflitantes entre idealismo, utopia e realidade nacional.

Fonte do direito positivo ordinário é a vontade revelada pelo Estado. Fonte do direito constitucional, entretanto, é a vontade revelada pelo povo por meio dos seus representantes, salvo quando não dimana, como em 1964, da ruptura da ordem jurídica provocada por golpe militar. Fazer da demagogia, em conluio com forte dose de utopia, fonte do Direito Fundamental foi o erro em que incidiram deputados e senadores eleitos em 1986, investidos erroneamente de poder constitucional.

Estamos a caminho da nona Constituição. Se não encontrarmos a fórmula política consensual para redigi-la e promulgá-la, a letal combinação entre crise econômica e crise social poderá deflagrar crise institucional cujo desfecho virá, como em 1964, pela violência das armas.

Almir Pazzianotto Pinto, advogado, foi ministro do Trabalho governo Sarney  e presidente do TST

 

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Novas batalhas de Itararé - Fernando Gabeira

In Blog