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quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

SOBRE VACINAS. DATA VÊNIA, SOU LIVRE PARA DECIDIR - Valterlucio Bessa Campelo

Observando a movimentação recente em torno da vacinação de crianças e a exigência do passaporte sanitário, inclusive com audiência pública realizada pelo MS - Ministério da Saúde, na OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde nesta terça-feira 04/01, além de manifestações de rua em todo o Brasil, resolvi dedicar esta primeira coluna de 2022 a um tema subjacente a tudo isso - a liberdade.

Pediria ao leitor que observasse a si mesmo e a sociedade comparando com 2019. Do que efetivamente sente falta? Sim, meu caro, embora trate-se de algo maior e de origem anterior, os dois últimos anos foram de aguda perda de liberdade. A peste deu pretexto a que, com nosso consentimento, diga-se, parte importante do nosso livre arbítrio fosse amputado e colocado à disposição do Estado. De tal modo, que seria quase um desvario dizer que vivemos ainda em uma sociedade livre.

Por que chegamos a este ponto? Basicamente porque sob ataque ou ameaça, somos naturalmente inclinados a trocar fatias de liberdade por alguma segurança e conforto. Eles sabem disso. À medida que cresce a ameaça, cresce também a nossa disposição a ceder. Ao ponto de entregarmos tudo e, voluntariamente, oferecermos nossa liberdade. O jovem Étienne de La Boétie tratou brilhantemente desse tema em seu livro publicado 1563, chamando-o de servidão voluntária. Algo que muito tempo depois, em 1930, o pai da psicanálise, Sigmund Freud, constatou: “a maioria das pessoas não quer realmente liberdade, porque liberdade envolve responsabilidade, e a maioria das pessoas tem medo de responsabilidade”.

No século passado, aconteceu profusamente durante a segunda guerra mundial, quando sob invasão nazista, em vários países, europeus se dividiram em colaboradores e colaboracionistas. Os primeiros demonstraram uma espécie de acovardamento simples, de consentimento envergonhado desde que seu habitual modo de vida fosse minimamente preservado. Intelectuais e artistas serviram à opressão, fazendo  movimentar a indústria cultural. No livro “Paris – a festa continuou”, (2012), Alan Riding deixa isso claro.

Os segundos, encontraram na colaboração ostensiva uma chance de promoção de suas fraquezas morais às custas da própria nacionalidade e passaram a exercer, como se dominadores  fossem, toda ordem de crueldade, perseguição, roubo, assassinato, estupro e deportações de judeus e opositores. Na França, por exemplo, existiram casos em que nacionais chegaram a postos do oficialato das SS e membros graduados da Gestapo. Muitos franceses, especialmente policiais e burocratas, atuaram como agentes do governo nazista que esfolou o país após a rendição covarde do General Petáin.

Em certa medida, é como vejo os dias de hoje. Diante do pavor disseminado a partir da peste chinesa, no Brasil, assim como nos outros países (nisto não há grande diferença), foram gerados colaboradores e colaboracionistas. Aqueles que normalizam a realidade cruel e agem porque não se importam com a perda de liberdade, desde que se sintam seguros e com baixas taxas de responsabilidade, e aqueles que servem incisivamente porque lucram e se promovem, seja financeira ou politicamente. Trocam de bom grado a própria liberdade por um punhado de poder ou dinheiro que lhes possibilitem os que realmente os possuem. 

Algo necessário e que se impôs neste processo foi a anulação ou minimização da oportunidade ao dissenso
Disso cuidou a velha mídia através de um turbilhão incessante de notícias terríveis e da emblematização pejorativa dos contrários. 
Adjetivos do tipo “negacionista”, “terraplanista” e outros são títulos com que propositalmente encerram a discussão. 
Como uma estrela amarela pregada no peito de um judeu na Polônia em 1940, o termo fecha as portas ao debate. 
Ouvi recentemente de um deles: “não discuto com eleitor de Bolsonaro, é tudo negacionista”.  
Pensei imediatamente que se estivéssemos na França em 1942 ele não hesitaria em fuzilar-me. 
Como alterar pelo argumento lógico uma mente que se tranca?  
Como entrar naquela mente com uma verdade objetiva se foram eliminadas as condições do diálogo? Cria-se assim, uma sociedade mouca, cega, escrava e desumana, capaz de tudo.

Ocorre que liberdade não é uma mera abstração filosófica, um luxo do qual as pessoas se utilizam ocasionalmente. Ela diz respeito à ação e ao pensamento. É a forma como você decide sobre a sua vida, com quem se relaciona, o que faz, o que lê, aonde vai, o que possui. Liberdade são suas escolhas. Em última instância é o que você pensa, é o que você é. Entregaremos isso também em troca de uma suposta segurança provida pelos que criaram a insegurança?

Do meu canto longínquo, olho o mundo e vejo em todos os lugares fantasmas dos cães de Pavlov (1849-1936), babando a cada estímulo que recebem, este determinado de fora pra dentro por interesses globalistas de controle, aliás, amplamente confessados no Forum Econômico Mundial, nos livros de Klaus Schwab seu presidente e já experimentados na China. Jornalistas, articulistas, partidos políticos, juízes, artistas, médicos, universidades, associações etc., aceitaram vergonhosamente o papel de colaboracionistas de um sistema que viola frontalmente as nossas liberdades. Como se houvessem passado por uma lobotomia repetem à exaustão uma carga de mensagens cuja profundidade não se deram o trabalho de examinar.

Há, contudo, os que não se rendem. Independentemente do tamanho do engodo, é apenas um engodo e, como bem lembrou Étienne de La Boétie, basta não entregar o que eles querem e cai a tirania. 
As inúmeras audiências públicas havidas em estados, no distrito federal e em muitos municípios, demonstram que assim como colaboradores e colaboracionistas, nesta guerra há a resistência. [em algum momento uma ordem será dada e ninguém irá cumpri-la = será a queda deles.]

Refiro-me, por exemplo, a médicos da estirpe da Dra. Maria Emilia Gadelha, Dr. Roberto Zeballos,  Dr. José Augusto Nasser, Dra. Roberta Lacerda e muitos outros contados aos milhares, que abdicando da frondosa árvore do politicamente correto, vão ao sol, expõem à luz seu entendimento e suas experiências. Sabem que enquanto a mão direita estende a agulha, a mão esquerda maneja um bisturi nos amputando a liberdade e instalando o controle social. Escudados em comitês, os colaboracionistas, muitas vezes associados e comissionados das big pharmas, se defendem desqualificando seus opositores, acusando-os de adotarem teorias conspiratórias.

A propósito, embora (por motivos óbvios) a mídia não propague, o sistema oficial americano VAERS, comunica que apenas nos EUA foram relatados mais de 1,5 milhões de efeitos adversos após a vacinação, com 14.817 eventos morte. São dados investigados e provados. Não, não são, nem serão. Não foram devidamente investigados. Por lá também o governo está de braços dados com as big pharmas. Mas deveriam ser suficientes para autorizar que cada cidadão faça a própria escolha ao invés de ser submetido e submeter suas crianças à vacinação forçada que, de modo cínico, aparece disfarçada de mero constrangimento documental.

Considero, pessoalmente, que ela pode ser adotada, propagada e recomendada massivamente, se for o caso, porém, em hipótese alguma, sob nenhum argumento, pode ser imposta direta ou indiretamente, pois nestes termos sempre constituirá flagrante ataque à liberdade do indivíduo nos termos da nossa lei maior e tantas outras. Este é o ponto.

 Valterlucio Bessa Campelo escreve ensaios, crônicas e contos eventualmente em seu BLOG e é colaborador do site Conservadores e Liberais.

 

 

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Deputados tentam anular decisão da Anvisa sobre vacinação em crianças

Berenice Leite

Relação risco/benefício da vacina no público de 5 a 11 anos é o que preocupa os parlamentares 

Seis parlamentares apresentaram um projeto de decreto legislativo para tentar anular decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que autorizou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos.

A relação risco/benefício da vacina para crianças nessa faixa etária é o que preocupa os deputados que assinaram a proposta. São eles: Bia Kicis (PSL-DF), Diego Garcia (Podemos), Chris Tonietto (PSL -RJ), General Girão (PSL-RN), Junio Amaral (PSL-MG) e Dr. Luiz Ovando (PSL-MS).

Segundo os parlamentares, o projeto de decreto se justifica porque há poucas evidências científicas sobre a segurança e eficácia das vacinas disponíveis em crianças e são necessários novos estudos para atestar a aplicação de imunizantes nessa faixa etária.

Sugerimos ler:  STJ nega pedido de pai para vacinar filha de 7 anos contra covid

A deputada Bia Kicis rebateu críticas sobre a medida ser uma tentativa de interferência política na decisão da Anvisa. “O decreto legislativo é uma medida prevista na Constituição, então não se trata de interferência indevida”, disse a deputada. “Quando o Congresso usou para derrubar decretos do presidente Bolsonaro, não ouvi ninguém dizer que era interferência na política do presidente eleito. Muitos parlamentares estão desconfortáveis com essa decisão da Anvisa e queremos discuti-la melhor”.

O deputado Ovando, que é médico cardiologista, falou a Oeste e se mostrou preocupado com a decisão da Anvisa. “A vacinação de crianças tem efeito direto protetivo muito pequeno e benefício marginal em proteger os demais.” O deputado avalia que as “complicações da vacina em crianças não são desprezíveis” e há riscos de miocardite e pericardite que podem ocorrer diante de um alto nível de anticorpos depois de a pessoa receber o imunizante. Segundo ele,estão transferindo resultados de pesquisas de outras faixas etárias para crianças, motivados pela ambição econômica das big pharma, somado à mídia conivente”.

A proposta de decreto legislativo só deve ser analisada pela Câmara e pelo Senado em fevereiro, depois do recesso parlamentar. Como se trata de um decreto, se aprovado, a medida passa a valer sem necessidade de sanção do presidente.

 Revista Oeste


terça-feira, 31 de agosto de 2021

Calmaria - Alon Feuerwerker

Análise Política

Os números brasileiros da Covid-19 apresentam queda consistente há semanas (leia).  
Fato certamente influenciado pelo ritmo da vacinação. 
Verdade que a aplicação da segunda dose cobre apenas uns 30% da população, mas a primeira já atinge o dobro disso.  
Junto com a imunização natural, provocada pelo próprio vírus, [queiram ou não, gostem, ou desgostem,  o nosso presidente sempre agiu corretamente quando se referiu à imunidade de rebanho, um sinônimo de  = imunidade coletiva = imunidade natural. 
As vacinas são e sempre serão intensificadores da imunidade coletiva. 
Aliás, quase sempre o presidente está certo no conteúdo do que fala, o que complica, e muito, é a forma que como fala e a narrativa que amplia eventual conteúdo negativo do que a maior autoridade da nação diz.] as vacinas estão ajudando o Brasil a superar a segunda onda da epidemia aqui.

Qual a dúvida? Se a chamada variante Delta, identificada inicialmente na Índia, vai impulsionar no país novas ondas de casos e mortes, a exemplo do que vem acontecendo em outros países, mesmo nos quais a empuxo inicial da vacinação foi bastante agressivo. Os casos mais noticiados são Estados Unidos e Israel. [não podemos esquecer a variante Ibaneis - que se destaca por desorganizar o esquema de vacinação no DF; 
ora ele estoca vacina, outras vezes adianta uma dose, a mais recente proeza é a de agora = prioridade para os menores de 18 anos (mesmo só sendo aplicável a eles um imunizante) e para a segunda dose - esqueceram de avisar para o ilustre governador que a segunda dose tem que ser antecedida pela primeira.
Outra proeza é a troca de secretário de Saúde - quatro em menos de uma semana.

O Brasil está mais defendido da Delta pelo avanço da vacinação (e da contaminação) ou apenas está atrasado para a chegada da terceira onda? Só os fatos vão responder. A calmaria (apesar do número de mortes ainda insuportavelmente alto) veio para ficar ou será como nos tsunamis, quando o mar recua apenas para antecipar a chegada da vaga destrutiva? 

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político 

 

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O desafio - Alon Feuerwerker

O desafio do momento no Brasil é fazer a vacinação completa avançar mais rapidamente. Na comparação com países que começaram a vacinar mais cedo, já emparelhamos quando o tema é a primeira dose. Mas ainda estamos atrás na aplicação da segunda (leia).

Isso fica ainda mais relevante quando dois movimentos convergem: a reabertura acelerada das atividades econômicas e a provável chegada com mais intensidade da variante Delta, que aparentemente surgiu na Índia e caminha para ter a hegemonia planetária.

O cenário mais provável é o Brasil enfrentar uma nova onda de casos, mas, a crer no observado em outros países, a curva de mortes não acompanhar. Por causa da combinação de fatores, como alguma imunização natural, muita vacinação e uma população relativamente mais resistente ao agravamento da doença.

Só uma coisa é certa: mesmo com o aumento previsto no número de casos, as condições políticas e sociais para novos lockdowns são bem mais baixas que nos outros dois momentos quando as ondas começaram a avolumar por aqui nesta pandemia.

Alon Feuerwerker, analista político e jornalista


quinta-feira, 22 de julho de 2021

Vacinar, vacinar, vacinar - Alon Feuerwerker

Análise Política
Em todos os países nós quais a vacinação ultrapassou certa taxa crítica, em torno de 60% com as duas doses (no caso das vacinas que pedem duas) ou com a dose definitiva (quando pedem apenas uma) a mortalidade por Covid-19 mergulhou, ou ao menos iniciou o mergulho. Aqui na América do Sul o melhor exemplo é o Uruguai.
 
Mas mesmo onde se chegou a esses índices de vacinação e as mortes apenas começaram a declinar fortemente, os casos apresentam queda. É a situação do Chile. E nos lugares da Europa que vivem um aumento de casos, por novas variantes ou pela contágio na população não vacinada, ou pelas duas coisas, o aumento dos infectados não tem sido acompanhado da elevação no mesmo grau, nem próximo, dos óbitos.
 
A conclusão? Divergências pode haver sobre vários aspectos do combate à doença causada pelo novo coronavírus, mas uma coisa já se sabe com certeza. A prova da vida real, a partir da vacinação em massa pelo planeta, mostra que as vacinas funcionam. Todas elas. Inclusive as que são alvo de preconceitos político-ideológicos.
Por isso, vacinar em massa e o mais rápido possível, com a vacina que estiver disponível, é a única atitude aceitável quando se avaliam as ações de qualquer governo.
 
Alon Feuerwerker,  jornalista e analista político
 

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Covid-19: MPDFT recomenda que secretaria não inclua categorias na vacinação [PARABÉNS!!! ao MPDFT - Parabéns RETIRADOS]

Medida têm como objetivo garantir o cumprimento dos princípios da universalidade e do acesso igualitário à saúde

Para garantir a vacinação da população de maneira escalonada e por faixas etárias decrescentes, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendou à Secretaria de Saúde (SES) que não inclua novas categorias profissionais no processo de imunização da capital. De acordo com a solicitação, a pasta deve assegurar o cumprimento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19.

As medidas têm como objetivo garantir o cumprimento dos princípios da universalidade e do acesso igualitário à saúde, e impedir a criação injustificada de privilégios para determinadas categorias profissionais. A recomendação foi encaminhada à pasta nesta quarta-feira (23/6).


 Parabéns retirados

De acordo com a decisão, a secretaria de saúde deverá assegurar o cumprimento dos princípios de publicidade e transparência por meio da publicação, na página vacinômetro, das decisões do Comitê Gestor e das pautas de distribuição de vacinas encaminhadas pelo Ministério da Saúde. O MPDFT também cobrou o cumprimento de nota técnica do Ministério da Saúde, que estabelece orientações sobre a continuidade da vacinação dos grupos prioritários elencados no Plano Nacional de Operacionalização (PNO) e o início da vacinação da população em geral.

 Segundo o documento, “após a finalização dos grupos: pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, pessoas em situação de rua, funcionários do Sistema de Privação de Liberdade e população privada de liberdade e trabalhadores da educação, será dado seguimento a vacinação dos demais trabalhadores dos serviços essenciais, conforme descrito no PNO. Porém, de maneira concomitante, será iniciada a vacinação da população geral, de maneira escalonada e por faixas etárias decrescentes, até o atendimento total da população brasileira acima de 18 anos”. [Parabéns RETIRADOS do título do Post. São imerecidos. 
Qual o sentido de priorizar bandido preso em prejuízo dos trabalhadores? 
A prática do ISOLAMENTO e DISTANCIAMENTO SOCIAIS, quando exercidas com rigor, são eficazes contra a Covid-19; e criminoso preso, deve por força de lei ser mantido isolado = reclusão. Assim, o bandido preso deve até mesmo por disposição legal, ser mantido afastado da sociedade - mantendo os presos em suas celas, contato só entre os que ocupam aquela cela, sem visitas de nenhuma espécie, se torna impossível que contraiam ou transmitam o coronavírus.
Ou privilegiar os presos, imunizando-os com prioridade,  é para facilitar fugas? vai que um deles, não imunizado, consegue fugir e contrai o coronavírus quanto estiver assaltando um trabalhador?]

Integrantes da força-tarefa destacam que os trabalhadores de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos estão incluídos no Plano Nacional de Imunização, o que engloba os catadores de resíduos sólidos que trabalham em cooperativas e desenvolvem trabalho integrado ao Serviço de Limpeza Urbana. “A recomendação é no sentido de que a vacinação de coletivos profissionais ocorra de acordo com o Plano Nacional, seja avaliada pelo Comitê Gestor com base em critérios técnicos e, principalmente, que seja dada ampla publicidade e transparência a tais definições”, afirmam.

Correio Braziliense 

 

 

 

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Conta-gotas - Alon Feuerwerker

 Análise Política

E a Agência Nacional de Vigilância Sanitária continua liberando a vacinação com a Sputnik V, mas a conta-gotas (leia). Método que não foi aplicado a nenhuma outra vacina. Pode-se argumentar que é por razões de segurança. Mas aí aparece um problema: se a vacina é segura, por que não liberar de vez como as demais, e se não é segura, por que não simplesmente vetar?

É legítimo que o leigo olhe isso e deduza estar o Brasil imerso num ambiente irracional. Mas o caso da Sputnik V é um ponto fora da curva, até neste nosso bizarro ecossistema. Precisamos de vacinas. Urgentemente. A velocidade da vacinação parece ser a variável decisiva no combate à propagação entre nós do SARS-CoV-2. Ainda mais agora com as novas cepas, mais transmissíveis. E ao que assistimos?

Assistimos a um jogo de empurra. Em vez de um esforço nacional coordenado para trazer todas as vacinas disponíveis, e o mais rápido que der, ficam uns e outros criando problema com a vacina alheia. A Anvisa é teoricamente um órgão mais técnico que político. A Sputnik V, ao contrário de outras, até agora não deu problema em lugar nenhum. A conclusão deveria ser lógica. [um comentário: Nada contra os russos - o comunismo deles é mais inofensivo do que adotado pela maldita esquerda do Brasil;  aliás, se tivéssemos que escolher entre o esquerdista presidente dos Estados Unidos e o Putin, ficaríamos com o Putin - o esquerdista americano e sua vice, formam uma dupla que é o resultado do cruzamento de satanás com belzebu; 
o que complica a liberação pretendida pela Sputinik V é que seus fabricantes  ainda não apresentaram TODA a documentação exigida pela ANVISA de TODAS as farmacêuticas que pretendem liberação da vacina por elas fabricadas.
Quanto ao desconhecimento de eventuais problemas havidos com o imunizante russo, a divulgação de eventuais incidentes na utilização do vacina russa não é estimulada pelos seus fabricantes.]  
 
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

segunda-feira, 31 de maio de 2021

Quem matou 90 mil sem vacina? - Folha de S. Paulo

Celso Rocha de Barros

Senadores governistas tentam desviar foco da CPI com cloroquina

Dois fatos apurados pela CPI da pandemia, ambos documentados, mostram, sozinhos, que o número de brasileiros que comprovadamente morreram por culpa de Jair Bolsonaro durante a pandemia já se aproxima de 100 mil. Como calculamos duas colunas atrás, 100 mil mortos é mais do que a soma das vítimas de todos os assassinos [assassinatos] brasileiros em 2019 e 2020. [optamos por transcrever esse artigo por vários fatores - sendo o principal é que pretende mostrar dois fatos apurados pela CPI Covidão e documentados - verdade que o valor probatório de documentos considerados como provas pela Covidão é muito vago, maleável, especialmente quando pretende ser  prova é contra o capitão.
Mas, vamos em frente.] 
A primeira decisão foi a de não aceitar a oferta de vacinas da Pfizer. Na estimativa do epidemiologista Pedro Hallal, utilizando parâmetros conservadores (isto é, desfavoráveis à hipótese de que a decisão de Bolsonaro custou vidas), 14 mil brasileiros (5.000 no mínimo, 25 mil no máximo) teriam sido salvos se a oferta da Pfizer tivesse sido aceita. Uma única decisão: 14 mil pessoas morreram por ela. [a primeira das provas é baseada em estimativa, que pelo menos até o momento não constitui prova; imagine se as pessoas fossem condenadas com base em provas constituídas por estimativas; além do que o autor da estimativa é um cidadão que integrava uma comissão do governo e,  por apresentar baixo desempenho,foi dispensado por Bolsonaro. O cidadão revoltado andou prestando declarações ofensivas ao governo e foi, ou ainda é, alvo de uma ação por ofensa ao presidente.
Convenh
amos que seu perfil não o torna um estimador confiável - (aliás, estimativas também não merecem confiabilidade,  não merecem 100% de credibilidade, ainda mais quando feitas por adversários.)
Outro ponto é que  a ESTIMATIVA foi realizada considerando a época em que a Pfizer ofertou vacinas ao Brasil - imunizantes ainda em desenvolvimento, não aprovados pela Anvisa, que precisavam de temperatura polar para conservação e contrato com cláusulas exorbitantes, draconianas; agora as condições melhoraram um pouco, as cláusulas abusivas foram extirpadas dos atuais contratos e as condições de armazenamento se tornaram acessíveis para um país tropical. 
Ainda que com todas as melhorias a Pfizer continua enrolada com o atendimento de prazos de entrega.]
A segunda decisão foi a de não aceitar a proposta do Instituto Butantan para entregar 45 milhões de vacinas da Coronavac ainda em 2020. A mesma conta feita pelo professor Hallal estimou em 81,5 mil (80,3 mil no mínimo, 82,7 mil no máximo) o número de brasileiros que não teriam morrido se a oferta do Butantã tivesse sido aceita. [o estimador é do mesmo da Pfizer - será que só existe um especialista no Brasil?  - afinal, com a pandemia surgiram milhares de especialistas no assunto - apesar da maior parte deles, conseguirem errar até quando fazem hoje, previsões do que ocorreu ontem. 
Outro absurdo da proposta do Butantã, feita quando a Coronavac ainda estava em desenvolvimento e não contava com aprovação da Anvisa  - afirmação do senhor Covas à CPI Covidão - é que O Butantã  ofertou em torno de 60.000.000 de doses, naquela época. Só que hoje, passado quase um ano, o instituto ainda não conseguiu entregar ao Plano Nacional de Imunização nem 50.000.000 de doses - caso a compra tivesse ocorrido naquela época, estaríamos exatamente na situação de hoje = milhões de pessoas necessitando do imunizante e ele em falta.]  Outra estimativa, feita pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostrou que as vacinas do Butantan teriam sido suficientes [vide acima] para vacinar todos os idosos brasileiros até fevereiro. Entre o meio de março e semana passada, morreram 89.772 idosos brasileiros.

Somando as vítimas das duas decisões, já são, no mínimo, cerca de 90 mil mortes que Jair Bolsonaro, comprovadamente, causou sozinho. Se algum defensor do governo tiver cálculos diferentes, por favor, apresente-os. Esses 90 mil são só o começo da história. Bolsonaro combateu desde o início a Coronavac, que só existe no Brasil por iniciativa do Governo de São Paulo e é responsável pela esmagadora maioria das vacinas aplicadas no país até agora. Além disso, vacinação é só um dos pilares do combate à pandemia. Bolsonaro não investiu em nenhum dos outros: nem isolamento social nem testagem e rastreamento.

Mesmo depois de verem apresentadas todas as provas citadas acima, os senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS), Eduardo Girão (Podemos-CE) e Marcos Rogério (DEM-RO) continuam fazendo o possível para esconder esses fatos na CPI da pandemia.[o que o articulista chama de provas nesse parágrafo, são as estimativas do especialista devidamente apresentado no segundo parágrafo da matéria. ]Na última semana, Girão tentou emplacar o boato de que a Coronavac é feita com células de fetos abortados (não é). Marcos Rogério mentiu que outras autoridades defenderam a cloroquina ao mesmo tempo que Bolsonaro, o que só ocorreu no curto período antes de vários estudos médicos (não apenas o de Manaus, Heinze) demonstrarem a ineficácia da cloroquina contra a Covid-19.

Heinze tenta desviar qualquer conversa para falar de cloroquina, que só é assunto no Brasil. Em 2020, a cloroquina foi utilizada por Bolsonaro para mandar trabalhadores para as ruas com risco de morte. Agora é utilizada por Heinze na CPI para desviar o assunto, dos crimes enormes que a população entende claramente, como boicote à vacinação, para crimes menores e mais difíceis de serem entendidos, como o curandeirismo de cloroquina. Se o único crime de Bolsonaro na pandemia tivesse sido a defesa da cloroquina, se tivesse feito todo o resto certo, o título desta coluna teria um número muito menor. Heinze não quer que investiguemos todo o resto.[lembramos que apesar de todo o falatório contra a cloroquina, o fármaco continua sendo vendido em todo o Brasil, mediante apresentação de receita médica e até o momento não foi comprovada nenhuma morte causada pelo uso do produto - que deve ser sempre prescrito por médicos.]

Eu acho que isso é crime, senador. [felizmente o ACHO do articulista tem o mesmo valor das estimativas do especialista citado.]

Conveniente a leitura de: Excesso de certezas - Eurípedes Alcântara

O Globo

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Senhores senadores da CPI-Covidão - sugestão de trabalho sério: cobrar do Ibaneis que informe as razões dele estocar vacinas, deixando milhares de pessoas em uma fila que não anda?

A  CPI COVID-19 está desperdiçando tempo procurando crimes não ocorridos. Seria bem mais útil para o contribuinte - especialmente os do DF - que cobrasse do governador Ibaneis a motivação dele estar estocando vacina.

É o que qualquer um pensa ao saber que o DF tem mais de 300.000 vacinas em estoque, com mais de um MILHÃO      de pessoas necessitando de  vacina - VACINAS SALVAM VIDAS - e simplesmente os postos de vacinação estão vazios - só os funcionários, com uma procura mínima. Hoje, teve um posto de vacinação que iniciou as atividades no inicio da manhã e até o meio dia tinha vacinado apenas 80 pessoas.

Alegam ser o pessoal com comorbidade que está travando a fila. Por sua vez, os acusados se defendem alegando  que a fila não anda  devido exigências absurdas para um doente provar que é portador de comorbidade. Os idosos, da faixa acima dos 61 não são vacinados devido o travamento da vacinação do pessoal da comorbidade.

[IMPORTANTE: No DF, já entrou fora da lista original de prioridades o pessoal do Ministério da Saúde e os aeroviários.
Lembramos que o tira e põe de exceções nas prioridades é uma porta aberta para eventuais favorecimentos - incluindo, eventualmente, desvio para outros estados.]

E NADA É FEITO. Esse comportamento, desidioso e imotivado  coloca em risco a vida de mais de um milhão de pessoas que só serão vacinados quando a fila andar. Temos elevado índice de certeza - compartilhada com muitos que esperam o andar da fila - dos reais objetivos do Ibaneis!!!

Relator Calheiros: sugerimos que em vez de perder tempo lendo trechos em alemão, faça um comício na CPI questionando a lerdeza do DF na vacinação. Sugestão que se estende ao senador Omar e àquele do Amapá.

Nosso muito  obrigado - em nome de mais de um milhão de pessoas que aguardam para tomar a primeira dose da vacina contra a COVID-19.

Blog Prontidão Total


sexta-feira, 21 de maio de 2021

Pazuello - Alon Feuerwerker

Análise Política

Os dois dias de depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello expuseram a força e o flanco frágil da Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado da Covid-19. E a fonte de ambas é a mesma. O governo está em minoria na comissão, e isso ajuda a CPI a concluir ao final sobre a responsabilidade do governo, em particular do presidente da República. Mas o governo estar em minoria na comissão também ajuda a fazer crer que, independentemente dos achados durante os prováveis 180 dias de CPI, a conclusão dos trabalhos já está desenhada.

A história das CPIs mostra que elas têm maior ou menor sucesso conforme chegam, ou não, a algum fato realmente novo, e que oferece a prova da tese que se buscava demonstrar. E que quebra a unidade do bloco alvo. E aí o julgamento é também político, claro. O que a Fiat Elba tinha a ver com a definição de crime de responsabilidade? A rigor nada. Mas catalisou a comoção popular que deu impulso ao impeachment de Fernando Collor.

O objetivo da CPI é apontar o presidente da República como responsável último pelo elevado e trágico número de mortes por Covid-19 do Brasil. E os senadores oposicionistas trabalham em várias frentes: isolamento e afastamento social, vacinação, tratamentos de eficácia não comprovada, falta de oxigênio no desastre de Manaus. Todos esses fatos estão bem registrados, [lembrem-se:  tem que ser provado o efeito REAL que os atos e omissões que tentam atribuir ao presidente da República, causaram realmente os danos que tentam atribuir a comentários do presidente Bolsonaro - é sabido que há dúvidas quanto aos beneficios que isolamento e distanciamento social produzem no combate à pandemia;  
recomendar medicamentos de eficácia não comprovada para tratar uma peste para a qual não há um TRATAMENTO COMPROVADAMENTE EFICAZ,  com remédios que não são proibidos no Brasil (no máximo, para venda,  ocorre a retenção da receita médica) e cujos danos quando   usados no tratamento contra covid-19 nao foram comprovados, pode ter resultado no aumento do número de mortes/casos? mas o desafio da CPI é encontrar o elemento novo para fazer ruir a cidadela do um terço que vai sólido na base social de apoio ao presidente.
 
Mantido esse cacife, ele está capacitado a preservar reunida uma tropa de políticos que verão nele em 2022 a locomotiva dos projetos eleitorais deles. E que portanto estarão interessados em preservá-lo.  [cabe considerar que o tempo trabalha a favor do presidente Bolsonaro - apesar de alguns 'soluços' na evolução da peste e que deixam a impressão de uma terceira onda, o caminho inexorável é o FIM DA PANDEMIA.
É também questão de tempo - rogamos a DEUS que bem antes de dezembro próximo - que a combinação aumento do número de vacinados (aumentando a disponibilidade de vacinas, consequência da  inevitável redução da demanda por imunizantes = quanto mais pessoas vacinadas, menos a vacinar - redução do número de casos/mortes e o retorno do crescimento da economia, começará a trabalhar a favor dos que querem realmente o crescimento do Brasil, liderados pelo presidente Bolsonaro.
 
Os depoimentos do ex-secretário de comunicação, do ex-chanceler e do antecessor do atual ministro da Saúde não parecem ter trazido essa "bala de prata", ainda que seja provável a CPI ir para cima dos três no relatório final. Mas o jogo, como já se disse e se sabe, está só começando.
 
 
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

sábado, 27 de março de 2021

Perdeu, Bolsonaro. Doria venceu a “guerra das vacinas” - VEJA

Foi a popularidade cair e o número de pessoas favoráveis à vacinação aumentar, que Bolsonaro mudou o discurso. Não era ele que não acreditava em pesquisa?

A sexta-feira, 26, começou com o governador João Doria ao vivo nas televisões e rádios anunciando a boa nova. O Instituto Butantan desenvolveu uma vacina totalmente nacional, a Butanvac, e avisou que entraria hoje mesmo com um pedido de autorização da Anvisa para os testes em humanos. 

À tarde, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Telecomunicações, Marcos Pontes, ladeado pelo da Saúde Marcelo Queiroga, anunciou que o Ministério entrou na quinta, 25, com um pedido na Anvisa para os testes clínicos de uma vacina que ele nem soube bem explicar o que era.

[o ilustre jornalista, está meio confuso. NÃO ESTÁ HAVENDO UMA GUERRA DAS VACINAS - pelo menos, no concernente às pessoas de BEM no exercício de cargos públicos, sob a liderança do presidente Bolsonaro = a maior autoridade da República Federativa do Brasil. O que existe é um esforço sobre-humano na busca por vacinas.
 
Esforço que não se limita ao Brasil - o sexto colocado entre os que mais vacinaram - se estendendo até à União Européia, que tem entre seus países que estão entre os mais ricos do mundo.
Existe um perdedor sim - sua excelência João Doria,  governador paulista
Infelizmente, o estado que governa lidera  o número de contagiados, de mortos pela covid-19, - se retirar o estado do bolsodoria paulista do total de contagiados/mortos no Brasil, sofreria substancial redução. (confiram, não fornecemos os dados para que nossos dois leitores pesquisem e constatem a veracidade do que estamos informando).
 
Além da triste liderança de mortes e contagiados no estado que diz governar, o senhor Doria ganhou fama de boquirroto: no começo do processo de começar a vacinação -  Doria, chegou a ser chamado de o governador da vacina contra a covid-19 - alardeou que os brasileiros que não conseguissem se vacinas em seus estados poderiam via para São Paulo e seriam vacinados. 
Se a pretendida candidatura do paulista n´~ao for implodia por seu próprio partido, tais fatos virão a tona e na  época das eleições.]

Ou seja, o presidente Jair Bolsonaro resolveu entrar de vez na narrativa da vacina. Como o país já está acostumado, ele demorou muitos meses para entender o óbvio: que a vacinação e a recuperação da economia andarão de mãos dadas nesta crise interminável. Na verdade, ainda há dúvidas se entendeu. Mas tenta correr atrás dos fatos. Bolsonaro manteve o ataque às medidas restritivas, sempre com o temor de que a economia retrocedesse muito e que o desemprego aumentasse. Isso é sempre fatal para um governo. Primeiro vem a crise econômica, depois agrava-se a política. Não tem muito tempo e vimos como acabou sendo fatal para o governo Dilma Rousseff.  Não houve só uma questão ideológica envolvida, mas um cálculo eleitoral.  A preocupação com a reeleição é a obsessão número 1 do presidente e de seus aliados mais próximos.

O presidente tem o direito de buscar fazer política. Mas sua aposta contra os adversários levou ao agravamento da tragédia sanitária com 300 mil mortos. Foi só a popularidade dele cair e o número de pessoas favoráveis à vacinação aumentar na pesquisa, que Bolsonaro mudou o discurso.Doria já venceu esta narrativa. O governador sempre bateu na tecla da vacinação e da ciência. E nesse momento, nove em cada dez pessoas vacinadas no Brasil receberam a Coronavac que foi atacada violentamente pelo presidente Bolsonaro. E mais: as famílias comemoram quando os seus mais velhos são vacinados. Muita gente na rede social agradece ao Butantan, à Ciência. cleardot.gifA guinada no discurso do presidente – depois do jacaré e outras inacreditáveis asneiras, ele afirmou que 2021 seria o ano da vacinação no Brasil – veio somente, vejam vocês, após uma pesquisa de opinião. Mas não era o presidente que não acreditava nelas?

Blog do Matheus Matheus Leitão - Revista VEJA


domingo, 21 de março de 2021

Segunda, terceira - Alon Feuerwerker

Análise Política 

Depois da segunda onda vem a terceira? Isso aconteceu, por exemplo, na Gripe Espanhola. E ali a mais mortífera foi a segunda. Agora, a Europa parece às voltas com o recrudescimento das infecções pelo SARS-CoV-2, uma terceira onda que preocupa as autoridades sanitárias (leia).

Também porque o ritmo da vacinação no Velho Continente deu uma engasgada, por causa das dúvidas sobre a vacina de preferência deles, a Oxford/AstraZeneca. Houve relatos de complicações após a administração, ela foi interrompida em diversos países mas agora parece que vai ser retomada.

Lá, como cá, a disputa se dá em torno de apertar e estender, ou não, as medidas de isolamento social. Mas ali preservou-se um grau bom de coordenação entre governos e países. Se acertarem, a chance de todos acertarem juntos é grande. Igualmente se errarem.

Por aqui, a turbulência federativa vai firme. Um exemplo insólito é a divergência entre o governador de São Paulo e o prefeito da capital, aliados e ambos do mesmo partido, sobre o feriado prolongado que a prefeitura determinou (leia). E assim caminha o Brasil. Tomara que a vacinação acelere logo.[a divergência só prospera devido a falta de uma coordenação central, de um comando central, que prevalecesse sobre estados e municípios =  Poder Executivo Federal. O STF concedeu autonomia aos estados e municípios = quem tem autonomia pode tomar decisões conforme achar conveniente.

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

quarta-feira, 17 de março de 2021

TROCA NO MINISTÉRIO - O Globo

Malu Gaspar

Líder do governo admite "tempo perdido" no planejamento da vacinação no Brasil

Nem bem deixou o ministério, Eduardo Pazuello já passou a receber um tratamento diferente dos políticos que, até outro dia, tentavam blindá-lo. Depois de meses defendendo sua gestão dos ataques da oposição, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), reconheceu falhas no plano de vacinação conduzido pelo ex-ministro.
                                        Fonte: Blog Malu Gaspar - O Globo
 
 A fala ocorreu na sessão de ontem do Senado, quando se discutia a convocação do novo titular da pasta da Saúde, Marcelo Queiroga, para apresentar à comissão de acompanhamento do combate à pandemia um plano contra a falta oxigênio hospitalar no país. Fornecedores de oxigênio de pelo menos três estados já alertaram que os estoques estão se esgotando. 
[os políticos são pródigos em falar ... e fazer promessas que não pretendem cumprir. Mas nos tempos recentes estão se superando. O senador Fernando Bezerra, muito provavelmente  por não ter algo mais relevante a falar e pressionado por jornalistas,  especialmente os que formam a midia militante, que se consideram agora os auditores gerais da República, expeliu as pérolas, destacadas no parágrafo abaixo.] 
 
"Ao dizer que Queiroga está à disposição para prestar informações aos senadores, Bezerra Filho afirmou que o novo ministro está empenhado no diálogo com governadores, prefeitos e com o Congresso, para "reiterar a prioridade na campanha de imunização, recuperar o tempo perdido no planejamento da aquisição das vacinas e portanto viabilizar num prazo mais curto possível a ampla vacinação dos brasileiros.'" 
 
[destaques do amontoado de asneiras expelidas:  "reiterar a prioridade" - até o corona sabe que a vacinação é prioridade; "tempo perdido no planejamento..." - é notório que até meados 2020, no pico da pandemia, as vacinas eram apenas promissoras promessas... tempo perdido no planejamento da aquisição de algo inexistente ??? desenhando: planejar é essencial, indispensável, mas qualquer planejamento, cronograma - ainda que cumprindo determinação de suprema decisão - precisa do conhecimento de no mínimo um ponto de partida e um de chegada.
Mas já que estamos falando de inutilidades inúteis, chega a ser absurdo o motivo da reunião: atender a curiosidade de mais uma comissão inútil, qual seja: comissão de acompanhamento do combate à pandemia um plano contra a falta oxigênio hospitalar. Esquecem que os seres humanos, inclusive e especialmente os vitimados pela covid-19, cultivam o 'péssimo' hábito de necessitar de oxigênio para se manterem vivos. 
O que importa é deixar os profissionais responsáveis planejarem o fornecimento do oxigênio hospitalar, executar o planejado e após dar informações aos que a falta do que fazer ficam acompanhando o que os outros realizar.
Mas como besteira pouca é bobagem, se utilizam do último apara reclamação do governo não ter alguém para explicar ao público qual é o plano para evitar a falta de oxigênio. 
É tanta explicação  que falta tempo para fazer o que realmente importa. Curiosidade quando excessiva é reprovável.]

O convite para Queiroga falar à comissão da Covid foi aprovado, mas Bezerra pediu um tempo aos senadores para marcar a data da audiência. A razão que ele apresentou para o adiamento espantou os senadores: o novo ministro só toma posse nesta quinta-feira, e não se sabe ainda quem fica e quem sai, na transição de Pazuello para Queiroga. No pior momento da pandemia, portanto, o governo não tem alguém para explicar ao público qual é o plano para evitar que falte oxigênio nos hospitais brasileiros.

Leia mais: Avanço da Covid-19 pode ajudar a manter blindagem de Pazuello contra CPI

Malu Gaspar, colunista - O Globo


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Roteiro para tempos difíceis - Fernando Gabeira

 In Blog

Usava o termo chorar em sentido figurado. Certamente expressei tristeza com a vitória de Arthur Lira, coroada com uma festa para 300 pessoas, sem máscaras, numa mansão do Lago. Mas se, como no poema, o bolsonarista nunca conheceu quem tivesse levado porrada, muito prazer, me apresento. Situações difíceis não devem nos intimidar, embora seja assustador pensar na continuidade de um governo que mata as pessoas com seu obscurantismo e destrói vorazmente os recursos naturais de um dos mais belos países do mundo.

Muita gente acha que Bolsonaro tornou-se mais forte em 22, porque controla o Congresso. Temer controlava, mas jamais foi uma alternativa eleitoral viável. As coisas não passam por aí. Pelo contrário, as relações de toma lá dá cá, as diárias afirmações de que é dando que se recebe, apenas reforçam a aura de decadência que envolve a política no Brasil. A ideia de uma frente não se esvai porque alguns setores saltaram do barco. O que a fortalece, de fato, não são as letrinhas que designam partidos, nem necessariamente o número de deputados e senadores que a compõem.

[não resistimos a expressar dois comentários:
- ser contra Bolsonaro é tão importante par alguns que se torna normal cogitar de uma frente contra o capitão sem partidos, sem senadores, sem deputados = o importante é ser contra, mesmo sem nada que sustente tão insensato entendimento; 
-sempre cabe perguntar: ainda neste semestre com a pandemia sob controle - alcançada a imunidade de rebanho, com a importante auxílio das vacinas - a economia iniciando a recuperação, alguém vai perder tempo indo para as ruas fazer pressão popular contra o presidente? faltam argumentos e todos sabemos que Bolsonaro foi impedido de exercer a coordenação do combate a pandemia.
Como coordenar o combate a covid-19, se governadores e prefeitos,  em grande parte movidos pela incompetência e o desejo de aproveitar o combate à pandemia para ganhar algum (muito) por fora, receberam do STF -  sem menção que a coordenação seria do Poder Executivo da União  - o protagonismo daquele combate?]

O importante para uma oposição é compreender essa nova relação de forças no Congresso e olhar mais para fora, buscar o apoio da sociedade, batendo em alguns pontos essenciais. Um deles é denunciar o estelionato eleitoral de Bolsonaro, separando-o das pessoas que acreditaram em seu discurso. Os outros estão claros na própria conjuntura: apoio emergencial para milhões de necessitados, defesa da ciência na condução da política contra a pandemia e luta para que todos se vacinem de forma eficaz e segura.

Esse encontro com a sociedade poderá ser mais amplo ainda na medida em que a vacinação avance. Muitos discutem as eleições de 22, quem será candidato, quem vai vencer. É um tema inescapável. No entanto, daqui até lá, há muita luta, muitas peripécias. Os nomes devem surgir desse processo. Não creio em candidaturas que ficam abrigadas da tempestade e aparecem apenas no momento eleitoral.

Bolsonaro, Witzel e outras figuras se elegeram num momento de decadência da política. Nas próximas eleições, possivelmente viveremos um clima em que não só a política, mas também as novidades radicais decaíram. Daí a importância do que sobrou de resistência, de como se mostrará no processo, sua habilidade para unir, coragem para encarar o governo de frente. Grande parte dos analistas descarta o impeachment quando um governo passa a dominar o Congresso. É razoável. Mas não se pode ver o Congresso como um bloco impermeável à pressão popular.

É preciso trabalhar com todos os cenários, sabendo que são tempos quase tão difíceis como no período da ditadura. É verdade que agora existe liberdade de imprensa, mas, no entanto, desapareceu um clima mais fraterno entre os opositores. E isso não apenas porque a história moderna do Brasil colocou em campos opostos os que lutaram pelas eleições diretas. O debate político não é mais mediado exclusivamente pela imprensa profissional. Ele vive noutras plataformas, deformado por fake news e num clima de agressividade verbal sem precedentes.

Um agradável lugar-comum que sempre vale a pena repetir: a história não coloca problemas que as pessoas não possam resolver. É urgente evitar mortes e, simultaneamente, desenvolver as lutas que possam fortalecer uma vontade de tirar o Brasil dessa condição de pária sanitário e ambiental, dominado pelo obscurantismo. Perdemos o Congresso, é verdade. Mas algum o dia o tivemos? Por enquanto, a parte que nos toca é uma modesta minoria. Vamos com ela, com o que sobrar, pois resistir ainda é melhor do que tudo.

Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Vento a favor do governo - Alon Feuerwerker

Análise Política
 
O governo e o presidente Jair Bolsonaro conseguiram na tarde e na noite de ontem duas vitórias decisivas: ver eleitos para a presidência das casas do Congresso dois aliados. Haverá naturalmente a necessidade de negociações políticas em torno da pauta legislativa, mas essa é uma realidade posta permanentemente. Serão negociações duras, porém com uma diferença em relação ao quadro anterior, principalmente na Câmara. Serão negociações feitas com aliados.
 
A chamada centro-direita votou em Jair Bolsonaro no segundo turno em 2018 para derrotar o PT, mas previsivelmente foi se afastando do presidente ao longo dos dois primeiros anos do mandato. Em parte por diferenças na condução das políticas governamentais, e na maior parte pelo desejo de buscar alternativa própria em 2022.
Não à toa, a oposição mais vitriólica a Bolsonaro passou a ser a da direita, ou centro-direita, tradicional. E que para a eleição de ontem apostou tudo no candidato apoiado pelo agora ex-presidente da Câmara dos Deputados. Apenas para ver o grosso das suas bases capturadas pela agressiva articulação política do Palácio do Planalto.
 
A aliança da direita não bolsonarista com a esquerda na tentativa de fazer o presidente da Câmara enfrentava um problema estrutural. Nos estados, essas duas correntes são habitualmente adversárias. Diz a sabedoria que toda política é em última instância local. Se não foi simples para o PT explicar por que apoiava quem liderou o impeachment de Dilma Rousseff, tampouco era fácil para o PSDB, o MDB e o DEM explicar por que estavam aliados ao PT. O primeiro ainda pôde argumentar com o antagonismo entre o presidente da República e o governador de São Paulo, candidato ao Planalto. O segundo tinha o postulante à vaga em disputa ontem.
Mas para o Democratas certamente não era natural. A realidade comprovou.
 
Ainda restam a preencher os demais cargos da mesa, e distribuir as presidências das comissões. Será preciso esperar para ver como vai ser desatado o nó regimental em que o novo presidente da Câmara se baseou para anular a escolha ontem dos outros postos. Talvez seja resolvido ainda hoje. Mas algumas coisas já podem ser ditas. O impeachment de Jair Bolsonaro transformou-se numa escalada de rocha vertical para a oposição. Fatos políticos geram tendências inerciais. A vitória de ontem faz o processo político agora correr a favor e não contra o presidente da República. A oposição precisará de bem mais do que tem hoje para reverter isso.
 
E as reformas? O governo se verá na contingência de negociá-las com o Congresso. Mas essa já era a realidade anterior. Bolsonaro nunca teve uma maioria automática e continua não tendo. A diferença agora é que o comando da Câmara não mais é parte de uma articulação cujo objetivo central é criar problemas para ele e no limite removê-lo. É provável que os dois primeiros pontos de atenção do Congresso sejam novas medidas emergenciais econômicas para a pandemia e a vacinação contra a Covid-19. Outras reformas, estruturais, devem entrar na pauta, mas sempre de forma negociada com o comando das casas e com os líderes. Vamos aguardar para ver a ordem de prioridades.
Sugerimos ler: Olhar a leste 

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político


quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Brasil ultrapassa marca de 1 milhão de vacinados

Saúde - VEJA

País chega ao número no 10º dia de imunização; a partir desta terça-feira todos os estados iniciaram seu processo de vacinação de forma efetiva

O Brasil já tem mais de 1,1 milhão de pessoas vacinadas. O país ultrapassou a casa do milhão nos últimos minutos desta terça-feira, 26, após a contagem e divulgação do número de imunizados em cada um dos 26 estados e no Distrito Federal. O dia também foi o primeiro em que todas as regiões estiveram com o processo de vacinação funcionando, com a divulgação dos primeiros imunizados em Tocantins. Até as 11h30 desta quarta-feira, 17, já havia 1.109.778 doses aplicadas.

São Paulo continua sendo o estado com mais atendidos: mais de 200.000 (confira os números do levantamento feito por VEJA ao final desta matéria). Outros dois estados do Sudeste vêm logo em seguida: Rio de Janeiro e Minas Gerais, que vacinou quase 100.000 pessoas nas últimas 24 horas.

Dois representantes do Nordeste e dois do Sul também já passaram das 50.000 doses aplicadas cada um: Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná e Pernambuco. Por outro lado, o Norte ainda sofre com a distribuição e divulgação do seu processo de imunização. Cinco estados da região ocupam as últimas posições da tabela: Roraima, Acre, Amapá, Rondônia e Tocantins.

O levantamento desenvolvido por VEJA divulga a situação da vacinação nos 26 estados e mais o Distrito Federal com dados do site Coronavírus Brasil, confirmando os dados junto às Secretarias Estaduais que já disponibilizam informações diárias sobre seu processo de imunização.

Confira os números da vacinação nos estados e no país atualizados até às 11h30 desta quarta-feira, 27:

Saúde - VEJA

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Por que até a direita começa a pedir “Fora Bolsonaro”?

Deputado Kim Kataguiri explica alguns motivos do desgaste: péssima gestão da pandemia, falta de reação da economia e atitudes contra a vacina

[será que esse deputado consegue se reeleger, ou mesmo ser candidato, em 2022? o que ele fez de útil para o Brasil e os brasileiros? o que ele representa realmente?] Manifestações da esquerda e da oposição contra o presidente Jair Bolsonaro eram de se esperar. Mas da direita? Se esse movimento crescer, ficará mais difícil para o presidente. Pode-se perguntar: por que agora? A coluna foi tirar essa dúvida com o deputado deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), que pressionou, junto com o Vem Pra Rua, pelo impeachment de Dilma Rousseff. Os dois estavam na manifestação do fim de semana contra Bolsonaro. Em conversa com a coluna, o parlamentar destacou que o primeiro motivo seria a organização das forças políticas contra o presidente, tanto a esquerda, quanto a direita. 
 
Ele acha que mesmo que o candidato do governo Arthur Lira ganhe na Câmara, não se pode descartar o impeachment.Eu acho que o primeiro passo importante foram as forças políticas, os movimentos começarem a se organizar para fazer atos contra o Bolsonaro. A maior parte da população também não via responsabilidade do governo federal na pandemia, uma sensação de que está mudando agora com a crise de Manaus. Está ficando cada vez mais clara a responsabilidade do governo federal. Os partidos de oposição estavam mais preocupados em desgastar o governo aos poucos do que efetivamente tomar uma medida política contra o governo. Agora vejo já alguns partidos de esquerda se mobilizando de verdade para que haja o impeachment. A carreata de sábado foi símbolo disso. Não é a esquerda como um todo, mas setores importantes aí se organizando contra o governo. O MBL e o Vem pra Rua também, do lado da direita, organizando esses atos, então o passo inicial é a organização e a primeira  percepção de que é possível, a partir dessa percepção, a organização dos movimentos para que aconteça”, analisou.
Kim Kataguiri destacou ainda que a condução do governo diante da pandemia, gerando o atraso na vacinação, [deputado! sem enrolação; qual ação ou omissão - coisa concreta, que possa se apontar, não vale eu acho, eu imagino', baboseiras do tipo. Esse deputado é tão sem noção, sem rumo, que fala um monte suposições, deduções criativas e estúpidas como se fatos fossem. 
Quem ler as declarações do parlamentar, no primeiro e último mandato, logo percebe que ele torce que dê tudo errado e o povo que se... .
O deputado é tão sem noção, sem rumo, que mistura acho com muito ocasionado e tenta sustentar a idéia de impeachment.] é outro fator que está motivando os atos contra Bolsonaro. Isso porque quanto mais a vacinação da população atrasa, pior é para a economia do país. “Ao mesmo tempo, um dos principais fatores é a economia. Duvido muito que vai reagir este ano. Primeiro, o atraso na vacinação, muito ocasionado por responsabilidade do governo federal – acho que isso ficou claro até pra todo mundo. Daí até o governo mudar de discurso. Primeiro trazer suspeita em cima da vacina para agora tentar vincular  o máximo possível à imagem do presidente da vacina. O próprio Planalto sentiu que pegou no público dele, que é o público que ele se importa, a questão da vacina. A demora [da vacina] já prejudica também o desenvolvimento econômico”, explicou.

O deputado lembrou ainda dos claros sinais de que o governo não vai estender o auxílio emergencial, o que vai aumentar a tensão social contra o governo, além da paralisação da agenda de reformas. “A agenda de reforma está completamente paralisada. E com o Lira ganhando, duvido muito que caminhe também porque é uma prioridade que o governo largou já no ano passado, que este ano não vejo dando continuidade. E mesmo que dê, a reforma que causaria mais efeitos é a tributária, que dentro do próprio governo tem bateção de cabeça, tanto que ⅔ da reforma ainda estão lá [no Governo], e não estão aqui. E agravar a situação econômica é a fórmula certa para um impeachment. Pelo menos foi o que a gente fez das últimas duas vezes e acho que a gente podia ir pela terceira vez”, disse.

A péssima atuação na pandemia, com destaque para a crise de Manaus, e o fim do generoso auxílio emergencial são fatores que estão afetando a aprovação do presidente. Essa queda de popularidade também é um fator que fortalece as chances de impedimento. “Agora vejo possibilidade real de acontecer, e à época, ainda ali no início do governo,  apesar da instabilidade, o Bolsonaro tinha mais… Primeiro que o apoio dele era mais fervoroso porque a base dele era maior, tinha acabado de sair da eleição e ele estava mantendo um discurso forte ainda anti-sistema. Hoje ele está muito mais desgastado pela aliança com o centrão, pela nomeação ao Supremo, nomeação à PGR (Procuradoria Geral da República), a base dele está mais desmoralizada do que antes e menor. Então, acho que agora, primeiro, você tem uma organização maior, uma percepção  do que o impeachment pode acontecer, o que na época não existia, era mais discurso pra jogar pra plateia do que resultado e o presidente menos popular. Ainda não tem como derrubar presidente com 27% de popularidade, mas muito menos com 35%, 40%, que ele tinha na época”, ressaltou Kim Kataguiri.

Presidência da Câmara
Apesar das condições favoráveis, um fator que pode brecar o andamento do impeachment é a possível vitória do candidato bolsonarista para a presidência da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ainda assim, na avaliação de Kataguiri, mesmo que ele vença – o que é provável – isso não significa que o processo de impedimento não possa caminhar na Câmara.O Arthur Lira é o candidato do governo, ele ganhando, sem dúvida as chances de ter o impeachment diminuem, mas também não acho que seja zero  mesmo porque o governo vai precisar entregar os cargos e as emendas que o Lira está prometendo para a sua base de deputados, e ele é um governo que tem o histórico na Câmara de não entregar e o Arthur Lira tem o histórico de sempre retaliar quando não recebe aquilo que prometeu dos aliados para manter a fama de cumpridor dele (…). Não acho que a longo prazo signifique que ele vai ter uma fidelidade que impeça a análise do pedido. Mesmo porque é um cara também que liderou o partido quando o partido foi base no segundo mandato do governo Dilma. Então não é um cara ideológico que vai defender Bolsonaro por princípio”, analisou.

Pedidos de impeachment não faltam para serem analisados. Segundo dados da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados, dos  62 pedidos protocolados, 57 ainda estão em análise. Os outros cinco foram arquivados. Diante desse contexto, é mesmo questão de tempo para saber que fim levará o presidente Jair Bolsonaro. [podem ser apresentados centenas de pedidos de impeachment e todos recepcionados pelo  presidente da Câmara e o valor é nada, até que um deles, ou vários, na apreciação pela Câmara dos Deputados, obtenha o mínimo de 342 votos favoráveis  = 341 votos não servem nem para abrir a sessão para apreciar o pedido, ou pedidos. Em tempo: 172 votos contra o impeachment bastam para enviar o pedido para o lixo.]  Dizem que o tempo é o melhor remédio em certas situações. No caso do Brasil, o tempo está mostrando o quão graves foram e são as intempéries, os descasos, os atropelos, as irresponsabilidades e o negacionismo da gestão Jair Bolsonaro, levando o país a um verdadeiro caos. Com o passar do tempo, as coisas ficaram mais claras e até os que tinham dúvidas, ou até mesmo receio, agora começam a se mobilizar para dar força ao impeachment do presidente. A direita, que até então dava apoio discreto, finalmente deu o grito de “Fora Bolsonaro”, engrossando o coro junto com a esquerda e aumentando a pressão para a aprovação do impedimento. Se isso avançar, Bolsonaro ficará restrito à extrema-direita.

Blog Matheus Leitão - Matheus Leitão, jornalista - VEJA